História Pouring Rain - Tears in the Rain- Capítulo Único

Lágrimas não são apenas lágrimas. Cada uma leva um arrependimento, um pedido de ajuda, um grito ou chamado, uma alegria ou uma tristeza, podendo ser passageira ou hospedeira.

As lágrimas que choro levam uma angústia, um peso que não consigo suprimir em mim. Acumula e cai como a chuva que limpa as nuvens e molha o chão; essas se misturam até se igualarem. Aqui no chão, eu tento recolher meus pedaços, porque a chuva quebrou dispersando-me para todas as direções inimagináveis. Ninguém passa e quem passou; alguém de roupa social, olhou sorrateiramente e continuou caminhando, possivelmente muito ocupado em não se atrasar para o trabalho.

Levanto depois de reconstituir-me e a água me transporta novamente. O peso que estava sentindo não desaparece, contudo melhora uma porcentagem que no momento não consigo calcular. 

Antes de parar nesta rua, onde as gotas chamaram por minhas lágrimas, estava vivendo minha rotina. Rotina que aprisiona, pega as minhas fraquezas e colocam-nas contra o meu ser. 

Eu luto e não desisto até receber uma pancada forte da vida que  empurrou e trouxe meu corpo a essa rua. A Rua da Esperança, nome em homenagem a esperança que ergueu muitos e recuperou outros. A esperança me faz sonhar alto e acreditar que as coisas, como pessoas ou a própria rotina vão melhorar. A pancada de certo alguém que levei, tem como discurso entre muitos, a seguinte frase: “Você não pode sonhar alto, você não tem direito e não vai realizar seus sonhos e desejos”. No segundo seguinte, eu fiquei desorientada. Ter que ouvir algo desconcertante que parte de um ser que parece não ter compaixão é simplesmente horrível. Ouvir essa frase como qualquer outra que já ouvi, desintegra meu coração um pouco mais e mesmo assim faço o que posso pra levantar minha cabeça e responder o contrário para essa e outras pessoas. Quando não consigo fazer isso eu me distancio dos problemas e fico alheia às soluções. Porém o tempo não presenteia com tréguas e de novo parto pra cima e resolvo minhas dificuldades do jeito que posso. 

Uma prece envio à Liberdade e peço que compartilhe com a Esperança, talvez um dia elas me atendam. Esperança para levantar e continuar meu dia-a-dia com um espírito com cujo meus defeitos não me atormentem e que tudo vai melhorar aos poucos, então a Liberdade vai chegar, me puxar pela mão e me abraçar. Quem sabe também vai dizer no meu ouvido: "Sua hora de ser feliz chegou e daqui adiante será livre para fazer suas escolhas e não irão te contrariar. Se opuserem, abra suas asas e mostre do que elas são capazes. Elas irão ofuscar a visão e iluminar os pensamentos dos opositores.” 

Enquanto minha vez não chega, eu continuarei a andar por essa rua e transformarei minhas fraquezas em qualidades contra aqueles que não gostam de mim, como um arco e flechas certeiros nas suas maldades. 

Agora me encontro em casa, mais leve e aquelas lágrimas ainda descem sobre meu rosto, porém são de determinação.