História Precious bae. - Pernico. - Sexto. (Date)

“Enquanto você estiver comigo, você vai ficar bem. Nada vai te machucar meu bem, nada vai tirar você do meu lado.” Nothing’s Gonna Hurt You Baby, Cigarettes after Sex.

- Hey. – Percy segurou sua cintura e lhe deu um selinho, como havia feito quando deixara Nico em casa – ele tomara essa liberdade desde o dia anterior, quando eles se beijaram na frente do colégio todo com um holofote na cara.

Coisas cotidianas.

- Hey, babe. – Nico respondeu, correspondendo o selinho. Ele estava sentado na mureta alta ao lado da entrada do colégio e Percy parou a sua frente, se posicionando entre suas pernas e em seguida Nico sussurrou: – Quer trocar de lugar? Vai levantar a minha saia. – Ele pulou da mureta e Percy sentou ali, segurando Nico por uma mão e pela cintura, puxando o corpo pequeno de encontro ao seu.

- Como está? – Percy perguntou, rodeando sua cintura com o braço e tirando a franja comprida dos olhos do outro, que piscou e olhou em seus olhos. Nico sabia que deveria estar evitando tudo o que está acontecendo. Nico suspirou. Os olhos de Percy eram tão brilhantes e cheios de vida.

- Bem e você? – Percy segurou seu rosto com as duas mãos e Nico repousou a mão em sua coxa.

- Ótimo. – Ele murmurou em cima de seus lábios e em seguida começou um beijo lento. Mais uma vez Nico perdeu os sentidos e uma sensação estranha aflorou em seu estômago.

- Hey, lovebirds, quando vão assumir o relacionamento? – A voz de Jason soou alta atrás dos dois, mas o máximo que fizeram foi sorrir entre o beijo. O barulho molhado soando alto demais. – Vocês me enojam. – Eles quebraram o beijo e Nico afundou o rosto corado no peitoral de Percy, ainda abraçando sua cintura. Percy passou um braço por seus ombros. 

- E aí, mate. – Jason se aproximou e eles trocaram um soquinho, Percy e Piper deram um hi-five.

- Oi Jay, Oi Pipes.

- Hey Nico. – Eles o cumprimentaram. Eles ficaram conversando por mais quinze ou vinte minutos. Percy com as mãos na curva da bunda de Nico e o menor abraçando sua cintura, em silêncio, escutando os três conversarem. Ele estava distante, pensando em seu último relacionamento; como fora desastroso e como ele saíra machucado. Sabia que era errado pensar nisso enquanto abraçava e beijava Percy, mas seu medo de fazer tudo dar errado era grande. Percy era bom demais para ele, Percy era intenso demais para ele, Percy era carinhoso demais com ele; ele só tinha medo de acabar com tudo isso.

- Babe? – Percy chamou baixinho. Ele sempre era assim, todo delicado com Nico. Nico adorava isso. – Bateu o sinal. - Nico assentiu, fingindo que tinha escutado, mas na verdade estava muito perdido em pensamentos para qualquer coisa. Percy deu uma risadinha. – Não quer entrar?

- Não. – Eles sorriram e Nico ergueu a cabeça para poder beijar Percy nos lábios. Os beijos de Percy sempre eram lentos e cheios de mordidas, estritamente sexy e Nico adorava isso.

- Vamos, love. Tenho teste agora na primeira aula. – Nico cedeu e eles entraram no colégio.

- Ooh, a princesinha achou o príncipe encantado? - Noah, que estava encostado ao armário, zombou. Os dois idiotas que ele carregava para cima e para baixo riram o acompanhando.

- O qu- Percy tentou falar, mas Nico o puxou dando passos mais rápidos.

- Esquece isso, Percy. - Ele deixou Nico o puxar por entre as salas, em silêncio. Eles pararam em frente à sala do menor, a porta já fechada, mesmo que desse para ver o vulto dos dois pelo vidro fumê. Percy o abraçou, colocando mão no final das costas do menor, a ponta dos dedos tocando sua bunda. Com uma mão acariciou seu rosto.

- Quer me falar sobre Noah? - Ele disse naquele tom típico, baixinho. Nico fechou os olhos contra o toque e segurou seu pulso levemente.

- No intervalo, yeh? Você tem que entrar na sala, ou vai perder o teste. - Nico sussurrou.

- Okay, mas entre na sala também. Não fique andando por aí já que Noah não está em sala. - Nico assentiu e Percy selou seus lábios, soltando seu rosto para agarrar sua cintura - com alguma dificuldade por causa da mochila - e Nico poder passar os braços por seu pescoço. Percy tomou a iniciativa e adentrou a boca de Nico com sua língua e sentiu o mesmo gosto de sempre: cigarro e café. Talvez fosse algo muito bruto para alguém delicado e doce como Nico, mas apenas combinava. Percy quebrou o beijo, deixando vários selinhos na boca do outro.

- Até depois. – Percy disse, se distanciando.

- Até. – Nico sussurrou com o peito explodindo em mil sensações. Ele bateu na porta e entrou na sala, recebendo uma bronca do professor.

A manhã fora um inferno. Nico estava disperso demais, pensando demais, se preocupando demais, demais, demais. Sua mente estava repleta de “e se...” e “porquês”. No intervalo, ele percebeu a expressão de Percy por ele não estar dando atenção para ele, e isso era o que Nico queria evitar, mas era muita coisa pra pouco Nicholas. Na saída quando se despediram dos meninos, Percy sentou no capô do carro e puxou Nico.

- Hey – Percy o abraçou pela cintura e deu um selinho no canto de sua boca -, queria te perguntar uma coisa.

Nico arqueou as sobrancelhas e apoiou as mãos na cintura do maior.

- Pergunte.

- Quer sair comigo hoje à noite? – Percy perguntou.

- Claro. Onde?

- Eu estava pensando em irmos a algum restaurante – Percy deu um selinho nele. -, como se fosse um primeiro encontro pra eu poder fazer as coisas direito.

Nico abriu um sorriso e Percy o acompanhou, não conseguindo se segurar ao ver o sorriso de covinhas e dentes alinhados a sua frente.

- “Fazer as coisas direito”? – Nico perguntou com a sobrancelha arqueada e o sorriso gigante.

- Isso, com direito a buquês de rosas vermelhas e eu indo à sua casa te buscar. – Percy deu um selinho nele, enterrando a cabeça no pescoço alvo do menor, uma súbita vontade de marca-lo.

- Nossa – Nico soltou uma risadinha -, eu aceito, Perseu. Ás oito?

- Ás oito. – Percy confirmou, selando seus lábios novamente.

A tarde de Nico se resumira nele deitado de bruços na cama com o rosto enfiado no travesseiro, sorrindo para a fronha. Seus pensamentos se resumiam em PercyPercyPercy. Ele dissera pra si mesmo que não gostava do jeito extremo de Percy; sempre o abraçando, sempre o beijando, sempre por perto, mas ele sabia que gostara e que não conseguiria mudar isso. Ele pensou em deixar toda essa insegurança de merda para trás e focar apenas em retribuir o sentimento puro que Percy lhe passava, mas era difícil. Ele só não sabia o que lhe preocupava tanto.

No finalzinho da tarde ele tomou um banho demorado e começou a se arrumar para o encontro. Soltou uma risada anasalada. Era tão estranho pensar naquilo como um encontro, já que eles já tinham ficado. Quero dizer, ele estava acostumado a ser usado/usar alguém por apenas uma noite. Sem trocar telefones, nem nenhuma rede social. Era apenas aquilo: era puramente carnal, era luxúria palpável, nenhum sentimento e nenhuma decepção. O pensamento lhe trouxera um gosto amargo a boca, e ele logo tratou de focar os pensamentos em outra coisa enquanto tomava seu banho. Assim que saiu do banho, passou alguns minutos tentando decidir se ia de shorts, calça ou saia. Jogara algumas peças em cima da cama e ficou montando conjuntos, depois de bons quinze minutos se decidiu. Colocou uma camiseta social com um tecido que imitava jeans claro, um short jeans de cós alto e um tanto curto, com pequenas bananas costuradas e seus vans todos pretos. Passou perfume e passou alguns bons minutos se olhando no espelho até decidir se estava bom ou não. Foi tirado de seus devaneios pelo som da campainha. Pegou seu celular em cima do criado-mudo e desconectou o carregador, fazendo com que a tela se acendesse e ele visse que já eram oito horas e ele tinha duas mensagens de Percy. Saiu do quarto a passos rápidos, se lembrando de que avisou Alberto para deixar Percy entrar e bater a porta, e desceu as escadas de dois em dois degraus, não conseguindo impedir Octavian de abrir a porta. No mesmo segundo que ele puxou a porta, Maria entrou na sala. Antes que Octavian dissesse qualquer coisa, ele foi em direção à porta, saindo de casa para abraçar o menino.

- Oi Percy. – Ele disse baixinho, a cabeça apoiada ao peito do mais alto, que passou um braço por seus ombros protetoramente.

- Oi love. – Percy o afastou levemente e lhe entregou um buquê, como havia falado mais cedo. Nico sorriu e se jogou em Percy mais uma vez, se esticando para beijá-lo. Mas é claro que Octavian tinha que estragar o momento. Ele pigarreou alto e Nico escutou Maria chamar o marido para dentro.

- Quem é você? – Ele perguntou e Nico se desvencilhou do garoto e prendeu a risada ao ver os olhos de Percy levemente arregalados.

- Percy, esse é Octavian, meu padrasto. Octavian, esse é Percy. – Percy tossiu e suavizou a expressão. Nico, em seguida, resmungou: - Não que você tenha que saber quem é ele.

- Percy! – Maria apareceu na porta. – Bom te ver.

- É, Sra. DiAngelo, bom te ver. – Nico subitamente se lembrou do dia em que Percy o trouxe pra casa.

- Por favor, Percy, me chame de Maria.

- É, mamãe, nós temos que ir. Né Percy? – Nico tentou não corar muito. Maria o olhou de cima abaixo e então olhou para Percy, que estava contendo um sorriso e com a ponta dos dedos enfiados nos bolsos da frente da calça.

- Short curto, né filho? – Maria disse e Nico escondeu o rosto com uma mão, tentando não corar. Percy soltou uma risada meio contida.

- É, mãe. – Octavian saiu da porta a passos duros. – Podemos, por favor, ir?

Maria suspirou.

- Claro claro. – Maria saiu de casa e deu um abraço rápido nos dois.

- Você pode guardar pra mim, mãe? - Nico estendeu o buquê e Maria sorriu, piscando para Percy que corou levemente.

– Claro. Comportem-se! – Ela disse alto ao que eles desciam as escadas. Nico revirou os olhos, mesmo que ela não pudesse ver.

- Sim, mãe. – Ele agarrou o pulso de Percy e o puxou rapidamente para o carro, antes que sua mãe o deixasse com mais vergonha ainda. Assim que entraram, se encararam.

- Oi. Eu adorei o seu short. – Ele disse baixinho e sorrindo. Nico acabou esquecendo-se da cena que Percy acabara de presenciar.

- Oi. Que bom que gostou. – Nico respondeu dando um sorriso de ladinho, mostrando a covinha funda. Nico virou o boné bordô de aba florida que Percy usava para trás, podendo ver seu rosto melhor. Percy se inclinou e beijou Nico, colocando uma mão sobre a coxa do menor apertando-a levemente, o menor colocou a mão em seu pescoço, o dedão apoiado em sua bochecha. Percy quebrou o beijo e puxou o lábio inferior do menor para si, ainda apertando sua coxa. Se encararam ainda próximos e sorriram ao mesmo tempo.

- Oi de novo. – Percy disse e Nico riu, colocando a mão no rosto de Percy, o empurrando para trás.

- Idiota.

O caminho até o restaurante foi cheio de olhares, risadinhas e sorrisos, mas que no rosto de Nico morriam fácil, ao pensar em como tudo aquilo era um erro.

Esqueça Nicholas. Dê uma chance a si mesmo, Nico pensou.

Quando chegaram, Percy saiu e deu a volta no carro rapidamente, apenas para abrir a porta para Nico, assim como fazia no colégio. Percy ofereceu a mão e um sorriso de ladinho para Nico sair do carro. Nico aceitou de bom grado. Eles entraram no restaurante e se sentaram numa mesa na janela, a pedido do menor.

Eles passaram duas horas no restaurante e não foram embora nem depois de terem comido, apenas curtindo a companhia um do outro. Percy achava que poderia morrer ouvindo a risada doce e gostosa de Nico e não seria suficiente, enquanto Nico apreciava a voz rouca e calma do mais alto.

E depois, quando Percy deixou Nico em casa, eles passaram mais meia hora dentro do carro aos amassos, não querendo se despedir um do outro.

Talvez aquilo fosse um erro, mas era um ótimo erro.