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História Powerful - Menina má


Escrita por: RocMo

Notas do Autor


Olar, migonces!

Atualização rapidinha essa, hein?

Primeiro gostaria de agradecer a todos que comentam e favoritam essa estória .

Nome do capítulo foi baseado numa música da Madonna: "bad girl".

Vou aproveitar pra panfletar minha nova fic "The girl of my best friend". spiritfanfics.com/historia/the-girl-of-my-best-friend-10333030

Sinopse:
Chaeyoung e Jeongyeon são melhores amigas desde a infância, mas tudo pode mudar quando ambas se apaixonam pela mesma mulher: Myoui Mina.

Estória baseada na música "The Girl of my Best Friend" de Elvis Presley

No mais, boa leitura <3

Capítulo 9 - Menina má


 

...Quando Chaeyoung se deu conta do que estava fazendo, prontamente se afastou de Mina, já esperando uma reação nada amigável da outra jovem. Talvez ela até lhe daria um tapa no rosto, mas Mina apenas a olhou por alguns segundos, nenhuma das duas fora capaz de dizer uma única palavra sequer, e então a coreana foi surpreendida quando Mina colocou as mãos em seu rosto, a puxou para mais perto de si, e lhe beijou de forma muito mais intensa.

Chaeyoung fechou os olhos e se entregou àquele momento. Era um misto de sensações tão boas e inexplicáveis, ela nunca tinha sentido nada semelhante: as mãos de Mina segurando delicadamente seu rosto, a língua dela em sua boca, aqueles lábios tão doces contra os seus, era tudo tão único, ela nunca havia sentido prazer igual em sua vida.

Mina dessa vez comandava o beijo, já que era muito mais experiente nisso que a sua criada coreana, porquê ela namorava Yoshiro há anos, e antes dele já havia beijado um outro garoto, enquanto Chaeyoung havia apenas sido beijada por Inbok uma única vez.

Aquele momento terno durou por alguns longos segundos, mas quando Chaeyoung, cada vez mais envolvida pelo calor do momento, colocou as mãos na cintura da japonesa fazendo-a sentir coisas inimagináveis em lugares de seu corpo que ela jamais cogitaria, Mina acabou se afastando dela de uma forma um tanto brusca.

Que loucura era aquela?

“Eu... Eu tenho que ir.” Mina disse, totalmente desnorteada, olhando para baixo e saiu rapidamente do quarto, deixando Chaeyoung estática e completamente nocauteada pelo o que acabara de acontecer.

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Mina entrou em seu quarto nem sabendo como fizera para chegar ali, já que estava tão nervosa e confusa, que mal conseguiu enxergar o caminho pelo corredor.

Ela trancou a porta e foi se deitar em sua cama. Abraçou o travesseiro, ainda tentando entender o que acabou de fazer. Não tinha explicação para aquele comportamento, nem havia um porquê dela ter agido de forma tão impensada.

Ela estava se sentindo tão inquieta, queria sair correndo sem rumo, nem sabia mais o que estava acontecendo.

Mariko podia não usar roupas femininas, nem ter cabelo longo como a maioria das mulheres, mas ela não deixava de ser uma garota, e isso tornava tudo tão mais errado, e ainda tinha Yoshiro...

“Yoshiro!” Mina exclamou alto, ao se lembrar que nem sequer havia respondido a carta de seu noivo que chegara há dias. Ele ficaria esperando muito mais tempo que o normal pela carta de Mina. Foram tantos acontecimentos nos últimos dias que ela acabou se esquecendo do pobre rapaz.

Mina suspirou fundo, e colocou o travesseiro sobre sua cabeça, e ficou naquela posição por algum tempo, mas no momento que ela descobriu o rosto, viu o origami em formato de tigre que estava próximo da cabeceira, e sentiu seu coração disparar.

Como podia estar se sentindo assim? Deveria estar enlouquecendo, era a única explicação.

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Naquela noite, como era de se esperar, Mina não conseguiu dormir direito. Seu sono foi conturbado, com ela despertando várias vezes durante a madrugada, assustada e com o coração batendo a mil.

A sua grande apresentação de ballet cada vez mais próxima e ela não estava comendo, nem dormindo direito, fazendo tudo errado e se sentia muito culpada por isso, mas era uma situação que ela não estava conseguindo evitar.

Ela levantou logo cedo, tomou um banho quente e ficou em seu quarto mesmo. Não sabia como deveria agir se cruzasse com Mariko pela casa.  Mesmo sem ter comido quase nada no dia anterior, não estava sentindo nem um pouco de fome. Decidiu que iria escrever uma resposta para Yoshiro e depois a levaria para o correio. Seria bom para ela sair, respirar um pouco de ar fresco e espairecer a cabeça longe de sua casa.

Ela se sentou em sua escrivaninha, releu a carta do rapaz e tentou escrever uma resposta. Ela escreveu algumas linhas e em seguida, amassou o papel por não gostar do resultado. A mesma coisa na segunda vez. Ela estava se sentindo uma hipócrita e traidora. Seu noivo era um ótimo rapaz, e estava lá, tão distante, servindo ao Império, sendo um herói, enquanto ela agia de maneira baixa e mesquinha. Ele não merecia aquilo.

Quando alguém bateu na porta, no entanto, seu coração disparou, e suas mãos e pernas até ficaram trêmulas. Ela sabia que não era Kimi, já que ela geralmente entrava logo após bater, então deveria ser Mariko.

Mina respirou fundo e se levantou, caminhando até a porta, sentindo-se muito nervosa, pensando em como seria olhar para a coreana depois do que houve na noite passada, mas quem estava ali era Izumi, com uma bandeja com frutas em mãos. Mina se sentiu aliviada, mas ao mesmo tempo uma pontinha de decepção habitou o seu coração.

“Com licença, dona Mina, sua mãe mandou lhe trazer seu café-da-manhã aqui, disse que é para você comer.” A mulher disse, e entrou no quarto, deixando a bandeja em cima da cama.

“Obrigada, Izumi.” Mina falou, enquanto a mulher já caminhava em direção a porta para voltar para as suas tarefas. “Izumi, com licença.” A mulher parou no mesmo instante, e virou-se para Mina. “Mariko está melhor?”

“Ela vai ficar bem.” Somi respondeu com certa amargura. Ela estava bem chateada com o que Kimi fizera com a garota. “Nós sempre ficamos.” E então ela deixou o quarto.

Mina sentiu o amargo no tom de voz da coreana, e ficou imaginando quantas situações semelhantes ela já não havia deixado de notar por estar sempre distraída e absorta em seu próprio mundinho cor-de-rosa.

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Chaeyoung estava na cozinha, arrumando as louças armário e pensando no que tinha acontecido na noite anterior, afinal, foi ela quem tomou a iniciativa de beijar Mina. Ela agiu por total impulso, um impulso que nem ela sabia explicar de onde surgiu. Ela sempre achou Mina uma moça muito bonita, desde menina ela já possuía uma beleza ímpar e que deixava a coreana meio abobada, mas aquilo que era dentro do limite do aceitável, beijar outra mulher não era. Não era algo que ela havia se imaginado fazendo.

Chaeyoung não entendia de onde surgiu desejo, aquela vontade de sentir os lábios de Mina contra os seus, foi somente olhar para ela e vê-la ali, tão linda, tão carinhosa, lhe prestando um socorro que ela jamais esperou receber de qualquer outro japonês, alguém que realmente demonstrava se importar verdadeiramente com seu bem estar apesar do abismo de diferenças existente entre elas.

 Mina era especial, isso era inegável, mas ela não deveria e nem poderia desejá-la daquela forma, era absurdo, impossível, e se Haru ou Kimi soubessem daquilo, iriam querer esfolá-la viva e além do mais, dali a pouco, em dois anos, Mina se casaria com Yoshiro, e iria embora, e elas perderiam o contato diário, e... Só de pensar nisso, Chaeyoung já sentiu seu coração apertado e um nó na garganta. Não era feliz viver ali na casa da família Myoui, mas sem Mina ficaria tudo ainda mais cinza, mas ela deveria aceitar a realidade, pois era um fato inevitável.

Inbok apareceu ali, e se aproximou da garota.

“Chaeyoung, como você está?” Ele perguntou preocupado. Estava muito irritado com o que acontecera com a jovem. Ele odiava os Myoui sem exceção, e seu ódio só fazia aumentar toda vez que Chaeyoung recebia uma punição. “Me deixe ver as suas mãos.”

A moça parou o que estava fazendo e estava fazendo e exibiu as mãos para o rapaz. Elas estavam um pouco melhor, mas ainda levaria alguns dias para voltarem ao normal.

Inbok engoliu seco ao ver o estado das mãos de sua amiga. Ele sentiu tanta raiva, que nem pensou duas vezes antes de socar a parede com muita força, assustando Chaeyoung.

“Inbok oppa!” Ela exclamou, com os olhos arregalados. Inbok respirou fundo, ainda com muita raiva. “Você enlouqueceu!? Quer arrumar problemas para você!?”

“Eu não aguento mais isso, Chae.” Ele respondeu desanimado, quase chorando. “Nós somos tratados pior que cachorro de rua, não temos valor nenhum para essa gente.”

“Eu entendo, eu também já estou saturada disso tudo, mas o que podemos fazer? Estamos presos aqui, não temos a quem recorrer.” Chaeyoung respondeu.

“Sim, não temos ninguém do nosso lado, então temos que agir por conta própria.” Ele disse, pensando na ideia que já rodeava seus pensamentos há algum tempo. “Eu quero que eles sofram o mesmo que nos fizeram sofrer”

Chaeyoung notou que havia algo sombrio nos olhos do rapaz, algo que ela nunca tinha visto antes, e isso a deixou um pouco assustada.

“Do que você está falando?” Ela perguntou.

“Ele não matou nossa família? Nossos pais? Sua avó? Meus irmãos? Então, vamos matar alguém que ele ama também, só assim ele vai sentir na pele a dor que nos causou.” Chaeyoung se arrepiou ao ouvir aquilo. Sim, ela odiava Haru e não podia negar que queria vê-lo morto pelo o que ele fizera com sua família, mas nunca passou nada semelhante pela sua cabeça.

“Você não tem medo do que pode acontecer? Seríamos presos, poderíamos morrer...” Chaeyoung começou a argumentar, e Inbok riu com deboche.

“Não temos nada a perder, Chaeyoung, não temos nem mesmo uma vida, ou você acha que isso é vida?” Chaeyoung abaixou os olhos. Ele sabia que ele tinha razão quanto aquilo. “Olhe para as suas mãos, que tipo de pessoa faz isso com a outra? Já pensou como os seus pais se sentiriam se pudessem ver o que fazem com você nessa maldita casa?”

Chaeyoung nem gostava de imaginar como seus pais ficariam se pudessem ver como a sua vida estava. Preferia a ideia de que eles estavam em paz, em algum lugar muito melhor, longe de todo aquele sofrimento.

Inbok então caminhou até a porta, e Chaeyoung o olhou.

“Inbok oppa, sobre quem você falava exatamente quando pensou em se vingar de Haru?” A jovem perguntou, receosa com a resposta.

“Mina.” Ele respondeu friamente, e Chaeyoung sentiu um medo profundo. O rapaz deixou a cozinha, e a jovem ficou estática, ainda tentando assimilar o que acabara de ouvir.

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Somente na quarta tentativa Mina conseguiu escrever uma carta decente para Yoshiro, e logo após o almoço, foi levá-la até o correio. Ela aproveitou para dar um passeio pelo parque que costumava ir com seu pai quando era criança.

Ela passou ali muitas tardes agradáveis, e aquele era um lugar que lhe trazia paz e sossego, longe do ambiente pesado e confuso que estava em sua casa.

Ela ficou sentada sozinha em um banco, observando as crianças correndo e brincando sorrindo, sem nenhuma preocupação com coisa alguma, e desejou que pudesse voltar a ser uma menina de novo. Tudo era tão mais fácil.

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Japão, 1930

Mina corria por aquele mesmo parque, com dez anos de idade. Seus pais andavam de mãos dadas há poucos metros atrás.

“Papai, me empurra no balanço?” Ela perguntou animada, e Haru sorriu.

“Mas é claro, vamos!” Ele respondeu com a mesma animação, e os dois foram até os balanços próximos dali. Kimi sentou-se em um banco e ficou apenas observando a interação entre pai e filha.

Kimi passava bastante tempo com Mina, então quando Haru tinha suas temporadas em casa, ela deixava com que ele tivesse mais contato com a menina e apenas observava aquele carinho todo dele com a pequena Mina.

Sorrindo, Kimi ficou olhando Mina rindo e se divertindo e pedindo para o pai empurrá-la mais alto, enquanto Haru aproveitava aquele momento de harmonia. Viver constantemente em zonas de guerra o deixava muito estressado e ele só encontrava paz e felicidade ao lado de sua esposa e filha.

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Mina sentia muita falta de seu pai. Ele por muitas vezes lhe passava uma segurança que Kimi não conseguia. Quando Haru estava por perto, era como se mesmo nos tempos difíceis, as coisas fossem se resolver, ele iria conseguir resolver, mas com ele tão longe, tudo ficava mais complicado e também tinham todas as questões recentes.

Haru até era bastante compreensivo para um homem, e Mina reconhecia isso, ela ouvia muitas histórias de como os pais de suas colegas de escola eram rígidos com suas filhas mulheres. Até mesmo sua mãe tivera um pai assim, seu avô Kazuya era extremamente conservador e tradicionalista, mas ela tinha consciência que nem mesmo seu pai aceitaria o seu comportamento nos últimos dias, e se soubesse do que ela tinha feito com Mariko ficaria absolutamente decepcionado e talvez nem seria capaz de perdoá-la.

Sua cabeça estava até doendo de tanto que ela pensou sobre isso naquela manhã, e quase nem pisou para fora de seu quarto, temendo encontrar Mariko, mas uma hora isso iria acontecer, afinal, ela não poderia ficar escondida para sempre, sem contar que estava em sua própria casa.

Mas ela ainda não sabia qual seria sua reação quando esse encontro inevitável finalmente ocorresse. Só de pensar na situação ela já ficava nervosa, e como se não bastasse, precisava era se concentrar na sua apresentação, cada vez mais próxima.

Eram tantas coisas que estavam tirando sua paz, que a jovem sentia que podia explodir numa crise de choro a qualquer momento.

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Assim que chegou em casa, Mina decidiu que o melhor a fazer seria treinar. Ela precisava aprimorar alguns movimentos para não errar tanto como na última vez que ensaiou em grupo e deixar madame Tayoko irritada.

Ela vestiu seu collant preto, para combinar com a personagem que interpretaria, prendeu seu cabelo com um coque e seguiu para a pequena sala que Haru mandou fazer especialmente para ela, assim que ela entrou no ballet.

Ela deixou a porta encostada, e começou a dançar ao som da música clássica de Tchaikovsky, e foi bem no início até que errou o primeiro passo, mas ela sabia que não podia desanimar, iria tentar de novo, e de novo, e quantas vezes fossem necessárias até que aquela dança ficasse perfeita, como todos queriam.

Chaeyoung passava pelo corredor, carregando algumas roupas que deveriam ser guardadas no quarto de Mina, quando ouviu o som vindo da sala de ballet, e ao notar que havia uma pequena fresta na porta, ela não conteve sua curiosidade, e foi espiar.

Assim como quando era criança e se encantou pela bailarina da caixinha de música, ela agora se via enfeitiçada pela bailarina real.

Chaeyoung ficou parada ali, observando encantada os movimentos graciosos de Mina. Ela até parecia um anjo.

A coreana abriu um pequeno sorriso enquanto observava a outra moça dançando. Chaeyoung não tinha estudo, mas gostava das artes, não só de desenho, mas também de música e dança, mas nunca teve a oportunidade de ter algum contato com essas expressões artísticas, o máximo que ela ouvia era alguma música vinda da sala de ballet.

Mina, por sua vez, dava o máximo de si naquela dança, mas ainda assim seus pensamentos estavam confusos e algumas vezes isso a fazia se desconcentrar, e foi na hora que ela tinha uma sequência de três saltos, quase no final de sua dança solo, que ela acabou pisando errado, torcendo o tornozelo e sofrendo uma queda.

Chaeyoung não pensou duas vezes assim que viu o acontecido, e entrou correndo ali na sala para ajudar Mina, surpreendendo a jovem bailarina.

“Você está bem, Mina?” Ela perguntou bastante preocupada, ajoelhando-se ao lado da japonesa, que estava sentada, com as mãos sobre o seu pé direito, que fora o que ela torcera durante o salto frustrado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


De novo panfletando: leiam minha nova fic, ela é Michaeng, só não é tão dramática quando "Powerful", na verdade ela tem um lado totalmente de comédia romântica com um certo drama pelo triângulo amoroso Chaeyoung/Mina/Jeongyeon

E agradeço aos que leram esse capítulo, espero que tenham gostado e até a próxima!


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