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História Potter e Black - Filhote do Almofadinhas - De volta a Hogwarts


Escrita por: KaBlackMalfoy97

Notas do Autor


Oooi gente 💚

Capítulo 44 - De volta a Hogwarts


44. De volta a Hogwarts

 

   "Amos surge entre as árvores, segurando uma figura pequena e imóvel nos braços. Eu prendo a respiração. Aquela é Winky."

 

   - Isto... não pode estar acontecendo - murmurou o Sr. Crouch espantado. - Ah, não.

 

   Ele deu mais uma olhada em Winky e entrou no meio das árvores.

 

   - Não há mais ninguém aí, Sr. Crouch - disse Amos, mas o homem o ignorou e continuou procurando algo entre as árvores. - Estranho, não? Digo, esta é a elfo de Bartô Crouch...

 

   - Acredita mesmo que tenha sido a elfo, Amos? - perguntou o Sr. Weasley calmamente.

 

   - Creio que sim...

 

   - Não a acuse, Amos - disse Sirius irritado. - A Marca Negra é um sinal de bruxo, exige varinha.

 

   - Havia uma varinha.

 

   - Quê? - exclamaram o Sr. Weasley e Sirius em uníssono.

 

   - Olhem aqui - Amos entregou uma varinha para o Sr. Weasley. - Ela estava segurando uma. Isto viola a Cláusula 3 do Código para o Uso de Varinhas. Nenhuma criatura não humana tem permissão para portar ou usar uma varinha.

 

   - Mas... - comecei, mas fui interrompido por um barulho e Ludo Bagman surgiu de repente no meio das árvores.

 

   - Oque está acontecendo? - perguntou o bruxo, ele olhou para cima e fez uma careta. - A Marca Negra! Quem fez isso? Bartô!

 

   O Sr. Crouch andou até nós de mãos vazias e um olhar desnorteado.

 

   - Porque não foi ao jogo, Bartô? A sua elfo... - daí Bagman olhou para o chão e encarou Winky. - Oque houve com ela?

 

   - Foi estuporada, Ludo - respondeu o Sr. Crouch com a voz rouca.

 

   - Mas... porque...? - Ludo olhou de Winky para a Marca Negra. - Ah, não! Winky não conjurou a Marca Negra, ela precisaria de uma varinha...

 

   - E tinha uma varinha - disse Amos. - Mas eu acho que precisamos ouvir oque ela tem a dizer antes de julga-la.

 

   Eles fizeram um feitiço e Winky acordou, olhando para todos nós com um olhar confuso, então ela viu a Marca Negra e começou a chorar desesperadamente.

 

   - Eu sou do Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, elfo! - disse Amos, Winky se balançou no chão, soluçando. - Como você está vendo, a Marca Negra foi conjurada agorinha e você foi encontrada, pouco tempo depois, embaixo dela! Agora, explique para nós oque aconteceu!

 

   - E-eu não... tive nada... haver com isso... m-meu senhor! - guinchou Winky.

 

   - Você foi encontrada com uma varinha na mão! - Amos ergueu a mão e então eu a reconheci.

 

   - Ei, essa varinha é minha! - falei. Todos se viraram para me olhar.

 

   - Oque disse?

 

   - Disse que a varinha é minha - repeti. - Caiu do meu bolso quando eu estava correndo.

 

   - Caiu, foi? - perguntou Amos. - Tem certeza de que não conjurou a Marca e se desfez da varinha depois?

 

   Lancei um olhar irritado para ele.

 

   - Sim, eu conjurei a porcaria da Marca, porque eu tenho todos os motivos do mundo para ser um seguidor de Voldemort, né?

 

   - Não se exalte, filhote - disse Sirius calmamente, daí ele lançou um olhar feroz para o Diggory. - Você está maluco? Acha que Harry Potter conjuraria a Marca Negra?

 

   - Hum... claro que não - disse Amos constrangido. - Desculpem-me.

 

   - Como eu estava dizendo, deixei a varinha cair enquanto corria, mas ela não caiu no meio daquelas árvores porque eu não corri por ali - falei.

 

   Diggory olhou para Winky.

 

   - Então você apanhou a varinha e pensou em se divertir conjurando a Marca Negra, não foi, elfo?

 

   - Não foi ela! - exclamou Hermione indignada. - A pessoa que gritou a fórmula tinha uma voz grave, não parecia nadinha com a voz da Winky, parecia?

 

   - Não - concordou Draco. - Com certeza não era a voz dela.

 

   - Era uma voz humana - disse Rony.

 

   - Bem, há uma maneira de descobrir o último feitiço que a varinha realizou, você sabia, elfo? - Winky tremeu, Amos pegou a varinha dele e encostou-a na minha. - Prior Incantato!

 

   Hermione agarrou o meu braço, quando um crânio com uma língua de cobra surgiu no ponto em que as duas varinhas se tocavam, a imagem parecia ser feita de fumaça: o fantasma de um feitiço.

 

   - Caramba! - exclamei.

 

   - Deletrius! – disse o Sr. Diggory, e o crânio desapareceu. O homem olhou para Winky. - Então?

 

   - Eu não estava fazendo isso! - soluçou Winky. - Winky não sabe como fazer!

 

   Hermione parecia que ia socar a cara de Amos Diggory, eu a segurei com mais força.

 

   - Amos - disse o Sr. Weasley -, olhe, pouquíssimos bruxos sabem fazer esse feitiço... onde ela o teria aprendido?

 

   - Talvez Amos esteja insinuando que eu ensino os meus criados a conjurarem a Marca Negra - disse o Sr. Crouch furioso. Amos abriu a boca, mas Crouch continuou falando. - Você já acusou as duas pessoas nesta clareira que nunca conjurariam aquela Marca, Harry Potter e eu! Creio que você conheça a história do garoto, Amos?

 

   - Sim, senhor.

 

   - E eu já deixei bem claro, ao longo de minha carreira, que odeio as Artes das Trevas e aqueles que as praticam.

 

   - Eu não estava acusando o senhor - murmurou Amos.

 

   - Se você acusa o meu elfo, acusa a mim também, Diggory! - rugiu o Sr. Crouch.

 

   - Winky pode ter encontrado a varinha ali - disse o Sr. Weasley, ele se virou para Winky e lhe ofereceu um sorriso bondoso. - Onde foi exatamente que você encontrou a varinha do Harry, Winky?

 

   - Encontrei... no meio das árvores, meu senhor.

 

   - Viram? - o Sr. Weasley se virou para os bruxos ao nosso redor. - O responsável pode ter conjurado a Marca e ter aparatado em seguida. Ele usou a varinha de outro bruxo, um gesto inteligente pois a dele poderia denuncia-lo e a Winky teve a infelicidade de encontrar a varinha em seguida.

 

   - Muito bem, então você viu alguém, elfo? - disse Diggory irritado.

 

   - Ela tem nome, chame-a de Winky - falei.

 

   Diggory me olhou, irritado. Winky encarou Ludo Bagman e o Sr. Crouch, antes de responder:

 

   - Não vi ninguém... ninguém...

 

   - Imagino que você queira levar Winky para um interrogatório, Amos, mas vou lhe pedir para não fazer isso - disse o Sr. Crouch. - Eu mesmo vou castiga-la.

 

   - O senhor não vai machuca-la, não é? - perguntei.

 

   - Não se meta nos assuntos alheios, Harry - murmurou Sirius.

 

   - Mas, Sirius... - ele ergueu uma sobrancelha e eu me calei.

 

   - Você me desobedeceu, Winky - murmurou o Sr. Crouch. - Eu mandei você ficar na barraca enquanto eu ia resolver o problema, mas você saiu. Isto significa roupas!

 

   - Não! - guinchou Winky apavorada. - Roupas não, meu senhor! Roupas...

 

   Ela se atirou aos pés do Sr. Crouch e começou a chorar e soluçar, eu vi aquilo tudo de olhos arregalados.

 

   - Ela estava assustada! - gritou Hermione, ela deu um passo em direção ao Sr. Crouch e eu a segurei. - O seu elfo tem medo de altura, e aqueles bruxos estavam fazendo as pessoas levitarem! Foi só isso.

 

   - Eu não preciso de um elfo que me desobedeça - disse o Sr. Crouch ferozmente. Hermione abriu a boca para protestar, mas o Sr. Weasley balançou a cabeça para ela.

 

   - Bem, eu e o meu pessoal vamos para a nossa barraca - disse o Sr. Weasley e nós saímos de lá. Eu ainda podia ouvir os soluços de Winky.

 

   - Hermione - murmurei, segurando-a.

 

   - Oque vai acontecer com Winky? - ela perguntou.

 

   - Vão matá-la - disse Draco atrás de nós, Hermione soltou um gritinho. - É brincadeira, Mione.

 

   - Idiota - disse Rony para Draco.

 

   - Onde estão os outros? - perguntou o Sr. Weasley.

 

   - Não sei, nós os perdemos no escuro.

 

   Quando chegamos nas barracas, Gui, Carlinhos e Percy estavam nos esperando junto com Fred, Jorge e...

 

   - Gina! - exclamei aliviado, ela se levantou e eu a abracei. - Fiquei preocupado.

 

   - Eu também - ela sussurrou. - Segure a minha mão da próxima vez, ok?

 

   - Ok.

 

   Ouvimos um pigarro, nós nos soltamos e eu tentei prestar atenção na conversa, mas Gina segurou a minha mão e foi meio difícil raciocinar. A mão dela é tão macia. Só voltei a ouvir quando falaram o meu nome.

 

   - Oque tem eu? - perguntei.

 

   - Nós vamos embora - disse Sirius.

 

   - Porque?

 

   - Temos um problema para resolver, é algo que te interessa muito.

 

   - Não sei do que você está falan... Ah! Já sei - o problema só podia ser Bellatrix. - Vamos, então.

 

   - Eu também já vou, preciso encontrar o meu pai - disse Draco e nós nos despedimos dele.

 

   Peguei a minha mochila, dei tchau para os meus amigos e agradeci o Sr. Weasley, então Sirius agarrou o meu ombro e aparatou na sala da nossa casa. Bellatrix se levantou rapidamente do sofá e me deu um abraço.

 

   - Como foi o jogo, Harry? - ela perguntou animada.

 

   - Ótimo. Só houve um probleminha depois.

 

   - Que problema?

 

   - Bem... - daí eu contei para ela sobre os Comensais invadindo o acampamento e a Marca Negra. Bellatrix arregalou os olhos quando eu mencionei a Marca.

 

   - O Ministério encontrou os responsáveis por isso? - ela perguntou.

 

   - Ainda não - disse Sirius.

 

   - Isso é muito, muito grave. Sirius, e se ele...?

 

   - Ele não vai voltar, não agora.

 

   - Vocês estão falando de Voldemort? - perguntei.

 

   - Sim - sussurrou Sirius, tenso.

 

   - Ah - engoli em seco. Olhei para Bellatrix e tentei sorrir. - Oque você está fazendo aqui?

 

   - Vim te visitar e eu precisava conversar com o Six também, mas ele fugiu de mim.

 

   - Não me chame de Six - rosnou Sirius.

 

   - Ah, você adorava esse apelido!

 

   - Isso foi antes de você me trair.

 

   - Hã, cadê o Remus? - eu os interrompi.

 

   - Foi dormir na casa da namorada dele - respondeu Bellatrix sem tirar os olhos de Sirius.

 

   - Ah, certo. Vou subir para guardar as minhas coisas, podem continuar com a briga - corri para as escadas, a última coisa que eu escutei foi Sirius usando um feitiço escudo.

 

   Depois de guardar tudo, eu deitei na cama e encarei o teto, pensei em tudo oque aconteceu no acampamento. Quem conjurou a Marca Negra? Aí tem coisa.

 

       ~       ×       ~       ×       ~

 

   Acordei cedo, desci as escadas e me direcionei para a sala de jantar, mas parei na porta ao ouvir as vozes de Sirius e Bellatrix.

 

   - ... e eu quero conhecê-lo melhor, Six - ia dizendo Bellatrix.

 

   - Eu já disse para você não me chamar assim - disse Sirius friamente.

 

   - Ah, tanto faz, a questão é que eu quero ver o Harry com frequência, saber do que ele gosta...

 

   - Quanto você quer para sumir da vida do Harry? - interrompeu-a Sirius.

 

   - Oque você disse? - perguntou Bellatrix perplexa.

 

   - Estou te oferecendo dinheiro para sumir da vida do meu filho. Escute, Lestrange, sou o guardião do Harry, tenho que cuidar dele, protegê-lo, decidir oque é bom e oque é ruim, esse tipo de coisa. E eu cheguei a conclusão de que você é uma péssima influência para ele.

 

   Os dois ficaram em silêncio.

 

   - Eu sou a madrinha dele, Sirius - disse Bellatrix finalmente.

 

   - Eu sei e não me importo. Agora, me diga, quanto você quer?

 

   Daí eu entrei na sala de jantar, caminhei calmamente até a mesa e me sentei ao lado de Sirius.

 

   - Caramba, vocês já começam o dia brigando - falei. - Isto não é bom, sabe?

 

   - Você está aí há quanto tempo? - perguntou Sirius surpreso.

 

   - Só ouvi você oferecendo dinheiro para Bellatrix sumir.

 

   - Entenda, filhote, esta mulher é uma maluca...

 

   - Não importa. Eu quero que ela fique, Sirius, quero que ela more aqui porque ela não tem para onde ir e quero que ela seja minha amiga.

 

   - Quer que ela more aqui? Você está louco?

 

   - Não. Eu gosto dela, então quero que ela fique.

 

   - Bem, a casa é minha e eu digo que ela não pode morar aqui! - ele mordeu um pedaço de maçã e fingiu que estava me ignorando.

 

   - A casa é minha também, você disse que metade das suas coisas são minhas, então ela pode morar na minha parte da casa!

 

   - Harry, você não precisa fazer isso - murmurou Bellatrix. - Eu vou arrumar um lugar para ficar.

 

   - Nós temos quartos de sobra, Bellatrix, você pode ficar aqui, sim.

 

   - Nós nos odiamos, Harry, acha que isso vai dar certo? - perguntou Sirius. - Lestrange e eu na mesma casa?

 

   - O amor e o ódio andam lado a lado, papai - cantarolei, Sirius me fuzilou com os olhos.

 

   - Não quero ela aqui.

 

   - Sirius, por favor - implorei. - Isso vai me deixar muito feliz. Você quer que eu fique feliz, né?

 

   Sirius encarou a sua maçã por um minuto inteiro e depois suspirou.

 

   - Vou pensar no seu caso, mas isso é por você, eu ainda odeio essa mulher.

 

   - Ótimo - falei e sorri para Bellatrix. - Você e Bicuço vão ter uma casa agora.

 

   - Eu disse que vou pensar, Harry.

 

   - Obrigada - murmurou Bellatrix.

 

   - Ah, eu esqueci de te dizer - falei -, sua irmã, Narcisa, quer te ver. Ela disse que sabe que você é inocente e sente sua falta.

 

   - Você disse algo sobre mim para ela?

 

   - Não. Draco adivinhou, ele é mais inteligente do que eu pensava.

 

   - Não posso ver Narcisa agora, Harry. Depois, talvez - Bellatrix deu de ombros e tomou um gole de suco.

 

   - Tudo bem.

 

   Eu servi o meu café e observei Sirius brigando novamente com Bellatrix por que ela disse que gostou do cabelo dele.

 

       ~       ×       ~       ×       ~

 

   Os dias se passaram rapidamente, Bellatrix se mudou para o terceiro quarto no segundo andar de nossa casa e Sirius começou a evitá-la. Nós nos divertimos muito no resto das férias e, quando dei por mim, já era primeiro de Setembro.

 

   - Você já arrumou o seu malão? - Sirius perguntou pela milésima vez naquela manhã. - Já são dez e meia, Harry, nós deveríamos estar a caminho da estação.

 

   - Meu malão está arrumado desde ontem, só que eu não consigo achar o meu sapato - falei irritado.

 

   Sirius suspirou.

 

   - Procure outro par de sapatos, então.

 

   Eu procurei. Daí eu me despedi rapidamente de Bellatrix, Remus e Bicuço, então Sirius agarrou o meu braço e aparatou numa rua deserta. Nós andamos calmamente pela estação e atravessamos a barreira da plataforma nove e meia. Vi Draco e Blás conversando em um canto, Neville, Dino e Simas estavam um pouco adiante, falando sobre a Copa Mundial. Cho Chang passou perto de mim acompanhada por Cedrico Diggory, os dois acenaram.

 

   - Harry! - chamou a voz de Hermione, daí eu a vi junto com os outros Weasley, eles estavam perto do Expresso de Hogwarts.

 

   - Oi - falei quando cheguei lá. Dei uma piscadela para Gina, que parecia mais bonita que o normal, eu senti uma estranha vontade de cheirar o cabelo dela.

 

   - Olá, querido - disse a Sra. Weasley me abraçando. - Como você está?

 

   - Estou bem, obrigado, Sra. Weasley.

 

   - Como foi o resto de suas férias? Você estava comendo direito?

 

   - Ele estava comendo muito bem, Molly, nós temos comida em casa, sabe - disse Sirius revirando os olhos.

 

   - Eu sei, Sirius, mas não acho que comer pizza todo dia é saudável.

 

   - Harry não come pizza todo dia, que tipo de pai você acha que eu sou?

 

   - O tipo...

 

   - Chega, mamãe - interrompeu-a Carlinhos, pousando a mão em seu ombro. Então ele se virou para nós e sorriu. - Talvez eu volte a ver vocês mais cedo do que pensam.

 

   - Por quê? - perguntou Fred.

 

   - Você verá - respondeu ele num tom enigmático.

 

   - Eu sinto até vontade de voltar a Hogwarts este ano - disse Gui.

 

   - Por quê? - perguntou Jorge impaciente, mas a buzina do trem impediu Gui de falar.

 

   A Sra. Weasley abraçou cada um de nós, Gui e Carlinhos se despediram com acenos e Sirius me puxou para um abraço.

 

   - Nós vamos nos ver... - Sirius pensou um pouco. - Bom, não sei quando nós vamos nos ver porque eu tenho certeza de que você vai querer passar o Natal em Hogwarts.

 

   - Oque vai acontecer lá? - perguntei.

 

   - Você vai descobrir hoje a noite. Ah, seus amigos já embarcaram no trem, acho bom você ir logo.

 

   - Mas...

 

   - Não se meta em encrencas, ok?

 

   - Ok.

 

   Depois de embarcar, Rony, Hermione, Gina e eu fomos procurar uma cabine vazia para nos sentar.

 

   - Oque vocês acham que vai acontecer em Hogwarts? - perguntei assim que nos sentamos.

 

   - Acho que tem algo haver com a Copa Mundial - disse Rony.

 

   - Ou talvez alguém vá doar mais livros para a biblioteca - disse Hermione. Rony e eu a encaramos. - Que foi?

 

   - Eu sei o que vai acontecer - disse Draco na porta da nossa cabine, ele entrou e Blás o seguiu. - Mas não posso falar se não vou estragar a surpresa.

 

   - Acho que você não sabe de nada, Draco - disse Blás irritado. - Se soubesse já teria falado.

 

   - Eu quero saber - disse Rony.

 

   - Não vou contar - cantarolou Draco.

 

   - Então oque você veio fazer aqui, Barbie? - perguntei.

 

   - Vim sentar com vocês, Cicatriz.

 

   - Hum... eu vou sentar com os meus amigos - murmurou Gina.

 

   - Você vai voltar? - perguntei esperançoso.

 

   - Sim, mais tarde.

 

   Então Gina saiu e ficamos só nós cinco na cabine. Conversamos um pouco sobre a Copa Mundial de Quadribol e quando o carrinho do lanche apareceu, nós compramos quase tudo. Pouco depois, Theodore Nott apareceu na nossa cabine junto com Crabbe e Goyle.

 

   - Ora se não é o bando de patetas - disse Nott maliciosamente. - Não vi nenhum de vocês na Copa Mundial, não tinham dinheiro para pagar pelas entradas?

 

   - Creio que você não nos viu porque nós estávamos na arquibancada com um monte de gente importante - falei sorrindo. - Você devia estar logo abaixo de nós.

 

   - Arquibancada? - Nott ergueu uma sobrancelha. - Eu não acredito em você, Potter, quem te levaria para uma arquibancada?

 

   - Ludo Bagman, amigo do Sr. Weasley - respondi. - Ele nos deu aqueles ótimos ingressos. Foi maravilhoso ver o jogo do alto.

 

   Nott olhou para cada um de nós e percebeu que estávamos falando a verdade, ele saiu de lá antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa. Draco sorriu.

 

   - Por essa ele não esperava.

 

   Quando nós chegamos na estação de Hogsmeade, o céu estava escuro e chovia muito. Acenei para Hagrid, mas acho que ele não viu, então nós subimos em uma carruagem e partimos para a escola. Chegamos em Hogwarts encharcados e Pirraça estava no saguão esperando para atirar balões de água nos alunos, a Profa. Minerva brigou com ele e mandou a gente ir para o Salão Principal. O lugar estava lindo, como sempre, apesar de o teto encantado estar negro e chuvoso. Os fantasmas das casas esperavam os alunos ao lado das mesas. Eu me sentei entre Rony e Gina e ergui os olhos para a mesa dos professores, todos os lugares estavam ocupados, menos a cadeira da Profa. Minerva e a do professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

 

   - Harry! - gritou Colin Creevey, correndo até mim. - Ei, Harry, oi!

 

   - Oi, Colin - respondi entediado.

 

   - Meu irmão vai estudar aqui esse ano, Harry. Meu irmão Dênis!

 

   - Ah, legal.

 

   - Espero que ele venha para a Grifinória.

 

   - E eu espero que ele não seja como você - lhe ofereci um sorriso sem graça. - Vá se sentar, Colin, a seleção vai começar agorinha.

 

   Enquanto o Chapéu Seletor cantava, eu olhei a mesa dos professores com mais atenção e meus olhos pousaram em Snape, ele me encarou com repulsa. Acho que ele me odeia ainda mais. A seleção terminou e Dênis acabou na Grifinória junto com os outros novos alunos.

 

   - Dênis! Dênis! Está vendo aquele garoto lá? - Colin apontou para mim. - Aquele de cabelos pretos e óculos? Está vendo ele? Sabe quem é, Dênis?

 

   - Merlin me ajude - murmurei, Gina sorriu ao meu lado.

 

   Dumbledore se levantou, o sorriso dele era contagiante, os braços estavam abertos num gesto de boas-vindas. Eu sorri.

 

   - Só tenho duas palavras para lhes dizer - disse ele. - Bom apetite!

 

   A mesa se encheu de comida e eu enchi o meu prato. Rony já estava com a boca cheia de purê de batatas, Hermione pegou apenas um pedaço de frango e purê.

 

   - Quase que nós não temos uma festa hoje, sabem - disse Nick Quase Sem Cabeça. - Tivemos um pequeno problema na cozinha.

 

   - Que problema? - perguntei.

 

   - Pirraça aprontou, como sempre. Jogou panelas e sopa para todo lado, os elfos estão aterrorizados.

 

   - Ei, os elfos trabalham aqui! - exclamou Hermione. - Tinha me esquecido. Por que nós nunca os vimos andando por aí? - ela se dirigiu a Nick Quase Sem Cabeça.

 

   - Porque eles ficam na cozinha durante o dia - respondeu Nick. - Só saem a noite para fazer a limpeza, essas coisas.

 

   - Oh, mas eles recebem salário? Têm férias? Licença médica, aposentadoria e todo o resto?

 

   - Hã, Hermione, eles são elfos domésticos - falei. - Eles meio que amam trabalhar e não gostam de receber dinheiro, é ofensivo para eles. Sirius já tentou pagar os nossos elfos, mas eles caíram no choro.

 

   - Isto é trabalho escravo, Harry - disse a garota. - Foi isso que preparou este jantar, trabalho escravo.

 

   E Hermione parou de comer. Quando todos estávamos cheios, Dumbledore se ergueu e olhou para nós.

 

   - Então, preciso mais uma vez pedir sua atenção para dar alguns avisos. O Sr. Filch me pediu para avisá-los de que a lista dos objetos proibidos no interior do castelo este ano cresceu. A lista inteira tem uns quatrocentos e trinta e sete itens e pode ser examinada na sala do Sr. Filch, se alguém quiser lê-la - Dumbledore segurou uma risada e continuou. - E eu gostaria de lembrar a todos que a floresta de nossa propriedade é proibida a todos os alunos. Também tenho a infelicidade de lhes informar que este ano não iremos realizar a Copa de Quadribol entre as Casas.

 

   - Quê? Que absurdo! - exclamei perplexo. Os jogadores da Grifinória e das outras Casas começaram a protestar junto comigo.

 

   - Isto se deve a um evento que começará em outubro e irá prosseguir durante todo o ano letivo - continuou Dumbledore calmamente. - Tenho o grande prazer de anunciar que este ano em Hogwarts...

 

   O diretor foi interrompido por um forte trovão e as portas do Salão Principal se abriram. Um homem apareceu, segurando uma bengala e usando uma capa de viagem preta, ele caminhou pesadamente até Dumbledore, abaixando o capuz enquanto andava e eu arregalei os olhos ao ver o seu rosto. O cara era coberto por cicatrizes, a boca era puxada para baixo numa careta estranha e faltava um pedaço de seu nariz, mas o mais legal eram seus olhos. Um deles era pequeno, escuro e normal, mas o outro era grande, redondo e azul-elétrico vivo e ele estava girando para todos os lados. O homem chegou a Dumbledore, deu um aceno com a cabeça, se dirigiu ao seu lugar na mesa dos professores, puxou um prato de salsichas e as cheirou e depois começou a comer como se nada tivesse acontecido.

 

   - Gostaria de apresentar o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas - disse Dumbledore feliz. - Prof. Moody.

 

   Bom, ele não foi bem recebido, apenas Dumbledore e Hagrid bateram palmas para Moody.

 

   - Quem é ele? - sussurrei para Rony. - Já ouvi o pessoal lá em casa falando sobre ele, mas nunca prestei atenção.

 

   - Este é Olho-Tonto Moody - sussurrou Rony. - Papai foi ajudá-lo hoje cedo, parece que havia alguns intrusos em seu Jardim. Ouvi dizer que ele foi um ótimo auror e capturou muitos bruxos das trevas, mas está meio maluco agora.

 

   - Ah - voltei a observar Moody. Ele puxou um cantil do bolso e tomou um gole, pude ver um pedaço de uma perna de pau embaixo da mesa.

 

   Dumbledore continuou:

 

   - Como eu ia dizendo, nós vamos ter a honra de sediar um evento muito importante em nossa escola esse ano - ele fez uma pausa teatral -, o Torneio Tribruxo.

 

   - Isso só pode ser brincadeira! - exclamou Fred em voz alta, todos no salão olharam para ele.

 

   - Não é brincadeira, Sr. Weasley, embora, agora que o senhor menciona, ouvi uma excelente piada durante o verão sobre um trasgo, uma bruxa má e um leprechaun que entram num bar...

 

   A Profa. Minerva pigarreou alto.

 

   - Bom, parece que agora não é a hora certa para contar piadas, tenho um longo discurso a fazer - Dumbledore revirou os olhos. - O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de bruxaria: Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang.

 

Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades, mas o Torneio foi interrompido porque... hum, havia muitas mortes.

 

   - Muitas mortes - repetiu Rony que estava assustado, mas ao mesmo tempo excitado.

 

   - Durante séculos houve várias tentativas de reiniciar o Torneio, mas nenhuma delas foi bem-sucedida. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal. Um julgamento imparcial decidirá que alunos terão mérito para disputar a Taça Tribruxo, a glória de sua escola e o prêmio de mil galeões.

 

   - Estou nessa! - disse Fred e os outros alunos rapidamente começaram a fazer planos de participar do torneio.

 

   Eu também comecei a fazer planos, seria legal participar de um evento assim, não estou pensando no dinheiro, é claro, mas sim na diversão e na adrenalina. O problema é que Sirius nunca me deixaria participar do torneio. Nesse momento, Dumbledore ergueu as mãos e o Salão ficou em silêncio.

 

   - Os diretores das escolas participantes e o Ministério da Magia concordaram em impor este ano uma restrição à idade dos participantes. Somente os alunos que forem maiores, isto é, tiverem mais de dezessete anos, terão permissão de apresentar seus nomes à seleção. Isto é necessário pois as tarefas do torneio continuarão a ser difíceis e perigosas, por mais precauções que tomemos. As delegações de Beauxbatons e de Durmstrang chegarão em outubro e permanecerão conosco a maior parte deste ano letivo. Sei que os nossos visitantes serão muito bem recebidos e que vocês darão todo apoio ao campeão de Hogwarts quando ele for escolhido - Dumbledore se virou para falar com a Profa. McGonagall. - Eu esqueci de dizer alguma coisa, Minerva?

 

   - Creio que não, Prof. Dumbledore - ela respondeu. O diretor voltou sua atenção para nós e sorriu.

 

   - Então, já está tarde e amanhã vocês precisam estar descansados para começarem as aulas. Hora de dormir! Vamos andando!

 

   - Mas isso é injusto! - reclamou Jorge. - Não deveria haver um limite de idade!

 

   - Nós vamos nos inscrever mesmo assim - disse Fred. - Fala sério, são mil galões!

 

   Nós fomos para a Torre da Grifinória e cada um foi para o seu dormitório. Eu me joguei na minha cama, estava muito cansado, só queria dormir...

 

   - Eu queria participar do Torneio Tribruxo - disse Rony. - Você participaria se tivesse idade?

 

   - Aham - murmurei sonolento e eu imaginei a cena, eu ganhando o Torneio Tribruxo e Gina entregando uma grande taça para mim, os olhos dela brilhavam de alegria. E então eu dormi, com um sorriso no rosto.


Notas Finais


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Até a próxima 💚


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