Brooklin- Apartamento de Magnus.
Alec observava Magnus remexer em todos os seus livros.
Ele se sentou na ponta da sua mesa, observando-o abrir inúmeros livros e soltar um suspiro.
-O que está procurando exatamente? –Pergunta, cruzando os braços.
-Não é fácil matar um príncipe do inferno, Alexander. –Responde olhando-o nos olhos. –Eu nunca ouvi falar em nenhum caçador de sombras que conseguiu. –Confessa seguro.
-Concordo. –Sussurra preocupado. –O que pretende fazer? Senão podemos mata-lo? –Pergunta analisando-o com atenção.
-A resposta mais simples é aprisiona-lo. –Responde suspirando. –Não será fácil, vou precisar de muita energia, mas é o que eu posso fazer. –Revela aproximando-se de Alec, com um livro aberto nas mãos.
-Como pretende fazer isso? –Pergunta, analisando-o com cuidado.
-Pretendo prendê-lo num receptáculo. –Responde encostando-se a Alec, que encosta a sua cabeça no ombro do namorado.
-Como vai construir isso? –Pergunta analisando os desenhos.
-Magia, muita magia. –Responde fechando os olhos com força. –Terei que ligar para outro feiticeiro. –Revela suspirando.
-Quem? –Pergunta alisando o rosto de Magnus, fazendo-o abrir os seus olhos.
-Um amigo. Chama-se Malcolm Fade. –Revela pensativo.
Alec sabe o que o namorado está pensando, ele está sofrendo. Numa hora como essas, ele ligaria para os seus dois melhores amigos, ele teria a ajuda que precisasse, sem pestanejar, sem argumentos. Ele os teria junto de si.
-Ragnor e Catarina vão estar com você aonde quer que estejam. –Garante, alisando os cabelos de Magnus, que o encara e lhe lança um sorriso.
-Eu espero que sim. –Comenta suspirando. –Malcolm pode se recusar, Alexander. Esse feitiço irá gastar muito da minha energia. –Afirma, enquanto Alec encosta a sua testa na dele.
-Você tem a minha energia, poderá pega-la quando precisar, o quanto precisar. Sabe disso, não sabe? –Pergunta olhando-o nos olhos, sentindo-o concordar com a cabeça.
-Eu sei disso. Eu sei que eu posso contar com você, Alexander. –Garante, roubando-lhe um selinho demorado.
-Só me prometa que não vai usar toda a sua energia. Que não vai morrer por causa do seu pai. –Pede, alisando o rosto de Magnus, sentindo a sua pele se arrepiar.
-Vou fazer o que for preciso fazer. –Afirma garantindo.
-Não vou lhe deixar morrer por causa dele. –Garante seguro. –Você entende isso? –Pergunta, colando o seu corpo ao de Magnus. –Magnus. –Chama ao senti-lo fraquejar.
Alec retira o livro das mãos de Magnus, colocando-o em cima da mesa, voltando a colar o seu corpo no do feiticeiro logo em seguida.
-Eu entendi. –Garante, concordando com a cabeça, ao senti-lo alisar os seus cabelos. –Nada de excessos. –Murmura suspirando.
-Vamos falar com esse tal de Malcolm Fade. –Avisa afastando-se dele. –Abra o portal. –Manda, pegando o livro e Magnus o encara sem entender. –Não é o tipo de coisa que podemos pedir por telefone. Podemos? –Pergunta e Magnus ri e concorda com a cabeça.
-Ok.Vou abrir o portal. –Afirma beijando a bochecha de Alec, roçando o seu nariz em sua bochecha, soltando um suspiro logo em seguida. –Mas... Eu quero um beijo descente. –Afirma, observando Alec virar o seu rosto e abrir um sorriso.
O moreno toma os lábios do feiticeiro, embrenhando os seus dedos nos cabelos dele, intensificando ainda mais o beijo, sentindo-o adentrar a sua camisa com as suas mãos, alisando a sua barriga, arranhando a sua pele de leve.
Ele estava afobado, fazendo-o soltar um gemido de satisfação.
-Nós podemos fazer isso depois que voltarmos. –Garante, mordiscando o lábio do feiticeiro, que concorda com a cabeça.
-Eu vou cobrar isso. –Afirma, roubando-lhe mais um selinho e se afastando logo em seguida.
* * *
Idris- Prisão.
Mark estava de cabeça abaixada, quando sentiu que estava sendo observado. Ele levanta o rosto e encontra Kieran, ao lado de Jem, que estava com os braços cruzados para trás.
-O que estão fazendo aqui? –Pergunta, confuso.
-Nós conseguimos te soltar. –Responde Kieran animado, quando o carcereiro abre a porta da cela.
O loiro não pensou duas vezes, ele simplesmente puxou Kieran para os seus braços, enterrando o seu rosto na curva do seu pescoço.
-Saiba que as coisas não estão nada bem. –Revela Jem, encarando-o.
-Estamos em guerra? –Pergunta, passando o braço na cintura de Kieran, sentindo-o suspirar.
-Estamos. E daqui a pouco estamos partindo para Nova York. –Responde, suspirando.
-E os meus irmãos? –Pergunta, preocupado.
-Eles não tem idade para algo assim. Vão ficar aqui em Idris na minha casa. –Responde Jem, tranquilizando o loiro, que concorda com a cabeça.
-E você? –Pergunta, encarando Kieran.
-Eu vou aonde você for. A sua luta é a minha luta. –Responde, olhando-o nos olhos. –Não importa aonde, não importa contra quem. –Garante, entrelaçando os seus dedos nos de Mark, que solta um suspiro e abre um sorriso discreto.
-Vamos, então. –Chama, puxando-o para fora da prisão. –Magnus e Alec já foram para Nova York? –Pergunta e Jem concorda com a cabeça.
-Foram, ficaram lá desde o enterro de Simon. –Revela, suspirando.
* * *
Nova York - Instituto.
Jace amolava pela quinta vez sua coleção de armas, o loiro arrumava todas elas por ordem de tamanho, limpava a poeira de uma por uma, depois de arrumadas ele as observava penduradas na parede de seu quarto, olhou para as facas e adagas mas algo não parecia certo, se aproximou e viu que uma delas não estava alinhada conforme a ordem, agitado o rapaz começou a retirar todas as armas outra vez e arruma-las. Uma batida na porta o tirou de sua concentração, o loiro olhou irritado para a porta, não queria receber ninguém, não queria falar com ninguém, por isso havia se trancado em seu quarto, porque queria privacidade.
— Entre. - Disse com um rosnado.
A porta se abriu lentamente e uma figura ruiva apareceu na porta, ela observou as armas impecavelmente amoladas e limpas colocada em cima da cama e depois olhou para o loiro.
— O que está fazendo?
— Acho que é meio óbvio, estou arrumando minhas armas, uma guerra se aproxima, tenho que deixa-las pronta para o uso.
— Mas Jace, elas estão impecáveis! Achei que você houvesse superado um pouco essa sua mania de toc.
O loiro que até então limpava a adaga Herondale virou-se para a ruiva a encarando diretamente desde que ela entrara no quarto, ela parecia um pouco melhor, pelo menos seu rosto tinha um pouco de cor.
— Interessante Clary, vai ver eu tive um retrocesso , assim como nosso relacionamento. - Diz o loiro amargo.
— C-como assim? - Pergunta a ruiva assustada.
— Desde quando você bate na porta do meu quarto?
— A-achei que você fosse querer privacidade e não queria entrar de uma vez.
— Diga-me Clary, algum dia você vai me perdoar pela morte do Simon?
Claryo olhou mais assustada ainda, Jace estava amargo, quase como quando o conhecera e ela só podia culpar a si mesma, as coisas que dissera a ele naquele momento de dor o haviam magoado muito. A ruiva ficou com medo, medo de perder Jace assim como perdera Simon, não suportaria perder o loiro também, porém seu coração estava tão magoado que ela não conseguia pensar em algo para dizer a ele, algo para acalma-lo, algo para que ele a perdoasse pelo que dissera.
— Jace . . .
Ao ver a expressão no rosto da garota Jace se encolheu e algo lhe dizia que não iria gostar do que ela fosse falar e por um momento ele se perguntou se Clary se arrependia pelo relacionamento deles.
— Deixa quieto, melhor não perguntar o que eu obviamente não vou gostar de saber.
A ruiva se desesperou, não sabia como consertar o que dissera, Jace estava mais frio, mais sombrio e ela novamente se lembrou de quando o conhecera e que havia o comparado à um leão, algo em seu olhar estava selvagem, algo estava acontecendo com ele e ela presa em sua própria dor não havia percebido.
— Jace me perdoa, me perdoa por ser egoísta e pensar só em mim, e-eu estava magoada, a dor era grande demais, mas eu não te culpo pela morte de Simon, não devia ter lhe dito aquilo, sinto muito.
— Clary . . .
Nesse momento um alarme ecoou pelo instituto, Clary olhou para o loiro e este a encarou por um momento antes de sair em disparada do quarto, Clary correu atras dele porém Jace já havia sumido, quando chegou a escada olhou horrorizada para a entrada, vários guerreiros fadas invadiam o instituto e Jace tentava conte-los. A ruiva por um momento não conseguiu se mover até ouvir um ruído ao seu lado e perceber que era Isabelle com o rosto completamente pálido e seu chicote nas mãos.
— Pelo Anjo! Clary chame ajuda agora! - Disse a morena descendo as escadas e indo ajudar Jace.
Clary correu até seu quarto pegou sua espada e celular logo discando um número que já lhe era bem familiar.
— Alo? Clary aconteceu alguma coisa?
Clary ouviu a voz reconfortante de Tessa no telefone e ficou um pouco mais calma.
— Tessa você pode avisar a Clave que o instituto está sendo atacado por fadas? Estamos apenas Jace, Izzy e eu, não sei se poderemos detê-los por muito tempo!
— Pelo Anjo! Vou avisar Jem e os outros, aguente firme Clary, logo chegaremos aí.
— Obrigada.
Clary encerrou a chamada e logo discou outro número.
— Clary?
— Magnus o instituto está sendo atacado por fadas, não sei onde vocês estão, mas precisamos de ajuda, por favor, venha rápido!
— Já estou indo, alguma chance de eu deixar Alexander aqui? -Clary ouviu a pergunta ansiosa do bruxo e fechou os olhos, ela sabia que Magnus estava cada vez mais super protetor em relação à Alec, desde que o encontraram o bruxo não saia de perto dele, mas ela não podia se dar ao luxo, precisavam de ajuda e ela temia que Jace mais que os outros.
— Sinto muito Magnus, mas Jace precisa do parabatai.
— Estou indo. — Disse o bruxo com um suspiro rendido.
Quando chegou na sala a ruiva viu que Jace de alguma forma conseguira impedir que as fadas entrassem no instituto e agora ele e Isabelle lutavam de costas um para o outro tentando impedir as fadas, porém eram muitas, a ruiva contou pelo menos cem guerreiros muito habilidosos.
Quando chegou a porta a ruiva viu o chicote de Isabelle caído na entrada, correu para pega-lo e rapidamente começou a usar o chicote nas fadas que se aproximava demais dos dois caçadores. Jace levantou a cabeça rapidamente e a olhou, a ruiva pode ver o pânico em seu rosto, e ele mexendo a boca numa pergunta muda, o que você está fazendo aqui? Volte para cima. Era o que seus olhos diziam, ignorando-o Clary continuava a atar as fadas com o chicote, não tinha o mesmo efeito que em demônios, mas estava servindo para afasta-las um pouco.
Jace atacava sem piedade, seus movimentos rápidos e precisos, porém eram muitos e eles estavam em desvantagem, o loiro temia que Clary e Izzy se machucassem, ele não sabia como as fadas conseguiram abrir as portas do instituto, mas não podia deixa-las entrar. Um movimento a sua direita o chamou sua atenção, o loiro se desviou por pouco da espada do guerreiro fada, porém no processo quebrou a formação com Isabelle, olhou rapidamente para a morena e viu ela lutando contra dois guerreiros.
— Izzy, pegue Clary e entre no instituto, vou segura-los aqui, vai!
— Não! Você está louco? Nem mesmo você pode com tantos guerreiros juntos Jace!
— Isabelle temos que proteger o instituto, se eles conseguirem entrar lá será o fim! Vá logo, Clary deve ter chamado ajuda, ande logo, pegue ela e saía daqui! - Mandou o garoto.
— Não! Jace não vou perder você também!
— Isabelle vá logo! Não vê que vocês só estão me atrapalhando? Não posso me concentrar na luta se estiver preocupado com vocês! - Gritou o loiro fazendo a morena arregalar os olhos.
— O que está acontecendo com você?
— Agora não é hora pra isso, pegue a Clary e entre no instituto, tranque as postas vai!
A morena o olhou pela ultima vez e logo se pôs a correr em direção a Clary que estava na entrada do instituto lutando com uma das fadas que conseguiu passar por ela e Jace, a ruiva com ataque preciso conseguiu atingir o pescoço da fada, Isabelle se aproximou dela e a segurou pelo braço entrando no instituto e fechando a porta.
— O que está fazendo? Jace está lá fora! - Gritou Clary.
— Eu sei, foi ele que mandou eu fazer isso, não estou de acordo, porém tinha algo irredutível em seus olhos.
— Izzy, Jace não está bem, alguma coisa está acontecendo com ele, não podemos deixa-lo lá sozinho ele vai morrer!
Isabelle a ignorou e correu para dentro do instituto, chegou até a sala de armas com Clary em seu encalço, abriu o grande armário e retirou uma caixinha pequena de lá, abriu a caixinha e olhou seu conteúdo respirando aliviada.
— Izzy o que é isso?
— Jace disse para não estarmos lá, não disse para não o ajudarmos, isso aqui é um dos experimentos de Henry Branwell, nunca chegou a ser usado, porém segundo ele isso deve criar algum tipo de explosão.
— E você vai jogar algo não testado e que tem mais de cem anos lá onde Jace está?
— E temos escolha? Clary eles são muitos, Jace não tem chance sozinho, nós não temos chances, até a ajuda chegar isso vai demorar e muito!
Clary concordou com a cabeça e ambas correram para o teto do instituto, Izzy se aproximou da borda e mirou o mais longe possível de Jace para logo em seguida jogar as duas bolinhas coloridas e pedindo aos céus para que funcionassem, Henry havia sido conhecido por ser um grande inventor, porém nem todas as sua invenções funcionava.
Por um momento nada acontecera, tanto a morena quanto a ruiva acharam que havia falhado e logo pegaram suas armas para ajudar o loiro que lutava sozinho lá em baixo contra todas aquelas fadas, porém logo um clarão se fez presente e uma explosão abalou tudo, ambas foram arremessadas para longe, Clary quase caiu do outro lado do telhado, e Isabelle se segurou com força num dos adornos do telhado.
Quando a nuvem de fumaça e destroços passou, Clary correu assustada para a borda do telhado tentando achar Jace desesperada, porém a cena que viu fez seu sangue gelar, a entrada do instituto estava completamente destruída e havia corpos de fadas por todos os lados. Clary correu os olhos angustiada tentando achar Jace, mas nada, apenas corpos sem vidas de fadas caídos.
— Izzy o que você fez?
— E-eu n-não achei que fosse tão poderosa assim, achei que seria um explosão pequena! - Disse a menina saltando do telhado e correndo assustada pelos corpos procurando pelo loiro. Clary também desceu do telhado com o coração aos saltos, não poderia perder Jace também!
* * *
Los Angeles - Casa de Malcolm Fade.
Alec viu Magnus se afastar pedindo desculpas para atender seu telefone, como Malcolm parecia entretido em seu próprio mundo o caçador se afastou rapidamente e foi atrás de seu namorado.
— Aconteceu algo? Magnus, está tudo bem? - Perguntou ao ver a expressão no rosto do namorado.
— É . . . Alec, acho que precisamos voltar o instituto está . . .
Alec não ouviu o resto da frase de Magnus, uma dor latente em seu peito o fez arfar e se encolher, sentiu o gosto de sangue na boca e levou a mão até ela assustado, porém não havia sangue, olhou para Magnus, mas uma nova onda de dor o fez se curvar.
— Alexander o que você tem?
— A-acho que Jace está com problemas, precisamos ir Magnus, preciso ver meu parabatai!
Magnus viu a angustia nos olhos de Alec e logo começou a abrir um portal, nem se importou em se despedir de Malcolm, Alec assim que viu o portal aberto nem esperou pelo bruxo, atravessou correndo com Magnus logo atrás.
— O-o que aconteceu a-aqui? - Sussurrou o caçador em choque.
Magnus deu um passo para o lado e viu o que tanto assustou Alec, o instituto estava um caos, a entrada destruída e corpos de fadas por todo lado, eles avistaram duas figuras andando desesperadas pelos corpos e logo perceberam que eram Isabelle e Clary.
— Izzy o que aconteceu aqui? Onde está Jace? - Perguntou Alec correndo até a irmã e suspirando aliviado por ver que tanto ela quanto Clary pareciam bem.
— E-eu não queria que isso acontecesse, Jace está em algum lugar nesse caos!
Alec arregalou os olhos e logo se pôs a procurar pelo loiro e pedindo aos céus que seu parabatai estivesse bem.
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