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História Powerless - Ele é um monstro


Escrita por: SonTata

Notas do Autor


Olá leitores, novo capítulo
Boa leitura anjos

Capítulo 7 - Ele é um monstro


Fanfic / Fanfiction Powerless - Ele é um monstro

-Vamos ter que sussurrar agora para o Sr Vampiro não nos ouvir! – Ela murmurou e eu ri.

Quando finalmente o jantar ficou pronto eu já não agüentava mais, minha barriga protestava. Eu e ela fomos à sala de jantar, já estava tudo lá, desde a prataria à comida. Eu estava achando suspeita tal atitude, mas deixei passar. Emma sentou do meu lado e Jace sentou na cadeira principal, conseqüentemente próxima a mim.

-Obrigada pelo jantar. – Falei e Emma assentiu.

-Por nada. – Ele disse, ainda sem dirigir o olhar para mim.

Começamos a comer em silencio, mas de vez enquanto eu e Em riamos uma para a outra. Só a gratidão de tê-la viva era tudo para mim e por isso de alguma forma, eu seria grata a quem a protegesse. Depois eu ligaria para Dylan, para pedir que deixasse alguns de seus homens no encalço dela. Ela não gostaria, mas é um sacrifício que teria que fazer.

                                                                           *** 

 

Quando o momento de Emma ir embora chegou meu coração estava despedaçado. Eu não a queria longe, mas teria que fazê-lo. Era manhã, umas 09h00min.

Eu tinha ligado para Dylan enquanto ela dormia e pedi para que ele a protegesse. Fiquei aliviada quando o mesmo disse que seus homens já a esperavam no Aeroporto de Portland. Ele me disse que pretendia protegê-la desde o inicio de sua chegada à Nova Iorque, perguntou se eu estava bem e se Jace estava me tratando com cavalheirismo, respondi que “estava tudo bem”. Eu não me sentia mais tão confortável em conversar com Dylan, mas quando o fiz, ele pareceu preocupado comigo. Agora eu me encontrava em um maldito impasse.

Por enquanto a única pessoa em que confiarei é Emma, mas ela estava indo. E eu lá sabia quando eu voltaria a vê-la. Quando nos abraçamos choramos nos ombros uma da outra.

-Você tem que ir logo, se não, temo que eu não vá te deixar ir. – Eu disse com a voz afetada. Ela sorriu tristemente para mim, e sem dizer mais nada virou as costas. Antes de entrar na mata com os homens, ela virou.

-Eu sentirei saudade. – Ela disse movimentando os lábios, sem sair som. Eu assenti e acenei. Ela virou e se foi.

Jace estava atrás de mim, e enquanto chorava podia sentir sua presença e foi confortante de alguma maneira. Quando enxuguei as lágrimas eu me virei para ele e ele me olhava com o olhar semicerrado.

-Você está bem?

-Vou ficar... – Falei e sorri, decidindo não ficar triste, eu estava cansada de ficar triste. – Muito obrigado pelo jantar de ontem, mas se me permite perguntar, por que você não tem uma cozinheira?

-Como eu disse, eu gosto de viver sozinho, para que uma cozinheira se eu sei cozinhar? Para que guarda-costas se eu sei me defender muito bem?

-Faz sentido.

Começamos a caminhar pelos arredores até chegarmos ao estábulo. Entramos e me deparei com uns cinco cavalos. Um era branco, o outro era marrom escuro, o outro completamente preto, um deles era branco com pintas marrom claro e o ultimo era marrom claro. Todos lindos e me fascinei pelo marrom escuro.

-Qual o nome dele?

Jace olhou para mim, como se perguntasse “nome”?

-Nenhum, eu não me apego a animais, ou a pessoas. – Disse ele friamente, ele pegou uma sela. – O que acha de cavalgarmos um pouco? – Perguntou ele.

-Seria legal, mas eu não sei.

-É fácil, vamos. – Ele pegou um dos cavalos, o marrom claro, e me passou a corda guia. Toquei o focinho molhado e sorri, ele era tão lindo. Ele colocou a sela no cavalo, prendeu bem e depois colocou o bridão junto com as rédeas. Fez o mesmo procedimento com o que ele usaria, o preto.

Saímos do estábulo e percebi que eu não alcançava o estribo da sela. Frustrada, tentei novamente, mas não consegui novamente.

-Droga – Murmurei – Esse cavalo é alto demais! – Bufei.

Ouvi uma risada alta atrás de mim, eu me virei, e Jace ria tanto que batia na própria perna tentando se controlar. Apesar de estar irritada, eu sorri quando o vi rindo daquele jeito, ele devia fazer mais isso, ficava adorável. Era estranho, ver um homem sempre sério e machão cair nas gargalhadas. Até sua risada tinha um tom rouco, sexy. Corei com o pensamento.

Quando ele cansou de rir da minha cara, ele me pegou pela cintura deixando nossos rostos perto um do outro e eu á vários centímetros do chão, soltei um suspiro. Ele havia ficado sério de repente. Ele estava perto, meu coração começou a bater mais forte. Engoli em seco, mas eu não conseguia desviar o olhar de seus olhos.

Mas ele quebrou a conexão de nossos olhares ao olhar para baixo, balançar a cabeça e depois subir o olhar novamente, ele me ergueu mais ainda e sentou-me na sela.

-Coloque uma perna de cada lado. – Ele disse e eu segui suas instruções, me preparei e peguei as rédeas.

Jace subiu no cavalo com um pulo. Ele me disse para, levemente, chutar o cavalo com as duas pernas para que ele andasse e assim o fiz. Depois de um tempo me acostumando me senti muito confortável em cima do cavalo, eu acariciava sua pelagem a toda hora. Cavalgamos sem nos falar, eu estava muito constrangida para iniciar uma conversa, mas conversa não era necessária, pois a beleza do lugar era fascinante. Caminhamos pela trilha entre as arvores, passamos por um lago e chegamos a uma subida.

-O que estamos fazendo por aqui? – Perguntei temendo pela minha segurança, estávamos fora do ar da casa dele.

Ele só me olhou e continuamos a subida comigo ainda com um pé atrás. Ao chegarmos ao alto fiquei sem ar com a beleza, podia ver toda a cidade, os prédios e arranha-céus. Algumas áreas verdes também, fascinada eu sorri em meio à beleza de Manhattan. 

-É lindo – Sussurrei.

-É... – Murmurou ele. – A melhor parte de morar aqui, com certeza.

Olhei para Jace e nossos olhares se encontraram, por algum motivo impulsivo desviei o mais rápido possível. Baixei a cabeça escondendo meu rosto com meus cabelos, sabendo que eu estava vermelha.

-Lucy? – Ele chamou e fui obrigada a olhá-lo. – Qual mesmo sua idade?

-18, por quê? – Ergui uma sobrancelha.

-Eu acho você pequena demais para ter 18 anos... – Ele zombou sorrindo torto. Fiquei fascinada demais para me importar com a ofensa. – Queria estar errado, mas você tem mesmo 18.

Dei de ombros.

-Minha idade o incomoda?

-Na verdade sim! – Ele disse, o olhei para ver se falava sério, e falava.

-Por quê?

Ele me olhou prolongadamente antes de responder.

-Porque estou com muita vontade de descer desse cavalo e beijá-la – Ele disse – mas não posso fazer isso.

-Por que não? – Perguntei

Ele inspirou.

-Eu destruo tudo em que toco Lucy, e eu não posso fazer isso com você.

Agarrei forte a rédea do cavalo, comovida pela “declaração”.

-Acho melhor voltarmos. – Ele disse, como se o que ele tinha falado fosse nada. Assenti e seguimos até a casa. No meio do caminho decidi puxar assunto.

-O que acha de eu fazer o almoço?

Ele me olhou curioso.

-Você cozinha?

-Bom – Dei uma pausa – Na medida do possível, sim.

-Tudo bem, o que pretende cozinhar?

-Na verdade, eu só sei fazer um tipo de prato – Fiz mistério – Lasanha.

Ele reprimiu um sorriso.

-Tudo bem então!

Senti que o clima tinha se aliviado, mas não. Toda vez que eu falava com ele era um pouco diferente. Eu não sabia o que estava havendo comigo, eu sou muito controlada, mas com Jace... É simplesmente complicado. Fiquei aliviada quando vi a residência. Ao chegarmos ao estábulo me encontrei em um desafio: Descer do cavalo. Coloquei um pé em um estribo e com o outro procurei o chão, eu não estava a fim de cair no chão.

-Quer ajuda? – Ouvi a voz de Jace zombeteira. Irritei-me, se ele achava que eu não conseguiria descer estava enganado.

Frustrada, pulei para o chão, acabei me desequilibrando e indo de encontro ao peito musculoso de Jace. Ergui meu rosto e dei de cara com uma fileira de dentes perfeitamente brancos em um sorriso largo. Quando fui sair de perto dele percebi que suas mãos estavam em mim, me impedindo de sair. Eu queria gritar para que ele me soltasse, mas eu não queria. O calor emanava de seu corpo, me senti derretida.

Eu podia sentir o hálito dele. Uma de suas mãos tocou minha bochecha, ele resmungou um palavrão ao olhar para meus lábios rapidamente. Engoli em seco, esperando, não sei bem o que. Ele xingou novamente, tirou as mãos de mim relutantemente e saiu.

                                                                      ***

 

Quando terminei minha receita especial de lasanha me vi comendo sozinha na cozinha, não que eu estivesse reclamando eu gostava de comer só, mas não tinha visto ele desde o estábulo. Quando terminei minha refeição subi as escadas para entrar no meu quarto e novamente me vi encarando a grande porta.

Jace havia dito para não entrar, mas por que eu devia obedecê-lo? Ele disse que não me prenderia, disse que eu podia fazer o que eu quisesse. Determinada e irritada fui até a porta sem pensar muito sabendo que se eu o fizesse eu desistiria. Coloquei a mão na maçaneta e ouvi um click quando a girei. Respirei e entrei, eu esperava encontrar armas, espadas e facas. Mas era só um escritório bem grande. Eu entrei e fechei a porta atrás de mim.

Era bem bonito, os moveis à madeira davam um ar antigo, exatamente como toda a casa. Fui até o gabinete e encontrei vários papéis, muito desorganizados. Não ousei tocá-los, se ele percebesse colocaria a culpa em mim, obviamente.

Dando mais uma olhada, percebi um frigobar, me abaixei e eu o abri e só tinha cerveja e um sanduiche. Quando levantei, sem querer bati na mesa e acabei derrubando uma porta canetas, elas fizeram barulho pelo chão. Xinguei baixinho pela minha falta de sorte, quando ia juntá-los comecei a ouvir alguns sons abafados demais para eu conseguir decifrá-los. Olhei ao redor tentando saber de onde vinham os sons, levantei e agucei minha audição. Vinham do armário. Fui até ele e os sons ficaram mais evidentes, mas ainda assim baixo demais. Abri as portas do armário e vi várias blusas, camisetas e jaquetas. Eu as afastei e dei de cara com uma porta de aço, acho, a cor é metálica. Podia ouvir alguém falando e também gritos... Gritos!

Arregalei os olhos, mas os gritos eram abafados como se a boca do pobre coitado estivesse tampada com um pano ou alguma outra coisa. A porta não tinha uma maçaneta, mas tinha um botão. Apertei o mesmo impulsivamente, meu corpo tremia e meu coração estava quase saindo do peito quando a porta abriu um pouco. Eu a empurrei e agradeci por não fazer barulho, quando ergui os olhos me deparei com uma cena aterradora.

Um homem amarrado pelos braços, erguido como um porco depois de morto e é enviado para o açougueiro. Ele gemia, tinha um pano com manchas vermelhas dentro de sua boca. Havia tatuagens pelos braços e uma no peito. O peito do pobre homem estava cheio de cortes profundos e ele sangrava sem parar, incluindo que estava nu. Coloquei a mão na boca para não gritar. Eu senti suor descer pela minha testa. Olhei para o redor da sala moderna e vi um homem caído no chão, provavelmente morto. Perto do homem amarrado havia uma bandeja cheia de vários tipos de laminas, igual como as bandejas de médicos ficam ao seu lado quando estão operando, mas isso é completamente o oposto de uma cirurgia.

Meu corpo tremia pelo horror da cena, minhas pernas paralisaram. Um homem saiu de uma porta que eu sequer tinha notado, suas roupas estavam sujas de sangue junto com suas mãos que carregavam um facão. Quando ergui os olhos para seu rosto... Não, não! O homem saído da escuridão era Jace. Ele tinha um sorriso no rosto, um sorriso assassino. Todo meu corpo ficou dormente e de repente eu não movia nem um músculo.

Jace andou até o homem, fazendo questão de exibir o facão. Jace sorria e o homem, apesar de fraco e amarrado emanava arrogância e tinha uma expressão de ódio. Jace tirou o pano da boca dele rudemente. Jace falou algo que eu não entendi, parecia ser outra língua. O outro sibilou outra frase e cuspiu na cara de Jace. Fiquei com medo pelo pobre homem, Jace enxugou o cuspe calmamente e deu um soco no estomago do homem amarrado.

Soltei um suspiro alto, mas foi coberto pelo grito do homem. Jace falou alguma que coisa que novamente não entendi. Deus, como eu pensei em beijá-lo hoje? Ele é um... Monstro. O jeito dele, o modo como observava o homem era como um tubarão observa um inocente peixinho. Era assustador, eu tinha que ir embora, mas minhas malditas pernas não obedeciam mais meus comandos. Agradeci pelo local onde estou ser escuro.

Jace gritou com o homem, mas o mesmo nem se importou. E de repente Jace pegou o membro do homem e o cortou com o facão. Meu pavor foi óbvio, ouvi o homem gritar e seu membro cair no chão. E depois a espada caiu logo em seguida. Olhei para cima e Jace olhava diretamente para mim, ele tinha me visto! Eu nem havia percebido que tinha soltado um grito estridente.

Seu olhar... Ele me olhava, mas não consegui descobrir suas emoções, elas eram indefiníveis. Mas eu sabia que ele estava irritado por me ver ali. Finalmente consegui mover minhas pernas abri a porta e saí da sala correndo, caí no chão esquecendo que a sala era dentro de um armário. Levantei-me rapidamente aterrorizada, lágrimas molhavam meu rosto e eu ainda tremia. Quando saí do escritório ouvi os passos de Jace e apressei minha corrida, quando cheguei à escada tropecei, descendo a escada bolando, quando cheguei ao chão estava desacordada. 


Notas Finais


Comentem :) espero que tenham gostado, beijos


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