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História Pra Sempre - O Jantar


Escrita por: TamyFranco

Capítulo 10 - O Jantar


-Sarah sua mãe é incrível! - John elogia.

-Sou suspeita falar, pra eu ela é a melhor mãe do mundo! - sorrio.

-Daria tudo pra ter uma mãe como a sua. - John fica cabisbaixo.

-Não diga isso John, sua mãe deve ter suas qualidades… - faço carinho no rosto de John. - Ela criou você, isso mostra que ela tem sim ótimas qualidades!

John me lança um sorriso bobo.

-Nem fui criado por ela… Bom… Não diretamente, meu irmão e eu sempre tivemos babás. - John da de ombros.

Fico sem resposta.

“Mas que mãe hein!”

-Nem esquenta, já me acostumei. - John faz carinho em meu rosto. - Mas me conte… Sua irmã quer ir embora daqui, e você, tambem tem esse sonho?

-Sim, com certeza! - brinco com a grama ao meu lado. - Não que não goste daqui… Só quero melhorar de vida, ajudar minha mãe e essas coisas…

-O segredo não é sair de onde está, mas sim descobrir o que fazer em outro lugar!

-Hum que poético! - brinco. - Na verdade quero ser médica…

-Médica? - John fica espantado. - Corajosa!

-Sempre gostei de ajudar as pessoas e esse negócio de medicina, então é só juntar o útil ao agradável! - olho para o bosque a minha frente. - Sei que não é fácil, é caro e tem que estudar muito, mas meu pai sempre me disse pra corrermos atrás dos nossos sonhos, e é isso que vou fazer, custe o que custar.

-Seu pai deve ser um cara incrível!

Fico em silêncio, ainda não consigo falar de papai.

-Eu pretendo ser engenheiro! - John muda de assunto ao perceber o meu desconforto ao falar do meu pai.

-Engenheiro? Achei que quisesse seguir a carreira do seu pai. - comento.

-Meus pais que querem isso na verdade, mas eu não, tambem penso em ajudar as pessoas de alguma forma, pretendo trabalhar em um projeto de casas de baixo custo para as famílias mais carentes.

-Caramba! Isso é ótimo!

-Só não sei como contar isso a minha mãe. - John brinca com a grama.

-É só dizer oras!

-Não é tão fácil assim, você sabe disso.

-É… Mas uma hora você vai ter que enfrentar sua mãe.

-Sei disso. - John fica cabisbaixo.

-Ei. - faço carinho no rosto do John. - Se você tem esse sonho sua mãe não vai poder te barrar, ela pode não gostar mas, não pode te impedir, afinal, é seu sonho, você merece realizá-lo.

-Por isso que te amo sabia! - John sorri.

“Espera… Ele disse que me ama? Para o mundo que eu quero descer!”

-Sério? - sussurro.

-Nunca falei tão sério em minha vida. - John me encara. - Você é a mulher da minha vida!

Só consigo sorri, John me beija, um beijo apaixonado onde sinto a veracidade de suas palavras. Meu celular toca.

“Droga!”

-Alô! - atendo. - Ok, já vou! - desligo. - Preciso ir, mamãe me chama.

-Mas já? - John faz biquinho. - Ta tão bom aqui com você!

-Bem que eu queria ficar aqui tambem, mas não posso de verdade.

-Então tá né. - John se levanta e me estende a mão. - Vamos, te deixo em casa.

John e eu seguimos de mãos dadas até em casa.


 

[…]


 

No domingo passamos o dia juntos, passeamos pela cidade, praia, parque, chupamos sorvete, rimos, brincamos, fizemos tudo que um casal apaixonado faz.

-John, você por aqui? - dona Valéria nos pega no flagra andando pela calçada.

Sinto meu mundo desabar, ela nos encara, olha para nossas mãos entrelaçadas, ameaço soltar minha mão da de John, mas ele segura firme.

-Oi pra você tambem mãe. - John é meio seco.

-Vejo que está acompanhado da empregada. - dona Valéria começa a alfinetar.

-Empregada não, minha namorada! - John é enfático.

-Namorada? - dona Valéria fica nervosa. - Mas era só o que me faltava!

-É minha namorada sim, e a senhora vai ter que aceitar isso, gostando ou não! - John encara sua mãe determinado. - E ela irá jantar em casa hoje!

-Vou? - fico confusa.

“Me lasquei!”

-Jantar em casa? - dona Valéria parece chocada. - John…

-Ela é minha convidada e exijo que ela seja bem tratada!

-John não precisa… - digo querendo sair dali.

-Tudo bem Sarah, você vai sim jantar em casa, afinal é o que namorados fazem, vão até a casa um do outro. - John me olha implorando.

-Em casa teremos uma conversa muito séria John! - dona Valéria me encara e vai embora.

-Tem certeza disso John? - fico apreensiva. - Não quero contradizer sua mãe, ela nos pegou desprevenidos aqui…

-Relaxa Sarah! - John faz carinho em meu rosto. - Vai dar tudo certo!

-Se você diz…

-Confia em mim! - John olha as horas no celular. - Acho melhor eu ir e conversar com a fera antes do jantar.

-Tudo bem!

-Vamos, te deixo em casa antes.


 

[…]


 

-Ai meu deus Sarah! - Loren fica chocada quando conto do nosso encontro com dona Valéria.

-Pois é mana, to lascada! - me olho no espelho ajeitando o vestido.

-E você vai nesse jantar com a cara e a coragem?

-Preciso ir Loren, John conta comigo.

Loren vem até mim e me abraça.

-Boa sorte maninha! E se precisar que eu vá te socorrer é só mandar um SOS por SMS!

-Ok mama, pode deixar! - sorrio.

A campainha toca.

-Deve ser o motorista, deixa eu ir, não quero atrasar no primeiro jantar com a família do meu namorado!

Me despeço de Loren e sigo em direção a casa de John, no caminho vou orando pra que tudo de certo, quando nos aproximamos do portão meu estômago forma um nó.

“Ai meu deus, que tudo dê certo nesse jantar, se não to na rua!”

-Oi amor! - John abre um sorriso de orelha a orelha ao me ver.

-Eu juro que queria entrar pela porta dos fundos, mas o motorista não deixou, disse que eram ordens suas que eu entrasse pela porta da frente. - explico.

-Sarah, você jamais ia entrar pela porta dos fundos, hoje você é minha convidada, além de minha namorada! - John se aproxima e da um selinho. - Você está linda sabia?

-Você tambem! - sorrio. - E sua mãe…

-Ela prometeu se comportar, tive uma conversa séria com ela, falei até sobre meu sonho, ela não gostou nada, mas disse que não ia me impedir, que a vida é minha e sei o que fazer com ela, tá… Ela lamentou um monte, disse que sou um filho ingrato, que pela criação que tive era pra saber escolher melhor onde ando e com quem ando… - ele me encara. - Mas relaxa que vai dar tudo certo!

John me acalma um pouco, mas mesmo assim dona Valéria me da medo, e tem tambem o senhor Homer, que mais para em Nova York do que aqui na mansão da praia, ele trabalha muito pelo que deu pra perceber, mas as poucas vezes em que esteve aqui é quieto, não da palpite em nada, tudo o que faz pra ele tá bom, quem comanda tudo é a dona Valéria mesmo.

-Oi Sarah! - Patrik vem me cumprimentar todo contente.

-Oi Patrik! - mexo em seu cabelo.

-Fiquei feliz de você ser a namorada do meu irmão, gosto de você!

-E eu fiquei mais feliz ainda de ter um “irmãozinho” como você!

Patrik abraça minha cintura.

-Ta, já pode soltar, ela é minha namorada tá! - John brinca.

Patrik se afasta e mostra a língua pro seu irmão.

-Só é sua porque não tenho idade, se não ela seria minha namorada! - solta Patrik

John e eu começamo a rir.

-Vejo que até meu filho mais novo você conquistou Sarah. - dona Valéria aparece de repente.

“Essa mulher parece assombração mesmo, meu deus!”

-Esses dias concertei um brinquedo dele, ai ele passou gostar de mim, só isso. - tento soar normal.

-Bom. - ela força um sorriso.

-Então você que é a Sarah! - senhor Homer aparece todo educado. - Parabéns filho, ela é muito bonita! - senhor Homer me cumprimenta.

-Não sabia que estaria aqui essa noite pai. - comenta John.

-Vim ver minha família, foi o Patrik que me disse que você ia nos apresentar sua namorada.

-O jantar já será servido senhor Homer! - anuncia Alfredo.

-Mas que beleza, já estou com fome, você não está Sarah? - senhor Homer coloca minha mãe entre seu braço e me leva até sala de jantar.

“Sério mesmo que esse é pai do John?”

Chegando a sala de jantar me deparo com uma mesa incrível, igual essas que passa em filme de família rica, são tantos talheres que fico perdida.

-Fiz questão de preparar uma mesa caprichada, pedi a Celeste que usasse nosso melhor jogo de jantar para está noite! - dona Valéria finge agradar. - Afinal é para a namorada do meu filho John que esse jantar vai ser servido! - ela me encara e abre um sorriso forçado de novo.

Nos sentamo a mesa, dona Valéria de frente para mim, John ao meu lado, Patrik ao lado da mãe e senhor Homer na cabeceira da mesa, logo Celeste traz o jantar, hoje Alfredo ajuda Celeste já que nem eu nem a Loren trabalhamos, assim que o primeiro prato chega fico olhando pra ele.

“Diz que não é...”

-O maravilho escargot! - diz dona Valéria. - Espero que aprecie Sarah!

“Era o que eu temia! Ainda da tempo de fugir?”

Quando vi como se prepara um escargot na televisão quase vomitei, que negócio nojento! Prometi a mim mesma que nunca ia comer esse troço, e cá estou de frente pra ele na maior saia justa.

“Dá tempo de mandar mensagem de SOS pra Loren será?”

-É… Nunca comi isso. - fico sem graça.

-Eu disse para fazer pratos mais simples mãe! - John repreende sua mãe.

-Mas sua namorada merece o melhor John! - dona Valéria se faz de inocente.

-Não são todos que apreciam esse prato Sarah, ele é um tanto requintado… - John começa a me explicar. - Desculpa por isso.

-Sem problemas John, não custa experimentar! - tento soar positiva. - Você só vai ter que me ensinar como se come isso. - dou uma risadinha.

-É assim… - John com a maior delicadeza do mundo me mostra como se faz.

Sigo as instruções de John, quando consigo pegar o negócio pra comer respiro fundo, sou obrigada a comer.

“Bem que meu celular podia tocar, ou algum outro imprevisto acontecer sei lá, vir o fim do mundo talvez!”

Lentamente coloco aquela gosma em minha boca e começo a mastigar, tento parecer que está tudo bem, nisso o prato de Patrik aparece, x-burguer com batata frita, arregalo os olhos diante aquele lanche suculento.

-Isso parece bom hein Patrik. - comento sentindo o gosto horrível do tal escargot.

-Não gosto desse negócio gosmento ai que vocês estão comendo não, pedi a Celeste x-burguer com batata frita, muito, mas muito mais saboroso! - Patrik morde seu lanche com vontade, me da água na boca.

-Celeste! - chama senhor Homer e Celeste vem correndo da cozinha.

-Sim senhor Homer! - responde ela.

-Traga x-burguer para todos, esse negócio de escargot hoje não deu certo!

-Mas Homer… - dona Valéria começa a recriminar o marido.

-Essas comidas chiques você sabe que ninguém gosta aqui em casa Valéria, a não ser você, mas eu e os garotos detestamos, e pelo que vejo a Sarah só falta devorar o x-burguer do Patrik com os olhos! - senhor Homer interrompe a mulher.

Todos comemoram… Menos dona Valéria.

-Mas Homer mandei preparar o escargot com tanto carinho! - dona Valéria sorri sem a menor graça.

-Come você o escargot então oras! - senhor Homer sorri para a esposa.

Dona Valéria lança um olhar fulminante para o marido e começa a comer seu escargot… Sozinha. Logo Celeste aparece com os pratos de x-burgurs, no primeiro bocado fecho os olhos de gosto.

-Isso sim que é comida de verdade! - diz senhor Homer mandando vê na batata frita.

E assim o jantar rola, senhor Homer conta um pouco da sua vida e seu trabalho, deu pra perceber que tudo o que ele tem vem de família, mas uma família que lutou muito para ter o patrimônio que tem, ele não se gaba de ser rico, na verdade ele parece ser bem humilde e super simpático. Dona Valéria só observa, lança um sorriso forçado e sem graça de vez em quando.

-Quando conheceu dona Valéria senhor Homer? - me sinto à vontade para perguntar.

-A Valéria estava no banco quando a conheci…

-Não vamos falar disso não é Homer… - interrompe dona Valéria. - Todo mundo sabe como são essas histórias, melosas e românticas até demais, bobagem falar disso, faz tanto tempo! - dona Valéria foge do assunto.

Sinto que ela está escondendo algo, parece que ela não gosta de tocar nesse assunto, algo deve trazer más lembranças talvez.

“O que será que essa mulher esconde?”

-Nos conte sobre você Sarah! - dona Valéria tenta soar simpática.

-Ah, não tem muito pra contar… - começo meio tímida.

-A família da Sarah é fantástica! - John me interrompe. - Estive lá outro dia, dona Margo faz um arroz com frango de dar água na boca!

-Então já conheceu sua sogra hein John? - senhor Homer brinca.

Dona Valéria quase se engasga.

-Desculpe! - diz ela.

-São só você e sua mãe Sarah? - pergunta senhor Homer ignorando a mulher.

-Tenho uma irmã, Loren o nome dela…

E assim o papo rola, logo Celeste traz sorvete de sobremesa, junto com um pudim de leite fantástico.

-Médica? - senhor Homer fica espantado.

-Pois é… - digo dando uma colherada no sorvete.

-E como pretende conseguir isso? Trabalhando de empregada doméstica Sarah? - dona Valéria é direta.

-Bom… - começo.

-Espera… Você é empregada doméstica? - senhor Homer me interrompe um tanto chocado.

-O Patrik não te contou esse detalhe querido? Ela trabalha aqui nesta casa, aliás, foi aqui que John à conheceu! - explica dona Valéria.

Senhor Homer fecha a cara, ele olha de John para mim, o clima na mesa fica tenso.

“Meu deus o que foi que eu fiz!”

-John preciso falar com você agora! - anuncia senhor Homer se levantando da mesa.

-Mas pai…

-AGORA JOHN! - senhor Homer ordena.

John me encara triste e sai atrás de seu pai.

-Patrik querido já está tarde, acho melhor você se recolher. - dona Valéria pede ao filho.

-Ótima ideia mamãe, depois desse lanche e esse sorvete me deu sono. - Patrik da a volta na mesa e me da um beijo no rosto. - Tchau Sarah!

-Tchau Patrik! - sorrio e aceno em quanto Patrik sai.

Ficamos só dona Valéria e eu na sala de jantar, ela me encara seriamente.

-Bom… Minha querida Sarah… - ela se levanta da mesa. - O inevitável está acontecendo… - ela começa a dar a volta na mesa. - Você achou mesmo que o Homer ia permitir esse namoro absurdo de vocês… - ela começa com as alfinetadas. - Até achei estranho ele ser simpático com você de início, foi durante o jantar que percebi que na verdade ele não sabia quem você era de fato, Patrik esqueceu de lhe contar esse detalhe… De extrema importância! - ela chega mais perto e começa a analisar um talher. - Querida… Você e o John nunca vão dar certo, coloca isso na sua cabecinha, sei que você não deve ser muito inteligente, mas acho que isso da pra você entender… Meu querido John não é pra você! - ela coloca a mão no encosto da minha cadeira. - Olha pra você… Uma simples empregadinha qualquer, meu filho tem berço de ouro querida, muito ouro, vocês tem mundos completamente diferentes, mundos… Que no que depender de mim e meu marido nunca, mas nunca vão se encontrar! - lágrimas começam a rolar pelos meus olhos. - Agora… Se você entendeu o recado… Faça o favor para todos nós… - dona Valéria está furiosa. - Se retire dessa casa imediatamente e nunca mais volte! - ela aponta em direção a saída.

Sem pensar duas vezes saio correndo porta à fora.

-Sarah! - John grita de longe.

Mas de coração partido nem lhe dou atenção, continuo correndo, só quero chegar em minha casa, me jogar na cama e esquecer essa noite… Esquecer John.



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