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História Porto Seguro - Enxaguando Dúvidas


Escrita por: GJessie

Notas do Autor


Perdoem a imensa demora amores, mas estamos de volta, espero que gostem do cap, Beijoos!

Capítulo 2 - Enxaguando Dúvidas


Derek me aguardava pacientemente, a espera de uma resposta em relação ao banho que tomaríamos. Eu não tinha escolha, me sentia imunda, impura de todas as formas possíveis, necessitava daquele banho. Ao levantar meu rosto encontrei seus olhos cinzentos em mim, neles não residiam um pingo de malícia, pelo contrário, ele era puro controle e seriedade. Eu sabia que podia confiar não por ele me dizer desde o princípio que eu estava segura com ele, mas pelo fato de que eu sentia isso, toda sua confiabilidade e segurança emanavam dele como uma áurea que me rodeava carinhosamente.

Dessa forma cedi para mim mesma, ele captou meu aceno afirmativo mínimo, juntando as sobrancelhas em dúvida de algo. Me afirmei nele ainda, rodeando meu braço na base de suas costas firmes, e fui direcionada ao pequeno banheiro, passamos pela porta e olhando em volta avistei a enorme ducha dupla que me esperava, me remexi desconfortavelmente, ele notou.

- Eu, hã... se a faz sentir melhor saiba que não pretendo de maneira alguma abrir meus olhos. – Disse ele sucintamente. Encarei-o agradecendo com um aceno.

- Certo então, vamos acabar logo com isso. – Falei decidida, eu ainda estava em posse da sua camisa, movendo lentamente minhas mãos nos botões fui desabotoando um a um tremendo ligeiramente, relembrando cenas dolorosas da qual passei, afugentei tudo isso com a visão do rosto de minha irmã que me trazia de volta a realidade Holly precisava de mim. Ao terminar com os botões, notei que não conseguiria deslizar a camisa para longe do meu corpo com mãos me sustentando na cintura e quadril. Olhei acima procurando seu rosto, assim como o prometido seus olhos estavam selados com uma expressão impassível no rosto. Sorrindo para mim mesma chamei-o.

- Derek, sei que precisa me segurar, mas... não pretendo tomar banho vestida, poderia me soltar um segundo pra que eu po – Falei baixinho não terminando a frase e corando todos os tons de vermelho possíveis, ele suspirou pesadamente, tirou a mão da minha cintura para recoloca-la no mesmo lugar, só que abaixo da camisa, sua firme mão ao tocar a pele sensível da minha cintura fez com que uma corrente elétrica percorresse minha pele. Ele repetiu o mesmo com sua mão esquerda. Dessa forma consegui deslizar a camisa do meu corpo, que aterrissou delicadamente ao chão, segurei firme na extensão de seus braços, e encaminhei-nos para debaixo da grande ducha. Eu não poderia mentir, porque dizer que estava nervosa era subestimar, mas me concentrei no objetivo final.

Abri o registro, a espera dos jatos quentes que me proporcionariam o relaxamento que eu tanto precisava, a água começou a cair em mim. Soltei uma pequena exclamação com os jatos direcionados nas minhas costas, onde o ferimento se localizava, me agarrando em seus braços um pouco a mais, suas mãos eram gentis, não me apertavam mas sustentavam

- Aguente firme, o machucado está sendo limpo. – Falou – o sabonete esta do seu lado direito.

- Certo, obrigada – agradeci, pegando o sabonete e levando ao meu corpo ensaboando-me. Depois de lavar meu rosto, pescoço, seios e barriga estava tao absorta na tarefa não notei um pequeno detalhe, eu estava trazendo Derek pra junto da ducha, encharcando ele com água -  Merda, desculpe, estou te molhando inteiro! – Exclamei culpada, procurando algum sinal de raiva em seu rosto, mas apenas havia um mínimo sorriso de canto

- Eu sabia que ainda tomaríamos um banho juntos -Bufei e revirei meus olhos, que babaca convencido.

- Sabia também que não seria por vontade própria, não é? – Retruquei baixinho, eu não estava a posto de começar uma discussão, então mudei de assunto enquanto terminava de lavar meu tronco dificultosamente – O que te trouxe pra Arlen Falls, Derek? – Captei suas sobrancelhas se unindo levemente e relaxando em seguida.

- Negócios madame – convicto respondeu. Não havia nada de indústrias ou companias por aqui, então julguei que era algum assunto pessoal. A água corrente já tinha relaxado meus músculos, desci minha mão até minha parte dolorida ensaboando e sentindo-me melhor com a caída de agua, não conseguiria lavar minhas pernas, e estava me conformando com isso. Percebendo meus dilemas internos, ele prontamente perguntou – Posso lavar, de suas panturrilhas para baixo se quiser – Olhei seus olhos fechados considerando. Não vendo muita saída, afinal eu não planejava ficar metade limpa então concordei.

- Ei, espera, como pretend – eu não terminei, ele soltou uma de suas mãos, e apenas me manteve em pé com a que me segurava pelo quadril, sua outra mão agilmente capturou o sabonete que estava nas minhas, e ele se agachou ensaboando minhas pernas. Eu não tinha muito onde me segurar, a minha volta tudo estava molhado e escorregadio, me apoiei em seus ombros esperando que terminasse, ele era firme e preciso, e surpreendentemente delicado com minha situação. Estava divagando com meus pensamentos até sentir sua mão em meus pés, droga. Explodi em gargalhadas que se desprendiam do fundo de minha garganta me deixando momentaneamente sem folego, a dor que perpassou meu tronco era suportável, mas as cócegas me levaram a agarrar em seus fios de cabelo inconscientemente. Não podia me conter era algo que tinha desde sempre, Holly sempre me chantageava assim quando queria alguma coisa de mim ou tirar umas verdades. Ele parou os movimentos circulares debaixo do meu pé e ouvi sua risada fluir reverberando gostosamente no pequeno banheiro.

- Acho que encontrei algo muito interessante – observou ele, se levantando e recolocando as mãos em minha cintura.

- Interessante porque não é em você, se pudesse tirar essa sensibilidade de mim eu o faria - suspirei terminando de me enxaguar, e desembaraçando meus cabelos com os dedos, notei que apesar dos pesares, eu podia contar com aquele estranho a minha frente, de olhos fechados e rosto concentrado, sua musculatura rígida era evidente através da regata com meu sangue, passei a mão em cima de seu tórax. – Me dê a regata depois eu vou lavá-la pra você, é todo meu sangue que está aí. – De repente me peguei desejando que ele abrisse os olhos, e me arrepiei em imaginar seus olhos me medindo, o que diabos eu estava pensando?! Ele era um homem e tanto, não olharia pra alguém como eu, as vezes não me sentia como uma verdadeira mulher pelo fato das pessoas acharem que eu era menor de idade, meu físico colaborava imensamente pra tal fato, apesar disso isso não me impedia de fazer o que eu queria, mas a pior escolha que fiz foi ter me envolvido com a pessoa errada, e isso eu ainda precisava resolver.

- Pronto, está feito – Falei fechando o registro, ele esticou o braço na direção da pia e pegou uma toalha felpuda.

- Aqui Srta. pé sensível – Ri da sua observação e peguei a toalha me envolvendo nela, suas mãos me ajudaram para facilitar, suspirei longamente, havíamos conseguido afinal.

Derek abriu os olhos e me encarou com olhos levemente preocupados, levantou a mão e acariciou minha bochecha retirando alguns fios molhados que se colavam a minha pele, de repente seu olhar mudou, para um decidido.

- Nunca mais tocarão em você Lúcia, vou pegar quem fez isso e farei pagar. – Eu sabia que aquilo era uma promessa, mas não podia deixar que mais ninguém comprasse minha briga. – Vamos lá, agora é hora de descansar – Mudou de assunto e me surpreendeu me levantando em seu colo, ao adentrar em seu quarto ele me colocou vagarosamente na cama, sentia sua respiração bater contra meu rosto me deixando vermelha com a proximidade e dispersando qualquer pensamento coerente que eu tinha, é acho que ele tinha esse efeito sobre mim, ou sobre qualquer ser que se deparasse com ele.

- Minha casa é sua, preciso dizer isso apesar de saber que você não pode andar, o que precisar estou aqui. – Assenti com a cabeça, observando ele tirar a regata e jogá-la em um canto, expondo todo seu peitoral bem definido, todos os tons de vermelho pintaram meu rosto, eu sentia a fervura, e desviei o olhar. Se ele percebeu fingiu não notar – Vou tomar um banho breve e volto a tempo de colocar a compressa de água na sua costela.

- Certo... hã, obrigada por tudo Derek – falei baixinho – Há! Espera, será que podia me emprestar uma troca de roupas? – Ele confirmou e caminhou até uma cômoda de madeira escura, tirando de lá um moletom e uma blusa e estendeu na minha direção eu estiquei o braço pegando, mas ele não terminou de entregar, olhei em seu rosto em dúvida.

-Precisa de ajuda para se vestir? – Questionou levantando as sobrancelhas, Deus, ele estava fazendo demais, é claro que conseguiria colocar sozinha.

- Lógico que não, pode ir tomar banho, não se preocupe. – Seu cara de descrença misturado a divertimento foi o suficiente pra me deixar nos nervos. Ele deu meia volta e caminhou para o banheiro, só então vi que meu salvador possuía uma tatuagem no meio das costas, um símbolo. Ri tristemente com o pensamento de que se meu falecido pai soubesse que estava na presença de um homem tatuado explodiria nos nervos. Constatei que o perigo na verdade se disfarçava de segurança bem debaixo do meu nariz por todo esse tempo.

Meus pensamentos foram cortados ao escutar o som do chuveiro sendo ligado, e prontamente comecei a me vestir, contudo, como ele mesmo dissera. E logo as calças eu não conseguiria colocar sem ajuda, fazer muitos movimentos com a perna ainda eram dolorosos

- Aprenda a não ser cabeça-dura Lucy – sussurrei baixinho comigo mesma, encostando nos travesseiros daquela cama macia, adormeci inalando o cheiro da roupa que usava. 



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