História Prazer, Luna. - Capítulo X - Lana.

P.O.V Luna

Depois de chegar do shopping, Lana estava sentada na sua cama, mexendo no celular, vestida coberta com um moletom 3 números maior.

- Oi, Lun - falou - Como foi com o shopping com o Louis?

- Oi, foi legal.

Estava apertada pra fazer xixi, então fui no banheiro. Meu celular caiu no chão (mas não quebrou!:D), quando me abaixei, vi o gloss da Lana na lixeira. “ Ela sempre perde o gloss”, pensei, e a muito contragosto, meti a mão na lixeira pra pegar, tomando um susto quando tirei. AI MEU DEUS. NÃO É UM GLOSS. NÃO É UM GLOSS. EITA PORRA. AI MEU DEUS. EU FALEI UM PALAVRÃO. UHUUU. NÃO, ESPERA, ISSO NÃO É LEGAL. FOCO, LUNA, FOCO.

- AI MEU DEUS, LANA - falei segurando o teste - O QUE É ISSO?

- Eu posso explicar- Lana começou a chorar - Foi um acidente, me desculpe.

- Lana, você não tem que se desculpar. Ai meu deus, Lana, você tá grávida. - Lana só chorava - Mas... De quem é? Você não saiu nem nada...

- Liam... - ela disse baixinho.

- O que tem o Liam?

- É DO LIAM, SUA RETARDADA - ela gritou

- COMO ASSIM?

- Nós estamos namorando, mas não contamos pra ninguém - ela disse escondendo o rosto nas mãos - Agora eu não sei como vou contar pra ele.

- Porquê você não me contou? Eu sou sua melhor amiga.

- PORQUE VOCÊ SÓ QUERIA SABER DO LOUIS.

  Estava perplexa.

- PORQUE VOCÊ NÃO QUERIA SABER DE MIM. – explodi.

  Ficamos as duas com cara de tacho.

- Lana, você achou que eu não me importava com você e se afastou. Eu não fui atrás porque achava que você só queria um tempo sozinha.

- Me desculpe. Eu devia ter lhe falado.

- Quando... aconteceu? – perguntei.

- Há 2 semanas. Tô fudi**.

- O Liam já sabe disso?

- Não. Vou ligar pra ele.

- NÃO SUA IDIOTA. ISSO TEM QUE SER PESSOALMENTE. - Eu. Dando conselhos pessoais.

 Fui ao telefone e liguei para a casa dos meninos:

- Oi, Lun, o Louis está no banho, quando ele sair eu falo que você ligou.

- Não, é com você mesmo que eu quero falar. Você pode vir aqui?

 Liam chegou rápido. Ao entrar, Lana, que estava aos prantos, foi ao seu encontro abraçá-lo. Ele estava sem entender.

- Eu... - começou Lana - Eu estou grávida.

 Liam se espantou. Ele não esperava por aquilo, mas continuava a acalmá-la. Louis chegou e me deu um beijo.

- O que está acontecendo?  - perguntou.

- A Lana está grávida.

- O QUE?

- Aham, é do Liam.

- O QUE? - ele estava tão perplexo quanto Liam - Eu não tô entendendo.

- ELA TÁ GRÁVIDA, CARALHO. GRÁVIDA - uhuuuu falei palavrão de novo.

    Ficamos inutilmente encostados na parede, apenas observando Liam e Lana abraçados. Lana ainda estava inchada. HAHAHAHA QUE FODA ALGUEM FAZ UM MEME DISSO. Coitada. LUNA CADÊ OS SEUS MODOS? Ficamos lá uns bons 20 minutos, até Liam decidir se sentar para resolver.

- Então...- ele começou.

- Eu vou abortar- Lana interrompeu.

- Não vai não- falamos os 3 juntos.

- Vou sim. Isso vai estragar a sua carreira Liam.

- Olha...- Louis começou - Eu tive um bebê inesperado e não estraguei minha carreira.

- Você vai ter esse bebê sim- disse Liam- E eu vou assumir com certeza. O que importa aqui não é a minha carreira, e sim a criança.

- EU VOU TER UM SOBRINHO(A) - gritei ansiosa.

  AI CARAMBA. Louis pisou no meu pé e sussurrou “Não é hora”.

- Lana, no que você precisar eu vou estar aqui. Nós vamos.

- Tudo bem então- ela cedeu.

   Dei um abraço nela quando ela me olhou com aquela cara que ela sempre faz quando está ferrada: um olhar cansado e triste que secretamente diz: Eu não tenho sorte na vida, deixe eu me ferrar sozinha, você não pode me tirar dessa. Odeio quando ela faz isso, me sinto incapaz de ajudar a minha melhor amiga (mesmo sabendo que eu realmente não posso ajudá-la). Liam pediu para ficar com ela essa noite, então fui com Louis.

 P.O.V. LOUIS

- Porque ela te olha desse jeito? - perguntei quando estávamos na garagem.

- Lana? Ela faz isso desde criança - Luna explicou.

- Não sei muito sobre a vida dela.

- Ninguém sabe, além de mim claro. - falou quando estávamos entrando no carro.- Os pais dela morreram afogados quando ela tinha 3 anos, ela foi criada pela avó. Eles eram biólogos, e competiam com um laboratório, e um belo dia o barco simplesmente despareceu. Nunca ninguém descobriu nada a respeito.

- Nossa.

- É. É bem pesado. A avó dela não deixava ela ir brincar na pracinha com todas as outras crianças. Era muito triste vê-la olhando para as criancinhas felizes. A sua infância foi horrível, assim como a minha, por isso nos demos bem.

  Fiquei imaginando o que teria acontecido com ela, mas resolvi deixar para outro dia.

- Na adolescência, ela começou a ter “surtos”. Ela escutava seus pais, me lembro como se fosse ontem uma vez em que estava presente: estávamos brincando no seu quarto quando de repente Lana olhou séria pra parede e repetiu com uma voz estranha “Lana, não mexa na tomada, minha filha” e começou a chorar dizendo “ Era ela, Lun... a minha mãe”. Ela sempre foi aquela pessoa misteriosa, com aquele olhar profundo causado por essas lembranças. Eu era sua única amiga, e ela a minha única. Quando estávamos no último ano, sua avó faleceu. Nossa turma inteira ajudou. Ela é muito forte, conseguia sorrir mesmo depois disso tudo.

  Fiquei sem palavras. Estava muito chocado para dizer alguma coisa, mas a curiosidade me matava por dentro.

- E você Lun? - perguntei- Você nunca me falou nada sobre a sua infância.

-Amanhã eu falo- ela evitou

- Não, você vai me falar agora.

- Tudo bem. Meu nome é Luna, tenho vinte e dois anos...

- Isso eu sei...

- Ok, ok... Bom, eu não conheci meus pais, morei num orfanato, comecei a morar com a Lana aos 14...É isso.

- Não é não. Por favor, Lun. Por mais obscuro que seja, nós estamos juntos nessa.

- Tudo bem...- ela respirou fundo - Lá vai: meus pais me deixaram bebezinha num orfanato religioso junto com... É, enfim, outras crianças que chegaram junto comigo. Elas viviam tirando sarro de mim, pregando peças, era um inferno. Eu arrumara minhas malas, não me lembro porque, e elas fizeram de novo... minha raiva foi tão grande que dei um tapa na cara de uma delas, e enquanto elas foram chamar a Madre Superiora, eu escapei pela janela. Nunca mais as vi, nem quero vê-las de novo. Eu e Lana tivemos que entrevistar pessoas num trabalho da escola, e isso nos inspirou a fazer jornalismo. Hoje em dia trabalhamos no mesmo jornal, cada uma com duas matérias. É isso.

- Uau- disse perplexo porque ela nem parou pra respirar- Mas, Luna, quem eram essas crianças malvadas? Porque elas chegaram no mesmo dia que você?

- Ninguém, só 3 meninas...

- Luna?

-Mmmmmrmmmmrmmm- ela murmurou alguma coisa.

- O que?

- MINHAS IRMÃS. OK?

- VOCÊ TEM 3 IRMÃS?

-Sim, mas não quero me lembrar que tenho.

 Passamos o resto do caminho calados.

- Lun, eu estou muito feliz de ter me contado, eu confio em você.

Ela só deu um sorrisinho e saltou do carro. UAU. Muita coisa aconteceu hoje, eu só queria descansar.

- BOM DIA, CHEDDAR!!!!

                ... Continua...