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História Powerless - O pulo, a cachoeira e o primeiro beijo.


Escrita por: SonTata

Notas do Autor


Olá meus anjos, como vão? Esse cap é bem grande e ficarei sem postar por uns dias ok? Beijos
Boa leitura

Capítulo 8 - O pulo, a cachoeira e o primeiro beijo.


Fanfic / Fanfiction Powerless - O pulo, a cachoeira e o primeiro beijo.

Quando saí do escritório ouvi os passos de Jace e apressei minha corrida, quando cheguei à escada tropecei, desci a escada bolando, quando cheguei ao chão estava desacordada.

Meu corpo não se movia, meus olhos estavam fechados, mas eu conseguia ouvir tudo ao meu redor. Ouvi passos apressados pela escada.

-Lucy! Lucy? –Eu podia ouvi-lo me chamar e reconhecer a voz, pude sentir suas mãos me balançando. Quando consegui abrir os olhos minha visão estava embaçada, mas pude ver sua expressão preocupada. Senti raiva, como ele podia fingir preocupação nessa altura do campeonato? Tentei me desvencilhar de seus braços, mas foi em vão. Acho que nem conseguiria ficar em pé sozinha. –Porra Lucy, não era para você ter visto aquilo. – Ele disse entre dentes.

Ele me pegou no colo, e pude sentir meus sentidos voltarem aos poucos, mas não totalmente. Minha cabeça doía.

-Me solte! – Eu disse e tentei bater nele, mas ele sequer se moveu. Foi como se uma mosca estivesse batendo nele. Ele abriu a porta do quarto em que eu dormia e me colocou na cama. Minha cabeça doía, mas eu estava com medo, ele podia me matar aqui e agora. – Você vai me matar? – Perguntei chorando.

Ele ficou irritado.

-O quê? Não! Sua imbecil estou com raiva porque eu disse que não a queria naquela sala e mesmo assim você vai lá Lucy, porra! – Ele estava muito bravo, eu me encolhi na cama desejando ter morrido na queda na escada.

-Por que matou aquele homem? Por que o torturava? – Perguntei, as lágrimas pingavam do meu queixo. Ele soltou um suspiro, tentou tocar meu rosto, mas me afastei bruscamente. –Não! Você me dá nojo, você é cruel... E ainda tenta me tocar todo sujo de sangue, do sangue de alguém inocente? – Invés de assustada, fiquei irritada e lhe dei um murro no peito.

-Lucy, eu vou me limpar, mas fique aqui, e então eu respondo todas as perguntas. Tá bem? – Ele saiu de perto de mim quando assenti e foi para o lado de fora me deixando sozinha no quarto. Eu poderia fugir agora, mas eu fugiria de um leão para outro. Mas qual o leão mais fraco? Eu podia fugir e ter que lidar com rebeldes e com um grupo mafioso. Ou ficaria só com um assassino, Jace?

O mais inteligente era ficar, mas eu sabia que eu não tinha saída. Jace voltou mais rápido do que eu esperava, ele vestia uma camiseta preta e suas mãos estavam limpas. Ele me olhou como quem pede desculpas por um erro que nem sabe que cometeu.

-Eu lamento...

-Não, você não lamenta! Você lamenta de eu ter visto você.

Ele chutou o meu criado mudo fazendo-me pular de susto. Ele estava muito mais bravo que antes.

-Eu sou um assassino! – Gritou ele arregalando seus olhos azuis e apontando freneticamente para si mesmo. – Eu mato porque gosto Lucy! E nada vai mudar isso.

Estupefata, eu o olhei. Depois de ver minha reação ele mudou sua feição e pareceu mais calmo, ele sentou na cama e fiz o possível para ficar longe dele.

-Mas eu nunca faria mal a você ou a alguém que você ama. – Vendo que meu rosto continuou o mesmo ele disse: - Lucy... Aquele homem me devia informações sobre a razão de terem matado sua mãe.

Arregalei os olhos, surpresa, a vontade de chorar me avassalou.

-Ele é o assassino da minha mãe?

-Não – Falou ele sabendo que esse assunto era frágil para mim – Mas ele me deu nomes. É isso que eu faço Lucy, eu tiro informações, como eu já havia dito.

-Mas Dylan...

-Lucy, Dylan não tem nada haver com esse homem. Estou coletando informações por mim mesmo e não pela Família, eu quero achar o assassino da sua mãe e depois encontrar seu pai, acho que ele lhe deve uma conversa. Você merece uma conversa com seu pai, se Dylan o achar ele vai matá-lo na hora...

-Espere, você está me dizendo que está matando por minha causa?

-Não, estou matando para recolher informações que vão servir a mim e a você. – Ele disse, o mesmo se inclinou e tocou meu cabelo. – Mas eu o faria.

-O que?

-Eu mataria por você, sem pensar. – Ele disse com uma convicção assustadora.

-E você acha que eu gosto disso? – Perguntei em um sussurro, já sentindo mais lágrimas descerem. Ele balançou a cabeça e segurou meu rosto com as duas mãos.

-Não, não! Droga, por isso eu não queria que você visse isso... Eu sei que pedir para confiar em mim é muito nesse momento, mas eu vou pedir que confie!

-Você está deixando difícil, eu acabei de ver você...

-Eu sei, eu sei. – Ele enxugou minhas lágrimas com o dedão, empurrei suas mãos para longe.

Mordi meu lábio, irritada, o que eu vi foi desumano, mas eu devia esperar isso. Ele é da Máfia afinal. Acho que fiquei muito chocada, pois tinha pensado que Jace não era assim. Que ele era bondoso, acho que tentei me agarrar a uma ilusão e acabei ferindo a mim mesma.

-Se vamos confiar, quero que confie em mim também. Quero que me conte tudo o que eu desejo saber. Quero que seja mútua nossa confiança.

Ele assentiu e me deu um meio sorriso, virei o olhar sabendo que eu era incapaz de olhá-lo naquele momento.

-E também privacidade, saia, por favor! – Falei chorosa, ele saiu respeitosamente, mas não antes de me dar uma última olhada. Toquei meu colar, por que todos em quem eu aprendo a confiar me decepcionam?

Quando fiquei sozinha eu nem sabia como me sentir, eu sentia medo? Raiva? Tristeza? Não sabia bem. Eu não queria dormir nem ficar acordada. Peguei meu celular e procurei um e-book bom para ler, mas só tinha romance nas minhas listas. Merda. Por que eu tinha que ser romântica? Por que eu não podia ser uma das heroínas dos filmes que combatem com homens fortes? Por que diabos eu tinha que ser a mocinha? Grunhi convencida de que faria outra lista. Achei um chamado Boudica, por ter achado o nome estranho fui ver o enredo e gostei bastante.

Depois de ler por mais uma hora eu me interessei muito e já não conseguia parar. Eu queria muito ser Boudica, ela é alta, forte e tem belos cabelos ruivos. Ela é tudo o que eu não sou. E além de ter liderado um exercito de 100 mil homens! Eu não era páreo para ela.

Quando eu já estava ficando com dor de cabeça dei um tempinho no livro e decidi tomar um banho.

 

                                                                            ***

Todos os homens mais influentes e importantes de Manhattan estavam conversando na enorme mesa de reuniões do apartamento de Dylan. Mas o que poucos sabiam era que os homens mais influentes e importantes eram da Máfia. Bom, não precisavam saber. Na sala havia de todo o tipo, prefeitos, deputados, empresários, um juiz. A Máfia governa a cidade, está em todos os lugares e influencia forças maiores como: Policia ou a presidência. Apesar da Policia não ser exatamente uma força maior.

Dylan entrou na sala vestido a caráter de um líder exatamente como todos os outros. Todos se levantaram ao ver seu comandante entrar na sala. Dylan tinha acabado de mandar Emma de volta a Portland. Ele entrou sério, mas deu um leve sorriso para sua Família.

-Senhores, como estão indo?  – Ele perguntou quando se sentou à mesa e liberou que sentassem.

-Melhor do que a circunstancia permite senhor – respondeu Fox, era um dos mais novos, com 16 anos. É um primo distante de Dylan, tinha características parecidas, olhos azuis, seus cabelos eram loiros e longos.

Dylan assentiu e ficou mais sério.

-A situação na qual estamos não é nada benéfica para a Família senhores, estão aqui porque são os homens de suas famílias e precisam exercer um papel como tal. Hoje, muitos de vocês viram homens hoje. E quero ter certeza de que farão bem os seus papeis.

Quando o pai morre em serviço, o filho teria que ser o líder de sua família.

-Como sabem o conselho de reuniões só é composto por seis homens, mas hoje temos doze.

-Se me permite dizer senhor, só há seis homens e seis crianças! – Disse Kentuck zombando dos menores de dezoito.

-Um homem não é feito pela idade, e sim pelas atitudes Tuck! – Falou Dylan sendo sincero. Kentuck ficou em silencio. – Eu sei que os novos membros do conselho têm treinamento adequado. Vocês estão aqui – Falou ele com os mais novos – porque seus pais, infelizmente, foram mortos, assassinados! Vocês já conseguiram a vingança, então eu tenho um novo trabalho para vocês.

Na Máfia havia dois termos de família. Havia família, que é um grupo de pessoas que vivem sobre o mesmo teto. E há a Família, que era a irmandade constituída pelos homens das famílias mafiosas de Nova Iorque.

Dylan rodou o botão de seu paletó, uma mania quando ele ia falar algo sério.

-Como já devem saber Singer fugiu...

-Sim – Falou Conan, ele não sabia ainda das regras do conselho já que era o mais novo ali, com apenas 14 anos.

-Não me interrompa! – Disse Dylan bruscamente. – Como eu estava dizendo – Ele limpou a garganta. – Singer fugiu e é provável que esteja com o cartão, e isso não seria benéfico para nós e muito menos para o FBI, que está direto na nossa cola.

-Dylan, pensei ter ouvido você dizer que só quem sabia onde se encontrava o cartão era Lucinda, a filha. – Argumentou William, um senhor de 56 anos, todos sempre se perguntavam como ele ainda estava ativo na Máfia.

-Sim, mas devemos lembrar que quem deu o cartão para ela foi o pai, então ele sabe onde está! – Falou Dylan com muita paciência.

-O que pretende fazer então? – Bennet perguntou, um homem com seus escrúpulos. – Singer deve estar na Albânia, não temos forças lá. E na hora que cruzássemos a fronteira seriamos baleados, saqueados e torturados.

-Bennet, apesar da sua maneira de pensar, você não considerou a idéia de que Singer não esteja na Albânia. Ele não fez pacto com os albaneses, e sim com seus rebeldes. Que não são páreos para nós.

-Então por que diabos estamos nos escondendo desses rebeldes? Por que não vamos logo lá e lhe arrancamos a cabeça? – Perguntou Paul com sorriso de tubarão, chamando a atenção de todos. Ele se levantou da mesa e lhe deu um soco. – Vamos até eles e lhes mostrar quem manda em Nova Iorque!

Todos riram do humor animado de Paul.

-Paul, sente-se logo seu idiota! – Falou Dylan entregando-se as risadas. Paul o obedeceu rindo como todos os outros, apesar do humor, todos ali sabiam que Paul falara a verdade. – Não podemos atacar os rebeldes, não sabemos quem os financia, não sabemos o porquê de alguém os ajudar. Temos que ser cuidadosos. Pode ter muita coisa envolvida.

-Afinal, o que tem nesse cartão? – Perguntou Fox.

-Não sabemos! – Falou Dylan visivelmente frustrado, pelo visto ele gostava de ter as coisas no controle. – Mas sabemos que nas mãos erradas, ele pode exterminar um estado inteiro.

O choque foi evidente.

-A questão é: Qual o estado que eles querem exterminar? – Perguntou Bennet ponderando.

-Vamos enviar nossos homens com a missão de achar Singer. Castle, Bennet, Fox e Paul, vocês vão até os rebeldes, não quero que os matem, só os peguem para conseguirmos informações.

-Vai enviá-los ao Jace? – Perguntou Hutcherson, que tinha seus trinta e dois anos exatamente como Jace. Ambos já foram amigos de infância, mas com a “traição” de Jace para com sua família, Hutcherson se distanciou. – E as informações, ele ficará sabendo?

-Não, ele está fazendo demais com o fardo de cuidar da Lucinda, e ele não saberá de nada disso. Ele quem decidiu ir para longe! – Todos sabiam que o que havia entve Jace e Dylan era algo extremamente pessoal e por isso não argumentavam, só um tonto se meteria com os irmãos Walker. - Quem extrairá informações vai ser você Paul. – Ordenou Dylan e euforia e felicidade se passou pelo rosto de Paul.

Paul pegou uma faca e a girou com habilidade.

-Não vejo a hora de usar essa belezinha! – falou ele com olhar psicopata, os homens presentes estavam acostumados com o jeito maluco e às vezes descontrolado de Paul, mas se outro alguém visse o mesmo fazendo o que faz provavelmente morreria de medo.

 

                                                                                ***

 

No banho eu pensei muito em ligar para Emma e chorar no telefone por horas a fio, mas eu não podia lhe contar esse tipo de coisa. Seria possível ela voltar e tentar enfrentar Jace e Dylan para me “seqüestrar”. Isso daria merda, principalmente para ela, e eu não podia pensar só em mim. Seria egoísmo falar isso para ela só para desabafar e me sentir melhor e vê-la preocupada comigo. Meu banho foi tão longo que quando saí o sol estava se pondo. Sequei meu cabelo com uma toalha já que não havia secador, vesti um vestidinho florido com fundo escuro e mangas médias. Ele ficava solto depois da cintura, era lindo, mas eu o trocaria facilmente por uma calça. Fiquei descalça já que eu não sairia, eu fui até a sacada e me sentei em uma das cadeiras acolchoadas. Eu deixaria meu cabelo secar com o vento, o que demoraria já que meu cabelo é longo.

Sentei de lado e apoiei minhas pernas nos braços da cadeira e apoiei minhas costas no outro braço acolchoado. Deixei meus cabelos ao vento, sentindo a brisa me acariciar a face. Depois de um tempo eu já estava quase cochilando quando ouvi chamarem meu nome. Abri meus olhos e me deparei com Jace segurando uma bandeja de comida, mas só consegui lembrar-me da bandeja cheia de laminas.

-O que você quer?

-Primeiro? Que você coma. – Ele colocou a bandeja de prata em cima da mesinha a minha frente, tinha croissant e café. –Segundo? Que me perdoe.

Olhei para seu rosto brevemente, seu rosto... Sua beleza me fascinava e junto à luz laranja do pôr-do-sol ele ficava mais lindo ainda, desviei o olhar. Parecia que o universo estava ao seu favor.

-Por que é tão sínico? – Perguntei sibilando – Você só deve estar pedindo desculpas porque quer algo de mim. – Meditei.

Ele balançou a cabeça, quando o olhei ele sorria. Minha indignação aumentou.

-Você fica linda quando está com raiva.

Fiquei vermelha e ainda mais irrita.

-Você só fala merda!

Levantei-me para sair da sacada, mas ele ficou na minha frente. Olhei para cima, para seu rosto e o encarei carrancuda. Ele sorriu de lado e senti que meu coração ia sair do meu corpo e dançar tango, eu não estava brava com ele e sim comigo. Ele é um assassino e ainda assim eu não conseguia disfarçar a onda de emoções que se passavam pelo meu corpo e eu só o conheci há três dias. É ridículo, é estúpido.

O sorriso prevaleceu em seu rosto como se soubesse meus pensamentos. Quando percebi que ele ia falar algo ouvimos um estrondo. O barulho era alto e continuava. Jace olhou para mim e me pegou pelo braço.

-Ande logo... Droga! – Ele disse. Saímos correndo do meu quarto, ele me mandou esperar no corredor e voltou com uma arma em mãos. – Vamos.

Ele pegou minha mão e corremos até a porta de trás, lá vimos uma moto, ainda mais assustadora que a primeira em que andei com ele. Ele abriu o grande portão traseiro.

-O que diabos está acontecendo?! – Gritei para que ele me ouvisse. Ele me olhou incrivelmente calmo.

-Descobriram onde você está.

-Você disse que não iriam!

-Mas descobriram Lucy, e eu só poderei descobrir como se continuar vivo para isso. – Ele subiu na como e me puxou, colocando-me em seu colo. Embasbacada dei um gritinho. Ele ligou a moto e com um ruído saímos da garagem de trás, na hora que saímos dois homens vieram correndo em nossa direção, mas antes que eu pudesse perceber Jace deu um tiro em cada um rapidamente.

-Segure-se em mim. – Ele disse e rapidamente abracei seu pescoço. Ele acelerou e com a velocidade meu corpo ficou mais próximo do dele do que eu pretendia. Antes de entrar na floresta ele atirou em mais alguns homens e parou a moto. – Tome. – Ele tirou a jaqueta e me deu, sem entender eu lhe ergui uma sobrancelha. – Cubra o rosto.

Eu o obedeci, cobri meu rosto e me abracei a ele novamente. Acelerando a moto ele adentrou a floresta e pude entender o porquê de cobrir o rosto, os galhos batiam fortemente, e até com a jaqueta por cima do rosto ainda doía. Os galhos batiam nas minhas pernas nuas e eu gemi de dor encolhendo-as, senti as mãos de Jace tentando ao máximo proteger minhas pernas. Parei de sentir os galhos e de repente a moto deu uma curva e freou. Tirei a jaqueta e me deparei com seu olhar. Depois olhei para baixo e inspirei ao ver a cachoeira e o lago.

-Temos que pular! – Ele disse, eu desci da moto e olhei para a altura. Não! Morreríamos se pulássemos. Jace pareceu ver minha duvida e terror. Ele desceu  da moto e veio até mim implacavelmente, chegando na minha frente ele agarrou meu rosto delicadamente – Confie em mim. – Foi incrível como uma onde de segurança me inundou em uma situação como esta, foi incrível como eu simplesmente pularia do Empire State nesse momento.

Eu ouvi os homens, os galhos se mexendo quando se batiam com seus corpos, mas eu estava ocupada olhando para Jace. Ele me abraçou e ao ouvir um tiro eu gritei e pulamos. Gritei toda a queda até chegar à água. Jace não tirou os braços de mim, eu ainda não entendia o que estava acontecendo. Quando recuperei os sentidos estávamos em baixo d’água, uma bala passou por nós com alta velocidade, nadamos para longe, eu só consegui por conta de Jace. Nadei para a parte de trás da cortina da cachoeira, eu estava quase perdendo os sentidos quando Jace me puxou para cima. Quando senti o ar entrar em meus pulmões tentei respirar avidamente e acabei me engasgando. Havia alguns rochedos e Jace me carregou até eles, eu só conseguia ouvir o barulho da cachoeira.

Olhei para Jace e o mesmo veio até mim.

-Você está bem? – Ele examinou meu rosto.

-Sim, acho que sim! – Eu disse e vi sangue sair de sua blusa. – Oh, não você está ferido... – Exclamei preocupada.

Ele se afastou.

-Estou bem – Ele disse levantando, meu vestido estava pesando no meu corpo e eu realmente devia ter vestido uma calça e uma maldita camiseta. Quando me levantei Jace olhou, descaradamente, para meu corpo e demorou nas minhas curvas. Tentei esconder um pouco com os braços, constrangida.

Ele desviou o olhar e me ergueu a mão para me ajudar a andar pelas pedras eu aceitei.

-Jace? – Chamei-o enquanto andávamos – Acha que é seguro?

-Eles acham que já morremos, ou devem estar procurando em outro lugar. De qualquer maneira não podemos ficar aqui e muito menos voltar para minha casa. Vamos sair daqui antes que eu enlouqueça com o barulho dessa cachoeira!

Eu gosto de cachoeiras, e por mais duro que seja admitir, ela me lembrava Jace, seu cheiro estava em meu nariz e eu estava inquieta. Sua mão quente ainda tocava a minha.

-Temos que nadar para sair de novo? – Perguntei temerosa, eu gostava de nadar, mas geralmente fazia isso em uma piscina e não em uma água agitada com cachoeira e balas tentando me acertar.

Ele assentiu.

-Sim.

Descemos um pouco mais e antes dele eu pulei na água, nadei até passar pela cachoeira, subi nadando o mais rápido possível e emergi. Jace logo depois, olhamos ao redor e não havia ninguém.

-Vamos, temos que sair logo antes que nos vejam... – Eu o segui nadando, quando chegamos em terra lembrei que estava descalça, ótimo.

-Para onde vamos?

Ele olhou ao redor.

-Não faço a mínima idéia, vamos até a cidade.

Boquiaberta, falei:

-Mas é longe demais, vamos demorar pelo menos um dia.

-Então é melhor nos apressarmos! – Ele começou a andar.

Depois de uns tempos eu já não conseguia mais andar. Parei um pouco para recuperar o ar. Ele me olhou.

-Tudo bem, vamos fazer uma pausa. – Eu sentei. Ele sentou no chão em minha frente e passou a mão pela minha perna machucada, era inofensivo, mas ainda assim muito intimo. Só por seu olhar vi que ele lamentava meus cortes. Ele suspirou pesado. Ficamos sentados alguns minutos e depois voltamos a andar. Ele me ofereceu seu sapato e aceitei, agradecida.

Minhas roupas não secaram quando paramos de vez. Já era quase noite.

-É melhor paramos e tentarmos acender uma fogueira antes que anoiteça. – Quebramos alguns galhos e juntamos em uma pilha.

-Você vai precisar de duas pedras? – Perguntei descontraindo, ele sorriu e pegou um isqueiro de seu bolso. – Será se vai funcionar?

-Vai, é aprova d’água. – Ele falou parecendo convencido por ter pensado nisso. Ele pegou braço me trousse para perto e rasgou uma parte do meu vestido.

-O que... – Quando percebi o que ele tinha feito eu estava boquiaberta. – Mas que droga Jace – Agradeci pelo vestido não ser muito curto.

Ele me ignorou, colocou fogo no pedaço de pano e o botou em baixo nos troncos e galhos que arranjamos. Os troncos começaram a queimar e rapidamente me sentei junto á pequena fogueira e já senti o calor me encher. Jace tirou a camisa.

-O-O que você está fazendo? – Gaguejei.

-Minha blusa ainda está molhada – Minha visão foi tomada pelo seu peito musculoso. Céus, esse homem devia passar o dia na academia para ter um corpo como esse. Desviei o olhar já sentindo meu rosto esquentar. – Você devia fazer o mesmo. – Falou ele apontando com o queixo para meu vestido.

-Acho que estou bem... – Falei escondendo meu rosto com o meu cabelo para ele não ver a vermelhidão no meu rosto quando sentou ao meu lado.

O cheiro de cachoeira estava ainda mais impregnado nele.  Parecia ser seu cheiro natural. Tentei voltar minha mente a outra coisa que não fosse Jace, mas parecia impossível.

-Você está com fome? – Ele perguntou de repente, eu o olhei e assenti. Arrependendo-me de não ter comido aquele croissant.

Ele levantou, fiquei olhando suas costas largas e fortes até elas desaparecem na escuridão. Não questionei, pois eu sabia que ele não responderia. Mas depois de passar quinze minutos comecei a ficar preocupada. Levantei do chão e olhei a escuridão por onde Jace tinha ido.

-Boo – Gritei de susto e me virei dando de cara com Jace. Coloquei a mão no peito tentando acalmar meu coração, fiquei aliviada de vê-lo. – Está com medo? – Ele perguntou sorrindo foi ai que percebi duas maçãs em suas mãos e bananas ainda verdes. – Trousse o jantar. – Ele me deu as maçãs.

-E você? – Perguntei quando vi que não havia uma terceira maçã.

Ele tirou dos seus bolsos duas maçãs e me mostrou.

-Onde as encontrou? – Perguntei, eu não tinha visto nenhum pé de maçã no caminho.

-Já acampei por aqui, conheço bem! – Ele falou simplesmente.

Eu não disse mais nada, sentamos juntos novamente, mas dessa vez ele parecia estar mais perto de mim e eu não liguei, na verdade, eu gostei. Eu só podia estar ficando louca. Comi uma maçã e decidi deixar a outra para amanhã. Olhei para Jace e ele me encarava, com um surto de coragem eu não desviei e nem ele. Enquanto eu o olhava imagens dele cortando aquele homem vieram a minha cabeça, mas depois... Vieram imagens dele me salvando, me ajudando... Consolando-me. Ele não é mal, ele não é um monstro eu estava enganada.

-Eu sou perigoso para você... – Disse ele como se lesse meus pensamentos. – Não sou o mocinho, Lucy!

-Eu não preciso que você seja. – Murmurei.

Seu olhar queimava meu corpo como fogo, e nesse momento percebi que queria muito beijá-lo. E não só fantasiar como ele me beijaria, eu queria beijá-lo ardentemente. Mas eu sou tímida demais, olhá-lo já era um avanço e tanto. Mas só com a idéia de beijá-lo eu sentia borboletas no estomago, sentia inquietude e ansiedade.

Jace tocou levemente meu rosto com a mão e enfiou delicadamente os dedos nos meus cabelos deixando somente o polegar acariciando minha bochecha fazendo o mesmo com a outra, eu parei de respirar quando soube o que ia acontecer... Ele iria me beijar! Uma sirene de alerta gritou na minha cabeça, mas eu a ignorei. Coloquei as mãos no peito de Jace e subi até seu pescoço, a pele dele é quente e macia. Ele olhou para meus lábios e os tocou levemente com seus lábios, a agitação no meu estomago aumentou. Eu fechei meus olhos e ele roçou os lábios nos meus e pediu passagem com a língua, eu abri mais minha boca sentindo sua língua aveludada massagear e provocar a minha. Deixei-me levar pela delicia que era ser beijada por ele, o mesmo massageava meu couro cabeludo enquanto fazia uma bela obra com a língua. O beijo calmo, manso e leve foi conquistando mais território, ficando mais ávido e mais necessitado.

Sua mão, antes acariciando meu rosto e pescoço, desceu para minha cintura me trazendo para seu colo. Agarrei seu cabelo e arranhei a parte de trás de seu pescoço, ele engoliu um som na garganta e separamos nossos lábios, mas ainda perto demais. Respirávamos o ar do outro. 


Notas Finais


Vamo combinar que o Jace é mt hoott <3 bejuus


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