História Pra Sempre Minha. - Então é Natal..

 

~1 semana depois....~

 

 

Pov Alice.

 

 

 

- Como esse ano passou rápido! - digo enquanto espero a Débora terminar de se vestir.

 

 

 

- Passou mesmo! - ela diz alto do banheiro.

 

 

 

 

- Tanta coisa aconteceu..- continua com meus pensamentos.

 

 

 

- Amor, no ano novo que a gente pensa no ano que passou tá?! Tá adiantada uma semana!- ela vem caminhando na minha direção! - Ficou bom!?- pergunta 

 

 

 

 

- Linda... Muito linda!- digo meio boba.

 

 

 

 

 

- Esqueci que você não conta.- diz revirando os olhos.

 

 

 

 

 

-Claro que conto, sou a opinião mais importante! - digo fazendo bico.

 

 

 

 

- É sim.. é sim...- diz rindo e vindo me dar um selinho.

 

 

 

 

Saímos da casa da Débora, prontas para passar o natal na casa dos meus pais. Dessa vez, ela passaria  o fim de ano todo comigo.

 

 

 

Seu pais viajaram á alguns dias deixando ela sozinha aqui. Eu até pedi pra ela ficar lá no apartamento comigo, mas ela não quis. Disse que alguém teria que cuidar da casa e tal..   Então passei aqui agora pra gente ir depois de esperar um ano pra ela se arrumar. Ela estava linda, bem simples e confortável, com um vestido florido que nós compramos ontem. Ela me fez comprar um vestido também, até parecido com o dela, só que não tinha as flores, era um azul claro bem bonito.

 

 

 

 

Saímos felizes mesmo sabendo que a ideia poderia ser ruim, já que meus tios, e alguns amigos do meu pai estariam lá, eu avisei que iria com a Débora, era meio obvio já que não nos desgrudamos desde que começamos a namorar, e ainda pedi pra gente dormi no meu antigo quarto, pra não ter que sair de lá durante a madrugada. Eu sei daria, sim pra gente dormir na casa dela, é tão perto, e seus pais não estão lá, mas eu queria testar o meu pai. 

 

 

 

 

Que por incrível que pareça, permitiu tranquilamente. Só com uma regra, a gente não pode dormir junto! Achei engraçado isso, mas acatei. Nos não conversamos depois da formatura, a vida seguiu normal, até essa breve conversa sobre o natal. Minha mãe estava feliz, estaria toda a família lá reunida, e dizia que queria apresentar a Débora a todos. 

 

 

 

 

Chegamos e minha mãe estava terminando de arrumar a mesa. Ela havia feito todas aquelas comidas de natal, dava pra sentir o cheiro de longe. Como fomos as primeiras a chegar, ajudamos nas coisas que podíamos. A Débora muito mais prendada foi bem mais útil, eu fiquei conversando com as duas e provando o que estava pronto, ouvindo as duas reclamarem juntas que eu não ajudo em nada, era linda a cena. Meu pai tinha ido buscar algum amigo que não sabia o caminho direito. Pelo vista a casa ficaria cheia hoje. 

 

 

 

Logo os convidados foram chegando. Minha avó linda, adorava a Débora e já roubou ela de mim assim que chegou. Fiquei com minha tia batendo um papo, e ia cumprimentando quem ia chegando. Meus tios que não vieram ano passado estavam aqui com meus primos chatos. Fui educada mas evitei ficar perto, pra evitar os comentários maldosos a meu respeito. 

 

 

Esse ano eu estava muito mais sociável do que o ano passado. Agora vejo como aquela ressaca pós Letícia me fez mal. Eu adoro o Natal, adoro as comidas e energias dessa época. Adoro o perdão e a cumplicidade que a época trás..Não resisti de saudade e precisava salvar a Débora de ficar ouvindo as historias da minha avó.

 

 

 

 

 

- Linda! - dou um beijo na bochecha da Débora, e seguro sua cintura.

 

 

 

- Oi Amor!- diz ela sorrindo.

 

 

 

- Você escolheu bem Débora. Escolheu minha neta mais bonita! - diz minha avó babona demais. E a Déb fica vermelha. - Só não conte para os outros netos! - diz olhando pra mim.

 

 

 

- Pode deixar, a senhora deve dizer isso pra todos! - ela fez que não com a cabeça.- Posso roubar? - pergunto me referindo a Débora.

 

Saímos dali, tive que apresentar a Débora pra algumas pessoas enquanto íamos passando, tenho certeza que meu pai, do jeito que é, avisou que teria uma filha lésbica acompanhada na casa, mas mesmo assim fiz questão de apresentá-la.

 

 

 

 

Quando íamos abrindo a porta pra ir a varanda, meu pai vinha chegando com amigo dele, e a esposa. 

 

 

 

- Oi.- digo meio no susto.

 

 

 

 

- Oi . Esses são Paulo e sua esposa Fátima, amigos do meu trabalho.- ele diz sério.

 

 

 

 

- Olá.... –digo, mas meu pai me interrompe.

 

 

 

 

- Essa é minha filha Alice, e sua namorada Débora.- Ele diz para os amigos.

 

 

 

 

Fiquei meio em choque depois de ouvir isso sair da boca dele. A Débora cumprimentou os dois, que  foram super simpáticos com a gente, não mostraram surpresa, nem preconceito nenhum. Tive que sair do transe e cumprimenta-lós.

 

 

 

- Você ouviu o que ele disse?! - pergunto quando a gente se sentou nas cadeiras que ficavam ali fora.

 

 

 

- Eu ouvi sim..- diz com um sorriso no rosto.

 

 

 

- Acho que ele aceitou, né?! Aceitou a gente?!- pergunto só pra confirmar.

 

 

 

 

- Acho que essa foi a prova que você precisava. - ela diz segurando minha mãos.

 

 

 

- Foi sim.. - digo pensativa. 

 

 

 

- O que foi?!- Ela pergunta.

 

 

 

- Só tô pensando em como minha vida tá entrando nos eixos. Tá tudo dando certo.- digo feliz.

 

 

 

- Isso é ótimo Alice. Você merece tudo de bom.

 

 

 

 

- Não mereço não.. nem era uma boa pessoa, você me tornou uma  pessoa melhor.- digo colocando minha cadeira para mais perto da dela. 

 

 

 

 

- Eu não fiz nada! - ela diz com um leve sorriso no rosto.

 

 

 

 

- Fez sim..- dou um selinho nela.- Você fez tudo! - dou um beijo de verdade agora.

 

 

 

 

A gente só tinha que se preocupar com a porta, meu pai não ia gostar de saber que a gente estava aqui fora se agarrando. Terminei o beijo com alguns selinhos, não queria largar aquela boca gostosa. Infelizmente nós nos afastamos um pouquinho nessa ultima semana. Depois da formatura e da conversa sobre a promoção, as coisas esfriaram um pouco, não nos afastamos fisicamente, continuamos nos vendo nesses dias, mas os toques e contatos diminuíram. 

 

 

 

 

Sempre falamos que está tudo bem, mas não levo muita fé nisso. Sei que ela vai voltar nesse assunto em algum momento. Então tô com discurso preparado pra ela. Eu preciso dizer que a Amo, assim ela vai entender que eu quero ficar aqui, por amor, por amor a ela, e a tudo que a gente tem. 

 

 

- Aquieta esse fogo mulher..- ela diz quando saio de sua boca, beijando sua bochecha, indo pra o pescoço.

 

 

 

 

- To com saudade de você. - digo olhando em seu olhos. 

 

 

 

 

- A gente se viu essa semana quase toda Alice!?- diz rindo, como se fosse um absurdo eu estar com saudades.

 

 

 

- Mas eu Tô!!  Você mal me deixou  te tocar esse dias. - falo sem rodeios.

 

 

 

 

- Eu só tô estranha esses dias.. sei La.. - ela tenta se defender.

 

 

 

 

 

- Eu To vendo.  Por causa da promoção né?!  Mas Deb.. eu achei que a gente tinha encerrado esse assunto. - digo séria

 

 

 

Ela respira fundo, e ia responde quando somos interrompidas para jantar.

 

 

- Vem, depois a gente conversa! -digo puxando ela pela mão.

 

 

 

Entramos e sentamos, uma do lado da outra. A mesa era grande, mas acho que hoje tinha gente demais. Trocamos alguns sorrisos, mas não falamos mas nada. Eu passei a conversar com minha mãe que estava do outro lado, e ela com a minha tia, que estava do lado dela, num determinado momento, quando já havíamos acabado de comer, peguei sua mão e puxei pra repousar em minha coxa, enquanto eu fazia leves carinhos nela. Vi que ela sorriu com isso, mesmo sem olhar diretamente pra mim.

 

 

 

 

Rimos das histórias de infância que minha avó contava do meu pai e dos meus tios. Foi divertido como a tempos não era. 

 

 

 

- Vamos sentar ali..- chamei a Débora pra sentar no sofá. 

 

 

 

 

- Ok..- ela diz, pedimos licença e saímos.

 

 

 

 

- Vou levar sobremesa pra gente.- digo enquanto ela vai caminhado pra sala.

 

 

 

De lá dava pra acompanhar o restante da conversa que rolava na mesa. Todos estavam animados.  Fiquei feliz em saber que ninguém se importava sabe, é se importava não demonstrou.  As conversas foram normais, sem piadinhas ou qualquer coisa. Eu estava Feliz por ter tentado e não ter sido rejeitada e estava feliz pela Débora fazer parte dessa loucura que é minha família. Uma família que eu nunca me adaptei muito bem, mas hoje vejo com outros olhos.

 

 

 

 

Ficamos dali, ouvindo tudo e rindo.

 

 

- Você quer continuar a conversa?!- ela pergunta.

 

 

 

- Não, depois a gente faz isso, tá bom?!- dou um beijo na cabeça dela

 

 

 

Todos acabaram vindo pra sala, nós continuamos onde estávamos. Assim ficamos até perto da meia noite. Faltando um pouco mais de 5 minutos tirei a Débora de lá da sala. Subimos como se fosse para meu quarto. Mas passamos direto indo em outra direção

 

 

- Ei pera, não vamos ali?!- ela pergunta surpresa apontando para a porta do quarto.

 

 

 

- Não.  - digo ainda andando e puxando ela.

 

 

 

 

- Tenho que pegar meu presente então! - ela diz e se solta de mim. 

 

 

 

 

 

Entra no quarto e sai com uma caixa na mão, parece um quadro ou algo assim. 

 

 

- Pronto. - diz sorridente.

 

 

 

- Isso não é grande demais?! - pergunto.

 

 

 

- Não! É perfeito! Você vai gostar.- diz satisfeita 

 

 

 

Subimos uma escada que dava pra o telhado, lá em cima tínhamos uma vista linda da cidade, as luzes, e daria pra ver os fogos da meia noite.  Lá tinha um lugar preparado pra sentar. Eu, desde nova usava esse lugar pra pensar, pra fugir um pouco dos problemas.. quando não funcionava eu ia correr. 

 

 

Nos sentamos lá.. e logo deu meia noite.

 

 

- Feliz Natal- digo dando um abraço nela.

 

 

- Feliz natal.- ela corresponde com força. 

 

 

 

Ficamos assim por um tempo. Abraçadas , curtindo aquele contato, ouvindo nossos corações batendo no mesmo compasso. Como eu gostava de sentir o cheiro dela, como eu gostava de estar assim com ela. 

 

 

 

- Isso é pra você! - diz quando nos soltamos e me entrega o presente.

 

 

 

 - Obrigada minha linda! falei que não precisava.- digo já abrindo, rasgando todo o embrulho.

 

 

 

 

Era uma foto nossa em tamanho de um quadro, não era foto normal, mas um desenho nosso.

 

 

 

- Que lindo! Quem fez?!- pergunto encantada.

 

 

 

- Um amigo que já estudou comigo.  - ela diz

 

 

 

- Vou colocar na sala. – digo admirando.

 

 

 

- Não precisa! Deixa no quarto, Amor!- ela diz com vergonha.

 

 

 

- Quer que eu esconda nossa beleza?! Claro que não! Vai ficar na sala.. - digo fazendo ela rir. 

 

 

 

- Ok, é seu, você que manda.- diz vencida.

 

 

 

 

- Esse é o meu, pra você.  - era um caixa pequena. Com uma pulseira berloque dentro já com alguns pingentes.

 

 

 

 

- É linda Alice! Obrigada.- diz sorrindo.

 

 

- De nada. Achei bem a sua cara! Você não comprou outra depois que a sua antiga sumiu.- falei, ela havia perdido a outra pulseira.

 

 

 

- Fiquei triste e nem pensei em comprar outra.

 

 

 

- Eu percebi, sei que não é mesma mas, espero que você goste.

 

 

 

- Eu amei.- ela diz colocando no braço.

 

 

 

- Olha esse aqui..- segurei um pingente que estava na pulseira. Era um coqueiro ou palmeira sei lá..

 

 

 

- O que tem ele?!- ela pergunta.

 

 

 

- Esse é de onde nós vamos na semana depois da virada.- digo e ela me olha confusa.- já comprei nossas passagens, nós vamos para praia das palmeiras, em Cabo Frio, no Rio. – digo animada.

 

 

- O que?! Nós vamos viajar?!- ela pergunta desconfiada.

 

 

 

- Sim! Já organizei e garanto que vai dar tudo certo! E já coloquei o pingente aí por que você vai lembrar dessa nossa primeira viagem pra sempre.- eu estava muito animada 

 

 

 

- A viagem faz parte do presente?!

 

 

 

 

- Claro! Vamos né?!- peço. -Já consegui liberação do trabalho e tudo.- digo a ela.

 

 

 

- Claro que vamos! Vai ser ótimo! Obrigada. - ela me dá um beijo - Vamos cumprimentar os outros?! 

 

 

 

Descemos pra falar com as outras pessoas, abracei minha mãe, minha avó e quase todos ali. Minha mãe logo reparou na pulseira da Débora. E falou que eu tinha bom gosto. Meu pai abraçou a Débora com força, e veio apertar minha mão! Ele ainda não está satisfeito com tudo, mas tá tentando.  Isso já é alguma coisa. 

 

 

 

 

Cumprimentei a todos, e me afastei um pouco e fui ver meu telefone que havia tocada com algumas mensagens. Tinha uma da Duda e da Marcela, um áudio delas gritando feliz natal. Era muito bom ver a Duda desse jeito! Feliz e amada! Todos deveriam ser amados assim como nós duas! Olhei a Débora de longe, sorrindo feliz.. enquanto minha tia fala alguma bobeira. 

 

 

 

 

Uma nova mensagem chegou, de um número desconhecido, abri...

 

 

 

" Feliz natal, que todos os seus sonhos se realizem...."

 

 

 

Fiquei meio em choque com quem havia mandado?! Porque agora, depois de tanto tempo...

 

 

A mensagem veio assinada assim : "Beijos, Letícia!"

 

 

Fiquei pálida olhando para o celular. Nem sei dizer como, meu corpo congelou.

 

 

 

- Alicee! Vem menina!- minha mãe me chama pra tirar foto.

 

 

 

 

-Tô indo.. - digo sem olhar pra eles, mechando no celular.

 

 

 

Só andei depois de apagar a mensagem! Tentei ignorar o que quer que significava ela e fui tirar a tal foto.. Eles já tinha tirado várias..

 

 

 

- Nem me esperaram né?!-falei rindo, tentando espantar a sensação ruim que invadia meu corpo.

- Tá tudo bem?!- a Déb pergunta. Ela consegue perceber qualquer mudança do meu humor. 

 

 

 

Ela me conhece melhor que ninguém!

 

 

 

- Sim, estava respondendo a Duda! Ela deve ter mandado pra você também. –digo. Não menti, apenas omiti, o que de certa forma dava no mesmo.

 

 

 

 

Não ia ser bom pra gente falar sobre isso hoje. Não sei se seria bom em qualquer momento. Não sei como ela se comportaria trazendo esse nome à tona, não sei nem como eu me comportaria!

 

 

 

São tantas dúvidas...

 

 

 

 

Aliás, é só um nome, ela não tá aqui! E não vai voltar pra me assombrar, não agora!