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História Powerless - Emma


Escrita por: SonTata

Notas do Autor


Hello anjos, como vão? Mais um capítulo, com algumas curiosidades e humor.
Beijos e até
Boa leitura

Capítulo 6 - Emma


Passei a pensar que eu estava parecendo uma garota do colegial, mas descobri que acabei de sair da escola. Eu ri sozinha, e dei meia volta, ligaria para Emma.

Eu andava de um lado para o outro, preocupada e apreensiva. Eu estava quase arrancando meus cabelos, Emma sempre atendia ao telefone. E agora deve ter umas vinte mensagens e ligações minhas. Liguei novamente... Caixa postal. Porra. Tantas coisas passavam pela minha cabeça que eu mal conseguia formular um bom pensamento. Era para ela ter chegado de manhã e já ia dar 12h00min da tarde.

Sai do meu quarto para falar com Jace, mas ele não estava em nenhum lugar. Fui Até a cozinha, passei pela sala, sai da casa e fui ao celeiro, mas nada de Jace. Quando subi as escadas com o intuito de ir para o meu quarto olhei para a grande porta no final do corredor,  fui até ela impulsivamente. A porta dourada me atraia, eu estava muito curiosa para saber o que tinha depois dela. Mas a porta era um tanto intimidadora, ela me atraia e ao mesmo tempo fazia com que eu quisesse me afastar.

Me peguei andando até a porta, fui devagar, não sei porque, era como se eu soubesse que era proibido. Toquei na maçaneta.

-Você não pode entrar aí. – A voz de Jace me fez pular de susto, com a mão no coração eu me virei e dei de cara com ele. Ele vestia uma blusa branca dessa vez e usava uma calça preta de moletom.

-Oi... Uh, Jace. Eu queria mesmo falar com você. A Emma, minha amiga, não atende ao telefone e Dylan disse que ela já estava vindo.

-E...

-Estou preocupada! – Exclamei o óbvio.

-E o que você quer que eu faça?

-Me ajude a procurá-la. – Ele virou o rosto e balançou a cabeça, negando. Toquei o braço dele em suplica. – Por favor, eu... – Olhei para ele sabendo que meus olhos estavam marejados. – Ela é a única coisa que eu tenho que me segura aqui!

Ele me retribuiu o olhar, intenso. Ele pegou meu braço que o segurava, eu pensei que ele tiraria minha mão, mas apenas alisou meu braço.

-Eu vou dar um jeito nisso. – Ele disse. Assenti, mas continuamos próximos. Eu até podia sentir seu perfume, ele cheirava a cachoeira. Ele endureceu o maxilar e segurou meu queixo.  – Prometo.

Senti-me melhor com sua promessa, ele se virou e saiu descendo as escadas. Eu o acompanhei, mas quando desci as escadas ele já tinha saído.

 

Depois de comer um pouco de lasanha eu continuei a ligar para a Emma. Mas desisti quando o telefone dela estava desligado, disse a telefonista. Coloquei minhas mãos no balcão e lágrimas começaram a cair de meus olhos, fechei meus olhos tentando segurar, mas a dor era tão dilacerante. Ouvi a porta da sala de estar ser aberta e rapidamente enxuguei minhas lágrimas. Jace apareceu de repente na cozinha e eu lhe dirigi um sorriso amarelo. Esqueci dos meus problemas por um minuto e meu coração aqueceu ao pensar que Emma estava bem.

-Onde ela está? – Saí de trás do balcão e fui até ele.

-Ela está na cidade, liguei para o Dylan. Antes de ela vir ele queria certificar-se de que sua amiga ficasse a par da situação, mas ficasse também de boca calada.

Logo me assustei.

-Ele está fazendo algo de ruim com ela?

-Não, não! – Ele se apressou em dizer. – Dylan não faria isso, não se preocupe!

Assenti, mas eu não poderia acreditar em Dylan. Não mais! Afinal, como eu conseguiria acreditar em alguém que me seqüestrou que praticamente me colocou nessa situação de perigo? Eu já podia sentir dor de cabeça vindo.

-Você estava chorando... – Ele disse, não foi uma pergunta e sim uma afirmação.

-O que? Não, eu só tava...

-Não minta, eu ouvi você. – Ele disse sério.

As lágrimas que eu segurava com força desceram sem meu consentimento.

-Desculpe, eu sei que você disse que não queria mais me ver chorar... –Solucei e baixei a cabeça, não havia nada mais vergonhoso do que chorar na frente de alguém.

-Não, eu que peço desculpas. – Ele segurou meu rosto com a mão e o ergueu, me examinando. Ele enxugou minhas lágrimas com o dedo. – Você está sofrendo, eu fui um completo idiota por impedi-la de algo assim.

Eu ainda chorava e tentava esconder meu rosto, mas ele não deixava. Ele tinha um pequeno sorriso tenso no rosto. Eu já não agüentava mais. Deitei minha cabeça em seu peito, ele afagou minha cabeça com uma mão e com a outra me abraçou. Senti-me confortável em chorar, como se finalmente eu estivesse mais aliviada. Mais o conforto virou dor, e de repente eu mal podia respirar. Agarrei a camisa dele com força, sem me importar se eu iria amassá-la ou não. Ele me abraçou mais forte dessa vez e deitou o queixo no topo da minha cabeça. Chorei até não saírem mais lágrimas, mas minha respiração ainda estava descompassada.

-Calma – Ele disse – Devagar... – Comecei a respirar devagar.

Quando me dei conta fiquei vermelha, eu tinha chorado em um homem que eu mal conhecia. Tirei minha cabeça de seu peito e ele me encarou, ainda me abraçando ele colocou a mão que me afagava para enxugar mais minhas lágrimas que estavam quase secas.

-Obrigada. – Sussurrei.

-Se sente melhor? – Ele estava com o rosto perto demais e parecia não perceber, pude sentir o cheiro de seu hálito. Cheirava a menta.

-Sim, eu acho que sim. – Ele assentiu e tirou os braços de mim, senti frio quando seus braços quentes me deixaram.

-Bom, sua amiga chega à noite. – Ele disse mudando de assunto repentinamente. – Ela só pode ficar por pouco tempo, não é bom ela...

-Ficar em perigo? Eu sei...

Ficamos parados ali no meio da cozinha sem falar nada. Eu podia sentir a tensão no clima.

-Eu... Eu vou... – Eu disse.

-É... Eu também – Ele disse e quando ia saindo eu acenei feito uma foca retardada.

 

***

 

Quando anoiteceu eu fiquei sentada na escada da varanda da casa de Jace. Depois de ficar ali por mais de quarenta minutos eu vi uma luz vir de dentro da mata. Já que não tinha como entrar a carro, as pessoas sempre tinham que vir andando uns metros. Eu levantei e graças à boa iluminação da casa de Jace eu pude ver a pele pálida das pernas dela de longe. Uns homens a acompanhavam.

-Emma! – Gritei e corri até ela, quando ela me viu ela correu na mesma direção que eu. Quase cai com o impacto de nossos corpos se chocando. Eu a abracei com toda minha força.

-Lucinda... – Eu podia sentir a emoção e meu coração apertado.

Depois de alguns minutos abraçadas nos afastamos e olhamos nos olhos uma da outra. Ela me deu um sorriso comovido e vi que ela chorava.

-Eu sinto muito... – Ela disse.

-Tudo bem, vamos conversar lá dentro! – Eu ainda podia ver a confusão em seu olhar, no entanto, ela me acompanhou. Os homens que a trouxeram nos olhavam como se ser emotivo fosse um pecado.

Quando entramos, ainda abraçadas, Jace estava ali.

-Deixe que elas conversem e me acompanhem! – Ele falou para os três homens, depois me deu uma piscadela. Os homens saíram pela porta e eu mostrei a ela o caminho do meu novo quarto. Quando entramos ela me segurou forte.

-Me explica o que está acontecendo! – Ela suplicou. Ela me abraçou de novo, na verdade eu esperava chorar e chorar com Emma, mas eu não queria. Pelo menos, não agora.

-Organizações querem algo de mim que eu ainda não sei o que é, por isso estou sendo mantida aqui.

-Organizações?

-Máfia, rebeldes... – Eu queria poder explicar mais, só que nem eu sei direito qual a situação em que estou. – Eles querem algo de mim Em, só que o que?

-Santo Osíris Lucinda! – Sentamos na cama e ela tocou meu braço me dando apoio. Eu sorri tristemente, Emma tinha uma religião diferente. Ela acreditava nos deuses egípcios. – Como isso começou? Aqueles homens que me abordaram na rua, um homem chamado Dylan disse que os homens foram até mim por comando dele... Nossa... Se eu soubesse eu mesma tinha te seqüestrado antes desses bárbaros de terno!

-Meu pai... – Engoli meu ódio quando ainda o considerei como pai. – Aquele homem, ele me deixou nessa posição. Ele me vendeu como um produto para Dylan, bom praticamente. – Emma estava boquiaberta – Quando eu vi minha mãe... Ela estava mutilada, os membros separados do corpo... – Eu não chorava, mas fazia uma pausa para a emoção em minha voz. Os olhos de Emma estavam manchados de rímel. – E meu pai ainda assim agiu com frieza... Pergunto-me se algum momento da minha vida ele já fora verdadeiro.

-Eu sinto tanto Lucinda. – Ela me abraçou e agradeci por tê-la ali comigo. Uma lágrima caiu do meu olho, uma lágrima tão pesada. – Seu pai... Sr Singer é desprezível. O que vai acontecer, tipo com você e a... – Ela engoliu em seco. – Máfia?

-Eu não sei... Guerra ou apenas uma briguinha? Eu não sei o quão séria é a nossa situação Em, a minha situação é confusa e eles não me dão muitas informações. Isso me deixa louca!

-Você confia neles?

Pensei em Dylan e em suas palavras “Você é minha” e pensei no momento que eu e Jace tivemos hoje, ele me ajudou. Foi respeitador e carinhoso fornecendo seu ombro. Mas eu podia confiar nele?

-Bom, eu não sei se confio em Dylan. Ele me tirou de uma roubada e me protege mantendo-me aqui com Jace, mas ele disse que eu era dele, como se eu fosse um...

-Objeto?

-Sim! Eu não sou objeto e odiei quando ele disse isso. – Grunhi cansadíssima. – Mas o Jace... Bom ele me ajudou, ajudou muito.

Emma ergueu uma sobrancelha, tentei entender sua expressão, mas é impossível decifrá-la.

-Em, você precisa saber que terá que ir logo para casa. Eu não posso deixá-la ficar comigo, você estará correndo perigo. Os próximos de mim estão morrendo e não quero ver você como minha mãe. Você é a única coisa que me eu tenho.

-Eu sei, eu digo o mesmo Lucinda! Minha mãe...

Eu a interrompi.

-Eu sei. – Emma nunca teve uma boa relação com a mãe, o pai dela a deixou quando a mesma mal tinha nascido. A mãe meio que criou um ressentimento pela Emma, pois o real motivo daquele homem tê-las deixado fora a gravidez “fora de hora”. A mãe de Emma dizia que ele era um homem perigoso então fiquei agradecida por ele tê-las deixado. Acho que o desprezo e às vezes o esquecimento da parte de nossos pais fez com que fossemos como irmãs.

-Lucinda, mudando de assunto... – Eu a olhei e ela sorri. – Eu não como há horas, estou morrendo de fome.

Eu gargalhei.

-Em, você disse que queria emagrecer! – Eu falei, eu ainda lembro quando ela decidiu isso. Nós tínhamos ido ao mercado junto a Julien.  

 

FlashBack on

-Emma eu não gosto de nutella! – Protestei, ela me olhou como se o que eu dissesse era pecado.

-Anúbis virá buscá-la sua maluca! – Ela brincou. – Eu gosto então vou levar.

Aquele corredor era nossa área favorita, minha e da Em, mas Julien passava conosco com cara de nojo.

-Só vejo calorias!

-E eu vejo chocolate e salgadinhos – Falei lhe dando um sorriso.

-Você eu não digo nada, mas já a Emma... – Olhamos para Emma e ela estava abrindo, sorrateiramente, a nutella. Ela nos viu e corou.

-O que? – Ela perguntou e eu gargalhei.

-Você é gorda. – Disse Julien. Revirei os olhos, esse papo de novo. Emma não era gorda, e sim curvilínea. Seu corpo era lindo e muito bem dividido.

-Deixe de ser invejosa Julie, homens gostam de ter o que tocar. – Emma disse dando uma olhada no corpo de Julien que era a mais magra entre nós. – Esqueletos eles podem arranjar em laboratórios.

Segurei o riso, Julien ficou vermelha de raiva.

 

 Flash back off

 

Eu ri ao lembrar e Emma pareceu lembrar-se da mesma coisa e começamos a rir feito loucas. Depois de um bom tempo rindo eu a balancei.

-Vamos comer, também estou com fome.

Descemos as escadas, Emma sempre perturbando, beliscando ou puxando meu cabelo. Ao chegar à cozinha e paramos no vão da porta ao ver Jace com um avental e olhando o forno. Eu e Emma reprimimos o riso. Eu pigarreei para lhe chamar a atenção. Ele virou e deu um sorriso lindo de lado e me peguei o olhando feito idiota.

-O nosso jantar está quase pronto! – Ele disse e nos ignorou a partir daí. Olhei ao redor.

-Onde estão os homens que trouxeram Emma? – Perguntei.

-Mandei-os embora, não gosto de ter a Família na minha casa, o motivo de eu morar aqui é exatamente para que eles se mantenham afastados. – Ele disse sem se virar.

-Acho melhor irmos para a sala – Sussurrou Emma.

-É, vai demorar só alguns minutos. – Ele disse e nos assustamos como ele ouviu? Emma e eu trocamos olhares assustados e fomos até a sala. Quando nos sentamos no sofá ela disse:

-Vamos ter que sussurrar agora para o Sr Vampiro não nos ouvir! – Ela murmurou e eu ri.

 

As dificuldades de um dia podem vir a ser a força do amanhã!

SonTata


Notas Finais


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