História Portas da Alma - Capitulo 47

Idris - Gard.

 

Uma movimentação na entrada do Gard chamou a atenção de Robert e Maryse que estavam tendo a primeira conversa civilizada em meses. Ao se aproximarem puderam ver os guardas segurando dois garotos fadas, ambos ficaram confusos e frustrados com a audácia deles, invadirem Idris quando todos estavam em guarda por causa da guerra eminente era uma provocação extrema. 

— O que estão fazendo aqui? Expliquem-se! - Exigiu Robert. 

— E-Eu quero falar com minha irmã, preciso alerta-la! 

— E quem seria sua irmã? - Perguntou Maryse. 

— Minha irmã se chama Helen Brackthorn ela é esposa da filha da Consuela! 

— Mark? - Expantou-se a mulher olhando para o rapaz, ele estava diferente desde a ultima vez em que o vira, ele estava quase um garoto fada completo! 

— Sim, você . . . você é Maryse não é? Mãe de Jace, Alec e Isabelle! 

— Tragam-nos para dentro. - Ordenou Robert.

— Robert! Não pode trata-los como se fossem criminosos! - Irritou-se Maryse. 

— Depois do que aconteceu com Helen tenho todo o direito de trata-los como achar melhor, afinal como saberemos se não vieram espiar para a Rainha Seelie? 

Após dizer isso Robert caminhou de volta ao Gard em direção a sala que era usada para as reuniões da Clave, lá já se encontravam todos os atuais membros da Clave e até mesmo os representantes do submundo, antes de serem interrompidos Maryse e ele se encaminhavam para lá, onde aconteceria uma reunião de urgência, pois eles precisavam pensar sobre o que fazer com a declaração de guerra da rainha Seelie. 

Robert observou o recinto e percebeu que a cadeira daquele maldito feiticeiro estava vazia, assim como a da Consuela que ainda estava em um coma profundo, mas o que chamou a atenção do Inquisidor fora o fato que mais duas cadeiras foram adicionadas e que nelas se encontravam Tessa Gray e James Carstairs o ex-irmão do Silêncio. 

— O que estava acontecendo lá fora Robert? 

— Creio que teremos mais duas pessoas para a reunião Tobias. - Respondeu Robert para Tobias Whitellaw, um dos membros do conselho. 

Nesse momento a porta se abre e por ela entram Maryse, Mark e Kieran, Maryse vai até seu lugar ao lado de Robert e Mark e Kieran permanecem em pé na porta com os guardas os escoltando. Com um aceno de Robert logo duas cadeiras foram adicionadas e ele ordenou que os rapazes se sentassem. 

— Muito bem acho que podemos começar. Diga-me Mark Brackthonr o que está fazendo aqui? 

Mark olhou para os rostos ansiosos que lhe encaravam e depois focou seu olhar bi-color no Inquisidor respondendo sem ao menos gaguejar. 

— Eu vim pedir asilo para minha irmã já que fugi do povo das fadas. 

— E por que fez isso? - Perguntou Miria Monteverde, uma das poucas mulheres no conselho. 

— Porque aquilo lá era um inferno, minha vida era um inferno, mas não foi só isso, a rainha Seelie descobriu que eu estava passando informações do povo das fadas para Catarina Loss e como consequência ela queria acabar comigo e com Kieran. 

— Você era o informante de Catarina Loss? - Perguntou Maia surpresa. 

— Sim, Catarina me ajudou muito, a morte dela foi uma perda terrível. - Disse o menino triste. 

— Como você conseguiu escapar da Caçada Selvagem? Ninguém nunca conseguiu! - Disse Maryse. 

— Catarina me ajudou com um feitiço, ela já estava preparando minha fuga em segredo há um bom tempo, antes de morrer ela lançou o feitiço em mim, mas eu tinha que esperar a hora certa para fugir, porém ontem quando a rainha me ameaçou e também a Kieran, eu não pude esperar mais, tinha que nos tirar de lá. Onde está a Consuela e  Aline? E cadê a minha irmã? Por que elas não estão aqui? 

Maryse e Robert e todos os outros integrantes da reunião trocaram olhares e engoliram em seco, dava para perceber que Mark não mentia em relação a isso, mas ainda não sabiam se podiam confiar no garoto e o pior é que não faziam ideia de como contar a ele que tanto sua cunhada quanto sua irmã estavam mortas. 

— Helen e Aline estão mortas e a Consuela está em coma. - Disse Lily direta como sempre. 

Ao ver o choque e horror estampados na cara do garoto Maryse sentiu vontade de espancar a vampira, como ela podia ser tão insensível assim? Como pode dizer tão friamente uma coisa dessas? 

— Sensível como sempre não é Lily? - Perguntou Maryse friamente. 

— O que é? Elas realmente estão mortas, melhor contar logo do que ficar enrolando o menino! - Defendeu-se a vampira. 

— C-Como assim minha irmã está morta? - Perguntou o menino com os olhos marejados. 

— Ela foi morta ontem, sinto muito Mark. - Dise Maia com simpatia para o menino, afinal ele não tinha culpa por sua irmã ter feito coisas ão horríveis. 

— Foi morta? Quem a matou? Quem foi o desgraçado que matou minha irmã? - Gritou Mark e sentiu os braços de Kieran tentando acalma-lo, porém nada conseguiria acalma-lo nesse momento, apenas o sangue de quem se atrevera a matar sua doce irmã, que sempre fora tão protetora e amorosa, uma pessoa como Helen não merecia ser machucada, muito menos morta! 

— Eu a matei.

Todos olharam para a porta e viram Jace entrar por ela e parar a poucos centímetros da mesa, Maryse franziu o senho, Jace estava diferente, estava mais sombrio, aquele não era seu filho adotivo. 

— Por quê? Por que você matou minha irmã? - Gritou Mark. 

— Porque sua irmã era uma maldita vadia. - Disse Jace tranquilo. 

— Eu admirava você, mas agora só quero sua cabeça rolando, desgraçado, como pode fazer isso? Como pode matar minha irmã? Helen era uma boa pessoa, a pessoa mais doce que já existiu, ela fez de tudo para nos proteger. Como você pode mata-la? 

Mark já não conseguia se controlar, o rapaz gritava e chorava ao mesmo tempo, sua vontade era fazer Jace pagar na mesma moeda, para que o loiro sentisse a dor que ele estava sentindo nesse momento. 

— Sua irmã era tudo menos inocente, por causa dela muitos morreram, você deveria se atualizar mais. - Disse Jace ainda com aquela calma que estava irritando ainda mais o rapaz. 

Sem pensar em mais nada Mark desvencilhou dos braços de Kieran e atacou Jace que pego de surpresa acabou caindo no chão, aproveitando a vantagem Mark sentou em cima do loiro e começou a desferir socos na cara do loiro, que após se recuperar da surpresa conseguiu segurar as mãos de Mark e usou uma de suas pernas para conseguir derrubar Mark ficando por cima e revidando os socos. 

Todos olhavam pasmos para a cena, por um momento não souberam o que fazer até que Kieran usou uma das cadeiras para acertar Jace que com o golpe ficou tonto e saiu de cima do Brackthorn, Kieran correu e ajudou o namorado a levantar, porém tanto Mark quanto Jace estavam irados e queriam voltar a se espancar. Tomando conta da situação Lily segurou Jace e Jem segurou Mark, os guardas chegaram correndo, mas os dois já estavam contidos pela vampira e pela lobisomem. 

— Eu vim aqui para dizer os planos da Corte Seelie, mas agora eu não vou dizer nada, quero mais que você queime no inferno Herondale, não me importo se as fadas destruírem tudo isso, quero mais é que você e aqueles que amam queimem! 

— Mark! - Gritou Kieran desesperado, seu namorado estava fora de si, mas ao dizer isso ele acabava de se colocar contra a Clave e o garoto fada tinha medo do que a Clave poderia fazer. 

— Garoto, você sabe que isso é considerado traição não é? - Perguntou Robert.

— Não me importo, não me importo com mais nada! 

— Levem-no para a prisão. - Disse Robert para os guardas.

Kieran tentou intervir porémTessa segurou seu braço discretamente e o garoto a olhou desesperado, porém Tessa lhe mandou um olhar de aviso. 

— Não, se você se meter em confusão agora não poderá ajuda-lo depois. - Sussurrou a garota e viu Kieran acenar com a cabeça frustrado.

— Levem também o garoto fada, ele não é confiável, nenhuma fada é. - Disse Robert.

— Não! Robert, ele não fez nada, muito pelo contrário, ele traiu o próprio povo para nos ajudar! - Disse Jem se pondo à frente de Kieran e olhando firme para o Inquisidor que recuou perante aquele olhar tão jovem e ao mesmo tempo tão velho. 

— Ele será sua responsabilidade. - Disse Robert saindo da sala irritado.

— Por que você fez isso? Por que matou a Helen? - Perguntou Kieran para Jace. 

O loiro lhe lançou um olhar duro e logo lhe endereçou um sorriso sombrio que causou um arrepio na coluna do rapaz.

— Porque eu quis. 

Dizendo isso Jace saiu da sala deixando todos pasmos com sua atitude. 

                        * * * 

Idris- Casa dos Lightwood.

 

Alec não conseguira dormi, ele ficara observando o  bruxo adormecido, cada misero traço da sua fisionomia, cada misero centímetro do seu corpo, ele gostava desse Magnus, sem roupas extravagantes, gel, purpurina e maquiagem, ele gostava quando o seu amado estava sem as suas barreiras, sem medo de ser quem ele era realmente.

E saber que ele poderia fica assim ao seu lado, era uma alegria sem tamanho para Alec.

Mesmo a contragosto o rapaz se levantou, vestiu uma roupa e saiu do quarto, seguindo em direção à cozinha e começando a preparar um café para ele e Magnus, já que pelo jeito ninguém mais havia voltado para casa.

- Alec. –Chama Jace, fazendo-o se virar.

-Oi. –Cumprimenta, voltando os seus olhos em direção ao café. –Vou querer saber o que aconteceu com o seu rosto? –Pergunta suspirando.

-Não. –Responde, sério.

-Ok. –Sussurra, suspirando.

O moreno não queria pensar e muito menos conversar com o parabatai agora, ele precisava de um tempo para digerir tudo, mas ele sentia, de alguma forma, que Jace precisava dele.

-Eu matei a Helen porque eu estou cheio. - Começa Jace, encostando-se ao lado de Alec. –Cheio de injustiça, cheio de ser o bom rapaz, enquanto todo mundo só quer tirar aqueles que eu mais amo de mim, acabar com as nossas vidas. –Esbraveja nervoso. –Eu nunca mais vou deixar alguém que eu amo sofrer injustamente. –Garante olhando nos olhos de Alec.

-Foram três anos mesmo? –Pergunta olhando-o nos olhos.

-Foram. Ela estava possuída pelo pai de Magnus. –Responde desviando o olhar.

-Acho que nós dois não temos muita sorte com os nossos pais. –Sussurra suspirando. -Você fez o que tinha que fazer, mas... Não deixe que essa sede de vingança tire de você o que é mais precioso. –Pede calmo.

-O quê? –Pergunta confuso.

-Você mesmo. Não se perca. –Pede servindo três xícaras de café. –Porque é exatamente o que o pai do Magnus quer, ele quer nos corromper. Ele já me afetou o suficiente para uma vida inteira, não o deixe ganhar assim tão facilmente. –Sussurra desviando o olhar.

-O que quer dizer? –Pergunta confuso.

-Somos caçadores de sombra, nós protegemos. Nós somos protetores, não importa se é um seelie, um lobisomem, um vampiro, um feiticeiro ou mundano. O nosso dever é proteger, eles sempre estão acima de nós. –Lembra suspirando.

-Como consegue? –Pergunta confuso.

-Eu não sei. –Responde confessando. –Todos nós somos iguais, a única diferença é o caminho que nós pretendemos seguir. –Revela suspirando.

-Eu não vou conseguir sair dessa sem você. –Confessa Jace, negando com a cabeça.

Alec solta um suspiro, deixando as xicaras em cima da bancada.

- Suplique-me para não deixar-te ou que volte de seguir-te;Para onde quer que fores, eu irei; E onde ficares eu ficarei; Seu povo será meu povo, e seu Deus será meu Deus, onde quer que morras morrerei eu e ali serei sepultado. Faça-me assim o Anjo e outro tanto,se outra coisa que não a morte me separar de ti. –Recita o juramente, com as mãos entrelaçadas a Jace, que solta as suas mãos e dá um abraço apertado em Alec.

-Eu te amo, irmão. –Declara sussurrando.

-Eu também te amo, Jace. –Declara suspirando. –Vamos passar por tudo o que tiver que passar juntos. –Garante, soltando Jace e o olhando nos olhos.

-Ok. –Sussurra, concordando com a cabeça.

Alec suspira e o observa se afastar, o moreno pega as duas xicaras de café, saindo da cozinha logo em seguida para dar de cara com Robert.

-Alec, eu... –Interrompe-se, ao ser ignorado pelo filho, que sobe as escadas e adentra no seu quarto, encontrando Magnus acordado e se vestindo.

-Você vai fugir de mim? –Pergunta arqueando a sobrancelha, fazendo-o rir.

-Não, eu só pensei que tinha acontecido alguma coisa. –Responde, sentando-se na ponta da cama e recebendo a xicara de café de Alec.

-Eu só fui fazer café. –Sussurra, sentando-se atrás do feiticeiro, que encosta o seu corpo no do rapaz, tomando um bom gole de café. –Jace está perdido. –Murmura, encostando o seu queixo no ombro de Magnus.

Ele sente Magnus soltar um suspiro e beijar a sua bochecha, encostando a sua testa na mesma logo em seguida.

-Não está sozinho nisso. –Garante de olhos fechados.

-Eu sei que não estou. –Garante beijando os cabelos de Magnus, que olha em seus olhos e suspira. –Eu amo você. –Declara, alisando o rosto de Magnus, que concorda com a cabeça e lhe rouba um selinho.

-Eu também amo você. –Declara abraçando-o.

                 * * * 

Idris - Mansão Carstairs.

 

— Eu tenho que tira-lo de lá, não posso deixar Mark preso lá, ele já fugiu de uma prisão, não é justo voltar para outra! E pior agora ser preso por seu próprio povo! - Disse Kieran desesperado. 

Tessa olhava para o rapaz com pesar, ela sabia o quanto a Clave e Robert podiam ser cruéis quando queriam, na verdade ela sabia que o próprio Kieran só estava livre porque Robert e os demais ainda temiam Jem, eles acreditavam que o moreno ainda tinha algum tipo de poder de sua época de irmão do Silêncio. 

— Acalme-se, nós vamos pensar num jeito de tira-lo de lá, mas temos que ser espertos e não podemos ter a Clave contra nós no momento, isso é tudo o que a rainha Seelie quer agora. - Disse Jem.

— Mas o que diabos aconteceu? Por que Jace Herondale matou a irmã do Mark? 

— Nós acabamos de chegar, não sabemos de muita coisa, mas segundo o que Maryse Lightwood nos contou, Helen foi controlada por um demônio e fez coisas horríveis, ela foi responsável por muitas mortes, entre elas a de Catarina Loss e Simon Lewis, assim como também foi responsável pelo sequestro de Alec e também sua tortura. Tudo o que sei é que quando ela confessou tudo isso Jace perdeu a cabeça e acabou matando-a. - Respondeu Tessa. 

— E o que faremos agora? Como vamos tirar Mark de lá? 

— Vamos esperar que eles se acalmem um pouco, eu vou conversar com eles e intervir a favor de Mark. - Disse Jem com sua habitual calma, Tessa olhou para ele e se perguntou se alguém seria capaz de quebrar essa calmaria do moreno, ninguém conseguia tal ato desde Will. 

— Eu também irei intervir a favor de Mark, a essa altura a Clave não se pode dar ao luxo de fazer inimizade com os seus aliados eles vão precisar dos licantropos se quiserem ter uma chance de vencer essa guerra. - Disse Maia decidida. 

— Se é assim não será os Filhos da Noite que ficarão de fora, eu também irei intervir a favor do garoto Brackthorn, até porque Jace Herondale foi longe demais. - Disse Lily. 

— Vai ficar tudo bem Kieran. - Disse Tessa com a mão no ombro do rapaz que lhe deu um sorriso agradecido. 

Após alguns minutos de silêncio, Maia que olhava para todos os lados da sala resolve quebrar o clima tenso. 

— De quem é essa casa? 

— Minha, está na minha família há séculos, vou da-la a Emma quando ela se casar. - Disse Jem simplesmente. 

Lily olhou pra o moreno com os olhos semicerrados, não sabia se podia confiar no ex-irmão do Silêncio, Jem era calmo demais, nada parecia perturba-lo, não sabia dizer se ele sempre fora assim ou se era a experiência que lhe trouxe essa calma, só sabia que não podia confiar em quem nunca se estressava. 

Tessa olhava para a vampira tentando não rir das caretas que esta fazia para Jem sem perceber, a feiticeira podia até adivinhar o que se passava na cabeça da vampira, para alguém tão sangue quente devia ser frustrante encontrar alguém tão oposto. 

O som da campainha tirou Tessa de seus devaneios e assustou os demais que estavam cada um preso em seus próprios pensamentos, Jem foi até a porta e percebeu com certa surpresa que se tratava de Clary, a ruiva estava acabada, tinha os olhos inchados de tanto chorar, os cachos vermelhos estavam desgrenhados e ela parecia que tinha perdido a alma. 

— Clary? Aconteceu alguma coisa? - Perguntou Tessa preocupada se aproximando da porta.

Clary correu para os braços de Tessa que arregalou os olhos mas permitiu que a ruiva chorasse em seus braços, o desespero da mais nova estava partindo o coração da feiticeira que olhou assustada para Jem. 

— E-encontraram o c-corpo do Simon! - Disse a menina caindo novamente em um choro desesperado. 

                                                                                   * * * 

Idris - Casa dos Lightwood.

 

A campainha soava estridente e ninguém se prontificava em atender, Robert ainda estava em seu quarto de mau humor, a reunião fora uma catástrofe e agora ele ainda tinha o problema do garoto Brackthorn nas mãos, Izzy ainda estava perdida em seu mundo de dor e depressão, Jace estava deitado pensando nas palavras do parabatai e Alec estava irritado por causa do barulho infernal da campainha, decidido o garoto levantou da cama ao qual estava deitado com o namorado e resolveu atender a maldita porta. 

— Aonde vai Alec? - Perguntou Magnus levantando da cama e encarando o namorado.

— Vou dar um fim nesse barulho irritante! 

Magnus revirou os olhos e foi atras do namorado que descia as escadas rapidamente, quando chegou a metade do corredor o bruxo percebeu que ainda estava sem camisa, irritado voltou para o quarto para se arrumar apropriadamente, tudo o que ele menos queria no momento era mais motivos para Robert reclamar dele. 

Quando finalmente conseguiu descer, Magnus entrou na sala e percebeu que Alec estava sentado no sofá com uma expressão pesarosa e que a sua frente se encontrava Luke Garroway. 

— Aconteceu alguma coisa? - Perguntou preocupado. 

— Olá Magnus, eu só vim avisar que encontramos o corpo de Simon, eu fui até o Gard mas lá está um caos e não tinha ninguém a quem eu pudesse recorrer, então resolvi vir aqui e ver se Robert estava. - Disse Luke com fisionomia cansada. 

Magnus fechou os olhos por um momento, agora era oficial, sem um corpo ainda podiam ter esperanças, mas agora, agora sabiam que Simon realmente estava morto. 

— Vocês poderiam avisar a Robert e a Izzy? Eu vou levar o corpo dele para Nova York e fazer com que a ele tenha um enterro descente, a família dele merece isso. Eu sei que a Clave vai ser contra, mas ele ainda não havia ascendido, logo ainda é um mundano. 

— Dane-se a Clave! O Simon está morto! E a culpa é minha! - Gritou Alec assustando a todos.

— Não é sua culpa Alec! - Disse Magnus abraçando o namorado. 

— Tudo isso só está acontecendo por minha causa Magnus! - Disse  rapaz com os olhos marejados. 

— Alec, Simon é uma grande perda, mas ele sabia onde estava se metendo quando resolveu embarcar nessa historia. Ele sabia dos riscos. - Disse Luke cansado. 

— E a Clary como está? - Perguntou Magnus.

— Devastada, deixei Jocelyn cuidando dela, mas ela se trancou no quarto e se recusa a sair, sinceramente não sei o que vai ser a partir de agora. - Disse Luke triste. 

— O que vai ser é que vou matar uma rainha e um príncipe. - Disse Jace descendo as escadas. 

Luke olhou espantado para o garoto, Jace estava com o rosto todo desfigurado, seu olho esquerdo estava inchado e quase fechado, seus lábios cortados, tinha um hematoma na bochecha direita. O licantropo lançou um olhar interrogativo para Alec e Magnus, mas o moreno de olhos azuis apenas negou com a cabeça e ele desistiu de perguntar o que havia acontecido. 

— E como pretende fazer isso? - Indagou Magnus.

— Ainda não sei, mas descobrir é só uma questão de tempo. - Disse o loiro indiferente saindo da casa e deixando os três preocupados.

Definitivamente Alec tem razão, Jace está perdido! Pensou Magnus preocupado.