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História Predestinados - Shawmila - Perto ou longe.


Escrita por: jujubs021

Notas do Autor


Hello :)
Eu queria ter postado antes mas estava surtando com a apresentação das meninas de ontem, quer dizer, ainda estou.
Surtando também com a interação shawmila! Só faltou a foto pra ficar perfeito!
Mas está aqui o capítulo pra vocês.
Espero que gostem.
Boa leitura!

Capítulo 39 - Perto ou longe.


Fanfic / Fanfiction Predestinados - Shawmila - Perto ou longe.

 

         Um meio sorriso. Um abraço, e então, um sorriso completo. Se você sentir um leve incomodo no abdômen, um vento fresco e frio subir por sua espinha e seu coração bater acelerado ao mesmo tempo em que suas mãos soam quando você vê aquela pessoa. Oh, você está tão ferrado. Pode ser de uma maneira boa? Claro, se for correspondida. Caso não seja, relaxe, pois outros amores virão.

         A movimentação à minha volta me fez perceber que a vida não para, e muito menos o tempo. Dê tempo ao tempo. Era o que martelava na minha cabeça enquanto eu bebia o líquido fresco da garrafinha d’água. O tempo cura tudo. Pode demorar horas, dias, semanas, meses ou anos, mas no final das contas: ele vai curar.

        Segui andando firme e preguiçosamente através do corredor cinza e frio. Virei à direita e no terceiro degrau da escada de emergência ele estava sentando enquanto comia alguma coisa.

        Eu não queria invadir o seu espaço. Após a nossa conversa, exatamente uma semana depois as coisas finalmente pareciam que iriam melhorar. Os olhares de mágoa já não eram direcionados à mim, nem seu tom de voz que exalava frieza. Ele não era assim.

           O brilho no seu olhar havia diminuído, mas ainda permanecia ali. O sorriso perfeito, que era a sua marca, já não era mais constante, mas eu ainda podia vê-lo nos meus sonhos. Aproximei-me subindo exatamente três degraus sentando-me ao seu lado. Ainda naquela noite faríamos uma entrevista.

- Olá – Eu disse de maneira contida esperando que fosse respondida.

             Shawn assentiu com a cabeça como forma de cumprimento enquanto mastigava lentamente seu sanduíche. Estendeu em minha direção me oferecendo e eu neguei com a cabeça.

           Sabe quando rola aquele momento de silêncio enlouquecedor? Que pode durar cinco segundos, mas na verdade parece que durou horas? Era mais ou menos o que estava acontecendo. Ele não estava me ignorando, mas não estava fazendo questão nenhuma de falar comigo. Dei de ombros enquanto passava as mãos pela calça pensando em qual seria o meu próximo passo.

- Eu não estou com raiva de você – Ele disse baixo me surpreendendo. Não pelo fato de falar que não estava com raiva, mas sim por ter começado uma possível interação que não fosse fingimento na frente dos outros.

- Eu sei – Uma afirmação escapou dos meus lábios e pude ver ele me encarar como se não estivesse surpreso com a minha confissão. E autoestima.

          Ele deu mais uma mordida e eu olhei pra frente imaginando que a conversa teria terminado ali.

- Sabe... – Ele disse limpando o canto da boca – Antes eu queria saber o que tinha acontecido, porque nada conseguia entrar na minha cabeça – Ele gesticulou com a mão livre – E eu estava com raiva de você – riu sem vontade – Mas agora simplesmente não importa mais – Deu de ombros dando uma última mordida.

        Seus ombros levemente caídos me passaram uma sensação não muito boa. Ele podia não estar com raiva e nem demonstrar mágoa, mas ele ainda estava chateado.

- Eu posso... – tentei falar.

- Você não precisa me explicar nada, Camila – seu tom era suave.

- Mas eu quero! – Saiu mais desesperado do que eu esperava e ele me encarou mais uma vez.

           Seus olhos não brilhavam mais e em baixo deles eu podia ver sinais de olheiras. Sua feição era algo como cansaço misturado com tristeza, e vê-lo daquele jeito me machucava mais do que qualquer coisa. Eu preferia que ele estivesse com raiva de mim do que ver ele daquela maneira.

- Sempre foi você... – Minha voz me traiu e saiu falhada. Ele me encarou sem entender e eu abaixei a cabeça – Eu vi você com aquela exibida – fiz uma careta ainda sem encara-lo – e eu errei em não ter dado uns tapas nela, mas minha primeira reação foi...

- Correr – Ele disse tão baixo quanto eu, me fazendo lembrar do nosso beijo do estacionamento, quando eu estava com ciúmes da Hailee.

- Sim, mas eu corri pra pessoa errada. Eu deveria correr pra você, e não de você. Eu senti raiva, senti ciúme, uma coisa tão ruim que eu tive vontade de esganar alguém. – Levantei a cabeça olhando em sua direção e dessa vez ele tinha os olhos apontados para o fim do corredor, onde não havia ninguém – Eu não vou culpar a bebida, não vou fazer isso. Mas na hora eu estava tão desnorteada que eu não me liguei na merda que estava fazendo. E foi tão rápido que não deu tempo de nada. – Fui sincera. Ele respirou fundo antes de começar a falar.

- Eu gostei dos momentos que nós compartilhamos, e foi por isso que eu abri mão da gente. A vida tem dessas coisas. – Ele então me encarou – E eu prefiro ter você perto de mim como uma amiga, do que ter que ficar longe.

       

Abri mão da gente. Abri mão da gente. Abri mão da gente.

 

            Meu coração bateu tão lentamente que eu podia jurar que ele estava parando. Um suspiro pesado saiu da minha boca enquanto um desespero interno começava a se alastrar em mim.

-------

 

          A nossa breve conversa me tirou um peso enorme das costas. A amizade sempre é tudo que temos de mais precioso. Quem não tem amigos, não tem nada. Eu preferia ter Camila por perto sendo minha amiga, do que vê-la se distanciando com o passar do tempo. Eu não iria perdê-la, não outra vez. Mas eu não iria prendê-la.

        Eu estava disposto a passar uma borracha em tudo.

       Levantei-me enquanto apoiava o peso do meu corpo sobre os meus braços. Camila permaneceu da mesma que estava antes. Parei em sua frente enquanto estendia a mão em sua direção. Ela levantou o rosto sem entender, mas me deu sua mão e eu a puxei para perto lhe dando um abraço como forma de carinho e respeito.

- Eu sei que por enquanto não vai ser a mesma coisa, mas eu quero que você entenda o meu lado e não insista. Por favor.

     Camila me abraçou apertado enquanto escondia o rosto entre meu peito.

- Ok – Ela disse baixo e eu a soltei sem olhar muito para seu rosto e segui o caminho ao meu camarim, mas antes de sair ainda pude ouvi-la sussurrar um “desculpa”.

 

       Horas depois.

 

          A pequena sala era aconchegante, com uma televisão, algumas poltronas e comidas variadas, mas eu não estava me importando com isso. Não mesmo. Na conseguia prender minha atenção e eu tinha a mente longe quando fui chamado por Andrew.

- E então? – Ele perguntou se aproximando.

- O quê? – Perguntei saindo do meu transe temporário.

- Seguiu meu conselho e falou com ela?

        Eu assenti com a cabeça respirando fundo. Eu tinha pensando muitas vezes sobre conversar ou não com Camila, e Andrew tinha me feito ver que se aconteceu é porque teve algum motivo. Terão consequências, cada ação sofre uma reação, mas isso não significava que eu tinha que tratá-la mal. Ninguém merecia tal sentimento e ela muito menos, que sempre havia sido uma pessoa companheira e amigável.

        Eu briguei com meu próprio eu por dias. Noites em claro, ou mal dormidas. Não estava me fazendo bem e aquele sentimento ruim não valia a pena. Não quero gastar meu tempo com coisas ruins, apenas com coisas boas. No meio daquela merda toda tinha que ter alguma coisa boa. Era só ter calma e... pensar. E foi o que eu fiz.

 - Sim. Acredito que por enquanto não vai ser a mesma coisa, mas pelo menos eu estou tentando.

- Que bom! E o que você disse pra ela?

- Que apesar de tudo eu não queria me afastar e que queria resgatar nossa amizade, de alguma maneira.

- Ok, ótimo. Tudo vai melhorar, você vai ver! – Ele disse parecendo se iluminar e eu assenti com a cabeça, mas sem a mínima vontade de fazer qualquer coisa – Daqui a cinco minutos nós vamos entrar. Melhora essa cara!

Eu sorri forçadamente arrancando uma risada dele. Andrew virou-se de costas e saiu me deixando ali mais uma vez com uma guerra interna comigo mesmo.    

 

              A entrevista seguiu de maneira tranquila e eu pude sentir um clima mais leve. Quando uma porta se fecha, outras infinitas se abrem. Era o que eu queria acreditar. Camila sentou-se ao meu lado e concedeu a entrevista com um sorriso no rosto. O mesmo sorriso que perseguia quase toda noite. Que me tirava horas de sono e me dava uma infinita dor de cabeça. Me peguei sorrindo diante de sua reação espontânea e nem havia percebido que a entrevista esta sendo encerrada.

          Levantei-me cumprimentando todos os envolvidos e agradecendo pela oportunidade de nos terem ali enquanto Camila fazia a mesma coisa logo atrás de mim. Parei ao lado da porta esperando por ela que se despedia da última pessoa.

         Ela se aproximou e eu abri a porta esperando-a passar na minha frente. Fechei a porta atrás da gente enquanto nos dirigíamos à saída.

- Você vai fazer o que agora? – Ela perguntou dois passos à minha frente.

- Não sei – Eu respondi de maneira normal. Sem entusiasmo. Camila pareceu pensar em alguma coisa. Como eu percebi isso? Pelo simples fato dela abrir e fechar a boca rapidamente sem falar nada – Por quê? – perguntei.

- Preciso ir ao shopping. Queria saber se você quer ir comigo.

- Shopping? – Meu tom de voz saiu surpreso e engraçado. – Você nem gosta de shopping, Camila.

- Não gosto mesmo não – Ela fez uma careta – Mas preciso comprar uma coisa pra Sofia.

        Sofi. Miniatura de Camila. Pensei por milésimos de segundos me perguntando se aquilo seria bom. Afinal, o que tem demais numa saída entre duas pessoas que estão tentando refazer a amizade? Nada.

- Ok, só vou avisar ao Andrew e nós vamos. – Respondi e pude vê-la dar mais um sorriso.

------

 

         Um pingo de felicidade era o que transbordava em mim. Com um convite inesperado e uma resposta tão inesperada quanto. Eu não gostava muito de fazer “compras”. Era algo que eu não tinha paciência e muito menos tempo. Diante das circunstancias e das possibilidades eu tive uma ideia tosca de ir até o shopping, mas não queria ter que fazer aquilo sozinha.

       Contornei o corredor andando apressadamente sobre os saltos não tão altos. Eu estava rezando para que não estivesse muito cheio ou caso contrário rolaria ainda mais boatos sobre um possível relacionamento entre a gente. Foquei o olhar mais a frente e pude ver Shawn encostado sobre o carro de Stephen.

- Cheguei – Eu disse afobada me aproximando e torcendo para não cair. Eu sempre caía.

- Ok, vamos? – Ele perguntou dando a volta no carro enquanto eu entrava do lado do passageiro.

- Eu não sabia que você dirigia – Comentei passando o cinto e vendo-o ligar o jeep grand cherokee preto.

- Quando tem alguém só pra dirigir pra você meio que não tem muita opção. Eu só dirijo em casa mesmo. – Ele deu de ombros e eu concordei sem ter muito o que falar. Eu só não queria que ficasse um clima chato e um silencio constrangedor ali – Então, sabe em qual shopping você quer ir? – Ele perguntou parando no semáforo vermelho.

- Um que não tenha muita gente, de preferência.

- Tem um aqui perto que o Andrew diz que sempre fica vazio. Nós podemos ir lá.

- Por mim tudo bem! – Eu sorri pegando o celular enquanto digitava uma mensagem para Sofia para ela escolher logo o que ela iria querer.

 

        Resumo da ópera: Eu andava carregando quatro sacolas de compras enquanto Shawn carregava uma, mais uma jaqueta que ele havia comprado. Eu ri diante da situação, pois ele já tinha tantas jaquetas.

        O shopping realmente estava vazio, comparando com os outros em que eu ia. A faixa etária das pessoas que ali frequentavam eram bem maiores do que a nossa, o que não ocasionou um encontro entre fãs.

- Vamos comer alguma coisa? Tô morrendo de fome – Ele reclamou quando passamos pela praça de alimentação.

       Eu poderia dizer que evitava comer besteiras. Eu bem que tentava, mas era um trabalho muito árduo pra mim. Então depois tinha que ficar me matando para perder as calorias adquiridas por conta da minha boca grande.

- Vamos comer no In-N-Out Burger... – Sugeri.

           Fizemos os nossos pedidos completos. Shawn pediu o dele sem tomate. Novidade. Esperando alguns minutos e pegamos nosso lanche rumo à alguma mesa vaga entre tantas. Passamos despercebidos pelas pessoas. Eu amava meus fãs com todo o meu amor, mas era uma sensação muito boa quando você simplesmente parecia ser esquecida. Parecia ter uma vida normal, coisa que quase não acontecia com a gente.

- Não consigo te entender... – Disse chamando a atenção de Shawn que já estava se preparando para mordeu seu hambúrguer – Você não gosta de tomate, mas encheu seu hambúrguer de ketchup.

- E o que que tem? – Ele perguntou parecendo não entender.

- É meio que quase a mesma coisa, dã?

- Camila, não estraga minha infância – Ele disse de maneira divertida enquanto dava a primeira mordida – Por Deus, isso está uma delícia.

       Eu sorri diante daquela cena, onde ele tinha o canto dos lábios sujos com o molho do hambúrguer juntamente com o katchup. Senti meu coração ser preenchido com uma sensação boa, como se eu estivesse voltando pra casa. Abaixei a cabeça risonha enquanto mordia do meu me deliciando da mesma maneira.

 

*

 

- Eu vou explodir! – resmunguei quando chegamos no carro.

- Claro, você comeu pra caralho! – Um palavrão inesperado saiu me fazendo rir, já que era algo raro ele falar palavrão. Tão certinho.

- Já estou vendo... ter que ficar horas naquele aparelho pedalando como uma louca.

- Para de drama... Duas danças e você já perdeu o que comeu hoje – Ele disse dando a partida – Apesar que, pensando bem, duas danças não vai dar não.

- Ai, escroto – Eu disse de forma desleixada percebendo sua tentativa em me zoar.

- Camila, é sério. Como você consegue?

- O quê? – Perguntei tentando passar o cinto, mas apertou minha barriga – Não vou passar o cinto não, isso tá me apertando.

        Eu disse séria sem me tocar que aquilo só seria mais um motivo para ele me zoar. Levantei os olhos e pude vê-lo com o rosto rosado, como se estivesse prendendo uma risada. Mas ele não conseguiu. Um riso travado saiu de sua boca enquanto um riso contido saia da minha, devido a sua reação.

        Shawn parou o carro na porta do meu hotel. Ele iria fazer algumas apresentações de fim de ano e na outra semana iria rolar o Jingle Ball.

- Obrigada por ter ido comigo – Eu disse esticando os braços para o banco traseiro pegando minhas sacolas.

- Que nada. Precisando é só chamar! – Ele disse simples. Me aproximei lhe dando um abraço de lado, de forma carinhosa que não fosse “estragar” o nosso momento. Me afastei saindo e ele disse – Até o Jingle.

        Desci como se estivesse flutuando. Como se meu corpo fosse leve o suficiente para sair voando conforme eu dava os meus passos de forma tranquila e desleixada. Pude ouvir o ronco do motor e quando virei novamente para trás o carro já estava longe. Seja perto ou longe, abraçados ou não, mas que seja amor.

 


Notas Finais


E então, o que acharam? Aguardando comentários.
Se a galera quiser dar ideia, alguma coisa... só mandar pra mim!
Love u guys
paz e paciência <3
Comentem aqui também o que vocês acharam do AMA's e da interação que rolou entre Shawn e Camila.
Thank u


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