História Prazer, a filha do batman - Cativeiro

Pov Margot

Depois de ter se passado quase vinte minutos de pura tortura psicológica, finalmente o joker parou com seu carro em algum lugar.

Não pude enxergar direito por conta da escuridão da noite que já tomava conta, mas o pouco que pude ver era um enorme terreno baldio, longe da cidade, com um galpão velho e abandonado no meio do nada.

Fala sério, ele me levaria nessa casa velha? Socorro

Joker desligou os faróis e desceu do carro sem olhar para mim. Partiu em passos apressados em direção ao galpão, que ficava a alguns metros de distância de onde estávamos. Ele estava esperando que eu fosse com ele?

Pois estava enganado.

Eu provavelmente iria me foder com o que eu estava planejando agora, mas tenho certeza que meu destino já estava traçado com a morte, Então não tinha nada a perder.

Desci do carro em um pulo e pus me a correr para longe dali. Longe do joker e toda essa confusão.

Eu não sabia onde estava. Eu só conseguia ver mato e terrenos baldios. Eu estava longe da cidade, mas qualquer lugar era melhor do que continuar ali.

Enquanto corria, por um segundo olhei para trás e o joker havia desaparecido.

Meus passos se cesassaram aos poucos enquanto minha respiração ofegante era a única coisa que cortava aquele silêncio mortal.

Olhei ao meu redor a procura do palhaço. Ele havia de escondido? Onde raios estava esse maldito?

Uma onda de pavor me envadiu e senti um calafrio na espinha. Ele não poderia ter entrado no galpão, ele ainda estava distante de la.

Engoli em seco e comecei a andar em passos rápidos, dessa vez sem olhar para os lados. Aquele palhaço estava brincando comigo.

Mas ao ouvir uma movimentação de arbustos próximo a mim, me perguntei se era ele ou apenas um animal, mas claro que não iria ficar para ver. Por reflexo, gritei feito uma garotinha e corri o mais rápido que pude.

Assim que alcancei o final daquele terreno baldio, percebi que havia uma rodovia ali perto. Era minha salvação!?

Olhei para trás em um último momento e me arrependi na mesma hora em que meus olhos se encontraram com os olhos dele a alguns metros de distância. Azuis pálidos, mas não tão pálidos como o seu rosto branco, que era contrastado apenas com seus lábios vermelhos sangue, que desta vez não esboçavam um sorriso.

Tremi dos pés a cabeça e um medo surreal invadiu-me.

Mas antes que eu pudesse dar mais que cinco passos, um barulho de tiro muito alto foi ouvido, e senti meu pé ser atingido.

Cai no chão me contorcendo e gritando de dor, enquanto eu sentia o sangue escorrer do ferimento que a bala de seu revólver havia causado em meu pé.

Ele se aproximou de mim e eu senti as lágrimas escorrerem de meus olhos quando ele pegou em meu rosto com uma de suas mãos. Ele sorriu sádico e suas palavras me arrepiaram

- Nunca fuja do joker.

Com tamanho pavor do momento, não consegui me manter acordada. Minha visão escureceu e eu desmaiei de dor e medo. A última lembrança que tive foi do joker me pegando no colo e me levando em direção ao galpão abandonado.

                                ••• quebra de tempo •••

Uma luz muito forte chocou-se contra meu rosto. Mesmo de olhos fechados, senti minha pele arder e fiz uma careta de desaprovação enquanto me movia para fugir daquela luz, o que só piorou já que fez meu pé latejar.

Eu havia levado um tiro no pé. Me esqueci deste "pequeno" detalhe. Merda.

Eu estava tão confusa. Onde eu estava, afinal? Abri meus olhos e percebi que estava em uma sala médica, muito improvisada por sinal.

Aquela luz forte que me atingiu era de uma lâmpada que estava posicionada bem na minha frente, estendida por um ferro que se prendia na maca.

Só então percebi que estava deitada em uma maca. Pior, algemada.

Suspirei derrotada, escorando minha cabeça no encosto da maca em que eu me encontrava.

Depois de alguns minutos em silêncio, ouvi vozes se aproximando. Eu não sabia de onde vinha, só sabia que estavam se aproximando.

Depois de alguns instantes, a porta foi aberta e eu tive a imagem de um rapaz alto que trajava um jaleco, e ao seu lado, o joker. Com o coração palpitante, não consegui desfocar meus olhos de sua imagem se aproximando de mim perigosamente.

Mordi meu lábio inferior em reflexo quando ele tocou meu pulso com seus dedos gelados, que agora não estavam cobertos pela luva arroxeada, que aparentemente, era sua marca registrada.

- Se me prometer que será uma boa garota - Sua voz suave me acalmava e instigava ao mesmo tempo - Tirarei suas algemas

Assenti, hipnotizada. Então, ele retirou as algemas enquanto me fitava. Admito ter sido um alívio me livrar daquelas coisas.

Ele me olhava de uma forma diferente. Não sei explicar. Nunca vi algo semelhante. Seus olhos azuis possuíam um brilho único, E pareciam me estudar enquanto seus dedos percorriam agora de meu rosto para meu pescoço.

Eu estava hipnotizada, mal conseguia respirar. Seus olhos me vedavam da realidade. A única coisa que eu conseguia notar naquele momento eram seus dedos, que passeavam pelo meu pescoço e colo, as vezes se aproximando perigosamente de meus seios, me fazendo arfar baixinho. Isso parecia agrada-lo.

Isso deveria me assustar, mas eu não tinha mais medo. Sei que devia ter medo dele, mas eu simplesmente não conseguia. Era loucura, eu sei.

Afinal, eu estava ficando louca, Como ele.

Após alguns segundos, que mais pareceram horas, o outro homem se pronunciou

- Senhor joker, posso cuidar dela a partir daqui.

Coringa pareceu tenso, por um momento. As palavras do rapaz fizeram sua feição mudarem completamente.

Ele se afastou bruscamente de mim e foi em direção ao homem, e em uma fração de segundos, retirou um revólver de sua cintura e mirou-a contra ele.

Meu coração bateu forte naquele momento, E tenho certeza que não foi apenas o meu.

- Não ouse machuca-la, você me entendeu? - Disse o joker duramente. Eu me senti estranha ao ter uma pequena esperança de que ele não queria... me perder? Talvez - Preciso dela para meu plano.

Ou não. Suspirei. Droga, eu era, provavelmente, apenas mais uma vítima dele. Onde eu estava com a cabeça? Burra.

O homem assentiu, tenso. Joker deixou a sala em seguida e então o ele se aproximou de mim.

- Olá, Margot. - Disse gentilmente. Sinto-me um pouco segura com alguém lúcido por aqui - Sou Jonny. Jonny Frost.

- Capanga do coringa? - Antes que eu pudesse controlar minha língua, falei.

- Isso. - Ele riu nervoso - mas não se preocupe, estou aqui para tratar seu ferimento no pé.

- Entendo...

- O tiro foi de raspão, nada grave. Muita sorte sua - Disse ele - Afinal, não é todo dia que se leva um tiro não é mesmo? Haha

- Imaginei que para homens como vocês fosse comum.

- Oque quer dizer com "homens como vocês"? - Questionou Jonny, enquanto limpava o ferimento do meu pé.

- Gangster's?

Ele riu.

- Joker é muito mais que apenas um gangster.

- Eu imagino. - Falei, forjando uma admiração - Sequestrar garotas inocentes não é para qualquer um, mesmo.

Ele terminava de enfaixar meu pé quando se virou para mim.

- Eu sinto muito. Não escolhemos nossos destinos, não escolhemos nossos pais.

Oque? Esse cara é doido?

- Oque isso tem haver? - Perguntei confusa.

- Não posso explicar, Margot. - Disse ele, terminando o curativo. Eu já não sentia mais tanta dor. - Apenas torça para que você não seja a escolhida.

Ok, isso fica cada vez mais estranho.

Logo, ele saiu da sala, me deixando sozinha novamente. Ouvi algumas pessoas discutindo do lado de fora, e reconheci que uma era de Joker. Gelei na mesma hora.

A porta então foi aberta de uma vez e foi tudo muito rápido. Joker, junto de mais alguns homens (mas sem Jonny desta vez), se aproximou de mim e colocou uma espécie de saco preto em minha cabeça. Jogou-me sobre seus ombros e saiu. Comecei a me debater desesperada. Eu não conseguia ver nada, e ter a consciência de que joker poderia me matar agora mesmo, me assustava.

Me debati tanto que em um momento, joker deu um forte tapa em minha coxa, ordenando silêncio. Não tive escolhas a não ser acatar sua ordem.

Agora meu pé e minha coxa latejavam de dor. Merda.

Depois de alguns minutos, joker parou e ouvi um barulho de porta sendo aberta. Ele jogou-me no chão e gritei de dor por conta da forte queda.

Ele bufou, aparentemente insatisfeito, e logo ouvi o barulho da porta sendo fechada novamente e ele indo embora.

Tirei o saco da minha cabeça, finalmente tendo visão do que estava acontecendo.

Olhei ao redor e vi mais umas sete ou oito garotas, que pareciam ter a mesma faixa etária de idade que eu, E cabelos loiros escuros, Como os meus. O que estava acontecendo?

- Q-quem são vocês? - Questionei confusa. Todas elas pareciam assustadas.

- Somos de Gotham. - Depois de alguns instantes, uma garota se pronunciou. Ela parecia ser a mais velha daqui, com uns 19 anos -E você?

- Também sou de Gotham.

- VIU SÓ? - Uma outra garota gritou chorando, assustando-me - ELE SÓ QUER GAROTAS DE GOTHAM. MAS PORQUE? PORQUE?

E então ela caiu em um choro desesperador, soluçando e engasgado com suas próprias lágrimas.

Algumas garotas que estavam próximas de si, a consolavam.

- Oque está acontecendo? - Perguntei mais confusa do que nunca.

-Aparentemente - Disse a primeira garota - Fomos raptadas. Eu sou Anne.

- Margot. - Respondi - Raptadas por joker? Mas por que?

- é o que gostaríamos de saber... - Respondeu uma outra garota com um tom de voz triste.

- PORQUE? PORQUE ELE É UM LOUCO SÁDICO! MERDA!! - Gritou novamente a garota chorosa. Assustei-me mais uma vez com seu grito.

- Fale baixo! - Disse outra garota.

Mas não pareceu adiantar, já que joker abriu a porta na mesma hora, surpreendendo a todos nós. E tudo o que ele fez foi disparar seu revólver contra a garota que havia gritado.

Seu sangue respingou em todos nós, E as meninas gritaram horrorizadas. Fiquei com choque por alguns segundos.

Assistindo aquela cena, me perguntei qual era o problema desse Joker.

- Ela me irritou. - Essas foram suas únicas palavras. A porra de suas únicas palavras.

Ele raptou um bando de garotas inocentes de 17 a 19 anos, E se quer deu uma explicação. Qual era o problema desse cara?! Eu estava com um ódio imenso dentro de mim.

Aquele palhaço desgraçado me paga!