História Portas da Alma - Capitulo 41

Idris- Casa dos Lightwood.

A cada passo que Robert dava, mais a expressão de Alec mudava, mais a expressão de dor se acentuava e isso fez com que Magnus ficasse entre ele e o pai.

-Saia da minha frente, submundano. –Ordena desdenhando de Magnus, que revira os olhos.

Magnus encara Alec que estava com os ombros encolhidos, com uma expressão retorcida e Maryse estava ao seu lado, com uma expressão confusa,

-Não. –Afirma seguro. –Na verdade, nós dois já estávamos de saída. –Avisa estendendo a mão em direção a Alec, que a pega no segundo seguinte, apertando a mão do bruxo com força, fazendo-o imaginar o tipo de recado que ele quer lhe passar, então, olhando-o nos olhos azuis, ele entendeu.

Alec queria sair dali o mais rápido possível e o bruxo faria isso acontecer, tanto que ele o puxou em direção a saída, porém Robert fica à sua frente.

-Você não vai sair assim, Alexander. Ainda mais com esse submundano. –Afirma apontando em direção a Magnus. –Não pode vir me acusar de ser o seu sequestrador, transformar-se em traidor e sair assim. –Garante severo.

-Primeiro, ele vai sair comigo, porque ele é meu namorado. Segundo, nós pensamos que você era o sequestrador de Alexander por causa da sua loucura. Terceiro, Alexander nunca trairia a clave e até mesmo você, com a sua mente pequena e preconceituosa deveria saber disso. –Acusa, arqueando a sobrancelha.

-Não estou falando com você, submundano. Estou falando com o meu filho, que está mais parecendo um garotinho de dois anos assustado do que o filho que eu criei. Na verdade, desde que você entrou na vida do meu filho, você só o tem deixado fraco, transformando-o nesse ratinho assustado. –Acusa, com a voz carregada de nojo e a cada palavra que o homem proferia, mais Alexander se encolhia.

A mão do bruxo já estava dormente, mas o mesmo não iria reclamar, não quando Alexander parecia precisar tanto dele.

-Vamos, Magnus. –Pede Alexander, sussurrando no ouvido do bruxo. –Nós temos que ir. Temos o que fazer. –Revela murmurando, olhando-o nos olhos.

-Mas está cada dia mais frouxo. Você deveria ser banido desta família, é uma desonra usar o sobrenome Lightwood, um viadinho como você. –Acusa com nojo.

-Robert, você está passando dos limites. –Maryse intromete-se e Magnus nega com a cabeça.

-Isso é entre nós dois, Maryse. –Avisa, colocando Alexander para trás. –Eu aceito que me xingue, que fale bobagens para mim, mas não fale de Alexander, ele não. –Afirma irritado. –O seu filho é um dos homens mais corajosos que eu conheço e se você não pode aprender por bem, vai aprender por mal. –Garante, aproximando-se de Robert.

-Eu sou inquisidor, você não pode fazer nada contra mim, estaria violando as leis do pacto. –Lembra prepotente.

-Não importa. Eu faço qualquer coisa pelo seu filho e não me importo em fugir e ficar na clandestinidade. Eu posso ir para qualquer lugar e ninguém me encontra se eu não quiser. –Lembra deixando faíscas azuis saírem dos seus dedos, deixando Robert com medo, tanto que ele dá um passo para trás. –Vamos ver como é ser um veado de verdade? –Pergunta, estalando os dedos e transformando Robert num animal... Num veado.

-Magnus. –Repreende Alexander, aproximando-se de Magnus.

-Ele só vai ficar vinte e quatro horas assim. –Afirma, encarando o amado. –É bom para ele aprender, como é ser um veado, um de verdade, talvez ele entenda assim a diferença básica entre um animal e uma pessoa homossexual. O seu filho me ama e amar não é a fonte do problema, ou o meu gênero, ou a minha espécie, o problema é a sua cabeça pequena, o problema é a sua forma de pensar, achando que é melhor do que qualquer pessoa e com isso acaba afastando todos ao seu redor. Pois bem... Não vai machucar mais o homem que eu amo porque é assim. –Garante encarando Alexander, que o encara espantado. –Vamos, que nós ainda temos que salvar a sua irmã. –Chama, olhando nos olhos azuis de Alexander, que estava com um sorriso nos lábios.

                         * * * 

Idris - Prisão do Gard.

Jace acordou com uma terrível dor de cabeça, seu corpo todo doía e ele se sentia fraco, tentou levar a mão ao rosto e só então, percebeu que estava algemado a parede. Forçou sua mente a lembrar o que havia acontecido e logo as lembranças lhe vieram a mente, tentou se soltar mas era inútil, sem sua estela jamais conseguiria sair dali. 

Ouviu passos apressados no corredor e fechou os olhos fingindo estar desacordado, logo a voz de Helen e outro caçador chegou a seus ouvidos. 

— Onde diabos Robert se meteu?! Ele disse que já voltava, mas já faz uma hora que ele saiu! 

— Ele disse que tinha que ver algo importante, segundo os comentários que ouvi Alec, Magnus e Clary estavam aqui e o Inquisidor ficou louco e foi atrás deles, porém parece que Magnus Bane transformou o Inquisidor em um veado, literalmente. 

— Mais essa agora! Robert é mesmo um inútil, teve Alexander aqui e o deixou ir?! 

— Sinto muito senhorita, mas parece que foi exatamente isso. - Respondeu o caçador temeroso. 

— Que seja, eu vou interrogar Jace sozinha mesmo. - Disse Helen dando de ombros. 

Jace ouviu a cela ser aberta e se forçou a continuar de olhos fechados, estava preocupado, não conseguia acreditar que aquele idiota do Magnus pudesse ter deixado que Clary e Alec viessem até Idris! 

— Acorda, Bela Adormecida. - Disse Helen dando uma açoitada em Jace que abriu os olhos com um pulo. 

— Vadia. - Sibilou o rapaz. 

— Olha o respeito mocinho, agora me diga, onde Alexander está? Ele veio aqui agora a pouco, isso me faz deduzir que ele está em algum lugar por perto, já que provavelmente estava esperando por você e pelo mundano. 

— Uma hora dessas eles devem estar na pirâmides do Egito. - Disse Jace sarcástico levando outra chicotada. 

O loiro sentiu uma dor terrível quando Helen irritada sacou sua lamina serafim e a enterrou entre suas costelas, logo o sangue começou a jorrar do ferimento. 

— Resposta errada,Herondale. 

— Você é louca! - Disse Jace ofegante. 

— Não, sou apenas alguém que quer vingança. Agora me diga onde está Alexander? 

— A essa altura espero que ele esteja bem longe junto com Clary, Simon e Magnus. - Respondeu Jace com um sorriso debochado.

— Eu até poderia acreditar nisso se sua teoria não tivesse duas falhas terríveis. 

— Que seria? 

— Primeiro que tanto aquela garota insuportável quanto seu parabatai afeminado, jamais te deixariam para atras, não importa o argumento que o bruxo usasse.

— E segundo? - Perguntou Jace com raiva. 

— Segundo que o mundano está morto, não tem como ele estar com eles. - Disse Helen com uma expressão satisfeita ao ver Jace empalidecer. 

— S-Simon está morto?! 

                                                                  * * * 

Idris - Casa dos Lightwoods.

— Espere Alec, por favor, me diga o que está acontecendo. - Pediu Maryse segurando o braço de Alec, que apenas arregalou os olhos e olhou para Magnus pedindo apoio.

— É complicado Maryse, além disso, temos que ir atrás de Isabelle, prometo que quando voltarmos esclarecerei tudo para você. - Disse Magnus recebendo um olhar agradecido de Alec. 

— Tudo bem,vou esperar, mas só me prometa que trará todos os meus filhos de volta. - Pediu Maryse e Magnus se surpreendeu, era muito raro Maryse pedir algo a ele e o fato dela o está fazendo agora era seu jeito de dizer que confiava nele, que confiava seus bens mais preciosos a ele, isso aqueceu o coração do bruxo, mesmo que nunca houvesse percebido, a aceitação daquela mulher tão forte e independente era importante para ele.

— Vou trazê-los.

— Ótimo, está tudo muito lindo e comovente, mas caso vocês tenham esquecido, meu namorado e meu melhor amigo e e a namorada dele que por acaso é sua cunhada estão desaparecidos, Jace pode estar morto uma hora dessa! - Explodiu Clary. 

— A convivência com Jace está te afetando. - Disse Magnus sarcasticamente.

— Magnus! - Repreendeu Alec. - Clary, vai por mim Jace não está morto, eu saberia. 

— E-eu sei, mas estou preocupada. - Disse a menina com os olhos marejados. 

— Eu sei, eu também estou. - Disse Alec se aproximando e dando um abraço na garota.

Clary arregalou os olhos ao sentir os braços de Alec em volta de si, o garoto só podia estar desmemoriado mesmo, pois se ele tivesse todas as suas lembranças, ela tinha certeza de que ele jamais a abraçaria. 

— Vai dar tudo certo, mas temos que no apressar . . . - Magnus não terminou a frase, pois a porta se abriu com um estrondo. 

— Senhora Lightwood! Tenho noticias urgente! - Gritou um jovem de aparência nerd que entrou correndo na sala. 

— Arthie pode explicar o que significa isso? - Perguntou Maryse severa.

Arthie era seu ajudante, ele tinha apenas dezesseis anos, mas era muito inteligente e ficava com os olhos abertos mantendo Maryse por dentro de tudo o que ocorria na Clave. 

— Jace está preso na Gard e está sendo torturado! 

Clary sentiu seu chão sumir, Jace havia sido capturado! Não podia mais esperar, tinha que salva-lo, não suportaria vê-lo tão ferido como da ultima vez. 

—Leve-me até ele! - Disse segurando o braço do rapaz.

— Eu também vou, irei tirar meu filho da prisão, Magnus, Alec vão buscar minha filha e meu genro! - Disse Maryse pegando sua espada e saindo da sala.

— Boa sorte, qualquer coisa me chame. - Disse Magnus para Clary e abrindo um portal para que ele e Alec pudessem chegar ao reino dos Seelies.