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História Pottertale - O Encontro de Dois Mundos (AU de Undertale) - O Segundo Teste



Capítulo 32 - O Segundo Teste




CAPÍTULO 32 - O SEGUNDO TESTE 



Chara esquadrinhou o teto do aposento com os olhos rubros, fazendo uma careta pensativa, observando o brilho suave dos pequenos pontinhos prateados no alto.

- É alto demais… - observou obviamente, aparentando uma surpreendente insegurança – o que faremos?

- E ainda pergunta? - ralhou Asriel – você que é a inteligente aqui, Chara!

A garota fechou a cara para Asriel, contraindo as mãos em punhos, posicionando-se no centro da sala. Frisk a viu apanhar a varinha, erguendo-a em direção ao domo.

- Finite Incantatem!

Nada aconteceu.

- Não funcionou – Frisk lamentou-se.

Viu a amiga encará-la de maneira calculista.

- Frisk… eu acho… que feitiços comuns não vão adiantar.

Frisk vincou a testa, sem compreender.

- O que quer dizer…?

Foi quando finalmente entendeu.

- Vamos ter que usar nossa… magia bruta – disse de modo sério – sem varinhas.

A menina se retraiu.

Mesmo durante as aulas de Estudo das Almas, ela e os demais não haviam tentado conjurar o poder total de suas respectivas magias.. Reger qualquer tipo de ataque, numa distância tão longa como aquela, era algo que eles nunca haviam ousado experimentar antes.

- Ainda não sei como faremos isso. Eu mal sei levitar ainda! - Asriel disse, mordendo o lábio – temos que ser rápidos… Riverman deve estar quase alcançando o dispositivo à essa hora!

- Pensei que ia morrer sem dizer isso – Chara titubeou – mas Asriel tem razão. Temos que arranjar uma maneira de alcançar aquelas chaves, com alguma de nossas magias principais.

Após alguns segundos, Frisk teve uma ideia.

- Chara… lembra do que você vez naquele dia com o professor Papyrus?

Chara a fitou.

- Aquele lance de fincar minhas adagas na parede.

- Sim… exatamente! - Frisk assentiu, ansiosa – consegue fazer aquilo de novo?

- Sem a varinha? - rebateu preocupadamente – eu… eu não sei. Nunca tentei sem… ela.

- Eu sei que você consegue, Chara - para espanto da garota, Asriel segurou-lhe o braço, de maneira reconfortante – eu posso te ajudar com minhas espadas. Vamos fazer isso juntos… ok?

Chara pareceu perder um pouco da insegurança, voltando a erguer a cabeça para a redoma. Inspirou profundamente, concentrando-se.

A garota ergueu as mãos na direção das paredes circulares do aposento, rutilando as íris vermelhas e soltando um arquejo baixo.

Admirada, Frisk observou várias adagas carmim surgirem no ar, voando de encontro aos tijolos e fixando-se na superfície irregular, formando uma escadaria em espiral.

Porém, o poder de Chara não pareceu ser o bastante, já que a sequência de adagas mágica interrompeu-se repentinamente na metade do caminho, faltando poucos metros para atingir o topo.

- Eu não consigo… manter por muito tempo… - ofegou – Asriel…!

- Pode deixar! - o cabritinho vincou a testa, também fincando várias de suas espadas serrilhadas, que terminaram de formar a escadaria de lâminas – Frisk… você precisa ir lá!

Sem perder tempo, a menina começou a subir a escada de armas, equilibrando-se o mais rápido que podia para chegar até as chaves.

Faltando pouco mais de um lance, Frisk desequilibrou-se por um momento, agarrando-se assustada em uma das espadas de Asriel. Guinchou de dor, ao sentir a lâmina afiada cortando levemente a palma de sua mão.

- Frisk… - ouviu Asriel exclamar tremulamente – rápido…!

Ao longe, percebeu que ambos os amigos pareciam exaustos do esforço. Foi o que bastou para ignorar a dor na mão, voltando a se equilibrar e correndo até o fim nos degraus mágicos.

Arquejante, ergueu a mão no ar, apanhando quatro das sete chaves flutuantes. Enfiou-as nos bolsos da capa, adiantando-se outra vez, saltando alguns centímetros para agarrar as restantes.

Assim que conseguiu recolhê-las, deu um suspiro de alívio, começando a descer escadaria abaixo. Após certificar-se de que Frisk havia deixado a escadaria de espadas, Asriel parou de sustentá-las, baixando a mão e fazendo os últimos degraus desaparecerem no ar.

No entanto, Chara já não aparentava conter mais suas adagas, baixando a cabeça sofregamente em direção ao chão.

A garota gritou quando os degraus restantes desapareceram, faltando pouco para o fim de sua descida, fazendo Frisk despencar quase três metros em direção ao chão.

Agindo inesperadamente, Asriel jogou-se embaixo dela, soltando um gritinho sufocado ao receber o peso da garota sobre ele.

- Frisk!

Fremindo, Frisk reergueu-se, milagrosamente ilesa, enquanto Chara se aproximou, quase soluçante de angústia.

- Sinto muito! - choramingou, enquanto ajudava Asriel a se levantar – eu…. perdi o controle…

- Eu estou bem – Frisk a cortou – você não teve culpa de nada, Chara…

Ainda gemendo de dor - embora tentasse corajosamente não demonstrar – Asriel bateu palmas quando Frisk lhes inclinou as chaves.

- Não acredito – alegrou-se – realmente conseguimos!

Frisk não havia percebido que o corte em sua mão havia sangrado durante a decida, manchando algumas das chaves com suaves listras avermelhadas.

Momentaneamente distraída com aquilo, teve que ser sacudida por Asriel para recobrar o foco.

- Vamos logo! Estamos ficando sem tempo!

Distribuiu duas das chaves para Chara e Asriel, que se puseram a destrancar a porta rapidamente. Frisk usou As três restantes, desbloqueando as fechaduras que ainda restavam, e agarrou a maçaneta, puxando-a com o máximo de força que ainda tinha.

O portão guinchou, abrindo-se lentamente, dando passagem para que o trio avançasse.

Sem demora, os garotos avançaram, apertando os olhos diante da penumbra se que apresentou diante deles.

- O que será que…? - disse Asriel, tateando em meio ao escuro.

- Ai! - reclamou Chara – você me deu uma patada no pé!

- Shhh… escutem – Frisk falou – estão ouvindo?

A luminosidade adiante aumentou, revelando uma nova câmara subterrânea. Ouvia-se o crepitar de archotes ao redor dela, o que explicava a repentina iluminação que havia surgido.

- F-Frisk…

Atônita, Frisk visualizou um amplo picadeiro diante dela. Olhou para a esquerda, vendo a silhueta caída e destruída de um imenso e medonho boboneco.

E, diante deles, outro boboneco se erguia, imponente e assustador, rilhando a dentilhão afiada e férrea na direção dos meninos, absolutamente disposto a matar qualquer um que ousasse prosseguir.

- E agora?

Chara sacudiu a cabeça, dando uma risada sarcástica.

- È exatamente o que estão pensando. Temos que enfrentá-lo se quisermos continuar… e apenas um de nós poderá lutar.




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