História Predestinados - Shawmila - Cookie com pimenta.

Beijos e mãos bobas. Eu tirei a mão de cima de seu casaco e coloquei por baixo, mas permaneci com ela no mesmo lugar, ou seja, na cintura. A gente simplesmente não podia ir rápido demais atropelando as coisas. A Camila se arrumou um pouco melhor, ficando mais confortável e com uma das mãos começou a fazer carícias no meu cabelo. Eu apertei um pouco sua cintura enquanto deslizava minha língua para dentro daquela boca maravilhosa e ela deslizou sua língua para dentro da minha boca, como se fosse uma dança muito gostosa.

    Eu deslizava as mãos cuidadosamente variando entre sua cintura, suas costas e sua barriga. Acariciei sua pele macia por de baixo do casaco e senti seus pelos se arrepiarem como os meus, podia jurar que ela havia dado uma pequena tremida debaixo de mim. Inclinei-me mais em sua direção enquanto ela apenas deixava rolar, eu estava em cima dela em questão de segundos e apoiei uma das mãos no sofá para não colocar meu peso todo em cima daquele corpo delicado. Desse jeito ela desceu uma das mãos pela lateral do meu corpo pousando ela na direção da minha cintura, só que um pouco atrás, perto da base da minha coluna. Então eu senti uma onda de eletricidade foram do comum passar pelo meu corpo todo, da cabeça aos pés.

   Num movimento rápido larguei sua boca e fui em direção ao seu pescoço. Se ela havia me feito sentir aquela sensação, então eu faria a mesma coisa com ela, logo, nada melhor do que um belo pescoço. Antes de qualquer coisa eu dei um singelo beijo e ela deu uma risadinha, cócegas ou nervosismo?! Eu pensei. Mas já que ela não havia pedido para parar, continuei. Dei outro beijo e então um chupão básico.

 - Você vai me marcar. Não se atreva! – Ela disse mas sem tirar as mãos de mim. Eu dei uma risada grossa e uma mordidinha leve, como forma de pedir desculpa.

- Foi mal – Eu então tirei a cara de seu pescoço e fitei seus olhos que pareciam mais duas bolas de fogo. Ela segurou meu rosto me puxando para mais uma vez me beijar, pelo menos foi o que eu pensei. Mas ela não me beijou. Ao invés disso deu uma mordida violenta no meu lábio inferior.

- I'll be needing stitches – Eu cantei e ela deu uma risada engraçada.

- Isso é pra você aprender que tenho um show amanhã e não posso aparecer com um chupão por aí – Ela disse me puxando novamente e dando três singelos selinhos na área violentada por ela mesma, e logo em seguida começando outro beijo sensacional. Ela ameaçou colocar a língua uma, duas, três vezes e não fez. Eu estava ficando louco. Segurei com uma das mãos seu rosto enquanto passava a minha língua pela boca dela.

       TOC TOC TOC. Três toques na porta me fizeram dar um pulo de gato e talvez ficar com a careta mais feia da minha vida. A Camila na hora arregalou os olhos, mas questão de milésimos de segundos já estava rindo da minha cara.

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    Estava tudo tão bom que parecia um sonho, mas fui acordada com um barulho na porta. E puta que pariu: que susto! Arregalei os olhos imaginando alguém abrindo aquela porta e vendo aquela cena, não havia nada demais, estávamos vestidos, mas que eu seria zoada pelo resto da minha vida, até depois de estar casada, com filhos e cachorros, ah, com certeza eu seria.

    Olhei para o Shawn que estava vermelho como um tomate, completamente descabelado, com os olhos arregalados e a boca muito vermelha e um pouquinho inchada também, não me aguentei. Tive que rir. Ele sentou-se sem graça no sofá arrumando o cabelo enquanto eu levantava para abrir a porta.

- Pois não? – Eu abrir a porta me escorando nela.

- Desculpa Mila, mas eu esqueci meu celular aí dentro – Dinah estava com uma cara de culpada, tadinha.

- Ah, pega aí – Eu disse dando espaço para ela entrar, e se desse talvez ela cavaria um buraco no chão e esconderia sua cara. Dinah era viciada no celular dela. Não conseguia ficar sem. Se fosse Ally, Mani ou Lauren provavelmente só pegariam o telefone quando Shawn fosse embora, mas como era Dinah, já era de se esperar. Ela entrou sorrindo sem graça pro Shawn que deu um tchauzinho e eu apenas observava a cena. Ela aproximou-se da mesinha de centro pegando seu celular e seu fone de ouvido voltando no mesmo pé.

    Ela veio saindo e parou já fora do quarto olhando pra minha cara. Eu conhecia aquele olhar, olhar de quem ia falar alguma merda. Fiquei esperando.

- Uma coisinha – Ela disse colocando uma das mãos no bolso traseiro de sua calça branca e eu achei que fosse sério – Não se esquece da camisinha – Ela disse então colocando um preservativo na minha mão.

- DINAH QUE ISSO?! Não acredito – Eu não sabia se ria, se falava alto ou se falava baixo. Ela deu uma risada verdadeira e eu me arrependi por ter sentido pena dela por um momento, eu deveria sentir pena de mim mesmo. Estava sendo zoada. – Onde você arrumou isso? – Eu quase enfiei o preservativo pela garganta dela.

- Sorry Mila, não aguentei – Ela disse ainda rindo – E a coisa devia estar boa aí dentro hein. E essa boca toda vermelha ai? – Ela me zoou mais uma vez e eu ri, mas morrendo de vergonha no fundo. Que tiro no cu, pensei.

- Cala a boca – Eu disse devolvendo o preservativo pra ela – Não vou precisar disso. Não hoje! – Eu disse dando dois passos pra voltar pro quarto. Ela riu e deu um tchau indo pro quarto da Ally. Antes dela entrar pude fazer uma leitura labial, algo como um “aproveita” e então ela fechou a porta.

- Gente, a neném do grupo fazendo essas coisas. Não é possível. – Eu disse inconformada enquanto entrava no quarto e fechava a porta atrás de mim.

- O que? – Shawn perguntou achando que eu estava falando com ele. Eu olhei pra cara dele e entendi o porque daquela zoação toda. Ele estava todo descabelado. Muita lerdeza pra uma pessoa só.

- Nada não. Vamos fazer alguma coisa pra comer? – Eu disse chamando-o para a pequena cozinha que tinha ali. Ele levantou-se lentamente e sentou-se numa das cadeiras que havia ali – O que vamos fazer? – Eu perguntei me escorando no balcão.

- Você quer tentar fazer brigadeiro? – Ele disse com um sotaque mais puxado do que o meu. Achei fofo.

- Vamos. Se não der certo a gente faz outra coisa – Eu disse e o vi levantar da cadeira e tirar o casaco. Me deu uma vontade de perguntar se ele estava malhando, mas calei-me. Também tirei o meu casaco, primeiramente para não sujar e segundamente: primeiramente.
  

       Ele parou ao meu lado encostando as mãos no balcão e batucando os dedos no mesmo.

- Como que faz isso? – Eu não fazia a mínima ideia. Dei uma risada pegando meu celular para ver na internet – Você não sabe? – Eu dei um sorriso negando com a cabeça.

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         Camila lia enquanto jogava as coisas na panela.

- Primeiro a manteiga – Ela disse e eu ia entregando as coisas pra ela. Foi jogando tudo dentro da panela até ficar uma coisa escura e estranha.

- Tem certeza que isso aí ta certo? – Eu perguntei sem querer deixa-la triste. Estava com uma cara muito feia o tal brigadeiro. Ela deu de ombros e esperou o tal dos dez minutos que estava falando no site.

- Acho que ta pronto – Ela disse toda feliz desligando a panela e silenciosamente eu não pus muita fé. Se ela soubesse eu provavelmente estaria apanhando – Tem que esperar esfriar pra poder comer, mas vamos só provar. Prova primeiro! – Ela não pediu, ordenou.

   Eu olhei pra cara dela, e pra cara do doce, pra cara dela e então pro doce. Ela pegou uma colher pequena e colocou um pouco na ponta.

- Cuidado pra não queimar a boca – Ela disse dando a colher na minha mão. Olhei pra colher, pra cara dela, pra colher, pra cara dela – Come logo isso. – Eu por fim levei a colher até a boca comendo bem pouquinho. Não estava ruim, só estava com um gostinho de queimado lá no fundo.

- Bom. Delicioso. – Ela riu e pegou a colher pra provar também.

- É, até que não tá ruim – Ela disse após provar – vou colocar no congelador – pegou o doce e colocou num prato para então depois colocar no congelador – Pronto. O que vamos fazer agora? – Ela veio pra perto de mim me dando um abraço de lado e um beijo no rosto.

- Biscoitos com gota de chocolate? – Eu disse e ela arregalou os olhos.

- Você sabe fazer? – Eu assenti com a cabeça e ela comemorou me dando outros 10 beijos no rosto.

        Fizemos os tais biscoitos com gotas de chocolate, mais conhecido como cookie e num momento da noite Camila cismou de colocar pimenta. E ela colocou e me fez comer aquilo, depois bebi uns 3 litros d’água e ela ficou rindo da minha cara.

- Ta melhor? – Ela perguntou rindo de mim.

- Melhor do que tá não fica – Eu disse terminando de beber o copo d’água.

- O que vamos fazer agora? – Ela perguntou se escorando em mim, com o cotovelo apoiado no meu ombro direito.

- Tem um violão aqui? – Eu perguntei passando o braço pela sua cintura. Ela pensou por alguns instantes e me soltou indo para outro cômodo. No mesmo pé que ela foi, ela voltou, trazendo consigo um violão e um sorriso no rosto. Ela sentou-se na minha frente arriscando algumas notas.

- Só sei fazer isso – Ela sorriu e me passou o violão. Tocamos umas duas músicas e eu só conseguia ficar olhando pra ela. Tão linda, tão perfeita. Acho que estou encrencado, pensei. Levantei da cadeira colocando o violão escorado na parede, me aproximei estendendo a mão pra ela, que segurou e desceu de sua cadeira.

    Eu não sei por que, mas eu só queria beija-la. Ela percebeu minha real intenção e se esticou um pouco ficando na ponta dos pés e juntando sua boca na minha. A sensação de tê-la ali era tão maravilhosa que se eu pudesse escolheria ficar daquele jeito pro resto da minha vida. Levantei ela um pouco pressionando-a contra o balcão e mais uma vez o clima ameaçou pegar fogo.

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     Ele me pressionou contra o balcão e mais uma vez eu senti um frio na barriga. Minhas mãos voavam entre seus cabelos e as dele na minha cintura. Ele largou minha boca e foi mais uma vez na direção do meu pescoço. Filho da puta, não faz isso, pensei. Ele deu três seguidos beijos e voltou novamente pra minha boca introduzindo sua língua de maneira violenta (e maravilhosa). Ele me apertou mais um pouco, se é que isso era possível e eu ameacei rodear as pernas em sua cintura, mas só ameacei. A geladeira apitou avisando que o tempo do brigadeiro já estava concluído. Ele se afastou de mim como se nada tivesse acontecido. Cínico. Mais um pouco e eu realmente iria precisar daquele preservativo que a Dinah tinha levado pra mim.

   - Eba, ta pronto – Eu disse limpando o canto da minha boca e indo em direção à geladeira. Meu brigadeiro estava lindo, brilhante. Peguei o brigadeiro toda sorridente e coloquei sobre a mesa com duas colheres de sobremesa. Shawn sentou-se e me esperou pegar a primeira colherada.

  Fui com a maior felicidade do mundo e quando tentei pegar: ESTAVA MUITO DURO. Ele olhou pro brigadeiro e pra mim prendendo uma risada. Pegou sua colher e tentou: nada. Forçou mais um pouquinho e a colher ficou torta. Ele até tentou mas não conseguiu. Explodiu numa gargalhada enquanto escondia o rosto com as mãos. Eu cruzei os braços não acreditando que aquilo estava acontecendo. Que merda!

   Eu levantei pegando o prato e jogando tudo na pia. Ele foi aos poucos parando de rir e se levantou.

- Desculpa amor, é sério. Isso foi cômico demais. O castigo vêm à cavalo – Ele fez referência ao cookie de pimenta e começou a rir de novo, mas nada me importava depois daquilo. Ele havia me chamado de amor? Isso mesmo ou eu estava ficando louca? Dei uns tapas nele e fui novamente em direção à sala pegando o meu celular. Ele também pegou o dele.

- O tempo passou voando. Preciso ir. – Ele disse voltando na cozinha e pegando seu casaco.

- Mas já? – Eu disse um pouco triste. No dia seguinte teríamos show e ele ficaria 3 dias em Hollywood com a gravadora dele.

- Sim. Já são 21:30 e eu nem arrumei minhas malas. O pessoa vai sair às 3:30 da manhã e eu preciso descansar um pouco. – Ele colocou novamente o casaco e então me levantou pelas mãos e praticamente me arrastou consigo até a porta. Colocou as mãos no bolso e fez a cara mais linda do mundo.

- Se cuida – Eu disse enquanto dava um beijinho nele.

- Se cuida você também. E descansa pra fazer um show maravilhoso amanhã. – Ele riu meigo e saiu andando de costas. Eu joguei um beijo com as mãos e ele saiu rindo. Cumprimentou Big Bob e entrou no elevador.

    A porta do elevador mal havia fechado e a porta do quarto da frente foi aberto com 4 furacões passando por mim.

- Se cuida. Te amo. Beijos. Coisa linda. – Dinah estava toda abusadinha me zoando. As meninas entraram e eu então fechei a porta.

- Muito engraçadinha você – Ela concordou – vocês já jantaram? – Eu perguntei me sentando dessa vez na poltrona ali.

- Já. Você não? – Eu neguei com a cabeça enquanto Ally e Mani sentavam no sofá – Tenho certeza que o Shawn já – Ela disse insinuando uma sacanagem – Nesse sofá – Ela apontou com os olhos e Ally e Normani levantaram voadas.

- Que horror – Ally disse assustada.

- É mentira dessa ridícula. Oh DJ, você está muito feliz! Perdi alguma coisa? – Ela parou com a brincadeira na hora, epaaaaaaaa alguma coisa tem.

- Depois que a gente saiu daqui esbarramos com um cara no corredor e eles trocaram telefones. Por isso ela está feliz assim – Lauren disse.

- Ahhhh, vai tirar a teia da boca né – Agora era minha vez. As meninas riram e pela primeira vez eu a vi sem graça. Ficamos conversando por um bom tempo e como as meninas já haviam jantando eu pedi comida pra mim.

- Camila, que diabo é isso? – Lauren saiu da cozinha trazendo consigo o prato de brigadeiro com uma cara de ponto de interrogação. Eu sorri sem mostrar os dentes.

- Tentei fazer um brigadeiro – As meninas se olharam e riram. Lauren então mostrou a colher torta.

- Que vergonha meu Deus. Você fez isso pro garoto comer? Ele não vai querer te ver nunca mais – Normani disse rindo pra cacete de mim. Ué gente, errei a mão, acontece. Lauren pegou a colher e ficou insistindo tentando de alguma maneira tirar um pedaço daquilo. Parecia pedra.

       Em meio à graças fomos dormir feliz pois no dia seguinte teríamos um dia cheio. Antes de dormir fui chegar minhas redes sociais, respondendo e curtindo algumas coisas no twitter. Dei like em algumas fotos no instagram, inclusive numa do Shawn e fui dormir com a seguinte mensagem enviada por ele:

       “Seu brigadeiro estava maravilhoso. Sério hahahaha

                Dorme bem. Até mais <3”