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História Powerless - Nova Iorque


Escrita por: SonTata

Notas do Autor


Hello, mais um cap.
Boa leitura

Capítulo 2 - Nova Iorque


-Para onde?

-Nova Iorque.

Esse é um daqueles momentos em que uma pessoa para de evitar o inevitável. Aquele homem nunca seria persuadido, e se fosse, com certeza não seria por uma garota como eu. Conformada, baixei a cabeça incapaz de olhá-lo nos olhos agora. Eu nem sequer tinha raiva de Dylan, obvio que ele era uma pessoa repugnante se aceita tal coisa como vingança. Mas de qualquer maneira, o único culpado e mal visto é meu pai, que nem sei se continuo chamando-o assim. Sinto-me enganada e humilhada, rebaixada a lixo pelo próprio pai.

-Não quero que fique emburrada. – Ele levantou meu rosto e bruscamente balancei a cabeça no intuito de tirar suas mãos de mim sem tocá-lo. Ele entendeu o recado e recuou. Eu realmente não me importo se é assim que quer viver daqui por diante, mas dar-lhe-ei um aviso: nem sempre sou tão benevolente. Você é uma exceção.

-Isso é ser benevolente? – Falei acusadoramente – Eu não gostaria de ver seus malefícios, com toda certeza.

Ele suspirou, irritação estampava seu olhar, mas ainda assim ele mantinha o sorriso. Ele saiu de perto de mim, andando galantemente até o elevador e apertou para o andar de baixo e me olhou como se eu fosse uma cabeça oca. Andei até ele. O elevador chegou e entramos juntos.

Minha cabeça estava um turbilhão de emoções e pensamentos. Agora eu não sabia o que era real e o que não era. Tudo que meu já tinha dito, ele alguma vez foi sincero comigo? Ele sequer falou na minha cara o que tinha feito e no que se meteu! Por Deus! Minha mãe sabia de tudo isso? Ou era apenas uma vitima como eu?

Abracei-me tentando consolar a mim mesma. O elevador chegou ao destino e agradeci, eu tinha que parar de pensar nisso tudo, mas era a mesma coisa que pedir para o mar revolto que pare de fazer ondas.

Quando saímos da casa senti ar faltar no meu peito. O trajeto da casa até o aeroporto foi calmo e Dylan se fez de indiferente quanto a mim, o que agradeci internamente. Até a fotossíntese foi mais interessante na minha mente do que o assunto que eu estava tentando evitar a todo custo: a traição de meu pai.

Quando chegamos ao aeroporto, algumas pessoas me cumprimentaram educadamente (todos estavam com ternos, no caso os homens, e as mulheres com vestidos elegantes) e uma aeromoça bastante gentil me levou para dentro do jatinho particular de Dylan. Ele ficou um pouco lá fora e depois entrou direcionando seu olhar para mim. Tirou o paletó e deixou amostra seu coldre e nele uma arma. Paralisei e engoli em seco. Por que alguém anda com uma arama? Era essa minha vida? Assim que eu morreria?

Dylan viu meu pavor e abanou as mãos.

-Lucinda, por favor, essa arma é para proteção não para você. – Ele pegou a arma e botou em uma poltrona mais longe de nós. – Tem que se acostumar a ver armas, afinal eu as uso muito. Diariamente eu diria. – Comentou ele e enxuguei um filete de suor da minha face.

Olhei para ele enquanto o mesmo arregaçava as mangas de sua blusa e depois tirar a gravata. Ele sentou-se de frente a mim. Na mesma hora uma aeromoça passou por nós e Dylan a chamou com um aceno e mesma juntou as mãos frente ao corpo e sorriu.

-Joana, traga comida para a senhorita Singer e suco. – Ele disse e a mesma murmurou um “sim, senhor” que quase não consegui ouvir e desapareceu da minha vista. Meu estomago roncou e só agora havia percebido que eu estava faminta. Quando Joana me serviu eu comecei a comer velozmente e não me importei com o olhar de Dylan em mim. Havia bastante variedade de comida, mas o que eu mais comi foram bife e batatas fritas. Após ficar satisfeita tomei um pouco de suco.

Encarei Dylan e ele riu e logo depois abriu a tela de seu celular movendo sua atenção espontaneamente para o aparelho. Dylan tinha feições delicadas e convidativas. Parecia sempre estar se divertindo, ao menos pelo que eu vi.

-Senhor Walker, decolaremos em cinco minutos. – A aeromoça que me trousse comida avisou. Dylan olhou para mim e apontou para o cinto. Sem precisar que ele falasse algo eu prendi o cinto ao redor da minha cintura.

Senti um calafrio na espinha e borboletas no estômago quando o avião decolou. Quando estávamos andando em linha retilínea no céu deitei minha cabeça na poltrona e olhei pela janela, observei a beleza do céu. Dormi olhando as nuvens.

 

Acordei já em solo nova-iorquino. Já era noite, e eu não sei o horário, pode ser até de madrugada. Dylan me ajudou a levantar e eu ainda estava meio nostálgica com a viagem, afinal eu viajei de avião somente três vezes já que eu não tinha muito tempo no calendário escolar; por tal motivo eu não viajava.

-Você vai acabar gostando, vai ver! – Dylan piscou para mim, continuei séria sem ainda saber o que me esperava quando eu saísse desse jatinho.

A área do aeroporto que aterrissamos era particular e me foi claro o homem importante que Dylan é. Entramos em uma limusine, fiquei chocada. Eu já havia entrado em várias, mas essa era especialmente linda. Com detalhe preto e vermelho, suspirei maravilhada.

-Bonita, não? – Perguntou Dylan presunçoso. Assenti e me sentei, o couro do banco era uma delicia. – Escute Lucinda, eu não a proibirei de manter contato com seus mais íntimos, desde que alguém fique em seu encalço.Sinto muito, mas não posso confiar em você ainda. – Fiquei surpresa e já ia pegando meu celular quando o mesmo segurou meu rosto entre as mãos e me olhou com seus olhos cor de céu. – Se você ligar para a policia estará encrencada e não pouco. Somos perigosos Lucinda, a polícia nos teme. Então não adiantará de nada, você continuara sobe minha posse.

-Pare de falar de mim como se eu fosse uma terra valiosa do século 19. – Falei revirando os olhos. Eu tentaria não me irritar mais. Abri a tela de meu celular e vi mil mensagens e ligações. Todas as mensagens eram da Em, e as ligações da minha mãe. Senti meu estomago embrulhar e não consegui me segurar, comecei a soluçar baixinho e chorei. O que eu diria para minha mãe? E para Emma? Se eu a conheço é capaz de ela vir à Nova Iorque e enfrentar o deus presunçoso ao meu lado.

Ouvi Dylan suspirar, provavelmente me achando uma fracota, mas que ele se dane. Ele teria de me ouvir chorar e gritar se quisesse me manter presa com ele como um objeto barato. Decidi que responderia Emma quando eu chegasse, no lugar que eu desconhecia, e ficasse sozinha. Deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto durante o trajeto até os aposentos de Dylan.

A limusine parou frente a um enorme prédio luxuoso, um hotel, induzi.

-É aqui que você mora? – Perguntei quando o mesmo abriu a porta do veículo para que eu saísse.

-O prédio é meu!

-Claro que é! – Murmurei, ele pareceu não ouvir ou não se importar. Dylan me cutucou e na mão dele havia a bolsa que eu esqueci no carro quando fui seqüestrada. Agarrei a minha bolsa, eu tinha esquecido completamente dela. – Obrigada. – Falei com um sorriso para minha bolsa. Nela havia tantas poucas coisas que eu precisaria.

-Vamos. – Falou ele cordialmente.

O segui para dentro do hotel, mas não antes de aspirar o ar denso de Nova Iorque. Quando entramos fui acolhida com uma onde de aquecimento e cheiros peculiares. Todos do Hall dirigiram seu olhar para Dylan, o cumprimentando. As moças suspiravam e olhavam descaradamente.

-Olá, como foi sua viagem Senhor Walker? – Perguntou a moça loira com terninho. Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo super arrumado. Até um coque bagunçado se tornaria elegante nessa mulher.

-Foi ótima. – Ele foi andando e ela nos seguia.

-Seu irmão chegou ontem, chefe. Ele almeja falar com o senhor.

-Diga a ele que eu não quero papo.

Foi a ultima coisa que Dylan disse quando a possível secretaria se afastou ao entrarmos no elevador. Me senti desconfortável, a mulher nem sequer me cumprimentou. Todos eram frios em Nova Iorque? Em Salém, eu conhecia quase todo o meu bairro quando ia ao shopping com Emma, ou fazia um tour pelas florestas eu e ela sempre fazíamos amizades. Todos eram acolhedores e amistosos.

-Por que não quer falar com seu irmão? – Perguntei curiosa. O mesmo me ignorou. – O que? Vocês não se dão bem por conta de mulheres? Ou é rixa familiar? Não me vais dizer que é rivalidade?

Dessa vez seu olhar azul caiu sobre mim e o mesmo revirou os olhos. Eu tinha acertado em uma das minhas suposições. Paramos no vigésimo quinto andar, o último. Quando as portas se abriram contemplei o belo lugar. O apartamento era belíssimo, as escadas que subiam para o segundo piso eram espelhadas com cor de ouro. O chão também era espelhado, mas dessa vez a cor era de um perolado. Havia um piano, pude perceber ao adentrar mais. Era sofisticado e luxuoso, como tudo ao redor de Dylan.

-Quarta porta a direita. – Ele falou.

-O quê?

-Seu quarto. – Me surpreendi, não imaginei que teria um quarto. Pensei que ele me jogaria em um porão e iria esquecer-se de mim e acabaria morrendo. Surpresa, subi as escadas com minha bolsa grudada em mim. Ao chegar ao meu novo quarto vislumbrei um quarto bem decorado, com um belo guarda roupas com detalhes antigos dando-lhe sofisticação. Uma cama com véu azul, que era o mesmo azul das paredes. O quarto é lindo e magnífico. A cama king size me chamou muito a atenção. Mas não tive muito tempo de apreciação. Peguei meu celular e logo liguei para Emma. Ela atendeu no segundo toque, como se esperasse minha ligação.

-Pelo amor de Alá, onde você está? – Perguntou Em com uma voz desesperada. Mas um alívio tomou conta de mim ao ouvir sua voz.

-Eu não posso dizer onde estou baixinha. – Falei a chamando pelo apelido. –Mas estou segura. – Disso eu não tinha certeza.

-Lucinda, eu te conheço! No que se meteu afinal? Ande, fale está me dando nos nervos. Sua mãe está preocupada, e seu pai varreu Oregon atrás de você! – Exclamou Emma em alto e bom som. Ao ouvir o nome de meu pai ódio passou pela minha espinha. Mas ainda tinha aquela voz, uma voz não muito submersa em minha cabeça que dizia que meu pai fora enganado por esses homens e eu também, o objetivo de Dylan seja afinal, fazer-me virar contra meu pai. –Lucinda!

Quando Emma me chamou de novo percebi que havia sido em um sono profundo de pensamentos. Clareando a mente eu pude voltar ao mundo real.

-Não posso explicar, não agora! Fale para minha mãe que eu liguei.  Eu to bem. – Disse tentando conter a voz de choro, eu odiava ter que mentir para minha única e melhor amiga.

-Lucinda, se você não me disser não vou poder ajudar! – não adiantava Emma nunca acreditaria em mim. Ela me conhece melhor do que eu mesma e vice-versa.

-Eu consegui um emprego! – Falei de supetão, surpreendendo a mim mesma por nem ter pensando direito na mentira e ela parecia perfeita. – Longe, em Londres. É onde estou agora.

Podia ouvir os resmungos embasbacados e incrédulos da minha amiga.

-Você está me dizendo que está em Londres? Desde quando virou tão irresponsável? – Perguntou ela, mas a mesma não me deu tempo para responder. – E que tipo de emprego é esse? Quanto você ganha, um milhão por dia? – Quis saber - Porque para sair assim sem avisar é melhor que seja o melhor emprego do mundo. – Ela falou lembrando-me minha mãe. Eu sorri tristemente.

-Eu estou bem, te amo! – Falei e desliguei sem dar a ela chances de retrucar. Joguei meu celular na cama ao mesmo tempo em que me joguei junto.

Eu só queria dormir e desaparecer. Tirei meu salto e me encolhi na cama, passei o resto da noite inteira acordada. Agora que estava sozinha eu simplesmente não parava de pensar no que tudo isso significava. Eu, na verdade, estou agradecida por estar em Nova Iorque. O mais longe possível de meu pai, melhor. Eu não quero vê-lo e se para isso eu tenha que ficar um pouco longe da minha mãe, que assim seja.

-Tudo bem com você? – Eu olhei para o dono da voz que já conhecia e suspirei, mas não respondi. Dylan entendeu de imediato. –Quer falar sobre isso?

Ele adentrou mais ao quarto e parou em frente à cama observando-me. Eu me sentei.

-Sabe aquela dor no peito, aquela dor que você prefere guardar para si mesma, porque sabe que se começar a falar o peito implode? – Perguntei com a voz carregada. Ele assentiu, mas eu duvidava que conhecesse.

-Quando meu irmão morreu, fiquei triste. Mas é assim mesmo Lucinda – Ele sentou na beira da cama. –Principalmente no meu ramo.

-Mas eu não tráfico pessoas – Falei sem me preocupar se o julguei - sou só uma garota normal de uma cidade. E de repente, ando com traficantes. Só falta fazer uma tatuagem. – Indignação, era o que eu estava sentindo.

Dylan parecia achar graça.

-Do que você acha tanta graça? – Perguntei cruzando os braços.

-Carpe Diem. Sabe o que significa?

-Sim, mas onde isso cabe agora? – Ele sorriu e só consegui pensar no quão branco um dente de uma pessoa pode ser, e Dylan ultrapassava o limite.

-Você está aqui, e isso não vai mudar. Então aproveite.

-Aproveitar? Eu ia aproveitar, quando tivesse um maldito emprego e não precisasse dos serviços do meu pai! Você estragou tudo! – Ele pareceu surpreso com meu tom.

-Eu abri seus olhos Lucinda. – Apenas isso saiu de sua boca e o fitei. Ele tinha razão, não que ele fosse um benfeitor, estava longe disso. Mas de alguma maneira, ele a fez enxergar.

-Eu sei, mas não foi uma boa maneira de fazer isso!

-Peço minhas desculpas então. – Ele colocou a mão no peito para enfatizar, mas pude ver que foi sincero. De qualquer maneira, isso não colaria. – Mas tenho uma coisa para você.

Ele levantou foi até o corredor e voltou com os braços cheios de sacola, levei um susto ao ver do que se tratava. Eram sacolas da Saks e Marcy’s.

-O que é tudo isso?

-Você não vai viver com essas roupas para sempre vai? – Passei o dedo na minha sobrancelha.

-Não posso aceitar isso.

-Como não? – Ele colocou as sacolas em cima da minha nova cama. Indignado. – Vai viver com essas roupas pelo resto da vida? Não. Você não tem escolha.

-Mas...

-Arg, para de estragar tudo. – Grunhiu ele irritado. – Já disse que não tem escolha. – Peguei a sacola e observei por dentro. – Tem algumas roupas de verão, já que está próximo.

Assenti.

-Pelo visto você pensou em tudo, mas como sabe o meu número?

-Eu sei tudo sobre você. –Isso me deu medo, mas ignorei.

-Sr. Walker? – Eu e Dylan viramos para a porta para saber quem era o homem estava de terno. – Há um pacote para o senhor abrir. – O homem mostrou a enorme caixa e fiquei curiosa para saber o que tinha dentro. Dylan viu minha inquietação e fez um gesto para que o homem se aproximasse, Dylan pegou a caixa nas mãos.

-Está bem pesada! – Ele falou. O mesmo a colocou no chão e agachou, e a abriu com a ajuda de um canivete que inesperadamente tirou de seu cinto. Ele abriu as abas e soltei um grito de horror e desespero ao ver um corpo mutilado, eu via pés e mãos, mas a cabeça estava bem em cima. Eu estava paralisada. Dylan me balançou, mas não consegui desviar o olhar principalmente quando vi de quem se tratava.   


Notas Finais


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