História Powerless - Megan, Penny e beijo

Um mês depois 

-O que você acha de Deus? - Scott me perguntou. Estávamos no quarto dele deitados na cama olhando para o teto e comendo salgadinhos quando ele me perguntou isso.  

-Como assim o que eu acho de Deus? Ele é tudo, nosso salvador. Por quê? - Eu o olhei e seus olhos azuis desviaram do teto para os meus. Me olhou como se eu fosse uma criança. 

-Acho você fofa, sabe, sua inocência. 

Eu ri. 

-Por que acredito em Deus? - Eu gostava de conversar com Scott,  Jace e eu não nos falávamos muito. A Ultima vez que tivemos uma conversa foi semana passada quando ele perguntou se eu estava com frio quando o aquecedor pifou. O nosso ultimo contato intimo foi há um mês atrás,  depois daquele dia ele ficou distante. Scott é minha única companhia desde então. 

Apesar de nunca ter dito em voz alta eu sentia falta de Jace. Dele,  do seu cheiro, seus lábios,  suas mãos... Tudo era tão vago, como se tivesse acontecido anos atrás e não dias. 

Scott me cutucou.  

-Está pensando nele... -Ele afirmou sussurrando como se fosse um segredo. - Ele também deve estar pensando em você, se quer saber. 

Lembrei de Emma, provavelmente ela falaria como ele. 

-Você me fez lembrar da minha melhor amiga - Eu comentei lembrando dela e sentindo falta de conversar com ela. Ele estalou os lábios e negou. 

-Não mude de assunto anjinha - Seus olhos me fisgaram. Senti como se tivesse sido pêga no flagra roubando alguma coisa. Mas foi pior, Scott parecia saber de tudo sobre mim. Fiquei vermelha por ser desvendada assim de cara. Seu olhar continuava me pressionando, e eu nunca fui boa sob pressão. 

-É,  tá - Admiti, mas ele queria mais. Bufei e cruzei os braços de cara amarrada. - eu estou pensando nele. 

Parei um pouco e suspirei deixando a muralha que ficava em volta dos meus sentimentos se abrisse um pouco. 

-Penso nele todos os dias... 

Quando eu disse senti um alívio maravilhoso. Scott pegou minha mão e deu um beijo. 

-Anjinha, vai ficar tudo bem... - Ele assegurou. - Agora - Ele levantou da cama fazendo barulho com a boca como se estivesse levantando peso. - você vai me dizer o porquê de estar apaixonada pelo Jace. 

Fiquei boquiaberta e estava pronta para socar Scott quando alguém bateu na porta. Olhei para Scott como se dissesse "salvo pelo gongo" e ele riu travesso. Ele permitiu que quem batia entrasse. 

Nossa visão foi preenchida por pernas longas e bronzeadas e depois o rosto angelical e robusto de Megan apareceu. Megan tinha uma beleza meio difícil de se encontrar. Ela e Scott estão ficando há um tempo. 

-Scott,  eu só queria saber se você vai treinar hoje - Ela disse com sua voz de aeromoça. Ela ia ao treino do Scott depois do trabalho "assisti-lo" treinar. Ela fez uma pose na porta, ressaltando sua cintura e mostrando o tecido do cós de sua calcinha. -Ou você quer agora? - Pude perceber a insinuação dela e assobiei sabendo minha hora de ir embora. 

-Huh, acho melhor eu ir. Scott até mais - Ela avançou até ele e tive certeza que ele sequer me ouviu. Sai do quarto e fechei a porta sorrindo. 

Andei pelo corredor até chegar ao centro de comando, o lugar onde as garotas trabalhavam. Um pouco sexista para o meu gosto, mas o bom do trabalho delas e provavelmente meu no futuro é ter acesso às câmeras e portas automáticas. Elas trabalhavam toda hora. Tendo, óbvio, troca de turnos. Agora devia ser a hora em que Megan deve tirar um descanso, mas ela preferiu algumas horas à mais acordada. 

Quando entrei na sala de comando fui abordada por Penny Bush, ela tinha as mesmas ccaracterísticas de Megan,  menos a sensualidade, Penny era mais do tipo que eu considero nerd, acho que por isso nos demos bem. 

-Gata,  vem aqui - A voz fina e doce de Penny parecia um cartoon dos anos 90. Acho bem engraçada a mania dela de me chamar de gata. Ela puxou meu braço e ambas nos sentamos nas cadeiras em frente ao monitor 7. Ela digitou algumas coisas que nem consegui entender, logo no monitor apareceu o rosto de Jace sorrindo. Senti meu coração ficar agitado, fazia um tempo que não o via assim, sorrindo. Ainda mais esse sorriso com malícia. Tentei fazer descaso.

-O que tem ele? - Perguntei me encostando na cadeira querendo parecer despreocupada. Logo Penny me olhou triste e tirou o zoom da tela, quando vi o motivo do sorriso dele senti que eu desabava. 

Uma mulher estava pronta para fazer sexo oral nele. Ela estava descendo os beijos pelos peitoral dele, provavelmente ele tinha ido treinar, estava de bermuda jeans e tênis. Ela ia abrir o zíper dele quando não aguentei mais ver e saí da sala.  Sem ligar para o que achariam disso. Corri até meu quarto, recebendo olhares curiosos e outros preocupados de quem eu já era um pouco mais intima. 

Quando cheguei à minha cama desabei nela e tudo que senti vontade de fazer era bater nele. Senti nojo,  repulsa. Aquela cena se passava pela minha mente direto. Odiava Jace e me odeio mais ainda por sentir raiva,  por ele me afetar tanto assim. Resolvi tomar um banho e tirar essa raiva de mim. 

Quando entrei no box foi um alívio sentir a água quente por todo meu corpo. Tentei esvaziar tudo da minha mente e aos poucos fui conseguindo. Eu gostava muito de tomar banho principalmente neste Box em especial. O vapor da água deixava o vidro do Box completamente embaçado e isso me dava a ideia de estar em outro lugar, um lugar onde não fosse uma base de treinamento. Como se o vapor embaçante fizesse com que eu esquecesse dos meus sentimentos dolorosos e confusos. 

Depois de lavar os cabelos,  ensaboar e passar óleo de baunilha pelo meu corpo eu acabei. Saí do Box que era um pouco mais alto que o chão para não molhar tudo e vi que na prateleira perto do Box não havia nem uma toalha. Tive que ir até o pequeno armário de baixo da pia,  me agachei para pegar a toalha, peguei uma e fui surpreendida quando a porta do banheiro foi aberta. 

Jace estava olhando para o celular e ergueu seus olhos, ambos surpresos. Gritei e tentei correr para o lado e me enrolar com a toalha antes que ele me visse, mas já era tarde. Quando consegui me enrolar de repente senti meus pés deslizarem no chão e cai de bunda dentro do Box me molhando ainda mais. 

-Porra - Eu só o ouvi xingar e depois senti suas mãos na minha cintura. Eu estava tão envergonhada que fiquei com os olhos fechados, mas fui forçada a abrir quando ele me balançou, exasperado. Meus olhos se encontraram com os dele, ele me olhava preocupado. Eu odiava admitir, mas senti muita falta dele. Sua mão foi até meu rosto e novamente fiquei vermelha lembrando que ele havia me visto nua. 

Empurrei suas mãos com força e tentei levantar de uma vez o que quase me fez tropeçar novamente. Ele tentou me segurar de novo, mas neguei. 

-Seu filho da puta - Berrei e saí do banheiro segurando a toalha quase possessiva. 

-Desculpa Lucy - Ele parecia desesperado por minhas desculpas. - F-foi sem querer. 

Eu só queria que ele saísse da minha vista, e ao mesmo tempo queria fazer aquela conversa durar e também dar um soco nele. 

-Eu estava suado e saí do treino agora, só queria um banho. - Ele tentou se explicar. 

-É, seu treino deve ter sido prazeroso... - Não aguentei e soltei uma indireta. 

Ele me olhou e um  leve sorriso se formou no seu rosto. 

-Foi só sexo - Ele disse como sempre desinibido. Abri a boca sem jeito, minha voz falhou e não consegui dizer nada por um momento. 

-N-não é da minha conta - Eu disse segurando ainda mais a toalha me sentindo meio insegura - e mesmo se fosse, acho que depois de um mês qualquer pessoa perderia a intimidade com outra. 

-O que temos não é só intimidade e você sabe... 

A minha vontade de bater em Jace aumentou. 

-Nós não temos nada, deixou bem claro por um mês inteiro enquanto me ignorava. - Falei ríspida. Jace desmanchou o sorriso, seu olhar estava indescritível. Enquanto o meu deixava obvio meus sentimentos. 

-Eu não quis isso - Ele colocou as mãos nos bolsos. - não quis ignorar você. Toda vez que eu te via Lucy, minha vontade era de te agarrar e nunca mais soltar você. Fazer você ser minha, todos os dias. - Meus olhos estavam arregalados,  eu não fazia ideia. E o jeito como ele revelou me fez corar. - Eu quero você Lucy. 

-Mas eu não quero você,  não depois do que eu vi hoje.  

Jace veio até mim e segurou meu rosto com as mãos. Me olhou tão intensamente que senti minhas pernas mais moles que antes. Ele viu em mim uma dúvida, até mesmo eu duvidei de minhas palavras. 

-Não me faça acreditar nessa mentira - Ele disse ríspido. Seus dedos apertando mais um pouco meu rosto. - eu não sou um garoto, sou um homem e tenho minhas necessidades, mas eu não teria feito nada com a Joene se eu soubesse... 

Eu arqueei uma sobrancelha. 

-Soubesse de quê? 

Ele chegou mais perto e dei um pulo ao sentir sua mão descer pela minha cintura, mas ao ver minha agitação ele parou a mão e apertou de leve. 

-Eu tenho que ter certeza - Ele disse com sua voz soando baixa e sexy.  Seus lábios estavam quase encostando nos meus, sua mão que estava na minha cintura desceu até minha bunda, mas não a apertou ele apenas passou a mão  e com a outra agarrou meus cabelos,  suspirei. Para completar minha perdição Jace passou a língua pelos meus lábios e gemeu. 

-Delícia - Ele disse mordendo os lábios. Senti um incômodo no meio das minhas pernas. Jace puxou meu cabelo fazendo com que minha  cabeça fosse para trás e soltei um suspiro, surpresa. Jace lambeu meu pescoço lentamente,  sentir a língua dele passando por mim fez com que todo meu corpo reagisse. Deus... Me segurei em seus cabelos enquanto ele mordiscava, lambia e beijava o arco do meu pescoço, passando pelo ombro e finalmente chegando no lugar desejado, minha boca. Ele me segurou no ar enquanto me beijava,  sua língua fazia mágica na minha boca. 

Senti algo duro na minha coxa. Esfreguei minha perna na protuberância,  mesmo sabendo o que era minha curiosidade aflorou. Ouvi um som selvagem sair do fundo da garganta de Jace, como um rugido. Ele me jogou contra a parede, automaticamente abri minhas pernas recebendo ele. Senti seu membro, agora bem mais duro e evidente. Senti minha vagina implorar por mais atenção. 

Jace parou o beijo e me olhou. Quando tentei beijá-lo de novo ele tocou meus lábios com seu dedo. 

-Querida, você não está pronta ainda - Ele tocou seu nariz com o meu, eu nem tinha percebido que precisava de ar até agora. - E eu não posso continuar fazendo isso, não tenho controle quando se trata de você.