História Portas da Alma - Capitulo 55

Nova York- Arredores do Instituto.

As ruas estavam uma loucura, os mundanos não entendiam o que estavam acontecendo, alguns diziam que eram um ataque terrorista, outras que eram gangues lutando pelo poder.

Resultado: As ruas de Nova York estavam em chamas, enquanto seelies e caçadores de sombras estavam se digladiando no meio das ruas.

Lily seguiu em direção ao Instituto, Alec havia lhe pedido para ajudar a sua família e era exatamente isso que estava fazendo.

Estava suja de sangue, os seus sapatos estavam em petição de miséria e tudo o que ela queria, era gritar com a primeira pessoa que conseguisse, até que viu uma mulher de cabelos negros e olhos azuis, entrar no Instituto, guardando a sua lamina serafim.

-Guardem os arredores. –Manda Lily e os vampiros assim o fazem.

-Obrigada por vir. –Agradece Clary, aproximando-se dela. –Senão estivesse aqui à caçada selvagem iriam nos aniquilar. –Afirma, ofegante.

-Não fiz por você. –Afirma revirando os olhos.

-Alec vai ficar orgulhoso de você. –Afirma calma.

-Cadê ele? –Pergunta irritada.

-O trabalho dele é um pouco mais perigoso que o nosso. –Revela, arregalando os olhos. –Vem mais trabalho por ai. –Afirma, sacando a sua lamina serafim, enquanto Lily mostra os seus dentes para o seu inimigo e eles ainda tinham que ficar preocupados em não acertar um meio-seelie e um seelie que estavam ao lado dos caçadores de sombra.

                          * * * 

Brooklin- Apartamento de Magnus.

Todos os preparativos do feitiço já haviam sido providenciados, a Matriosca já havia sido reforçada e Magnus sente como se o chão estivesse sendo tirado debaixo dos seus pés pouco a pouco.

-Saiam. Vou invocar Asmodeus, quando eu der o sinal, vocês começam a conjurar o feitiço e se aproximam. –Manda, observando Malcolm concordar com a cabeça e Alec ficar ao lado do amado. –Isso se estende para você também, querido. –Afirma duramente.

-Não vou lhe deixar invocar o seu pai sozinho. –Afirma com uma careta no rosto. –Nós vamos fazer isso juntos. –Garante, entrelaçando os seus dedos aos de Magnus, que desvia o olhar e encara o pentagrama.

Magnus começa a invocação, não foi um processo fácil, foi doloroso e complicado, principalmente, porque o pai estava lhe punindo, massacrando-lhe. Quando Asmodeus apareceu, com um sorriso diabólico nos lábios, Magnus sentiu o seu coração parar de bater.

-Tenho sido bastante requisitado hoje. –Comenta diabólico. –Mas eu preferi vir ver o meu filho e saber o que ele tem a me oferecer. –Revela, analisando Magnus de cima para baixo.

-Não é algo vantajoso para você. Isso eu lhe garanto. –Ameaça raivoso.

-Não está em posição para me ameaçar, muito menos de barganha, criança. –Afirma negando com a cabeça.  –Vejo que está ao lado do seu caçador de sombras. –Comenta malicioso.

-Como sempre vou estar. –Afirma Magnus, apertando a mão de Alec.

Alec parece estar hipnotizado, como se ele estivesse se lembrando de algo, provavelmente, da época em que estava cativo.

-Você estava lá. –Acusa Alec, entre os dentes.

-Obviamente. Eu tinha que está fisicamente lá. –Afirma rindo.

A felicidade estampada no rosto de Asmodeus fez com que Magnus sentisse ódio, ele que nunca experimentou esse sentimento com tanta plenitude, fez com que o feiticeiro quase agisse de um modo impensado e atacasse o pai, porém... O seu lado racional sabia que caso ele usasse algum tipo de magia, era capaz de ele não sobreviver ao feitiço e ele queria sobreviver.

Ele queria ter uma vida ao lado de Alec, queria poder envelhecer com ele, ou passar a eternidade com ele. Magnus Bane não desistiria do amor, não quando ele estava ao seu lado, não quando ele estava entre os seus dedos.

-Isso tudo por que não conseguiu a minha imortalidade? –Pergunta Magnus, atraindo a atenção do demônio para si.

-Eu sempre consigo o que eu quero, criança. –Afirma maldoso.

-É o que nós vamos ver. –Afirma, dando o sinal.

Todos os feiticeiros começaram a entoar a conjuração. A magia era forte demais, poderosa demais, enquanto todos ficavam em posição, Magnus foi testemunha de muitos feiticeiros jovens serem consumidos pelo feitiço, enquanto Asmodeus resistia. Fazendo com que Magnus colocasse mais poder e mais concentração no que estava fazendo, tanto que ele se soltou de Alec.

O feitiço o estava consumindo, ele sabia que se continuasse nesse ritmo tanto o seu pai quanto ele cairiam, mas foi no segundo que as suas pernas começaram a fraquejar, que Alec passou os seus braços em volta da sua cintura.

Ambos sabiam que Asmodeus iria tentar de tudo para que não houvesse conclusão no feitiço, ou seja, ele tentaria deixar Magnus doente novamente e estava conseguindo.

-Pegue a minha energia. –Manda, Alec, contra as suas costas e por um segundo houve hesitação por parte do feiticeiro, uni-los naquele momento significaria que se a morte chegasse a Magnus, ela chegaria também para Alec. –Isso é uma ordem, Magnus Bane. –Ordena e Magnus assim o faz.

Enquanto os dois estavam ligados, enquanto as suas energias estavam sendo consumidas, mais e mais feiticeiros sucumbiam, restando apenas: Tessa, Malcolm e Magnus.

Quando a Matriosca foi aberta e Asmodeus começou a ser puxado, Magnus sentiu as suas pernas fraquejarem novamente, porém Alec o apertou mais contra si, fazendo o feiticeiro sentir as batidas do seu coração, deixando-o mais confiante.

Ouve-se um grito ecoar pela sala, no exato momento em que a Asmodeus é aprisionado e a Matriosca é lacrada. Malcolm aproxima-se do objeto, porém ele o repele.

-Mas o quê? –Pergunta confuso.

Asmodeus poderia influenciar Magnus em algum momento, quando estivesse forte o bastante para uma revanche, só existia um ser no mundo que não seria capaz de ser tocado por ele, a pessoa que ele mais confiava no mundo, mesmo que tivesse demonstrado fraqueza em relação a Camille, que era dono do seu coração.

-Só uma pessoa tem a capacidade de toca-la. –Afirma Magnus, deixando-se cair de joelhos e levando Alec junto.

-Quem? –Pergunta Tessa ofegante.

-Alexander. –Responde, tendendo a cabeça para trás, sentindo o seu caçador suspirar.

                                                      * * * 

Brooklin - Arredores do apartamento de Magnus Bane.

—Izzy eles estão vindo, tome cuidado! - Avisa Jace de cima do prédio no qual se encontrava com Isabelle.

— Eu sei me cuidar Jace. - Afirmou Isabelle fazendo o loiro revirar os olhos. 

Jace observava  preocupado o numero de guerreiros fadas que se aproximavam rapidamente, tinha pelo menos cinquenta fadas todas trajadas para a luta, deu uma rápida olhada para atras na direção do apartamento de Magnus e engoliu em seco, teria que segurar todos esses guerreiros, não podia deixar que chegassem até Alec e os feiticeiros ou seria o fim.

Isabelle ao seu lado soltou um riso ferino o que espantou o garoto, ele olhou para a irmã com o senho franzido, a menina parecia estar ansiosa o que era normal devido as circunstancias, mas o que espantou Jace foi que o sembrante de Isabelle, a garota parecia estar adorando a chance de enfrentar as fadas. 

— Izzy você está bem?

Isabelle o olhou ressabiada, tudo o que ela realmente queria era acabar com as fadas, já que foram elas que levaram seu nerd querido, tudo o que queria era vingança, faria com que Simon fosse vingado, nem que fosse a ultima coisa que fizesse.

— Estou ótima Jace!

O loiro lhe lançou um ultimo olhar antes de voltar sua atenção para o exército a sua frente, as fadas estavam a apenas três quarterões de onde eles se encontravam, eles tinham que atacar agora, pois não podiam deixar que elas se aproximassem demais do local onde estava Magnus e os outros. 

Com um aceno para Isabelle, Jace pulou de cima do prédio e assistiu a irmã desenhar um runa e pular ao seu lado, Isabelle sacou uma espada que Jace reconheceu como sendo uma Lightwood, embora o arco e flecha fosse a arma oficial da família uma espada com o símbolo dos Lightwood fora forjada a pedido de um dos ancestrais de Alec e ela ficaria para o jovem Max se este houvesse sobrevivido, já que Alec prefere o Arco e Isabelle sempre preferiu o chicote, por isso o garoto ficou preocupado, Isabelle não estava em seu estado normal, ela nunca trocaria uma arma que lhe era de total confiança como seu chicote por uma espada ao qual ela nem ao menos gostava de manejar!

— Izzy . . . - Jace não pode terminar a frase pois logo uma flecha passou raspando sua cabeça.

— Concentre-se na luta Jace! - Ralhou Isabelle irritada, ela não podia perder mais ninguém sabia que não suportaria. 

Jace não respondeu, sacou sua espada Herondale ao qual fora lhe dada após a guerra contra Sebastian, a espada estava guardada num dos depósitos de Magnus, que a pedido de Tessa cuidou da espada que um dia fora de seu marido e depois passada para seu filho. Jace pelo canto do olho viu Isabelle decepar o primeiro guerreiro fada e logo se juntou a ela, ambos lutavam com a habilidade e sincronismo adquirido pelos anos lutando juntos, o tempo foi passando e a luta estava cada vez mais intensa o loiro tinha leves arranhões pelo corpo e Isabelle um corte um pouco profundo no ombro direito, mas nenhum deles desistiam, tinha muito em jogo para desistirem agora.

Jace viu desesperado quando uma das fadas conseguiu encurralar Isabelle contra a parede de um prédio e parecia estar levando a melhor contra a morena, desesperado tentou abrir caminho, mas tinha muitos guerreiros atrapalhando sua passagem, pelo canto dos olhos viu Isabelle conseguir acabar com seu oponente, o menino suspirou aliviado e começou a dar conta de seus oponentes, até ver Isabelle ser atingida pelas costas e cair no chão. 

Por um momento o tempo pareceu parar,Jace não acreditava no que seus olhos viam, Isabelle caída e ferida? Não podia perder sua irmã, já perdera demais, não suportaria! Sentindo seu sangue ferver nas veias, Jace começou a atacar com fúria todos que se colocavam em seu  caminho até Isabelle, quando o numero de fadas diminuiu as poucas que sobreviveram recuaram temerosas por ver tamanha fúria num caçador, já haviam ouvido falar de Jace Herondale, mas nunca imaginaram que as historias fossem real. 

Quando se viu sozinho Jace correu até Isabelle e viu a garota desacordada e sangrando muito, tinha um ferimento profundo entre as costelas, desesperado o loiro começou a fazer iratzes na morena e runas de reposição de sangue, suspirou aliviado quando percebeu que o ferimento começava a cicatrizar. Pegou a irmã nos braços e olhou mais uma vez ao redor e quando não viu mais nenhuma fada por perto começou a correr com Isabelle nos braços até  apartamento de Magnus, pelo caminho pode perceber o caos em que a cidade se encontrava, lutas aconteciam por toda Nova York, seu sangue gelou nas veias ao ver fogo vindo da direção do Instituto, aumentou a velocidade rezando para que Isabelle resistisse até chegar ao apartamento de Magnus, para que tanto o bruxo quanto seu parabatai estivessem bem e que Clary estivesse a salvo, enquanto rezava Isabelle começou a tossir sangue e o loiro viu que o ferimento que antes estava cicatrizando agora jazia aberto novamente e jorrando sangue.

— Vamos Izzy, não desista agora minha garota, você é teimosa não pode morrer agora, não está na hora de encontrar o Lewis ainda! - Murmurou o garoto.