1. Spirit Fanfics >
  2. Potira (HIATUS) >
  3. Capítulo um.

História Potira (HIATUS) - Capítulo um.


Escrita por: sereiona

Notas do Autor


Olá, como estão?
Primeiramente, peço desculpas pela demora, não era para ter demorado tanto, na verdade. A questão é que meu sobrinho formatou o celular da minha mãe e todos os capítulos que estavam escritos nele foram perdidos. Mas consegui reescrevê-los e aqui estamos.
Ah, uma coisa que eu esqueci de avisar no capítulo anterior é que: a tribo Apurinã é da família Aruak e fala a própria língua deles, porém tive dificuldade em achar seus dialetos, por isso, ao invés de falarem o apurinã, eles, na fanfic, vão usar o tupi-guarani, língua que tive maior facilidade em encontrar.
Obrigada pelos favoritos e comentários (apesar de muitos já estarem aí desde quando excluí a história), fico muito feliz que estejam gostando de Potira.
Bem, isso é tudo por enquanto. Espero que gostem desse capítulo e até mais!

Capítulo 2 - Capítulo um.


Fanfic / Fanfiction Potira (HIATUS) - Capítulo um.

Suas mãos permaneciam em seu colo, inquietas. O chacoalhar do avião era como um acalento ao nervosismo do rapaz, que ora ou outra levava as palmas das mãos suadas ao tecido grosso da bermuda. Ainda se encontrava em estado de torpor por, enfim, estar realizando aquele desejo que escondia-se em seu âmago.

Quando os procedimentos de pouso foram anunciados pelos alto-falantes, o loiro abriu um pequeno sorriso nervoso e afivelou os cintos de segurança. Uma vez que o modelo biplano assentou-se no solo danificado do simples aeroporto, Justin Bieber, o rapaz loiro, foi o último a descer. Tossiu, em razão do ar seco e poeirento, e girou em torno de si mesmo, avaliando o local em que estava.

Benjamin Lockwood e Stella Archer, os outros dois tripulantes, fizeram a mesma análise curiosa do mais novo.

Enquanto observava o chão vermelho de terra batida e as imensas árvores que os cercavam, viu quando um pequeno homem surgiu vindo de uma casa ao fundo do terreno. Era rechonchudo e sua baixa estatura contribuía para que ele parecesse ligeiramente mais gordo do que realmente era. Conforme andava, esfregava uma toalha no rosto e no pescoço que pingavam de suor. O tal homem lhes direcionou um sorriso afetado quando estava próximo.

— Oh, olá! — ele tomou um pouco de fôlego para continuar. — Se estou certo, os senhores são os pesquisadores americanos.

— Ingleses, na verdade — a mulher o corrigiu.

— Sim, sim, isto mesmo. Desculpem o equívoco — e novamente enxugou o rosto redondo e as dobras que se formavam em seu pescoço. — Bem, me chamo Fernando e serei o guia de vocês até a tribo Apurinã. Faremos uma caminhada de, no mínimo, vinte minutos por dentro da floresta e por ser um grupo pequeno, peço que não se afastem uns dos outros, para evitar que se percam. Outra recomendação é que não incomodem os animais, ou seja, não tirem fotos barulhentas e com flash, não os alimentem e não chamem ou brinquem. São animais selvagens e instáveis, não queremos nenhum acidente, certo?

Ao terminar de esclarecer certas dúvidas vindas dos pesquisadores, Fernando encaminhou-os por uma estreita trilha que seguia floresta a dentro.

O mais novo, o jovem Bieber, olhava e analisava, com o mais puro encantamento, as espécies de plantas e animais que esporadicamente surgiam no caminho para lhes saudar. Cumprimentou, suave, um pequeno mico sagui que viera até ele, acariciando o pelo cinzento com a ponta de seus dedos. Esticou-se um pouco e tocou uma samambaia úmida, coberta de orvalho, e logo teve de se desvencilhar de uma traiçoeira comigo-ninguém-pode. Quando se deu conta, estava distante das outras três pessoas que estavam com ele e teve de correr um pouco para alcançá-los.

O céu escureceu quando faltava pouco menos da metade de concluírem a trilha e as primeiras gotas caíram isoladas em Benjamin. Essas mesmas gotas se uniram e formaram uma chuva pesada e uniforme, que encharcou as quatro pessoas em questão de segundos. O grupo apressou as passadas, contudo, devido ao chão lamacento e escorregadio e às armadilhas que eram as raízes expostas das árvores, aquele aumento de velocidade não fez muita diferença.

Quando chegaram à clareira que Fernando indicou ser a tribo Apurinã, estavam todos encharcados e com suas roupas pingando.

— Preciso ir agora, senhores, tenho que trabalhar com um outro grupo daqui a algumas horas, mas um velho amigo irá ajudá-los por todo o tempo em que ficarem aqui na tribo — ele lhes disse, após derramar um longo gole da água de seu cantil no fundo da garganta. — Piatã, procurem por ele — foi a última coisa que proferiu. Fernando, então, virou-se e partiu.

Não precisaram procurar pelo tal Piatã. Um grupo de homens e mulheres indígenas se aglomeravam ao redor dos três ingleses, fitando-os com curiosidade. Eram pessoas de pele parda, com cabelos lisos e escuros e, curiosamente, todas vestiam apenas tangas feitas de um tecido fino e de coloração encardida. Pareciam não se importar com a nudez de seus corpos, inclusive as mulheres, que expunham seus seios. Justin fez uma anotação mental para registrar aquilo mais tarde.

E, em meio aos outros indígenas, um homem baixo e semelhante aos outros se pôs à frente. Diferente, ele se vestia com uma calça azul-petróleo que tinha sua barra embolada, uma camisa de botões fechados até o topo e seus pés estavam descalços. Todavia, ainda tinha sua pele morena pintada com desenhos abstratos e um tipo de coroa de penas coloridas repousava em sua cabeça, como os demais.

— Deve ser inglês, vocês — começou, com um português errôneo e um tanto quanto cômico. — Eu, Piatã, e vai ajudar na tribo.

O índio direcionou um sorriso aos pesquisadores. Fez um gesto para as pessoas que ainda rodeavam-os e gesticulou novamente, num pedido para que os três o seguissem. Caminhou por entre as casinhas de palha até o fundo da clareira, onde indicou com a cabeça a entrada do que ele chamou de oca. Ao entrarem, um jato quente de ar os atingiu, o que deu a Justin a certeza de que aqueles seriam dias difíceis.

(...)

Mais tarde, o silêncio pairou sob o cômodo. Benjamin já dormia e somente emitia alguns roncos. Stella comia devagar um prato feito de tatu e farinha de mandioca, enquanto a rede embalava Justin suavemente. Não dormia, no entanto. Apenas mantinha seus olhos fixos no teto de bambus curvos e presos com cipós e cobertos com a palha que revestia toda a oca. Seus pensamentos estavam bem longe dali.

A mente voava para além do Oceano Atlântico, para além do calor brasileiro e pousava sobre a gelada Liverpool. Foi inevitável.

E então, sentindo o clima tropical do norte do Brasil e as picadas dos pernilongos o afetarem, Bieber se lembrou da cidade natal. O que ele estaria fazendo àquela hora, uma vez que estivesse em casa? Poderia ir ao tão famoso museu da cidade pela milionésima vez e rever as exposições que costumava visitar sempre que se entediava. Ou talvez estivesse andando simplesmente pelas ruas, o frio obrigando-o a esconder as mãos em luvas quentes; as pessoas sérias, seguindo para seus compromissos com bons minutos de antecedência e feições compenetradas. Ou quem sabe fosse à cafeteria que ficava a algumas poucas quadras de seu apartamento.

Quase pôde sentir o aroma do chá de camomila com leite que era seu pedido favorito.

A rede permanecia num balançar lento quando o loiro afastou da mente os pensamentos melancólicos. Era perfeitamente natural que, em determinado momento, ele sentisse falta de sua tão amada Inglaterra, porém deviam ser sentimentos mais contidos. Estar ali, no Brasil, nas profundezas da Floresta Amazônica, era a realização de um sonho antigo, um desejo escondido que apenas esperava pelo momento perfeito para se mostrar vivo dentro de Justin. A oportunidade surgira e ele não poderia dispensar aquela chance de se aprofundar em seus conhecimentos por causa da falta que Liverpool lhe fazia.

Tudo sempre foi assim, na verdade: coisas boas nos são tiradas para que coisas melhores ainda entrem em nossa vida. Aquela era uma verdade universalmente conhecida.

De certo, aqueles jamais seriam os piores dias de sua vida. Seriam dias duros, com certeza, mas seriam, também, dias que valeriam a pena. Com o cérebro pipocando de novos e novos pensamentos, ele fechou os olhos. Inspirou pelo nariz e soltou pela boca lentamente. E mais uma vez. Mais uma vez. Até que estivesse devidamente relaxado. Em seguida, lançou-se no abismo da inconsciência, sentindo um pouco do gosto amargo da nostalgia.


Notas Finais


Sim, tá chatinho e, sim, tá curto. O outro estava melhor, mas... enfim, eu prometo melhorar no decorrer da fanfic, apesar de esses próximos capítulos de introdução serem um tanto monótonos. Bem, eu espero que gostem, apesar de não estar bom. Até mais!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...