História Prazer, Luna. - Capítulo II-O maravilhoso engasgo.

 Depois de ir à casa de Pérola, cheguei no hotel e me joguei na cama. Até que um pensamento veio sobre mim: "Se eu continuar me lamentando, posso perder partes legais da minha vida". E resolvi ir a um bar mais próximo.
       Quando entrei pelas portas do "Bar do Tomás" (seja lá o que signifique) me arrependi na hora. Muito barulho. Muita gritaria. Muita confusão. Mas o pensamento veio de novo e aguentei.
       Sentei diante do balcão e pedi uma dose de whisky. Dava um gole, me lembrava da Dani, outro gole, Dani...e assim por diante. Até que uma menina se sentou no banco giratório (girando) ao lado, mas não reparei, e continuava a dar goles. 
       No terceiro gole da 2ª dose, engoli de jeito errado e comecei a engasgar. Eu mal conseguia respirar, mas percebi alguém me ajudando:
-Rápido! Uma água aqui!-disse a pessoa (também sem saber o que significava)
      Após a tosse constante, me virei para ver quem era e fiquei maravilhado: era a garota. Ela tinha cabelos loiros, olhos verdes e era meio bronzeada. Não consegui parar de olhar
-Você tá bem?- disse ela
-Sim, obrigado por ajudar e tal..- respondi
-Prazer, Luna- ela disse sorrindo
-Louis- e apertamos as mãos 
      Nós passamos a noite inteira conversando. Ela era bem engraçada e falava demais. 
- Então, Louis, o que você faz?
-Eu sou cantor. Da banda On...- quase disse o nome
-On...- ela repetiu. Sussurrei em seu ouvido "One direction". 
- Ah, aquela que canta... STORY OF MY LIFE, I TAKE HER HOME, I DRIVE ALL NIGHT TO KEEP HER WARM AND TIME IS FROOOOOZEN...?- ela cantou loucamente e depois voltou ao normal
- Sim- disse eu rindo
       Ela sabia absolutamente tudo sobre signos e falou que se soubesse que eu era capricorniano, nunca teria me ajudado. 
     Nossos papos surgiam do nada. Umas horas ela ficava me olhando profundamente, séria, e depois de alguns segundos abria um sorriso e falava "Você tem um cachorrinho?", ou "Você gosta de montanhas-russas?". Bem espontânea. 
- Você parece aquelas pessoas que se suja toda pra comer um hambúrguer de cheddar- ela disse do nada, sem nenhuma risada. 
- Eu amo cheddar- respondi- Mas não me sujo
- Eu também amo cheddar. Cheddar é vida. Cheddar é felicidade. Cheddar é amor.- ela disse discursando- Será que dá para bater um recorde "A maior comedora de cheddar"?
- Não sei, mas seria interessante- disse rindo
Quando decidi ir embora, umas duas horas da manhã, peguei seu número e saí contente. "Finalmente consegui passar um tempo sem pensar Nela" (a essa altura, não gostava mais de pronunciar o nome Danielle), eu pensava no taxi. Fui dormir quatro horas, pensando em tudo que acontecera nessa noite. Me sentia estranho. Parecia que tudo ia acontecer de novo comigo. Resolvi relaxar, devia ser só imaginação.