História Predestinados - Shawmila - Clean dishes.

- Shawn, seu celular está tocando. É a Camila – Meu tio voltou colocando o aparelho na minha frente. Ok, vamos la.

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   Olhei mais alguns segundos para o aparelho, ainda no silencioso, aceso em cima da mesa. Respirei fundo antes de pega-lo em mãos, aceitando a ligação e me dirigindo novamente para o minúsculo “quarto” que havia ali.

- Alô – Minha voz saiu um pouco tremida, apesar da minha pessoa tentar não aparentar isso.

- Hey, você está bem? – A voz do outro lado do celular fez meu coração palpitar mais forte do que deveria. Ou não. Eu sussurrei um “uhum” não tão bom quanto eu esperava. Uns segundos de silêncio e um suspiro pesado e sincero pôde ser escutado – Me desculpa! – Dessa vez a voz dela saiu num sussurro.

- Está tudo bem – Não fui tão convincente e então pude ouvir uma pequena fungada ao outro lado do telefone. – Hey, não chora. Está tudo bem, amor.

   Provavelmente a última palavra dita havia feito algum efeito, já que ela havia dado mais uma fungada antes de voltar a falar comigo.

- Me desculpa por isso. Estou carente – Ela disse como um bebê indefeso e eu quis sair dali e abraça-la onde quer que ela estivesse – e morrendo de saudades do meu namorado. – Ela completou me fazendo sorrir sem mesmo perceber.

- Eu também estou com saudades. Muitas.

- Ontem nós só saímos para conversar. Todo mundo junto. – Ela começou a se explicar.

- Amor, não precis... – Eu ia dizendo e então ela me interrompeu.

- Mas eu quero! A Lauren que está saindo com o Luke – Ela dedurou a amiga – E eu não quero que haja nenhuma distância a mais entre a gente, porque passar por isso já está sendo uma droga. – Ela disse como uma criança e eu pude jurar que ela estava com uma cara emburrada do outro lado da linha, soltei uma risada sincera.

- Sério? Tem tantas garotas aqui que eu nem percebi.

- Você não tem medo de morrer, não é mesmo?

- Qualquer jeito de morrer é menos doloroso do que ficar longe de você – Eu havia dito aquilo? Saiu de uma forma tão melosa.

- Awn – Ela foi fofa – Não fale isso nem de brincadeira – Ela disse e pude ouvir alguém a chamando do outro lado da linha e ser respondida com um “depois eu vou, me deixa!” – Hoje vamos para Paris e depois de amanhã iremos para Barcelona.

- Mais cinco dias.

- Sim, mais cinco dias e estaremos juntos. Falando nisso, meu papa disse que quando voltarmos ele quer que você vá lá em casa.

- Camila, não brinca assim comigo que meu coração não aguenta! – Eu disse imaginando a cena e começando a sofrer antecipadamente. Ela deu uma risada gostosa do outro lado.

- Bobo! Amor, preciso desligar. Te amo!

- Ok, linda. Beijo. Te amo! – Pude ouvir um som de beijo do outro lado da linha e então ela finalizou a chamada.

  Tirei o celular da orelha enquanto olhava mais uma vez a foto dela nos contatos, tão linda e tão minha. Cada dia que se passava a saudade aumentava, e consigo, o carinho e a admiração também. A Camila era simplesmente uma joia muito preciosa e muito rara.

- Mas é um idiota apaixonado mesmo – Pude ouvir Cameron zombando de mim enquanto tacava alguma coisa nas minhas costas.

- Idiota apaixonado? Vou te meter a porrada, vem aqui – Eu disse me virando enquanto via ele me chamando de viado e virando-se para se proteger atrás de alguém de levar uns cascudos meus.

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- Agora você está mais tranquila? – Dinah perguntou segurando um copinho d’água ao meu lado.

- Sim. E isso tudo por culpa desses urubus – Disse me levantando enquanto Normani abria a porta adentrando no nosso quarto.

- Eles sempre vão fazer isso Mila. Qualquer coisa para chamar a atenção e então na semana que vem vão te casar com outra pessoa – Normani disse. Ossos do ofício.

      Fui tomar um banho e saímos do hotel logo depois de fazer um pequeno lanche. Voamos para Paris e fizemos o show no dia seguinte. Dormimos no hotel e acordamos bem cedo para ir para irmos para Barcelona, aproveitamos e passamos em Madrid. Fizemos os shows, completamente esgotados.

   As notícias do meu suposto namoro com Michael havia sido desmentida, tanto por minha parte quanto da dele, que também estava fazendo show com os meninos. Teríamos algumas entrevistas, passaríamos a noite ali e então voltaríamos para Los Angeles bem cedo.

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        Uma pequena luz fraca passava pelas cortinas e um vento fresco circulava o quarto. A cama que antes suportava somente um corpo agora suportava dois.

        Shawn se aproximou enquanto de algum lugar daquele quarto era possível ouvir Crazy In Love, deixa o ambiente ainda mais sexy do que nunca. Ele se aproximou deslizando pela cama até para com seu corpo sobre o meu, olhando fixamente dentro dos meus olhos. Meu coração palpitava fortemente e eu podia sentir uma excitação absurda. Escutei ele respirar baixinho enquanto se aproximava para alcançar minha boca.

       No momento em que elas se encontraram sua boca estava seca, e imediatamente minha boca colou na sua enquanto minha mão passava pela lateral de sua costela até chegar a base de sua coluna. Ele tentou se afastar um pouco descolando levemente nossos lábios enquanto uma respiração fraca saia dele e um gemido excitante saia da minha boca. Ele se aproximou novamente, dessa vez com os lábios úmidos e foi lentamente introduzindo sua língua na minha boca, como se estive fazer um carinho ali.

     Suas mãos grandes passaram para a base da minha blusa, brincando um pouco ali até passar pela minha barriga e subir em direção meu seio. Suas mãos massageavam ali dando uma sensação maravilhosa ao mesmo tempo em que sua língua percorria cada canto da minha boca fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar.

       Mordi levemente a ponta de sua língua enquanto tentava de alguma maneira prendê-la ali, para em seguida chupa-la lentamente. Shawn tirou as mãos dos meus seios enquanto um segurava firmemente na cintura e o outro alcançava minha bunda pressionando levemente o seu sexo contra o meu. Gemi baixinho.

- Camila – pude ouvir ao longe.

- Hm.

- Camila, acorda! – Fui sacodida abrindo os olhos assustada vendo Normani com uma cara de fantasma na minha frente. Eu podia sentir algumas gotículas de suor escorrendo pela minha testa e o centro do meu corpo latejando.  Oh merda, eu estava tendo um sonho erótico.

- O que? – Eu tentei raciocinar olhando em volta. Ainda estávamos no quarto do hotel e o relógio indicavam duas horas da manhã.

- Você está bem? Acho que você estava tendo um pesadelo. Acordei com você fazendo barulhos estranhos – Ela sussurrou possivelmente com medo da minha reação.

- Isso... foi isso – Eu disse mais pra mim do que pra ela.

- Tá melhor?

- Sim, foi só um pesadelo. Vamos dormir – Ela voltou para a sua cama e deitou na mesma enquanto eu me virava de costas querendo me afundar e sumir naquele colchão. Que vergonha.

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      Os fones no meu ouvido tocavam uma música eletrônica enquanto eu corria desesperadamente em cima daquela esteira. O suor escorrendo pela minha testa e nuca, descendo pelas minhas costas e abdômen, molhando a minha camiseta inteira. Meu corpo dava sinais de cansaço ao mesmo tempo em que minhas pernas fraquejavam devagar. Desliguei o aparelho descendo do mesmo e buscando um pouco de água. E ar.

         Meu celular começou a vibrar no meu bolso avisando que estava na hora de ir. Eu teria umas fotos para fazer e uma pequena entrevista numa rádio local. Depois teria o dia livre. Camila já estava no avião, mas eu não poderia busca-la no aeroporto. Seus pais fariam isso. Minha querida sogra havia ligado pra mim falando sobre um possível jantar em uma casa que eles estavam em LA. E eu havia aceitado, porém Camila não sabia.

      A sessão de fotos ocorreu de maneira tranquila e haviam marcado outras para semanas depois. Andrew me acompanhou até a estação de rádio. Entrei e cumprimentei todos. Falamos sobre minha turnê, meu novo CD, um pouco sobre o single com Camila e então entramos naquela tecla que todo mundo adora bater.

: Estamos aqui com Shawn Mendes. Acabamos de escutar sua música em parceria com a integrante do Fifth Harmony Camila Cabello. Selecionamos algumas perguntas de vocês para ele responder, podemos Shawn?

- Claro – Eu disse me remexendo na cadeira.

: O que uma garota tem que ter pra te conquistar?

- Hm – fingi pensar um pouco – Ela tem que ser ela mesma... Garotas engraçadas e de bem com a vida me atraem.

: Com quantos anos deu seu primeiro beijo?

- hahaha – eu ri – os meninos normalmente não se lembram dessas coisas, mas se não me engano foi com 12 anos, na escola.

: Então você era do tipo que ia pra escola pra namorar?

- Mais ou menos - eu disse e pude ouvir risos.

: Você e a Camila estão juntos? – Ele fez a pergunta que todo havia feito nos últimos dias.

- Não, somos bons amigos. Ela é incrível, não só como cantora, mas também como pessoa. Somos somente amigos.

: E o que você achou sobre ela estar saindo com Michael Clifford?

       FILHO DA PUTA. Tanta coisa pra ele perguntar e ele me pergunta logo isso? Balancei as pernas rapidamente em baixo da mesa enquanto batia os dedos sobre as pernas pensando numa possível resposta que não fosse grossa, não demonstrasse meu ciúme e não apoiasse.

- Eles estão saindo? – me fiz de bobo e encenei uma cara de surpresa.

: É o que estão dizendo.

- Não sei se é verdade, mas se for, espero que ela seja feliz. Independente de com quem seja. – Disse entredentes querendo acabar logo com o assunto. Esperava que ela não escutasse essa entrevista nem tão cedo.

    Ele fez mais algumas perguntas sobre musica e um pequeno jogo de perguntas e respostas rápidas. Me despedi de todos agradecendo pela oportunidade de ter ido alí e então saímos em direção ao estacionamento. Eu e Andrew. Olhei no relógio vendo que o mesmo indicava quase sete da noite. A aquela altura do campeonato Camila já estava em Los Angeles e eu precisava ir para o hotel tomar um banho e então seguir rumo ao endereço anotado.

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 Desligado. Merda. Quando ele ligar esse telefone ele vai ver só o que é bom. Onde já se viu. Isso é porque estava com saudades, imagina se não estivesse hein. Fechei a cara emburrada com esses pensamentos guardados para mim enquanto mama acabava de preparar o jantar.

- Conseguiu falar com ele, querida?

- O celular está desligado – Eu disse mais alto e em seguida resmunguei - não sei pra que tem celular se sempre vive desligado – reclamei.

- Ele deve estar ocupado – Ela disse. Mãe quando gosta do genro defende mais do que a filha né, chega a ser engraçado.

    Quando minha soube que estávamos namorando ela havia ficado mais feliz do que eu, provavelmente. Ela apoiava meu namoro com o Austin, e apesar de sempre trata-lo bem ela nunca havia o tratado da maneira como tratava Shawn. Só faltava chama-lo de filho.

      E além de tudo havia contado para o meu pai, que queria conversar com ele. Conversar com ele pra que, tadinho?! Era um namoro, não um casamento. Pensei.

 Resmunguei mais uma vez quando ouvi o interfone chamar.

- Chamou alguém? – Perguntei para minha mama que colocava as coisas sobre a mesa.

- Não que eu me lembre. Vai ver quem é pra mim, por favor. – Ela pediu e eu me levantei rastejando até a porta em passos lentos. Preguiça.

      Abri a porta sem nem ver quem era.

- É aqui que se encontra a senhorita Cabello? – Ele perguntou abrindo o sorriso mais lindo do mundo enquanto tinha as mãos enfiadas no bolso de maneira tímida. Eu abri levemente a boca, surpresa com tal fato. Então praticamente pulei em seu colo passando os braços por cima de seu pescoço o apertando fortemente. Eu estava com tantas saudades dele. Ele me levantou um pouco do chão enquanto tinha os braços segurando meu corpo.

- Seu idiota, por que você não atende o celular? – Reclamei com aquilo na cabeça. Mordi levemente sua bochecha.

- Quis fazer uma surpresa. Se eu tivesse atendido e escutado sua voz, estaria aqui desde cedo. E eu estava em uma entrevista – Ele me pôs novamente no chão enquanto se calava e ficava olhando pra minha cara.

     Ele parou e ficou simplesmente me fitando, subiu uma das mãos até o meu rosto fazendo um carinho com as costas de suas mãos ali. Eu subi os dedos para a gola de sua camisa segurando ali e puxando ele pra perto de mim para fazer algo que eu queria há tempos.

     Ele sorriu entendo minha intenção e então selou nossos lábios, tocando-os de todas as maneiras possíveis. Eu abri levemente a minha boca dando liberdade para que ele pudesse aprofundar o beijo. Ele passou levemente a ponta da língua pelo meu lábio inferior, ainda com sua boca colada à minha me fazendo soltar um pequeno suspiro e riu durante o beijo, me fazendo rir também enquanto me ligava que ainda estávamos na porta. Dei um selinho demorado nele antes de puxa-lo para dentro.

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     O jantar ocorreu de forma tranquila, até demais. Eu estava um pouquinho nervoso pelo fato do pai dela ficar me olhando seriamente a noite toda. Por fora eu estava forte, as por dentro podia sentir minhas tripas de contorcendo. Mama Sinu foi lavar a louça e chamou Camila e Sofi para ajuda-la.

- Você pode me acompanhar? – Alejandro perguntou levantando-se da mesa.

- Claro – Eu disse sem respirar ao mesmo momento em que tentava não parecer muito nervoso. Levantei o seguindo até um deck. Ele parou e desbloqueou a tela do celular mostrando uma foto sua com Sinu e Camila rindo, ainda criança. Devia ter uns 10 anos naquela foto.

     Eu fiquei meio que sem entender o que ele queria dizer me mostrando aquela foto e apenas dei um sorriso vendo o rostinho infantil de Camila ali. Ele estava estudando minha reação e eu sequer havia me tocado.

- Eu não quero me meter no seu namoro com minha filha! – Ele disse bloqueando a tela novamente e olhando pra minha cara seriamente – Camila já sofreu muito com as pessoas ruins. Se você está fazendo ela feliz, eu estou feliz. Então, só peço para que não machuque minha menina.

  Eu estalei os dedos criando coragem para falar.

- Ela é especial, senhor Alejandro. O que sinto por ela é especial. E a última coisa que eu quero vê-la é sofrer – As palavras simples saíram sinceras da minha boca. Pude vê-lo segurar um sorriso. Minúsculo, mas já era alguma coisa.

- Que bom. Assim espero. – Ele entendeu uma das mãos e eu estendi a minha para aperta-la e então ele me deu um abraço dizendo – Bem vindo à família.

       Retribui o abraço não esperando por aquela atitude. Olhei por cima de seus ombros vendo Camila assistir a cena atrás de uma porta de vidro com um sorriso sincero no rosto. As coisas estavam caminhando bem.

    Fiquei por lá mais algum tempo, pois no dia seguinte a Camila teria uma reunião com a equipe do Fifth Harmony e eu tinha uns trabalhos para resolver com Andrew, que estava arrumando tudo para irmos à radio bater algum papo.

**PS. : Eu ia escrever um hot nesse capítulo, porém tive uma ideia melhor. Encontrei esse vídeo na internet e simplesmente achei ele maravilhoso. Merece ser compartilhado!

    É um trailer do que acontecerá (mais ou menos) no próximo capítulo.: https://vimeo.com/187695607