História Precious bae. - Pernico. - Vigésimo. (You can't run from this anymore)

“Você imaginaria o gosto dos meus lábios se nunca tivéssemos tentado nos beijar indo para o Queens? Porque eu imaginarei o peso de suas costelas se você se deitasse entre meus quadris no banco de trás. Eu imagino as lágrimas em seus olhos na primeira noite em que eu dormirei sem você.” Roman Holiday, Halsey.

- Parabéns. – Thalia disse. – Ele foi embora. E você estragou tudo... – Ela desdenhou. – De novo.

- Eu tentei okay? – Percy grunhiu, limpando as lágrimas que escorreram. Ele estava tremendo. – Jason me mandou falar com ele o quanto antes e eu tentei! Eu só não sabia que ele ia sair correndo e voltar para casa.

- Okay. Você acha que ia simplesmente agarrar ele, beijá-lo e dizer ‘’eu te amo’’ e final feliz? – Thalia revirou os olhos.

- Nós nem falamos ‘’eu te amo’’ ainda. – Percy respondeu. Ele deu mais uma tragada no cigarro e depois fungou.

- Isso muda o que sentem? – Ela perguntou, gesticulando com a mão que segurava o cigarro.

- Não. – Ele respondeu. – Pode ligar para ele? – Ela lhe encarou.

- Não acho que seja uma boa ideia.

- Por favor. – Ele pediu. A linha d’água de seus olhos estava vermelha e suas mãos tremendo.

- Ele não vai me atender, Percy.

- Pode ao menos tentar? – Ele perguntou. Ela lhe encarou alguns segundou, antes de soltar o ar e assentir.

- Okay. Mas vou tentar apenas uma vez. – Ela puxou o celular do bolso, discando o número de Nico. – Alô, Nico? – Ela tirou da orelha e colocou no viva-voz.

“Hey Thali. Como você está?”

- Bem e você? – Percy revirou os olhos e ela lhe mostrou o dedo médio.

“... Melhorando. Eu ia te ligar hoje de qualquer maneira, mas... Precisa de algo?”

- Sim, na verdade. Eu... Olhe, eu sei que você e Percy brigaram e ele quer muito falar com você.

“Ele está aí?!” Percy negou com a cabeça freneticamente.

- Não, não está, mas... Do mesmo jeito.

“Olhe, Thali, eu gosto muito de você, você sabe, mas podemos, por favor, não falar disso? Vou me resolver com Percy assim que eu organizar meus pensamentos.”

- Hum... Okay. – Percy assentiu com a cabeça. – Sobre o que você queria falar comigo?

“Hum... Vai ter uma festa hoje e eu queria saber se... Você pode ir comigo?” Ela encarou Percy, que assentiu de novo e juntou as mãos em prece. Ele formou um ‘’por favor’’ com os lábios.

- Claro... Claro!

“Obrigado. Eu realmente não queria ir sozinho, mas também não queria perder a festa.”

- Por nada.

“Então... Que horas eu passo na sua casa?”

- Dez e meia?

“Ótimo.”

- Te mando o endereço por mensagem.

“Okay. Te vejo mais tarde.”

- Uhum.

“Tchau Thali.”

- Tchau Nico. – Ela desligou encarou Percy.  – Parece que eu vou a uma festa.

- Você só precisa explicar para ele o que aconteceu.

- Eu vou tentar okay? – Ela revirou os olhos. – Mas tem que me prometer que não vai aparecer lá.

- O que? Por quê?

- Porque se você aparecer ele vai saber que ou a gente estava junto quando ele ligou...

- E estávamos...

- Ou que eu te passei o endereço. – Ela falou como se fosse óbvio.

- Mas-

- Sem “mas”, okay? Eu vou fazer o que posso. Além do mais, ele disse que iria se acertar com você assim que organizasse os pensamentos.  – Percy revirou os olhos.

- Você quem manda.

X

- Eu chamei Annie também. – Nico murmurou, tirando o carro a da entrada da casa dos Grace. Jason estava com Piper na varanda, deitados na rede. Nico encarou Thalia. – Tudo bem?

- Tudo! – Thalia arqueou as sobrancelhas. – Yep, tudo bem.

- Então... – Nico perguntou, sorrindo. – E Sah?

- Ah... Acho que ela não faz meu tipo. – Ela disse, puxando os fiozinhos soltos da calça rasgada.

- Seu tipo é mais as loiras de olhos cinza – ele a olhou de relance. -, innit?

- Talvez. – Ela sorriu. – Percy disse o mesmo. – Encarou Nico. – Me desculpe.

- Não se preocupe. É porque é verdade. – Nico sorriu.

- Talvez seja. – Ela respondeu. Nico parou o carro e Annie entrou.

– Oi Annie.

- Hey Nico. – Ela sorriu. – Thalia.

- Hey. – Ela não olhou para trás.  O caminho até a boate fora silencioso, mas nenhum dos três estava prestando atenção naquilo. Assim que Nico estacionou o carro, Annabeth saltou do carro e Thalia fez o mesmo em seguida.

- Okay... – Ele murmurou, colocando o celular no bolso interno da jaqueta jeans.

- Uau. – Annabeth disse, olhando Nico de cima a baixo assim que ele parou ao lado delas na fila de entrada. Ele estava com um cropped preto e branco, uma saia preta, meias sete oitavos, cinta-ligas e um garter, junto de um keds preto. – Pode, por favor, trocar de corpo comigo? Estou me sentindo feia agora.

- Por favor, Annie. – Ele riu. – Você tem um corpo lindo. E é mais linda ainda. – Riram. Nico a abraçou com um braço e Thalia com o outro.

- Espero que tenham resolvido aquela tensão sexual entre vocês, porque eu vou encontrar com alguém então não esperem minha companhia.

- O quê? – Falaram ao mesmo tempo.

- Oh, olha, nossa vez. – Ele falou, soltando-se delas e mostrando a identidade para o segurança. – As duas estão comigo. – Ele disse e o segurança abriu a porta, assentindo para Nico assim que ele entrou. As garotas entraram atrás dele depois de mostrarem as identidades.

- Por que me chamou aqui se tinha companhia?! – Thalia grunhiu no ouvido de Nico. Ele sorriu divertido.

- Eu tinha, mas Annie não. – Ele arrumou a jaqueta de couro dela. – Agora vá até lá, pague um drink para ela e faça essa ser a melhor noite da vida dela.

- Mas ela não-

- Sim, ela gosta. Só está um pouco assustada. – Sorriram. – Agora, tem uma pessoa te esperando. Vá com calma, okay?

- Okay. – Thalia suspirou, fechou os olhos e sorriu em seguida saiu.

Nico se aproximou do moreno de costas, achando que fosse Mark – um carinha do outro colégio -, mas assim que foi tocar o ombro dele, ele se virou e bem... Não era Mark. Pediu desculpas e se sentou do outro lado do bar, puxando o celular do bolso para perguntar onde Mark estava, mas ele não respondeu. Pediu um shot e foi dançar enquanto ele não respondia.  

Muitas danças e muitos shots depois, Mark mandou uma mensagem avisando que não iria porque a mãe passou mal e iria leva-la ao hospital.

Não que Nico ligasse. Estava se divertindo muito, mesmo sozinho. Alguns minutos depois, Thalia se aproximou dele, que estava sentado no bar, tomando um drink qualquer e de cabelo preso por estar suando.

- E aí? O carinha não vai vir? – Ela perguntou. Nico negou com a cabeça, tomando mais um gole do drink.

- Parece que a mãe dele passou mal, algo assim, e ele não pode vir. – Ele deu de ombros. – Tanto faz. Onde está Annie? E por que você não está com ela?

- Foi buscar algo para a gente tomar. – Ela sorriu. – Não se importa de ficar sozinho?

- Não. – Ele deu de ombros novamente. – Não é como se minha vida não existisse antes de Percy. Sem ofensa.

- Tudo bem. – Ela deu de ombros. – Annie está me esperando, vou voltar para lá.

- Uhum. Divirtam-se. – Nico piscou para a morena, que voltou para o lado de Annabeth, do outro lado do bar.

Assim que se sentou ao lado de Annie, Thalia tirou o celular do bolso e mandou uma mensagem para Percy, para ele encontrá-la no pub.

- O que está fazendo? – Annie perguntou.

- Chamando Percy.

- Ficou louca? – A loira arregalou os olhos.

- Um pouco. – Ela sorriu de ladinho. – Aqueles dois idiotas se amam, não sei por que ficam fazendo toda essa ceninha. – Annie balançou a cabeça, rindo.

- Thalia sendo Thalia. – A morena sorriu e se aproximou da loira, beijando sua boca com delicadeza.

- Agora sim, Thalia sendo Thalia. – Annie sorriu corada.

X

- Não sei se é uma boa ideia. – Jason falou, enquanto estacionava o carro na frente da boate lotada.

- Vou fazer ele ao menos me ouvir, se não quiser falar comigo… Aí é com ele. – Percy falou decidido. Ele soltou o cinto e desceu do carro.

- Vou ficar aqui. – Jason disse.

- Pode ir embora. – Percy falou, assim que bateu a porta. Ele olhou Jason pela janela.

- Certeza?

- Uhum.

- Okay. – Ele falou, ligando o carro.

Assim que entrou na balada, tentou procurar primeiro por Thalia. Avistou a morena no mesmo momento que ela o fez. Assim que se aproximou dela, o celular dela tocou.

- Hey Annie. – Ele sorriu feliz por ver as duas juntas.

- Hey P. – Ela respondeu, sorrindo corada.

- Thali. – Percy chamou.

- Espera. – Ela ergueu um dedo, logo após voltou a digitar furiosamente. Ela encarou Percy, os olhos arregalados. – Ele está indo embora, o táxi já está aí. Vai, vai, vai!

- O que?

- Nico está indo embora, sua anta! Vai logo! – Ela pulou da cadeira, empurrando-o até a porta, mas não saiu. – Agora é com você. Por favor, não estrague tudo de volta. – Então ela voltou para dentro, deixando um Percy desnorteado para trás.

Percy passou os olhos ao redor e quase não notou a figura pequena de saia preta e jaqueta jeans conversando com um taxista.

Alguns minutos antes.

“Posso te ligar? Eu sinto muito, Nico, mas hoje realmente não dá.” Mark havia enviado isso há minutos, mas Nico não sabia se realmente queria falar com ele. As coisas já estavam difíceis com Percy, não queria envolver mais ninguém nisso.

“Yep. Pode.” Ele respondeu e em seguida foi para o banheiro, passando pela muralha humana na pista, onde poderia escutá-lo com clareza.

- ‘Ello, Mark. – Ele disse, encostando-se a pia.

“Hey, baby. Me desculpe, mas minha mãe está com alguma intoxicação, enfim... Eu vou ficar no hospital com ela, então... Outro dia?”

- Yep. Sim, claro. Sem problemas. Não se preocupe comigo, eu já me diverti bastante. Estou indo embora, de qualquer maneira.

“Sério, me desculpe-“

- Minha mãe está na segunda chamada. Te ligo depois? – Nico revirou os olhos.

“Claro.”

- Tchau. – Ele desligou, em seguida mandou uma mensagem para Thalia.

“Eu estou indo para casa, okay? Se divirta com Annie. Vou pegar um dos táxis parados na frente.”

“Tudo bem.” Ela respondeu. Nico ajeitou o cabelo no espelho e depois saiu, sem conseguir falar com Thalia por ela estar depois da pista de dança. Saiu de dentro do pub já procurando um taxi.

Quando estava abrindo a porta para entrar no carro, uma mão grande a empurrou de volta.

- Nico. – Ele reconheceu a voz na hora. Se virou. – A gente tem que conversar.

- Eu não-

- Eu sei que não, mas não pode fugir disso para sempre. – Nico suspirou. O taxista lhe chamou mais uma vez, mas ele o dispensou.

- Okay. Primeira e última vez.  – Nico pegou as chaves no bolso da jaqueta e as jogou para Percy. – Você dirige. Minha casa.

No caminho, Percy tentara falar com Nico, mas ele se esquivava.

- Nico, eu-

- Em casa, okay? Onde eu posso abrir uma daquelas garrafas de uísque barato do Octavian. – Ele disse, cruzando as pernas e encostando a cabeça no vidro.

- Okay, mas eu preciso de você sóbrio.

- Ah, por favor. Eu apenas quero beber alguma coisa, não vou ficar bêbado para adiar tudo isso. O quanto antes acabar melhor.

- Okay. – Percy murmurou chateado.

O resto da trajetória fora em silêncio, Nico meio sonolento, e Percy perdido em pensamentos, batucando com o indicador e o médio nos lábios. Nico estava lhe encarando e Percy percebeu.

- Está me encarando. – Ele murmurou, estacionando na frente da casa de Nico. O menor abriu o porta luvas para pegar o controle do portão. – Como na nossa viagem até Montauk.

- Yep. – Nico murmurou, abrindo a porta do carro e pulando para fora quando Percy estacionou atrás do carro de Maria. – Tanto faz. 

Nico entrou em casa e Percy foi atrás dele, Nico largou os sapatos perto da porta e soltou as cinta-ligas, deixando as pontas penduradas e a meia escorregando de suas coxas, largou a jaqueta no sofá e se dirigiu à cozinha.

- Quer? – Nico perguntou, se virando para Percy com uma garrafa e um copo na mão. Percy negou.

- Não, obrigado. – Percy disse. Ele se sentou nas banquetas altas perto do fogão, enquanto observava Nico ficar na ponta dos pés para pegar as formas de gelo. Nico serviu uma dose e sentou-se ao lado de Percy, que virou de frente para ele.

- Mamãe e Octavian não estão em casa, P.

- Nope. Obrigado.

- Então... – Ele disse, cruzando as pernas. Gostoso da porra. – O que tem para falar?

- Você sabe que eu não queria beijar, Sophia. Certo? – Ele falou, encarando as meias marcando as pernas de Nico.

- Olhe para mim, não minhas pernas. – Nico disse, contendo um sorriso. - Não sei nada. Quem tem que me contar é você.

- Não se faça de desentendido. Você sabe que é de você que eu gosto, não dela.

- Você lembra quando... – Ele fez uma pausa, correndo os dedos pela borda do copo. – Você me disse que tinha um jantar de família, ou qualquer coisa, e eu saí? E encontrei aquele cara?

- Lembro. O que tem?

- Você ficou me evitando por dias. Eu sei que era ciúmes, mas você falava que era porque eu não me importava e não te levava a sério. – Ele riu. – O mesmo que eu disse para você. Eu não me liguei daquilo na hora, mas era obviamente por ciúmes. Mesmo vivendo em festas, eu nunca gostei de dividir ninguém.

- Nós não estávamos namorando, Nico.

- Nunca estivemos. E você me evitou por dias. – Ele disse, sem rancor algum na voz. Era algo diferente. – Eu sei que errei, mas é a mesma coisa. Me falou tudo aquilo e-

- Eu sinto muito, okay? Eu realmente sinto muito e isso não vai mais acontecer. Eu só preciso que você-

- Posso terminar? – Percy assentiu, suspirando. – Obrigado. Você me disse algo aquele dia que eu realmente fiquei pensando. Por que nunca deixar alguém se aproximar? Minha mãe me disse que talvez eu devesse, e que esquecer tudo o que já tinha acontecido era a melhor coisa para fazer, mas eu continuava com medo. Não conseguia confiar em você, mas na minha festa você apareceu e... – Ele ergueu a mão. – Eu nunca tiro esse anel, sabia? – Ele fungou com os olhos brilhando em lágrimas.

- Nico-

- Me deixa terminar. Por favor. – Ele olhou para baixo. – E eu sabia que sentia algo a mais por vocês, eu só tinha essa camada de medo e insegurança, mas... Eu consegui confiar em você, huh? Mas... Percy, eu realmente não aguentava mais nada. Você pode dizer que talvez eu esteja sendo dramático, apenas por “alguns términos” de namoro, mas nunca foi só isso.

- Do que está falando?

- Bianca. – Ele sussurrou. – A minha irmã mais velha.

- Mas...?

- Vou resumir okay? – Ele disse, limpando os olhos com a palma das mãos. – Quando éramos menores, digo, eu e Bianca, ela cuidava de mim. Tipo, o dia inteiro. Às vezes papai e mamãe viajavam por semanas e nós ficávamos sozinhos. – Ele riu entre as lágrimas, soltando um barulho estranho e um sorriso em seguida. – Ela assumiu a maternidade aos quinze e eu, aos quinze, arruinei o casamento dos meus pais. – Ele riu de novo.

- Não fale assim. A culpa nuca foi sua. – Percy tocou sua mão por cima do balcão. Nico entrelaçou seus dedos, a atenção voltada para suas mãos juntas enquanto acariciava a mão de Percy. 

- Agora eu sei disso. – Nico disse. – Mas, voltando, quando Bianca completou dezesseis, papai e mamãe deram uma pausa nos negócios da empresa e decidiram que queriam passar mais tempo comigo e com ela, mas Bianca tinha outros planos. Ela queria terminar o colégio em Londres, fazer a faculdade por lá e depois voltaria. – Ele riu novamente, voltando a soluçar. – No aeroporto, enquanto estava indo, ela me prometeu que estaria de volta em um ano, para passarmos as férias juntos. Eu me lembro de que pedi para ela juntar os pés e esticar os dedos das mãos.

- Era um garoto esperto. Ainda é. – Percy disse, sorrindo para Nico.

- Papai me disse a mesma coisa. Ela também me abraçou e sussurrou “Nunca deixe que digam quem você deve ser. Nunca deixe que passem por cima de você. Não se deixe levar pelo que as pessoas dizem, elas podem ser muito más. Eu vou estar de volta antes de você perceber.” e então ela sorriu como se nada fosse grande o suficiente para nos destruir e continuou: “Guarde cookies para mim, okay? Até logo.” então ela riu e seu voo foi chamado e ela foi.  – A ponta de seu nariz estava vermelha e seus olhos ainda marejados. – Quando nossos pais brigavam, o que era frequente, Bianca me abraçava e cantava uma música que mamãe compôs para nós quando éramos menores, o nome é Soldatino.

- Poderia cantar para mim, huh? – Nico sorriu novamente.

- Talvez. Se eu lembrar a letra. – Ele abaixou a cabeça de novo e tomou fôlego. – Bianca prometera, mas ela nunca voltara. Quando ela estava voltando, o avião caiu. Era tudo isso que tínhamos, nunca descobriram o porquê. E foi a isso que eu me agarrei todos esses anos. A falta que Bianca fazia (e faz) e o jeito que ela quebrou o meu coração quando foi embora. Ela nunca me deu tchau, porque sempre acreditou que estaria de volta. – Ele começou a soluçar com violência. Percy o abraçou, o puxando para seu colo.

- Eu tenho alguma experiência com idas sem voltas. – Percy disse. – Eu nunca tive nenhum contato com Poseidon, mas ele sempre mandou cartas. Mamãe sempre pensou que eu não sabia, mas eu sempre soube. Ele as mandava sempre nos mesmos dias, todas as semanas e elas eram todas destinadas a mim. Todas tinham fotos. Às vezes eram fotos dele, algumas eram fotos minhas quando recém-nascido. Todos eram assinados com “com amor, Poseidon”. – Ele disse, limpando as lágrimas que ainda escorriam pelas bochechas de Nico. – Eu não acho que você esteja sendo dramático, nem nada. Entendo esse sentimento, mas eu aprendi a lidar com ele. Deveria tentar fazer o mesmo. – Nico assentiu.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Nico com a cabeça apoiada no ombro de Percy.

- Me desculpa... – Percy sussurrou.

- Tudo bem, só esqueça isso. - Ele olhou o relógio na parede e deu uma risadinha.

- São quase quatro da manhã e nós estamos conversando e chorando. – Percy acompanhou sua risada. – E eu estava em uma boate antes disso.

- O que acha de... – Percy disse, tirando algumas mechas da frente dos olhos de Nico. – Fazermos algo mais interessante? Eu não vou conseguir dormir, de qualquer maneira.

- Algo do tipo...? – Nico sorriu para ele.

- Algo tipo... – Percy se levantou com Nico em seu colo. – Que tal descobrir quando chegarmos até seu quarto?

- Desafio aceito. – Nico sorriu.