História Portas da Alma - Capitulo 14

Idris - Alicante.

Clary segurava o rosto de Jace entre as mãos e com o polegar secava as lagrimas do rapaz, seu coração estava apertado, como não tinha visto que o rapaz estava tão acabado assim?

 Como não percebeu que Jace parecia morrer um pouco mais a cada dia?

 Ficara tão presa em sua dor e duvida que não percebera a verdade estampada em sua cara.

— Jace, sinto muito. - Sussurrou por fim. 

— C-Clary eu não quis te magoar, não queria mentir para você, mas as .  .  . 

— As circunstancias não deixaram, eu sei, Magnus me contou o que realmente houve com Alec. 

A ruiva viu Jace arregalar os olhos. 

— Magnus te contou? Quando? E por quê? 

— Sim, antes de vir para Idris, ele me mandou uma mensagem para me encontrar com ele, então, ele me disse o que aconteceu com Alec. Sinto muito Jace, eu te acusei de falta de confiança, quando fui eu quem não confiou o suficiente em você.

— Eu te dei motivos Clary, fui um péssimo namorado! - Disse com um suspiro e desviando o olhar da garota.

— Jace, me perdoe, eu não quis dizer aquelas coisas horríveis para você, eu estava fora de mim, sinto muito! - Disse a garota com lagrimas nos olhos. 

Jace não respondeu, aproximou seus rostos e roubou um beijo voraz, um beijo cheio de paixão e saudade, um beijo que confirmava o amor de ambos.

Quando finalmente se separaram por falta de ar, Jace abriu um sorriso que fez o coração de Clary se derreter, para ela, não havia no mundo um sorriso mais lindo que aquele. 

— Isso quer dizer que estamos juntos outra vez? Clace voltou à ativa? - Perguntou com um sorriso doce. 

A ruiva o olhou confusa. 

— Bem com certeza estamos juntos! Não vou deixar você dando sopa por aí, mas que historia é essa de Clace? 

Jace deu uma gargalhada como a muito não fazia, desde que sua vida se tornara o inferno em que estava. Agora ali com Clary em seus braços sentia que podia aguentar o que fosse. 

— Coisa da Izzy, ela nos chama assim, juntou nossos nomes, Clace quer dizer Clary e Jace. Ela ainda está trabalhando em um para Alec e Magnus, estou com medo de pensar no que vai sair! - Respondeu sorridente. 

— Clace? Gostei! - Respondeu a garota enchendo Jace de beijos. 

— Senti sua falta Clary! Por favor nunca mais me deixe! - Suplicou o rapaz a apertando nos braços. 

— Não vou deixar, você é minha casa Jace, meu lar, meu porto seguro. Nunca mais vou desconfiar assim de você! - Sussurrou a garota.

                                                         * * * 

 Phoenix –Academia de Logan.

O movimento na academia estava calmo e isso agradava Alec.

Ele estava se preparando para dar uma aula, quando Logan aproxima-se dele, colocando as suas luvas de boxe.

-Eu estava pensando... Naquele dia você não me respondeu. –Revela, aproximando-se de Alec.

-O quê? –Pergunta Alec, confuso.

Logan cruza os braços e nega com a cabeça, com uma expressão de expectativa, como se ele torcesse para Alec tê-lo entendido.

-Eu estava tentando te convidar para um café quando aquele seu vizinho veio falar com você. –Revela, fazendo Alec suspirar.

-Sério? Quem mais vai? Mary vai? –Pergunta, analisando Logan, que alisa o seu rosto.

-Ninguém mais. Eu estou tentando te convidar para sair, Alec. –Responde, olhando-o nos olhos.

-Oi? –Pergunta, surpreso.

-É um encontro. Eu estou tentando te convidar para sair desde que eu te conheci, Alec. –Confessa, aproximando-se de Alec e mordendo o lábio. –Estou começando a achar que está me ignorando de proposito, talvez tentando me deixar numa expectativa. –Comenta, malicioso.

Alec nunca se viu numa situação dessas, ele sempre acreditou piamente que não era bom o suficiente para, absolutamente, ninguém, mas aqui estava ele prestes a dispensar alguém, por uma pessoa que, provavelmente, nunca olharia para ele.

-Logan, eu... –Sussurra, desconcertado.

-Hoje às 16h? –Pergunta, aproximando-se mais de Alec e tocando o peito de Alec.

-Olha... Logan, eu meio que. –Interrompe-se, ao observar Magnus adentrar a academia. –Eu estou interessado em alguém. –Confessa, analisando o seu vizinho, falar com a secretaria.

-Por acaso esse alguém, é aquele alguém. –Revela, apontando em direção ao vizinho de Alec.

-É. –Confessa, suspirando. –Mas ele não olha para mim desse jeito, então, eu meio que estou no meio do caminho. –Afirma, inseguro.

-Sei o que está passando. –Revela, analisando-o com atenção, deixando Alec com as bochechas quentes.

-Logan, você está me deixando sem jeito. –Afirma, murmurando.

-Por quê? Porque eu estou lutando pela sua atenção? –Pergunta, praticamente colando o seu corpo no de Alec, que se afasta. –Entendi, você prefere o tipo asiático. –Afirma,enquanto Magnus se aproxima de Alec. –Como você foi honesto comigo, eu vou ser honesto com você. –Garante, olhando-o nos olhos. –Convide-o para sair. O máximo que você vai receber é um não e se isso acontecer pode ter certeza que você vai ser muito bem consolado. –Declara, piscando em direção ao rapaz, que cora e concorda com a cabeça, no segundo que Logan se afasta.

Quando Alec encara os olhos de Magnus e por um segundo o rapaz poderia jurar que a pupila de Magnus não era normal, era como a de um gato, e ele ficará ainda mais bonito assim, como se combinasse com ele.

Mas era somente a imaginação de Alec, já que quando ele piscou os seus olhos, encontra-os exatamente como eles eram, intrigantes, apaixonantes, cor de âmbar e com a pupila normal.

O coração de Alec dispara, a sua respiração fica entrecortada e tudo o que ele queria era tocar em Magnus.

-Olá, minha combinação favorita. –Cumprimenta, sorrindo.

-Oi. –Cumprimenta, tímido. –O que faz aqui? –Pergunta, murmurando.

-Eu me inscrevi em sua aula. –Responde, aproximando-se de Alec, que arregala os olhos. –Sabe como é... Eu moro sozinho, sei me virar, mas me acostumei a ter outra pessoa me protegendo... Digo, ter a minha família me protegendo. –Confessa, olhando Alec nos olhos.

-Entendo. –Sussurra, concordando com a cabeça. –A maioria dos meus alunos vem aqui para isso. –Revela, observando a sala de treinamento se enchendo. –Vamos? –Chama, apontando em direção à sala e Magnus concordar.

-Sabe, eu... –Magnus interrompe-se, quando Alec fica à frente de Magnus.

-Você quer sair para tomar um café comigo? –Pergunta, apressadamente. –Antes de me dar a resposta... Eu tenho que te dizer que eu estou... Eu estou lhe convidando para sair... Tipo um encontro. –Esclarece, gaguejando.

-Eu entendi, Alexander. –Revela, analisando-o com atenção.

-Vou entender se não quiser. –Garante, apressadamente, fazendo-o rir.

-Sexta está bom para você? –Pergunta, mordendo o lábio e chamando a atenção de Alec, que percebe que estava prendendo a respiração, quando respira fundo.

-Está ótimo. –Responde, sorrindo abertamente.

Idris–Alicarte.

— Então Robert quer que você assuma o comando do instituto? - Perguntou Clary, que estava sentada entre as pernas de Jace observando o lago Lyn. 

— Sim, mas não vou fazer isso, liderar o instituto sempre foi o sonho de Alec, não vou roubar isso dele. - Disse Jace que tinha os braços entorno da ruiva e o queixo apoiado em sua cabeça. 

— Isso tudo é muito louco Jace, Robert? Fazer isso com o próprio filho? Quero dizer, ele ficou chateado com o fato de Alec ser gay, mas, armar para o próprio filho? Seria cruel demais. 

Jace soltou um suspiro exausto, ele havia contado tudo à Clary, não queria mais segredos entre eles, não correria o risco de perder sua garota outra vez. 

— As pistas levam à ele,Clary, por mais que me doa, acho que Robert realmente quer se livrar de Alec. 

— E o que você pensa em fazer? - Perguntou a jovem apertando os braços de Jace sobre si. 

— Não sei, sinceramente ainda não sei. 

— Robert sempre me pareceu frio, mas nunca imaginei que ele pudesse fazer algo como isso. Talvez você devesse entrar no jogo dele Jace, digo assumir o instituto, deixe-o pensar que tem tudo sobre controle. Vai ficar mais fácil para você investigar as coisas sem que ele fique na sua cola. 

— Não sei se isso realmente fará algum efeito, ele desconfia que sei onde Alec está. Vou precisar ter cuidado redobrado e ainda avisar Magnus. 

— E por falar em Magnus, como ele está com essa historia toda? 

— Ele se faz de forte, mas sei que está destruído por dentro, a cada vez que Alec o olha sem reconhecê-lo, ele parece morrer um pouco mais, sei bem o que é isso, me dói que meu parabatai não me reconheça. Porém Magnus é persistente, sei que ele está lutando para reconquistar Alec. 

Clary deu um pequeno sorriso. 

— Com certeza Magnus é persistente. Pobre Alec, não terá chance alguma de escapar das garras daquele bruxo. 

Jace deixou escapar uma risada baixa. 

— Verdade, mas não entendo o porquê Magnus te contou a historia toda, não que eu esteja reclamando, mas era para a história ter ficado apenas entre a gente.

Clary se mexeu em seus braços até ficar de frente para ele. 

— Ora Jace, isso é óbvio, ele se preocupa com você e não quer te ver sofrer mais. 

Jace a olhou surpreso por um tempo, mas logo abriu um sorriso. 

— Sou eternamente grato à ele. - Disse roubando um beijo longo de Clary.

Idris - Alicante; Sala do Inquisidor.

—Aline, mandei te chamar para saber como foi a aula de Jace, sei que ele é um garoto inteligente e que aprende rápido. Logo estará liderando aquele instituto sozinho e muito bem. - Disse Robert para a garota sentada à sua frente. 

— Bem . . . Jace não foi às aulas, ele não quer ocupar o lugar de Alec. - Disse a garota hesitante. 

—Como?! Eu dei ordens para ele, querendo ou não ele vai assumir! Alexander não pisará mais os pés naquele instituto! Ele abriu mão desse direito quando sumiu com aquele submundano! 

— B-bem, eu não posso força-lo, entenda eles são parabatais, claro que a fidelidade dele estaria com Alec. 

— Tenho uma missão para você  Aline, uma missão secreta, chame mais dois caçadores experientes e de sua confiança, quero que siga Jace, tenho certeza de que ele sabe onde Alexander está. Quero que encontre meu filho. 

— O que vai fazer, Senhor Inquisidor? - Perguntou a garota com os olhos arregalados. 

— Vou dar uma lição aquele desertor, ele será acusado de deserção. 

— Mas Senhor Lightwood, se fizer isso, Alec terá suas marcas retiradas, deixaria de ser um caçador! Não pode fazer isso com seu próprio filho! 

— Eu sou o Inquisidor, tenho que dar o exemplo, mesmo se isso significar ter de punir meu próprio filho. - Disse Robert decidido. - Quero que você encontre Alexander, isso é uma ordem e não se esqueça, sigilo absoluto.