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História Powerless - Hotel


Escrita por: SonTata

Notas do Autor


Heey, gente desculpa a demora, me faltou uma inspiração... sabem como é né? kkk beijos
Boa leitura

Capítulo 9 - Hotel


Sua mão, antes acariciando meu rosto e pescoço, desceu para minha cintura me trazendo para seu colo. Agarrei seu cabelo e arranhei a parte de trás de seu pescoço, ele engoliu um som na garganta e separamos nossos lábios, mas ainda perto demais. Respirávamos o ar do outro.

 

Meu rosto estava quente e meu coração descontrolado. Ele sorriu para mim e foi impossível meu lábio não se curvar em um sorriso junto. Esse foi, sem dúvida, o melhor beijo que eu já tive. Mas eu estava em seu colo, e corei ao perceber onde eu fui parar. Eu sorri sem graça e saí de seu colo sentando na grama fria. Com minha autoconfiança no chão eu passei a olhar para o fogo, ouvi a risada de Jace e tive vontade de esconder meu rosto com as mãos. Não tirei meus olhos do fogo até sentir as pernas de Jace abraçarem meu corpo deixando-me no meio das mesmas e, logo depois, senti suas mãos me abraçarem. Eu o olhei boquiaberta.

-Jace!

-Você precisa dormir, está frio. Eu só vou esquentar você. – Ele sussurrou no meu ouvido. Eu podia empurrá-lo, dizer não, ou até mesmo reclamar sem parar. Mas não o fiz, e não sei o porquê. Ultimamente eu faço coisas sem sentido quando estou com Jace, e agora, eu só queria deitar em seu peito quente e dormir. Mas era um homem... E bom, ele estava sem camisa e me abraçando por trás depois de um beijo, que por acaso, foi o beijo mais quente da minha vida. Minha mãe provavelmente faria um escândalo se soubesse que eu beijei um homem que eu conhecia há poucos dias. Balancei a cabeça, eu não pensaria nela.

Hesitantemente deitei minha cabeça em seu peito, estava difícil relaxar, mas com o som que o fogo fazia e suas caricias na minha cabeça eu dormi rapidamente.

 

Acordei gradualmente com o despertar do sol, eu estava abraçada com Jace, meu rosto estava de frente ao dele e sua respiração fazia cócegas na minha pele. Senti minha face queimar, eu empurrei levemente meu corpo para longe e tomei cuidado para não acordá-lo, mas quando me movi ele abriu os olhos mecanicamente. Minha boca estava entreaberta pelo susto que levei ao ver a rapidez em que ele acordava, ou talvez por ele estar me abraçando mais forte?

Ele está me olhando intensamente com uma expressão séria. Desviei o olhar e completamente sem graça eu levantei de uma vez, bocejei para tentar tirar o clima tenso e constrangedor. Ouvi Jace bocejar também, merda, até seu bocejo é atraente. A fogueira estava apagada, mas ainda saía uma pequena fumaça. Olhei para o lado atrás da minha maçã, quando a vi eu peguei e a devorei rapidamente ignorando a presença de Jace. Quando terminei agradeci aos céus por ele estar de blusa.

-Acho que em três horas chegamos à cidade, vamos! – Ele disse andando rápido, tive que praticamente correr atrás dele. Seus passos eram longos e rápidos.

Não nos falamos mais, quando chegamos à cidade, vimos uma rua meio deserta, mas depois de quinze minutos um carro passou e chamamos os mesmos, eles nos emprestaram seu telefone, havia um casal gay e um casal hétero carro, eram simpáticos e até brincaram com a nossa situação. A única mulher no carro me perguntou se nós queríamos uma carona e Jace, gentilmente, recusou. Eu olhei para ele estupefata. Podíamos chegar rápido à cidade, mas Jace teimou.

Depois dele falar no telefone com alguém que eu não sabia quem era, ficamos esperando na rodovia por mais ou menos uma hora, quando eu já estava desmaiando de exaustão um sedã azul escuro apareceu e Jace logo me ajudou a levantar. Um homem saiu de dentro do carro, ele não parecia ser mesmo um homem, tinha cara de ser bem mais jovem que Jace.

-Como se meteram nessa? – Ele perguntou para Jace, mas seu olhar me examinou.

-Não importa Fox, Dylan sabe disso?

-Não, mas se ele descobrir eu posso ser acusado de traição, sabe disso não é? – Perguntou Paul.

-E o que você quer para manter a boca fechada? – Jace perguntou áspero. Ambos se olharam, ódio estampado em seus olhares. Era como o confronto entre tigre e leão. Quando pensei que iriam se matar eles sorriram e se abraçaram.

Depois do breve abraço Jace entrou na parte da frente do carro, parecia que estava me ignorando, ou simplesmente esqueceu que eu estava ali. Paul olhou para mim e depois para Jace.

-Eu sou Paul – Ele estendeu a mão e sorriu. Eu a peguei.

-Lucinda. – Ele me guiou até o carro.

-Lucinda... – Ele repetiu meu nome como se o estivesse provando nos lábios. Eu sorri brevemente e entrei no carro, Paul fechou a porta. Olhei para o rosto de Jace pelo retrovisor, o mesmo me olhou ao mesmo tempo. Eu o encarei carrancuda e ele sorriu, zombando de mim. Revirei os olhos e olhei para um local qualquer do belo veículo. Paul entrou no carro.

-Para onde você vai? – Ele perguntou ao Jace.

-Four Seasons na Wall Street. – Falou Jace.

-É seguro? – Perguntei temerosa, eu não queria balas passando por mim tão cedo. Jace girou e me encarou irritado.

-Eu não vou deixá-la em perigo novamente. – Ele disse solene.

Eu assenti tentando com todas as minhas forças acreditar nisso.

 

                                                                                   ***

Quando chegamos ao lugar que íamos ficar por um tempo limitado eu não quis reparar na beleza e luminosidade do lugar e nem na riqueza do elevador. Eu simplesmente queria passar direto sem ser vista, mas era quase impossível. Todos eram atenciosos demais, ao extremo. Ofereceram-me tantas coisas chiques que me senti deslocada, eu ainda estava com meu vestido rasgado e amassado além de estar usando sapatos masculinos dez vezes maiores que o meu. Fiquei aliviada quando chegamos ao corredor todo em cor branca, que me lembrou um dos corredores do navio Titanic, ele nos levou ao luxuoso quarto que era consideravelmente grande para ser um quarto. 

Havia uma cama King size, com belos lençóis brancos acompanhados com vários travesseiros dourados combinando com a cor pastel da parede. Uma TV pendia em cima de parede em frente à cama. Havia duas portas, uma do banheiro e a outra do armário, provavelmente. Entrei no quarto e Jace entrou junto, eu ergui uma sobrancelha.

-Você vai ficar aqui?

-Claro – Ele me olhou como se eu fosse uma idiota. – É a época em que mais tem turistas em Nova Iorque, o único quarto vago era esse!

-E por que tínhamos que vir logo para esse?

-Porque eu quis Lucy – Falou ele sem paciência, minha raiva só aumentou.

-Então é só você querer? Ai terei que seguir você pelo céu e pelo inferno? – Perguntei com o meu tom aumentando. Cruzei meus braços, ele ergueu as mãos e deu de ombros. – Não vou dormir do seu lado.

-Engraçado, você não pensava  assim ontem quando ficou abraçadinha comigo. – Ele riu quando viu meu constrangimento, irritada e com vergonha eu marchei pesadamente até o banheiro. Sentei na tampa do vazo esperando a banheira encher.

Quando olhei para o balcão e vi uma muda roupas masculinas e outra feminina. Será que o hotel tinha dado? Ou fora Jace? Eu não me lembro dele falando de roupas com Paul no carro, na verdade eu não tinha nem prestado atenção. Meus pensamentos estavam submersos em tudo o que estava acontecendo. Olhei a muda de roupas e vi que caberia em mim, era uma calça jeans, uma blusa de flanelas com uma camiseta presa e sob elas havia uma chinela nova. Finalmente uma roupa mais minha cara!

Quando entrei na banheira senti como se a água me lavasse de fora para dentro. O cheiro de rosas e perfume mergulhava meu nariz em uma experiência maravilhosa para ser só um banho. Senti-me tão bem que fiquei na banheira por quase uma hora. Depois de me vestir eu nem precisei usar um perfume que tinha ao lado da torneira como várias outras coisas para pele. Senti-me tão cheirosa. Usar perfume seria desnecessário. Sai do banheiro e o quarto estava vazio.

Às vezes eu me sentia desconfortável com a presença de Jace, mas na situação em que eu me encontrava eu preferia ficar junto dele. Meu coração dava um salto só de pensar naqueles homens atrás de nós. Olhei para a cama e me joguei nela de uma só vez, Deus, eu sequer tinha percebido o conforto que era dormir em uma cama, isso me faz uma pessoa fresca, pois eu só dormi uma noite fora de uma cama. E não fora tão ruim, foi quente e confortável. Óbvio que eu não admitiria isso, eu não agüentaria o olhar arrogante de Jace.

Fiquei em posição de estrela na cama, com meus cabelos espalhados por todo lado. Olhei para o teto , até que fiquei sonolenta e cai no sono.

                                                                                 ***

 

Jace conversava com Paul, que tinha ido a sua casa para pegar algumas coisas como armas, munição, e documentos. Ele deixou claro para Paul que queria que o mesmo não se esquecesse das coisas de Lucinda. Depois de conversar com Paul no salão Jace ligou para Dylan, o mesmo atendeu no primeiro toque fazendo Jace sorrir.

-O que porra você fez? – Gritou Dylan do outro lado do telefone. Jace apenas revirou os olhos.

-Ela está bem e segura! – Assegurou Jace, mas o mesmo sabia que Dylan não acreditaria.

-Tsc tsc tsc, traga-a para cá. Onde vocês estão? – Ele disse exigente quase causando uma gargalhada em Jace. Como se você mandasse em mim, pensou o mesmo.

Jace suspirou dramaticamente.

-Eu não vou dizer maninho. – Falou Jace e o mesmo jurou ter visto sair fumaça dos ouvidos de Dylan.

-Traga-a para cá agora seu... – Dylan começou e Jace o interrompeu.

-Não maninho, sinto muito. Ela fica comigo, eu não confio em você. É capaz de fazer qualquer coisa para ter aquele cartão, até mesmo arriscar a vida da Lucy, e isso eu não vou deixar. – Jace parou um pouco, se dando conta de algo que devia ser óbvio para ele. – Espera ai, no cartão há informações sobre você não é? Por isso você está tão desesperado assim... – Acusou Jace.

Dylan suspirou e depois gemeu frustrado.

-Não é só por mim!

Dessa vez foi Jace quem ficou irritado.

-Você é mesmo um filho da mãe egoísta, arriscaria a vida dela? – Perguntou Jace sibilando. Dylan não respondeu e Jace agora teve a certeza. – Não tente nos rastrear, você sabe que eu sou bom em fazer o que eu faço.

-Você não pode se virar contra mim. – Falou Dylan grotesco.

-Eu já fiz isso a muito tempo maninho.

Jace desligou o telefone e o apertou na mão, o ódio pela Família só aumentava. Só de pensar que Lucy podia ser morta no meio disso ele fervia de ódio.  Ela é apenas mais uma vitima das bobagens de Dylan, mas ele não deixaria Dylan tocar em um fio de cabelo de Lucy.

Jace saiu do salão e entrou no elevador, sua mente estava mergulhada. No beijo que ele deu em Lucy, no sabor dela, na maciez da pele dela... Ele balançou a cabeça, não podia pensar nisso, beijá-la fora um erro. Ela só tem dezoito anos, era o que ele repetia em sua mente, podia até ser sua irmã mais nova. Ele não podia se descontrolar com ela, mas era quase impossível. Quando ele a via sua vontade era beijá-la até dizer chega.

Seu telefone tocou e ele atendeu imediatamente.

-Paul, alguma coisa sumiu?

Ele ouviu Paul suspirar.

-Não, na verdade tudo parece do mesmo jeito que você disse, pelo visto eles só a queriam!

-Hm... – Jace murmurou e Paul ergueu uma sobrancelha de onde estava.

-O que você tem em mente?

-Não acho que os rebeldes nos atacaram, temo que tenha sido Dylan.

-O Chefe? Por quê? - Exclamou Paul.

Jace era desconfiado por natureza, ele sempre achou que quem não desconfia é morto. E ser da Máfia aumentou sua desconfiança de cinqüenta para cem. Sempre que ele confiava em alguém, o que não acontece muitas vezes, era traído. E do mesmo jeito é com toda a Família. Antes, ele e Dylan eram como melhores amigos, mas Dylan sempre fora ambicioso demais, fazendo com que a amizade virasse rivalidade. Toda garota, toda missão, todo carro, toda atenção, Dylan fazia de tudo para tirar de Jace. Óbvio que o mesmo não deixava ser tão fácil assim. Jace nunca se importou com essas coisas, se ele pudesse sair da Máfia, sairia. Mas ninguém é “demitido” da Máfia. E agora ele tinha mais objetivos para continuar... Lucinda. Ele cuidaria dela com sua vida, ele sentia que precisava fazer isso por ela, como se fosse uma obrigação. E Dylan é uma ameaça que precisa ser aniquilada.

-Ele a quer mais do que tudo agora, e seria capaz de disparar umas balas para fazer isso.

-E por que você acha isso? – Perguntou Paul tentando entender.

-Se fossem os rebeldes, eles teriam nos achado, me matado, e a levado. Eu os testei na hora, Paul eu sai no meio de agentes armados com uma moto, se eles quisessem me matar o teriam feito, não acha?

Paul ficou em silencio na linha.

-Tem razão. Mas o que faço com essas informações?

Jace suspirou.

-Nada, por enquanto. Só faça o que eu pedi que fizesse, traga as coisas de Lucinda e as minhas. E... – Jace falou mais baixo para não ser ouvido. – Ainda não me livrei de uns corpos, a essa hora devem estar mortos. A porta fica em um armário, no meu escritório.

Jace automaticamente lembrou-se do rosto de terror e pavor de Lucinda, foi uma das piores expressões que ele já vira. Pela primeira vez em sua vida sentiu-se sujo.

-Ta bem. – Paul disse e Jace desligou.

Ele colocou seu telefone no bolso e andou pelo corredor até entrar no quarto. Jace se deparou com uma imagem lindamente aterradora: Lucinda dormindo, seu corpo estava espalhado pela cama desajeitadamente, o que causou uma risada em Jace.

Ele adentrou, precisa falar para ela sobre Dylan, mas acordá-la parecia um pecado. Um pecado que ele não estava nem um pouco a fim de cometer. Ele se aproximou um pouco da cama, o rosto dela estava duro. Meio ranzinza, os lábios estavam fechados e pouco relaxados. Até dormindo é carrancuda, ele pensou e riu. Impulsivamente ele tocou o maxilar da mesma levemente com o polegar. Ele só conseguia pensar no quanto ela é macia e no quanto ele queria tocá-la mais.

Jace meio que pigarreou para voltar a realidade e foi ao banheiro tomar banho. Depois de passar uns minutos debaixo do chuveiro, ele sentiu um peso sair de seus ombros e logo relaxou. O mesmo saiu do banheiro vestindo apenas uma calça, mas sua blusa estava em mãos. Ele ia botá-la, mas viu Lucinda acordada. Ele meio que sorriu involuntariamente ao ver sua carranca.

-Tenho novidades... – Ele disse após um grande silencio entre eles.

-Sobre...?

-Dylan. – Ela fez um gesto para que ele continuasse. – Acho que ele mandou aqueles caras atrás de nós.

Lucy parecia estar chocada na concepção de Jace, ela arregalou os olhos.

-Por quê? Ele disse que me protegeria, por que tentaria me matar? Não faz sentido.

-Ele não quer matar você, ele quer você. Ele é controlador Lucy – Ele disse com seus olhos brilhando. – Mas eu sou mais, e não vou tirar você da minha vista.

Seus olhos a examinaram, ela não parecia assustada, por incrível que parecesse.

-Não está com medo? – Ele perguntou aproximando-se e sentando-se na cama.

Ela olhou para ele e desviou o olhar para a janela de vidro.

-E-eu sei que você vai me proteger. – Ela disse com as bochechas coradas.

Ele sorriu levemente. Jace pegou o tornozelo dela e a trouxe mais para perto. Eles ficaram em uma posição em que as pernas dela estavam em volta dele, mas a mesma continuava sentada. Lucy arfou surpresa.

-Nós precisamos conversar sobre isso – Ela disse, seus olhos indo de encontro aos olhos dele.

Jace balançou a cabeça.

-Não, agora não! – Ele murmurou em seu ouvido.

Ele tocou levemente os lábios dela, somente um toque. Ele saiu de perto um pouco, para apreciar o rosto dela. O jeito como ficava vermelho, o jeito como os olhos dela ficavam fechados por uma fração de segundo. Ele gosta disso, e poderia se acostumar. Ela abriu os olhos, ele sorriu, mas ela continuou com a mesma expressão. Ela estava muito envergonhada para sorrir, mas ela tinha de admitir: queria mais, muito mais.

Como se lesse seus pensamentos ele a beijou novamente. 


Notas Finais


Gostaram? se sim, comentem pessoal :)


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