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História Predestinados - Shawmila - Precioso tempo.


Escrita por: jujubs021

Notas do Autor


Hello :)
Mais um capítulo pra vocês.
Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 38 - Precioso tempo.


Fanfic / Fanfiction Predestinados - Shawmila - Precioso tempo.

 

     Meu coração estava tão acelerado que eu podia senti-lo como se estivesse sacodindo no topo da minha cabeça. Entrei a passos firmes sem sequer ser notado. O elevador se abriu e então sai mais do que rápido a caminho do meu quarto. Stephen saia de seu quarto e foi pego de surpresa quando me viu naquele estado. Seus olhos se arregalaram e ele ficou paradinho como uma estátua.

- Caralho! – Ele disse parecendo não acreditar no que estava vendo.

       Passei por ele como uma bala parando na frente da porta do meu quarto, que ficava quase em frente ao seu. Abri-a o mais rápido que eu pude indo em direção ao frigobar que tinha ali pegando uma forma cheia de cubos de gelo e despejando dentro de um saco sobre a mesa.

- Auch – Resmunguei encostando a sacola cheia de gelo sobre a boca.

- O que foi que você arrumou? – Ele perguntou entrando no meu quarto e fechando a porta atrás de si.

      Eu respirei fundo sem querer ter que explicar tudo. Eu ainda sentia raiva, e principalmente mágoa. Qualquer estrago, por maior que fosse por fora, não se comparava ao que eu estava sentindo por dentro. Levantei o olhar, mas permaneci mudo ainda segurando a sacola sobre minha boca.

      Stephen esfregou a mão pelo rosto de forma tensa e meteu a mão no bolso da calça puxando seu celular.

- O que você vai fazer? – Perguntei baixo tirando o gelo pro alguns segundos. Já estava sentindo minha boca ficar dormente.

- Se você não vai me contar o que aconteceu, eu vou descobrir.

- Guarda isso.

- Então pode começar a falar! – Quando Andrew não estava Stephen era meio que o “responsável” por mim, dizendo assim, já que era ele que me levava para os lugares e tomava conta de tudo. E além disso era também meu amigo.

- Eu briguei com o almofadinha do Austin.

- Mahone? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça – Você comeu merda? – Ele perguntou ficando um pouco vermelho. Sentou-se numa cadeira e levantou em segundos.

- Olha Stephen, esporro agora não. Não dá. Não tô com cabeça pra isso.

- O que a Camila disse sobre isso? – Ele cruzou os braços parecendo interessado.

- Não fala dela, por favor. – Eu pressionei o gelo sobre a boca pra ver se a dor interior diminuía de alguma maneira, mas não surtiu nenhum efeito.

       Stephen suspirou pesadamente e eu procurei ver que horas eram: 3:22 da madrugada e nós ali. Stephen passou os olhos por mim soltando uma risada fraca e eu o encarei sem entender.

- Já tive a sua idade e sei que está pensando em evita-la.

- Mas eu vou! – esbravejei.

- Como? O fim de ano chegando e vocês têm mais de dez eventos para fazerem juntos.

         Ele parecia calmo, sensato. Senti um peso com peso como chumbo cair sobre minha cabeça me lembrando de que não só teria que vê-la, como também iria passar o natal e ano novo com ela.

- Merda! – Sussurrei um pouco irritado. Ok, era só não misturar pessoal com profissional.

            O telefone sobre a cama vibrou avisando que mais uma ligação havia sido ignorada. Um total de 7 ligações por Camila. Eu não queria atende-la. Eu não ia atende-la e eu não queria nem vê-la.

- Pensa nisso – Ele virou-se pra sair do quarto – Lava esse rosto e troca essa roupa suja de sangue – Deu três passos abrindo a porta e quanto eu achei que ele fosse sair e fecha-la ele parou – Acorde cedo que você tem entrevista. Vou trazer alguém pra cuidar dessa sua cara.

      Eu assenti com a cabeça enquanto ele saia fechando a porta. Respirei fundo e deixei meu corpo cair sobre o colchão macio ainda segurando o gelo sobre o rosto. Seria uma noite longa.

-------

 

   Alguns dias depois.

 

      A calça de moletom frouxa me deixava realizar os movimentos que quisesse, assim como a blusa de tecido fino. Eu tinha o cabelo preso em um coque alto e um all star no pé. Estávamos ensaiando para o próximo show, mas eu estava com a cabeça muito tumultuada e de cinco passos eu errava três.

- Camila... – Dinah me chamou pela terceira vez.

- Desculpa, não tá dando – Eu passei a mão pelos fios soltos e me afastei sentando numa cadeira enquanto pegava uma garrafinha d’água.

     Ela se aproximou de mim enquanto as meninas continuavam a ensaiar a coreografia. Dinah pegou uma garrafa d’água sentando-se ao meu lado.

- Não vai adiantar nada você ficar assim – Ela disse abrindo a garrafa.

- Eu sei, ok? – Bufei.

- Já tentou falar com ele? – Ela perguntou após beber sua água.

- Já, mas ele não me atende.

- Não tem como ele te evitar. Mais cedo ou mais tarde vocês vão ter que conversar, você sabe disso mais do que ninguém.

            Dinah disse fechando a garrafinha e se levantando. Parou na minha frente enquanto estendia a mão na minha direção. Eu segurei, mas não me mexi. Ela então fez uma forcinha me levantando e me dando um abraço apertado.

            DJ sempre era a que mais zoava, falava besteira ou fazia merda, mas ela tinha um coração tão grande e tão bom que bastava. Se você estivesse precisando desabafar, ou o que quer que fosse, ela estava lá. Não só ela como todas as meninas, pois éramos de fato uma segunda família. Na noite da tragédia, como ficou marcado pra mim, elas haviam ficado comigo a noite toda. Enquanto eu chorava em prantos Dinah, Lauren, Normani e Ally estavam ali para me amparar. Me segurar.

- Sabe que te amo, né? – Eu disse com a cara enterrada em seu abraço.

- E quem é que não me ama? – Ela disse risonha.

- Idiota – Eu sorri na primeira vez em dias. Me afastei ouvindo um “É esse sorriso que eu quero ver” e então voltei para a posição do ensaio.

------

 

       Eu tamborilava os dedos sobre a mesa clara de madeira enquanto Andrew mastigava lentamente um sanduiche. Eu já havia comido o meu e só estava esperando ele para podermos sair do pequeno café. Nem preciso dizer que tomei um esporro do tamanho do mundo sobre a briga, muito menos que tiveram que passar dois quilos de maquiagem na minha cara pra esconder meu olho quase roxo da briga.

      Camila havia me ligado infinitas vezes. E eu não a atendi. Não iria atender. A raiva já tinha passado, mas a mágoa ainda não. Ela podia não ter culpa, como podia ter. Minha cabeça divagava opiniões diferentes a cada três minutos e eu me via cada vez mais atordoado com tudo que estava acontecendo.

- Vocês vão se resolver – Andrew disse após mastigar um pedaço de seu “almoço”.

- O que? – Perguntei perdido.

- Você e Camila vão se resolver.

- De novo essa história? – Resmunguei tentando prestar atenção em alguma outra coisa ali dentro.

- Hm – Ele deu mais uma mordida – Não digo sobre vocês voltarem, apenas acho que a amizade de vocês é bonita demais pra ser deixada de lado.

       Eu fixei os olhos em sua direção. O que ele falava realmente fazia sentido, mas não era tão fácil assim. Sacodi a cabeça de forma negativa enquanto tirava o celular do bolso.

- Para de falar nisso.

- Shawn, eu sou seu empresário, mas também sou seu amigo. Eu sei que você ainda está puto com ela, mas não acho justo você jogar tudo fora por conta desse desentendimento entre vocês.

- Ela me traiu, Andrew. – Eu disse entredentes me lembrando da cena.

- Eu sei, ok? Mas você nem deixou a garota se explicar.

- E ela ia me explicar o que? Que aquilo era uma ilusão de ótica? Uma miragem... – Eu ri forçado.

- Você é cabeça dura demais – Ele negou com a cabeça antes de dar mais uma mordida no lanche – Daqui a três dias nós temos uma entrevista para promover IKWYDLS e eu só quero ver o que você vai fazer.

             O que eu iria fazer? Agir com naturalidade. Ela no meu canto e eu no meu, afinal de contas aquilo era trabalho e na minha cabeça profissional com pessoal não se misturavam. Ou não?

             Andrew terminou de comer e antes de sairmos do pequeno café paramos para tirar umas fotos com algumas meninas que estavam lá dentro.

 

*

 

            Abri a porta lentamente observando uma Camila compenetrada escrevendo algo em computador. Ela nem sequer percebeu minha presença. Os lábios entreabertos demonstravam atenção a aquilo que ela estava fazendo. O cabelo num coque mal feito sobre a cabeça e ela usava um dos meus casacos. A luz da luminária era única coisa que clareava algo ali, além da luz do computador, obviamente. Estendi-me em cinco passos e Camila levantou o rosto num sorriso fraco.

- Trouxe café pra você – Coloquei a xícara em cima da mesa enquanto depositava um beijo em sua cabeça.

- Obrigada, amor.

        Parei atrás dela enquanto pousava as mãos sobre seus ombros, depositando ali uma massagem de forma calma.

- O que você está fazendo? – Perguntei vendo-a tirar os óculos do rosto e relaxar o corpo conforme eu fazia os movimentos com as mãos.

- Respondendo alguns e-mails, mas acho que já acabei – Ela fechou o aparelho – Hm, essa massagem está maravilhosa.

          Eu sorri diante do seu comentário. Do lado de fora a neve caia fina. Camila não gostava muito quando o tempo estava daquele jeito e então tudo que fazíamos era ficar em casa assistindo um filme e comendo besteiras. Ela chegou a cadeira um pouco para trás enquanto levantava da mesma parando de frente pra mim.

- O que foi? – Perguntei vendo aquela cara engraçada que ela fazia de vez em quando. Seus olhos um pouco fechados denunciavam cansaço.

- Nada. Eu apenas queria olhar pra você pra me certificar de que eu casei com o cara mais lindo do mundo.

          Uma risada grossa escapou da minha boca e Camila riu diante da minha reação. Ela se aproximou enquanto seus braços rodeavam minha cintura e seu rosto afundava em meu pescoço.

- E mais cheiroso também – Ela completou depositando um beijo ali.

      Eu fechei os olhos sentindo seu lábio quente e seco encostar na minha pele. Um arrepio se fez presente e minhas mãos passaram a acariciar levemente suas costas.

- Camila... – Eu disse tão baixo que saiu como um sussurro.

- Hm – Ela se afastou depositando um beijo no meu queixo antes de me encarar.

- Eu quero fazer amor com você – Meus dedos tocaram sua face de forma carinhosa.

- E o que você está esperando – Um riso frouxo escapou de seus lábios enquanto ela levava uma de suas mãos até o meu cabelo me puxando para colar sua boca a minha.

           Minha mão desceu de seu rosto para a barra do casaco grande que batia até a altura de suas coxas ao mesmo tempo em que eu a empurrava contra a escrivaninha. Camila se afastou para que eu tirasse o casaco e pude ver em seu olhar chocolate aquele desejo que era recíproco, então após tira-lo ela voltou a juntar sua boca à minha. Seus lábios quentes, macios e secos.

          Eu senti minha garganta seca e um calor descomunal passar por todo o meu corpo, desde o topo da cabeça até os dedos dos pés. A imagem de Camila foi ficando distante e embaçada. Senti meu coração bater acelerado e pressionei as pálpebras com o intuito de abri-las e tudo estar novamente ao normal.

- Merda! – Me sentei assustado observando o quarto escuro num silêncio absoluto. Olhei para o lado procurando por algo que me mostrasse que horas eram: 2:14. Passei a mão pelo rosto de forma desolada. Mais um sonho. Mais um entre tantos outros.

--------

 

       Los Angeles.

                           Roger estacionou o carro no estacionamento privativo da radio. Desceu do carro e eu desci logo atrás enquanto um segurança se aproximava. Alguns fãs estavam atrás da grade tentando falar comigo de alguma maneira. Estendi os braços dando um “alô” de forma rápida, já que estava com o horário apertado.

         Estacionamentos não me traziam boas lembranças. Senti um frio passar pelo meu corpo e ajeitei o óculos escuro sobre os olhos. Entrei cumprimentando educadamente algumas pessoas. Caminhamos por alguns minutos até uma grande porta ser aberta denunciando o ambiente com os microfones já prontos.

        Shawn estava já estava sentando e tinha um sorriso no canto da boca, quando eu cruzei a porta ele me olhou rapidamente desfazendo o sorriso e tentando focar a atenção em algum outro lugar que não fosse em mim. Senti um bolo se formar na minha garganta e minha boca ficar seca. Engoli em seco como se estivesse tomando um dos maiores comprimidos sem água para acompanhar.

- Boa tarde! – Eu disse cumprimentando todo mundo de uma forma geral.

            Todos os presentes na sala me responderam. TODOS.

- Camila, sente-se ali, ao lado do Shawn – Alguém da produção disse e eu segui para a cadeira que me esperava. Respirei fundo antes de tirar os óculos e colocar um sorriso falso no rosto, da mesma maneira que Mendes estava fazendo.

             O clima tenso só era perceptível entre a gente, Andrew e Roger. Os outros não percebiam nada. Nós evitamos trocar olhares e quando ele falava eu ficava quieta, então quando eu falava ele ficava quieto. Não estava acontecendo uma interação entre a gente, mas os sorrisos falsos nos rostos estavam fluindo da maneira certa, afinal ninguém havia percebido nada. A entrevista se deu por encerrada e Shawn prontamente se levantou para ir embora.

          Eu fiz a mesma coisa, mas tive que correr um pouquinho já que ele havia saído primeiro.

- Shawn... – Eu o chamei vendo-o já próximo ao fim do corredor. Ele não ia parar, mas pude ver Andrew segurando seu ombro enquanto falava alguma coisa rápida com ele.

      Ele assentiu com uma cara não muito boa e deixou que Andrew atravessasse a porta, mas ele continuou parado. Estiquei meus passos tentando chegar o mais perto possível enquanto Roger ficava para trás.

          Ele virou-se de frente para mim, mas não se atreveu a olhar nos meus olhos. As mãos no bolso da calça denunciavam que ele não estava confortável.

- Será que a gente pode conversar? – Perguntei com medo de uma possível explosão vinda por parte dele.

- O que você quer comigo? – Ele disse seco me fazendo mais uma vez engolir em seco.

- Eu queria pedir desculpas pelo ocorrido – Minha voz saiu baixa, como se eu não quisesse dizer aquilo. Mas eu precisava.

- Ok – Ele assentiu e virou-se de costas para seguir rumo à saída.

              Meu instinto foi estender meu braço em sua direção segurando seu braço da maneira que eu pude. Era obvio que se ele quisesse ele sairia dali até mesmo se eu tentasse o agarrar com os dois braços. Ele parou bufando e virou-se mais uma vez pra mim.

- Será que tem como... – Eu ia começar a dizer.

- Não, Camila, não tem! Você queria falar comigo e já falou. Será que eu posso ir agora? – Ele disse da maneira mais seca e fria possível. O bolo na minha garganta cresceu como se eu tivesse tentado engolir uma pedra. Assenti com a cabeça sem ter muita noção do que se passava com o meu corpo – Obrigado! Passar bem.

       Então ele virou-se abrindo a porta e saindo rapidamente. Senti minha visão embaçar enquanto uma lágrima solitária escorria pela minha face. Passei a mão por ali rapidamente limpando-a antes que fosse notada por outra pessoa. Abaixei novamente o óculos sobre os olhos e esperei Roger chegar perto para podermos, finalmente, voltarmos para Miami.

 

A melhor forma de esquecer é dar tempo ao tempo.

                                                                                        Titãs

 


Notas Finais


Então... como ainda é muito recente não tem muito o que fazer hahahaha
Normal ele ficar chateado, mas nada que o tempo não cure.
E a amizade sempre é o caminho pra tudo.
Espero que tenham gostado.
Aguardando comentários, se possível <3


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