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História Predestinado - Capitulo II


Escrita por: Fumiiko

Notas do Autor


Olá a todos ♡
Estou bastante feliz porque não estava à espera de tantos favoritos e dos comentários ♡
Muito obrigada ♡
Este capitulo será ligeiramente mais pesado, mas nada de especial, acho eu.
Revi o capitulo mas pode-me ter escapado algum erro, então peço desculpa desde já se derem de caras com algum engano crucial no meio da leitura.

Capítulo 2 - Capitulo II


--- ✽ ---

Eren estava fora do trilho e completamente perdido.

Tentou perceber, aflito, de que lado tinha vindo, mas era quase impossível. A vegetação era exatamente igual de um lado ao outro, árvores da mesma altura, a textura da terra misturada com múltiplas pedrinhas e os pequenos arbustos. Parecia tudo a mesma coisa.

Apetecia-lhe gritar, estava a começar a entrar em pânico, não fazia a menor ideia como voltar para trás e pensar que podia estar rodeado de espíritos só o deixava ainda mais assustado.

Desde pequeno que ouvia dizer que aquela floresta era amaldiçoada, pelo facto de toda a vegetação ser bastante parecida e o vento não adentrar no local por culpa da imensa densidade das árvores. Até mesmo os animais selvagens eram escassos. Era talvez por isso escolhida para os constantes suicídios, já que, facilmente qualquer pessoa se perderia no meio da floresta.

Pensou então decidir que caminho escolher. Tentou voltar pelo mesmo caminho por onde tinha corrido, mas assim que começou a andar ouviu novamente um barulho estranho.

Eren voltou-se rapidamente e a última coisa que viu, antes de ser atingido por algo, foi uma figura negra e alta, envolta na penumbra da noite.

 

Foi acordado subitamente por uma luz intensa sobre o seu rosto. Abriu os olhos devagar e com uma certa dificuldade, olhou ao meu redor, a visão estava turva e a cabeça doía como nunca antes havia sentido.

— Ele acordou. — Ouviu alguém comentar.

Eren tentou olhar à sua volta, em busca do dono da voz, mas a sua visão ficou ainda mais turva e só pôde distinguir umas quantas silhuetas diferentes. 

— Acho que lhe acertaste com muita força… — Pareceu lamentar-se outra voz.

— Quem é que lhe manda estar no local errado à hora errada?

Quando ouviu passos a afastarem-se, tentou de forma inútil levantar-se, na esperança de conseguir fugir sem o verem e claro que foi uma ideia bastante idiota.

Soltou um gemido de dor quando sentiu o seu corpo cair novamente contra o chão e um pé a pressionar as suas costas.

— O que pensas que estás a fazer?

Sem responder, virou levemente a cabeça para o lado, encostando uma das suas bochechas no chão frio e tentando visualizar o melhor que podia a figura que estava sobre ele.

Era alto, loiro e tinha músculos definidos, demasiado definidos. Parecia um verdadeiro brutamontes.

Tudo o que conseguiu fazer foi gemer de dor ao sentir mais uma vez o pé dele pressionar contra a sua coluna.

— O que fazias tu, um ômega, na floresta de madrugada? — Questionou, baixando-se e cheirando o seu pescoço. — E não estás marcado… Interessante…

Aquilo era mau, muito mau. Eren tinha sido completamente apanhado e para piorar a situação tinha um alfa sobre ele.

Tentou soltar-se, mexeu as pernas e tentou virar-se para lhe acertar com um soco no meio do rosto. Mas falhou miseravelmente e sem conseguir esquivar-se, acabou por levar com um murro certeiro no olho.

O jovem choramingou dolorosamente.

— O que achas que estás a fazer? — Cuspiu o homem furioso.

— Hey, Reiner, deixa a diversão para depois, agora precisamos de tratar de uns assuntos. –  Eren ouviu uma voz feminina dizer. Se a sua visão já estava má antes, depois do soco tinha ficado ainda pior.

De repente deixou de sentir o peso monstruoso sobre ele e aproveitou para respirar fundo.

— Tu ficas aqui. — Sussurrou o tal Reiner ao seu ouvido. — Mais tarde continuamos a nossa brincadeira.

Sentiu um arrepio percorrer o seu corpo e engoliu em seco.

Antes que ele pudesse fazer mais alguma coisa, sentiu cordas serem enroladas em volta dos seus pulsos e tornozelos, com um forte nó que o fez gemer, mais uma vez, de dor.

Eren baixou a cabeça e esperou em silêncio até ouvir finalmente, através dos seus passos, os dois homens a afastarem-se.

Respirou fundo e voltou a levantar o rosto. Piscou os olhos várias vezes na tentativa de melhorar a visão embaçada e quando finalmente conseguiu ver alguma coisa, constatou que estava numa pequena sala. As paredes não eram perfeitamente brancas, muito pelo contrário, estavam sujas pela humidade, o chão era de cimento e possuía várias manchas escuras, não sabia se seria sangue seco ou algo diferente.

Tentou levantar-se, mas sem ter grande sucesso, caiu novamente no chão.

Começou a ficar nervoso, ele tinha que arranjar uma maneira de sair dali o mais rapidamente possível. A sala não tinha janelas e a porta que era de ferro, parecia estar trancada.

Tentou acalmar-me e contar até 10. Repetiu várias vezes o mesmo exercício até se sentir um pouco mais relaxado, dentro dos possíveis.

Estava já a tentar levantar-se novamente, quando ouviu a porta abrir-se.

O seu coração bateu descompassadamente e um medo gigante apoderou-se do seu ser. Achou que a qualquer momento ia aparecer a silhueta daquele monstro loiro, mas na verdade o que viu foi uma rapariga que aparentava ser mais baixa que ele. Era loira, de olhos azuis e também parecia estar assustada.

Essa mesma figura feminina aproximou-se e tirou uma pequena faca debaixo da saia que levava vestida.

— Tens que ser rápido a sair daqui. — Sussurrou enquanto cortava as cordas que prendiam o Eren.

Espantado, ficou parado a olhar para ela.

— Porque estás a ajudar-me? — Balbuciou enquanto sentia um certo cheiro doce no ar. Era uma ômega.

— Porque eu sei o sofrimento que vais passar se eu não te ajudar a sair daqui agora.

Com a sua ajuda, consegui levantar-se e seguiu-a para fora da pequena divisão.

Os corredores eram igualmente sujos, repletos de humidade por todo o lado. O chão, também de cimento, estava novamente manchado com algo escuro.

No fim do que parecia ser o último corredor, tinha uma porta antiga de madeira, que foi rapidamente aberta com uma chave que a rapariguinha tinha. Do outro lado estava a floresta. Ele não fazia a menor de ideia que existia um edifício no meio daquele aglomerado de árvores.

— A partir de aqui, corres sempre em frente e quando vires uma placa com letras já meio apagadas viras à direita e continuas sempre por esse caminho. Vais conseguir encontrar uma das saídas da floresta, e faças o que fizeres, nunca olhes para trás.

Eren acenou em afirmação, mas antes de se virar para começar a correr, fez-lhe uma última pergunta.

— Qual é o teu nome?

— Christa. Agora corre e segue sempre em frente! Não te distraias!

Sem mais delonga começou a correr, mas não conseguiu resistir e olhou uma última vez para trás e assustou-se com aquilo que viu.

Christa olhava agora assustada para Reiner lhe gritava enquanto algo parecia correr até Eren.

Engoliu em seco e começou a correr o mais rápido possível. O que quer que aquilo fosse não podia deixar-se apanhar.

Durante a corrida conseguiu pegar numa pedra do chão e atirou-a para trás, na tentativa de conseguir acertar na coisa que corria atrás dele, mas falhou e logo a seguir tropeçou, caindo de cara no chão.

Não teve tempo de se voltar a pôr em pé quando sentiu algo a agarrar-lhe a perna com força.

Com medo olhou para trás, enquanto mexia desesperadamente a perna de forma a livrar-se daquele agarre e no meio daquela escuridão a única coisa que viu foram uns olhos cinzentos profundos cheios de… raiva. Respirou fundo em pânico e sentiu um monte de ferômonios de alfa invadirem os seus pulmões.

Novamente um arrepio percorreu todo o seu corpo, e com todas as suas forças conseguiu libertar-se do agarre. Pegou imediatamente numa outra pedra do chão e atirou-lhe com força na cabeça. Voltou a correr sem olhar mais para trás, acelerou o mais rapidamente que conseguiu, simplesmente correu.

Quando sentiu que mais nada vinha atrás dele, deixou-se acalmar e começou a parar de correr lentamente. Sentia dores pelo corpo todo, inclusive sentia as pernas mais pesadas que nunca, devido à descarga de adrenalina.

O seu coração ainda batia descontroladamente.

Respirou fundo e somente focou-se em seguir em frente até encontrar a bendita placa. Sempre com atenção aos sons há sua volta, para não correr o risco de ser novamente apanhado.

Eren já tinha perdido a noção de quanto é que tinha corrido ou andado, mas sabia que era bastante. Parecia que a cada passo que dava ia-se envolvendo mais no coração daquela floresta.

Cerca de meia hora, já quase em desespero, depois conseguiu encontrar o pequeno letreiro, já bastante apagado, tal como Christa havia dito. Deixou-se suspirar um pouco de alívio e seguiu caminho.

O silêncio do local era perturbador. Enquanto caminhava, tentava controlar todo o nervosismo e medo, mas as imagens do ocorrido há menos de 1 hora insistiam em passar pela sua cabeça. No momento o seu maior medo não era de encontrar algum fantasma, mas sim algum humano. Os vivos… Esses sim eram realmente assustadores….

Ouviu um barulho vindo do seu lado esquerdo e pôs-se rapidamente em modo de ataque e pronto para, caso precisasse, começar a correr. Pensou que a qualquer momento algo ou alguém lhe iria saltar para cima, mas nada aconteceu.

Continuou a olhar para o lugar de onde tinha vindo o som, mas não conseguiu ver quase nada. Aproximou-se devagar e apalpou as árvores há sua frente. Não havia lá nada nem ninguém escondido. Suspirou e tentou apaziguar o medo que sentia. Devia ter sido apenas algum animal ou algo assim, mas antes de voltar para a longa caminhada que provavelmente lhe esperava, a leve luz do luar iluminou as seguintes árvores que estavam há sua frente e simplesmente congelou com o que encontrou.

Um corpo já bastante decomposto com uma corda enrolada ao pescoço e pendurado num ramo bem à sua frente.

Quis gritar mas não conseguiu. Recuou devagar, com os olhos arregalados e com uma mão na boca.

O cheiro fedorento invadiu o seu nariz e a figura mórbida, permanecia quieta, intocável.

Sem mais demoras assim que conseguiu obter alguma reação, começou a fugir. Eren estava demasiado horrorizado com a situação para conseguir continuar a olhar para aquilo.

Só parou quando viu luzes no fundo do trilho e reconheceu serem carros que passavam na estrada. Finalmente tinha chegado à saída da floresta.

Ele não sabia bem durante quanto tempo tinha corrido, só tinha a certeza de que tinha sido muito tempo.

Sentiu que os seus pulmões iam colapsar a qualquer momento e todo o seu corpo doía, mas não podia parar por ali, tinha que conseguir chegar à paragem do autocarro ou a algum sítio seguro.

Continuou, desta vez com passos lentos, a caminhar até onde achava ser a paragem que procurava e felizmente estava certo, para maior alivio ainda, estava a chegar um autocarro.

Entrou sem dizer nenhuma palavra. O motorista olhou meio surpreso para Eren mas não fez perguntas.

Foi a viagem toda a pensar em tudo. Tudo aquilo que tinha acontecido e só acordou momentaneamente desses pensamentos quando já estava quase a chegar ao seu destino.

Desceu na paragem correta, andou em passos rápidos e assim que entrou na sua habitação, simplesmente desabou no chão e começou a chorar. Deixou que todas as lágrimas que tinha contido até ao momento saíssem. Era tudo uma mistura de sentimentos,

Sentia raiva por tudo e assustado por não saber quem eles eram e se tinham alguma informação sobre ele. A única coisa que ele sabia era que haviam pelo menos 2 alfas. O Reiner e o outro ou outra de olhos cinzentos que destilou ferômonios loucamente enquanto o perseguiu.

Tentou com esforço levantar-se, sentia todo o seu corpo dorido e o melhor que podia fazer era ir tomar um banho.

Ligou a água e esperou que a banheira enchesse.

Quando finalmente mergulhou o seu corpo no líquido quente sentiu instantaneamente os seus músculos relaxarem. Encostou a cabeça e deu-se ao luxo de fechar os olhos, que não durou muito, pois assim que os fechou foi invadido pela lembrança daqueles olhos cinzentos que pareciam querer possui-lo.

Tentou distrair-se, enquanto lavava o seu corpo com cuidado. Parecia que tudo o que Eren tinha conseguido fora ganhar umas belas nódoas negras.

Assim que terminou o banho, que não foi tão relaxante como esperava mas que serviu bem para deixar o seu corpo mole, foi em direção ao seu quarto e deixou o seu corpo cair sobre a cama.

 

Acordou com a claridade que invadia o quarto. Com esforço olhou para o despertador e assustou-se assim que percebeu que estava já uma hora atrasado para o trabalho.

Correu com esforço e dor para a casa de banho e fez toda a sua higiene matinal. Assim que acabou pegou numa maçã e saiu porta fora.

Com todo o trânsito dos transportes, conseguiu demorar mais de uma hora a chegar ao trabalho, ou seja Eren estava com quase com três horas de atraso.

Assim que chegou à sede do jornal, tentou ir o mais despercebido que podia para a sua divisão de trabalho o que não conseguiu, já que ele tinha o rosto marcado com uma bela nódoa negra e os olhos inchados. Toda a gente parecia cochichar entre si sobre o seu mau aspeto, mas Eren não dei a menor importância aos comentários, já estava mais que habituado a que criticassem tudo aquilo que ele fazia ou não fazia.

Sentou-se à frente da secretária e tentou raciocinar o que raios é que iria fazer hoje. Em primeiro lugar tentou esquecer todos os acontecimentos recentes, ou de pelo menos não recordar a noite passada. Depois só para ajudar o seu dia a piorar chegou à conclusão que não tinha nenhum artigo em mente.

Se Eren não tinha nada para escrever sobre, significava que teria que ficar a rever e corrigir os artigos de outros jornalistas e isso era algo que ele simplesmente odiava fazer. Principalmente quando os outros escreviam coisas medíocres e eram aceites enquanto os seus trabalhos continuavam a ser rejeitados.

Em meio a todos os seus pensamentos, lembrou-se de súbito, que podia ver no seu bloco de notas se tinha lá alguma ideia guardada para alguns artigos em reserva.

Procurou pelo bloco mas não o encontrou em lado nenhum, até que fez-se luz na sua mente.

Tinha-o levado ontem para casa para levá-lo na sua expedição noturna e colocou-o dentro da sua mochila... Mas a mochila não chegou com Eren a casa…

Tentou recordar se podia ter caído no meio da floresta, mas já não a tinha com ele enquanto fugia…

Arregalou um pouco os olhos quando percebeu onde muito provavelmente a mochila tinha ficado. Ontem, quase de certeza que eles ficaram com ela. Certamente tiraram-lha quando o encontraram.

Mais uma vez, um arrepio e desespero apoderou-se do seu corpo, quando recordou que a câmara fotográfica, que estava também na mochila, tinha fotos suas guardadas.

Eren estava tão morto… Eles poderiam procurar e agora sabia que tinham informações suficientes para conseguirem chegar até ele…

--- ✽ ---


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Amei os comentários, principalmente os grandões, adoro textões ♡♡♡ e agradeço a cada um de vocês que disponibilizou um tempinho para ler a minha fanfic.

Agora um pequeno à parte, mais alguém aqui acompanha yuri on ice??? (alerta spoiler) Estou num misto de felicidade por viktuuri ser canon e tristeza pelo que pode acontecer ao makkachin no próximo episódio ;-;
Estou a pensar em breve começar a postar uma fanfic viktuuri que já comecei a escrever. Para quem já acompanha yuri on ice estão completamente convidados para depois irem dar lá uma olhadela :p
Para aqueles que ainda não viram um único episodio, estão à espera de quê? u.u é um anime que está a ser maravilhoso ❤ pelo menos até agora.
---- fim do off topic ---
Não tenho data prevista para o próximo capitulo, mas daqui a uma ou duas semanas a fanfic será atualizada.
Beijos e até à próxima ♡


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