História Prazer, a filha do batman - De vítima à vilã

No dia seguinte, acordei bem cedo para o café. Os empregados de Joker eram ótimos e gentis, porém não o avistei desde a hora que acordara. Ele havia saído para resolver problemas em uma cidade vizinha, e provavelmente não retornaria tão cedo.
 

Mas como não queria ficar em casa o dia inteiro sendo dominada pelo tédio, decidi sair. Joker havia deixado um cartão de crédito sem limites para mim. E, bem, eu precisava de roupas. Afinal, não iria voltar para a mansão de Bruce para buscar minhas antigas peças.
 

Vesti uma roupa (1), peguei o cartão e saí de casa. Dois capangas me acompanharam no passeio. Joker havia deixado claro que eu não poderia sair sem capangas ao meu lado, já que não era seguro, segundo ele.
 

Passei o dia inteiro no shopping, adentrando em cada loja escolhendo roupas e sapatos. As vozes em minha mente as vezes davam alguns palpites sobre o que eu levaria.
 

Com aqueles dois homens de porte grande engravatados e mascarados me seguindo por toda parte, assustavam a todos que nos avistavam. Admito que aquilo era engraçado.
 

Quando era por volta de umas seis da tarde, decidi voltar para casa. Estava exausta. Céus, eu preciso voltar para a academia!
 

- Vamos, rapazes! - Falei enquanto lhes entregava mais uma sacola de compras das milhares que eles já seguravam para mim.
 

Mas assim que alcançamos a porta de saída do shopping, avistamos vários policiais fortemente armados. Parei imediatamente com aquilo.
 

- Estão esperando alguém? - Questionei.
 

- Coloquem tudo o que tem no chão onde possamos ver e ponham as mãos na cabeça! - Ouvi o promotor de justiça Harvey Dent gritar através de um megafone. Só então percebi sua presença no recinto. Metade de seu rosto estava enfaixado por conta das queimaduras.
 

- Estão falando conosco? - Virei-me para fitar os dois capangas atrás de mim.
 

E então os dois homens mascarados sacaram suas armas e começaram a disparar contra a polícia, que revidou. Com a imensa troca de tiros, escondi-me atrás de um banco. Droga! Meu dia de compras estava arruinado!
 

Enquanto estavam todos muito ocupados com suas armas idiotas, consegui salvar o único par de sapatos que comprara hoje. E então corri para longe dali.
 

- Não a deixem escapar! - Ouvi um policial gritar.
 

Corri por mais alguns metros quando percebi dois polícias atrás de mim. Ao virar um corredor, dei de cara com Harvey. Ele me pegou pelos braços enquanto que os outros dois policiais nos alcançaram e me algemaram. Merda!
 

- Você tem o direito de ficar calada, Margot. - Dizia Harvey enquanto me escoltava. Todas as pessoas presentes no shopping nos olhavam por onde passávamos - Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal.
 

- Mas, afinal, o que eu fiz?!
 

- Você está sendo acusada de ser cúmplice na tentativa de homicídio contra Bárbara Gordon e o comissário James Gordon.
 

Porra!
 

Eles me levaram até uma sala do shopping, em que havia apenas duas cadeiras com uma mesa ao centro. A iluminação era péssima, já que a única lâmpada do teto mal funcionava direito.
 

Harvey colocou-me na cadeira e se sentou na outra, de frente para mim. Os outros dois policiais deixaram a sala.
 

- Seus capangas que estavam consigo mataram quase todos os meus homens. - Ele começou. Bufei - Mas em breve virão reforços. Não veja isto como uma vitória, senhorita Wayne.
 

- Não me chame assim.
 

- Seu pai deve estar orgulhoso. - A ironia era clara em seu tom de voz.
 

Revirei os olhos, entediada.
 

- Você irá depor contra Joker agora.
 

- Como está seu rosto? - Fui o mais sarcástica que consegui. Vi uma veia saltar de sua testa.
 

- Graças a seu namoradinho, desfigurado.
 

- Sempre achei você meio... duas caras, mesmo. - Ri com minha própria piada.
 

Vi Harvey socar a mesa, levantando-se. Não me intimidei.
 

- Não pense que você e coringa irão se safar. Toda a Gotham está atrás de vocês.
 

- Fico lisonjeada.
 

Enquanto conversava com Harvey, tirei um grampo de cabelo do meu bolso e, discretamente, tentava desarmar as algemas.
 

- Não fique. - Ele fitou-me no fundo dos olhos, irritado. - Seu reinado acaba aqui.
 

Sorri ao notar que havia conseguido me livrar das algemas.
 

- Eu acho que não. - Falei erguendo-me rapidamente da cadeira, logo em seguida puxando um canivete de meu outro bolso. Harvey, parecendo surpreso, com certeza agora se queixava o por que de não ter me revistado. Imbecil!
 

Desprevenido, recebeu uma facada na barriga por mim. Agora com o sangue espirrando do ferimento, ele gemia de dor.
 

- Margot, não vale a pena - Ele dizia, Mas não dei ouvidos. Tentando acertar mais golpes em si, ele desviava com dificuldade - Você vai se arrepender por isso... sua mãe não queria isso pra você!
 

- Minha mãe está morta. - Sorri. E então fiz um profundo corte em sua garganta, sentindo seu sangue espirrar todo em cima de mim.
 

Harvey então caiu ao chão. Com a garganta partida em dois e as tripas fora de sua barriga, finalmente morreu.
 

Sorri vitoriosa. Harvey era um idiota. Sempre foi.

Peguei o revólver que estava em sua cintura e saí da sala. Disparei contra os dois policiais que estavam consigo e então me pus a correr dali.
 

Minhas pegadas eram marcadas ao chão pelo sangue de Harvey. Droga, sujou meu sapato!
 

O shopping se encontrava agora vazio. Todas as pessoas pareciam ter ido em bora rapidamente, com medo. Também não encontrei nenhum outro policial.
 

Mas com certeza logo chegaria reforços, e com eles, Batman. Eu adoraria ficar para matar aquele homem morcego, mas não tinha tempo. Senhor Joker esperava por mim.
 

Assim que cheguei à porta do shopping, avistei vários corpos de policiais ao chão, ensanguentados. Mas não avistei os capangas.
 

E então ouvi uma bozina de um carro. Percebi então que era do Audi r8 branco. O carro parou ao meu lado e o vidro fumê abaixou, finalmente me deixando ver quem era: os capangas!
 

- Vamos, Margot! - Exclamou o que dirigia - Batman está a caminho!


 

Ponto de vista da autora

 

Desde que Batman havia contactado Robin e lhe explicado toda a situação de Margot e Joker, juntos, procuraram pelo paradeiro da menina.
 

Mas não obtiveram muito sucesso.
 

Margot havia desaparecido do mapa. Bruce estava enlouquecendo com aquilo, e Jason já não sabia o que fazer.
 

Mas que o batsinal foi acionado no telhado do departamento de Polícia, a dupla correu para lá. Gordon os explicara que, neste mesmo dia, testemunhas avistaram Margot com dois comparsas de Joker em um shopping.
 

Jason, o Robin, se recusou a ir. Não queria ver Margot. Aquilo era loucura. Ela já não era mais a mesma menina doce de sempre.
 

Mas Bruce, Batman, foi. Acionou seu batmovel e partiu para seu destino. Enquanto isso, Alfred rezava para que Margot tomasse juízo.
 

Batman corria pelas ruas de Ghotam. Perguntava-se o motivo de sua filha ter se juntado à Joker. Talvez houvesse herdado os genes de seu avô materno: Ra's Al Ghul.
 

Ra's havia sido um grande vilão de Ghotam quando ainda era vivo. Sua filha, Tatlia, mãe de Margot, estava predestinada a seguir os passos do pai. Mas ao conhecer Bruce, percebera que a vida de vilã não valia a pena. E o Wayne agora rezava para que Margot acabasse percebendo o mesmo.
 

E assim que alcançou seu destino, parou com o luxuoso carro e desceu do mesmo. Correu em direção à porta do shopping e então avistou Margot, o que o paralisou. A garota estava coberta de sangue, e ele sabia que aquele líquido vermelho não era seu. Mal conseguia acreditar. Margot já não era mais a mesma.


 

Pov Margot

 

- Vamos, Margot!
 

E assim que o capanga disse aquelas palavras, vi um vulto preto se aproximar. E sabia bem quem era: o próprio Batman.
 

Mas o homem morcego estava a uma certa distância de nós, então dava para escapar.
 

Porém, antes que eu adentrasse ao carro, olhei para trás e pude perceber o olhar surpreso do morcego para mim.
 

Sorri sarcástica para ele e então entrei no automóvel, que partiu dali logo em seguida, fazendo batsy comer poeira!
 

Com certeza ele havia me reconhecido. Pensava que eu ainda era aquela menina boba que sempre estava em apuros.
 

Mas, não! Agora, eu era uma nova Margot. Agora, eu era a vilã.