História Precious bae. - Pernico. - Vigésimo quarto. (What tf Is going on?)

“Quando são nove da noite seus olhos estão do tamanho da lua. Você poderia, porque você pode então você faz e nós estamos nos sentindo tão bem.” Nine in the Afternoon, Panic! at the Disco.

Quase uma semana depois de toda aquela confusão, Percy continuava estranho E pior: parecia que estava ignorando Nico. Ou ao menos o evitando.

Por várias vezes Nico tentara ir á casa dele ou encontrar ele em algum lugar e ele negava, dizendo que estava ocupado demais com a mãe ou tinha brigado com Gabe. E quem estava aguentando Nico reclamar por falta do namorado era Jason.

- Eu estava pensando... – Nico começou, tomando mais uma colherada do sorvete. Estava com Jason no shopping, já que Percy o dispensara mais uma vez por “problemas em casa”. Quem não tem cão caça com gato, innit? – Em comprar uma aliança.

- Para-

- Se me perguntar “para quê” eu vou embora e você vai voltar para casa, sozinho e a pé. – Nico resmungou.

- Okay... Acho que você deveria esperar mais um pouco. – Jason disse meio inseguro.

- O quê? Por quê? – Nico perguntou, estranhando a atitude do amigo.

- Ah, você sabe... Tudo isso que aconteceu e agora Percy sabe que era você e... Não sei, talvez ainda não seja a hora. – Jason disse.

- Mas é por isso mesmo. Depois de tudo isso, eu quero comprar uma aliança. E fazer um pedido melhor.

- Você quem sabe, mas eu acho que vocês têm que esperar mais um pouco.

- Okay... – Nico murmurou meio chateado. Jason era o melhor amigo de Percy, só falaria isso se soubesse de algo. – Quer assistir algum filme? – Mudou de assunto. Iria resolver isso mais tarde.

X

Percy saiu de casa com um sorriso que poderia partir seu rosto ao meio. Tinha “evitado” Nico por quase uma semana e Jason estava fazendo um trabalho ótimo o deixando mais inseguro.

Na verdade não tinha nada de errado. É óbvio que Percy tinha ficado chateado após descobrir que era Nico e não Poseidon. Não pelo fato de Nico estar lhe pagando, ele iria devolver o dinheiro de qualquer jeito, mas ele ainda tinha uma pontinha de esperança que Poseidon iria voltar. Óbvio que ele teria que se explicar muito e bem para Percy o aceitar de voltar, mas por enquanto era isso. Também não tinha estendido o assunto porque ele e Nico já se desentenderam algumas vezes, e não fora bom para nenhum dos dois. Já tinham se resolvido e Percy não se importava de deixar tudo por aquilo.

Há umas semanas que ele vem juntando dinheiro para poder comprar alianças para ele e Nico e fazer um pedido melhor, porque ficar deitado olhando um para a cara do outro estava fora de cogitação. Bem, talvez depois de... Enfim.

Entrou no carro e nem colocou música como de costume, os pensamentos voltados para o quanto Nico iria ficar feliz quando o visse. Depois dos últimos dias, o sorriso de Nico era tudo que queria e precisava.

Sally tinha melhorado em 50% com as sessões na clínica de Percy sabia que tinha que agradecer Nico por isso, mesmo ele tendo mentido. Sobre esse assunto estava totalmente divido.

Naquele dia não tinha atendido nem uma ligação de Nico pela manhã, mas assim que desceu do carro e parou ao lado do portão todo amassado ele desejou tê-lo feito. Parecia que tinham forçado o canto do portão até ele dobrar. Percy poderia passar por ali com facilidade, de tão grande. E foi o que fez.

A porta da sala estava escancarada. Roupas jogadas por todo lugar: em cima da hack da TV, em cima do sofá, pelo chão. Subiu a escada de dois em dois degraus, o coração falhando algumas batidas e o pensamento em Nico.

O encontrou no pé da cama de Maria, ajoelhado e soluçando em cima do corpo de Octavian.

- Nico. – Percy chamou. Ele se virou para Percy, os olhos cheios de lágrimas e vermelhos, assim como a ponta de seu nariz.

- Percy. – Ele soluçou. Percy foi até ele e se ajoelhou ao lado dele. Nico o abraçou.

- O que aconteceu, amor? – Percy perguntou, afagando as costas de Nico e se soltando em seguida para olhar Octavian. Estava respirando ao menos. Mal, mas estava. Ele tinha um corte grande na testa, e a parte da frente da sua camiseta estava encharcada de sangue, com provavelmente um corte ali. Nico voltou a soluçar. – Depois você me conta. – Ele tirou a mochila das costas e entregou o celular para Nico. – Chama uma ambulância, eu vou leva-lo para o sofá lá em baixo. – Nico assentiu e Percy lhe deu um selinho. – Eu te amo. 

Nico não respondeu, mas Percy também não esperava uma resposta. Passou um braço pelo pescoço do loiro e um por suas pernas, se levantou e desceu as escadas. Nico estava na cozinha, falando baixinho com a atendente. Octavian continuava com a respiração ruim, falhando algumas vezes. O deixou no sofá e foi até a cozinha, puxando Nico para um abraço. O menor encaixou a cabeça no pescoço de Percy e voltou a soluçar, agarrando-se na barra do hoodie do maior.

- Shhhhh. Está tudo bem agora. – Percy falou, passando as mãos nos fios compridos do menor. – Vem cá, toma um copo d’água. Vou ligar para sua mãe.

Em alguns minutos a ambulância chegou e eles levaram Octavian para o hospital, Nico foi com ele porque era maior de idade e tinha a identidade, mas Percy foi com o próprio carro até o hospital para lhe fazer companhia.

Nico já tinha falado com os policiais, que agora estavam indo até a casa dele para a perícia. Percy estava sentado com ele na sala de espera, Nico quieto com a cabeça apoiada em seu ombro enquanto Percy fazia um carinho leve em seu braço.

Algumas horas depois, Maria e Hades chegaram ao hospital.

- Mamãe! – Nico se levantou com rapidez, encontrando a mais velha para um abraço.

- Filho! – Ela falou, enterrando o nariz nos cabelos de Nico. Logo o menor começou a soluçar. Atrás de Maria vinha Hades, que Percy se levantou para cumprimentar.

- Hades. – Ele disse, esticando a mão. O mais velho lhe cumprimentou.

- Perseu. – Ele falou com a voz grossa e lenta, mas com uma expressão serena. – Tudo bem?

- Comigo sim. Já Nico... – Percy falou, observando o corpo dele tremer enquanto ele se agarrava mais a Maria.

- O que aconteceu? – O mais velho perguntou.

- Não sei direito. Quando cheguei, Nico estava com Octavian desmaiado no quarto.

- Hum.

Alguns minutos depois, Nico se soltou de Maria e abraçou Hades. E o médico chegou com notícias.

- Nicholas DiAngelo? – o médico chamou. Nico se soltou de Maria para falar com ele, mas Maria o impediu.

- Sou Maria, mãe dele. E esposa do paciente. – Ela disse.

- Okay... – Eles começaram a conversar.

- Filho. – Hades disse, o abraçando. – Eu vou ver como estão as coisas com os policiais e depois eu volto para buscar vocês.

- Eu os levo depois. – Percy se pronunciou. Hades arqueou a sobrancelha. – Não se preocupe.

- Okay. – Ele assentiu. – Até depois.

- Tchau pai.

- Tchau Sr. Hades. – O mais velho se afastou a passos rápidos, com as mãos nos bolso. Percy abraçou Nico.

- Como está se sentindo? – Perguntou, beijando a testa dele.

- Melhor. – Ele respondeu. – O que foi fazer na minha casa aquela hora?

- Podemos falar disso depois?

- Okay. – Nico disse. Maria se aproximou sorrindo.

- Que bom que vocês se resolveram. – Ela disse, parando em frente aos garotos. – Passei a semana inteira ouvindo Nico gritar com raiva de você e logo em seguida chorar dizendo que estava com saudade.

- Mãe! – Nico disse, tampando o rosto com a mão. Percy riu.

- Ele teve motivos para gritar de raiva. Innit? – Percy falou, olhando Nico de cima. Nico o olhou sério. Percy sorriu.

- Obrigada pelo que fez hoje, Percy. – Maria disse, esticando a mão para pegar a de Percy. – Mesmo sabendo tudo o que Octavian fazia você o ajudou. – Percy deu de ombros.

- O certo pelo certo. – Disse. – Nico teria feito o mesmo se estivesse no meu lugar, não naquele estado de choque. – A mais velha sorriu.

- Você tem um coração ótimo, Percy. – Ele corou.

- Obrigado, D. Maria. – Ela sorriu e abriu os braços, os chamando para um abraço.

- Ei! Agora é sogra.

- Mãe! – Nico protestou de novo, seguindo eles nas risadas.

- É verdade! – Maria falou. – Vamos embora logo, não aguento mais esse cheiro de hospital.

- E Octavian? – Nico perguntou, e eles se separaram.

- Não posso entrar no quarto dele por enquanto, mas ele está bem e estável. – Ela falou.

- Okay. – Nico disse. – Vamos então.