História Pregnancy - 4

Já estava pronta para ir à empresa e dar início ao meu inferno particular, mas preferi ir adiando ao máximo possível.

Como estava cedo decidi passar em uma cafeteria aqui perto, talvez alguns copos de café melhorassem meu humor.

Agradeci aos céus mentalmente pela fila de atendimento estar curta, me dando rápido acesso para que fizesse meu pedido.

-Boa tarde, Min. -Taya, a garota japonesa que sempre ficava no balcão de pedidos, que eu já conhecia há algum tempo, sorriu. -O que vai querer hoje?

-Gostaria de um expresso macchiato, um latte de baunilha e três bolinhos de baunilha também, pra viagem, por favor.

-Assim que ficar pronto eu levo pra você. -sorriu novamente.

Quando eu não estava com pressa e o movimento estava pouco eu costumava ficar conversando com Taya. Sua família se mudou para a Coréia quando ela tinha 10 anos, e logo abriram essa cafeteria.

As vezes saíamos juntas depois do seu expediente, ela é uma ótima amiga, além de ser uma confeiteira de mão cheia.

Em menos de 10 minutos eu já havia pagado e pegado meu pedido. Como estava um dia bonito decidi ir andando até o trabalho, pelo menos até metade do caminho, já que não era tão perto.

Tomava meu latte calmamente e mordiscava o bolinho, que estava recheado de creme. Estava pensando em como ia agir quando tivesse que dividir o mesmo ambiente que Oh. Espero que eu não me atrapalhe toda com as palavras.

Olhei no relógio e vi que não dava para adiar mais, tratei logo de chamar um táxi e me preparei mentalmente pra enfrentar o que me aguardava.

~

-Annyeong. -me curvei para o senhor Yoon, esse sorrindo mais que o normal hoje.

Passei pela recepção e as secretarias me deram sorrisinhos suspeitos. Entrei no elevador com um grupo de investidores com quem appa teria uma reunião hoje e os cumprimentei formalmente. Grande parte deles seguraram a risada. Estranho.

O que há de errado com todo mundo hoje?

Dei de ombros e saí do elevador assim que esse parou no penúltimo andar. Respirei fundo, buscando toda a coragem dentro de mim e bati na porta da sala de Sehun -minha sala também, já que teria que dividir com ele.

-Entre. -ouvir sua voz me fez tremer.

Empurrei a porta lentamente e entrei. É agora ou nunca.

Oh olhou pra mim rapidamente e desviou logo em seguida, mas voltou a atenção para mim de novo e riu levemente.

-Boa tarde. -falei baixo.

-Boa tarde. -seu sorriso crescia mais e mais.

-Te trouxe café. -deixei o copo de expresso em sua mesa. Ele me olhou um pouco surpreso.

-Obrigado. -deu um gole no café rapidamente e balançou a cabeça em aprovação. É claro que eu sabia qual o favorito dele. -Os bolinhos estavam bons, Ahra? -riu divertido. O olhei confusa.

-Bolinhos? -nessa altura eu já estava sentada na minha mesa.

-Sua boca está suja de creme.

Bati com a mão na testa levemente e passei o dedo sobre o doce no meu rosto, levando a boca logo em seguida.

Isso explica porque todos estavam estranhos.

Dei de ombros, já esperando algo assim de mim mesma, e me foquei no trabalho.

Li, revi, corrigi e encaminhei vários documentos no decorrer das duas primeiras horas, acabando com a pilha de papel em minha mesa.

O silêncio dominava a sala por completo, me incomodando um pouco. Sehun e eu costumávamos falar sobre as coisas mais banais por horas a fio. E agora, silêncio.

Aproveitei a distração de Hun e tirei o celular da bolsa, mandando uma mensagem para Irene.

Me: Ya, Ire. O que está fazendo?

Ela me respondeu rapidamente.

Ire ♡ : Apenas vendo um programa de variede, aproveitando as férias.

Ire ♡ : Como as coisas estão indo aí? :3

Me: Melhores do que eu imaginava, por enquanto.

Me: Ele continua me ignorando. Não sei se isso é bom ou ruim.

Uma voz grave e séria me assustou, fazendo com que eu desse um pulinho na cadeira.

-Você não deveria estar trabalhando?

-E-eu já aca-cabei tudo que ti-inha pra fazer. -"Ya, Ahra! Estúpida! Porque está gaguejando de novo?" Me amaldiçoei mentalmente.

-Venha até aqui. -o olhei. Ele continuava na mesma posição, focado em um contrato, com os óculos de leitura apoiados na ponta do nariz.

Ele ficava muito charmoso quando usava seus óculos. -Você é surda por acaso?

Fui acanhada até sua mesa e parei na frente da mesma.

-Venha aqui do meu lado. -isso é sério? E precisa ser tão grosso assim?

Fiz como ele pediu -ordenou- e parei ao seu lado. -Você já aprendeu o processo para esse tipo específico de contrato? -neguei com a cabeça. -Além de surda também não sabe falar? Use palavras.

-Na-não. -droga.

Após me explicar como eu devia fazer e que tipos de cuidados eu devia tomar, me entregou uma pilha de contratos e saiu da sala. Suspirei.

Começamos bem, e agora ele está começando a ser um pé no saco.

Depois de não sei quantas horas e uma dor irritante de cabeça, finalmente havia terminado o que Sehun mandou. Continuava sozinha na sala. Liguei para Irene.

-Pensei que alguém havia te matado. Você não respondeu minhas mensagens. -ri. Ela pode ser exagerada quando quer. Pus a ligação no viva-voz e comecei a ler um livro que estava dentro da minha bolsa.

-Nah. Oh começou a ser um pabo e me mandou terminar alguns contratos.

-É por coisas assim que eu fico feliz por ter escolhido entretenimento. Não aguentaria passar o dia todo sentada em uma mesa.

-Com o tempo você se acostuma. -dei de ombros. Mesmo que ela não possa ver. -Apesar de ser bem chato e maçante as vezes. Ainda mais com um supervisor chato como...

-Como quem? -me assustei pela segunda vez no dia com Sehun brotando do chão.

-Sehun saeng', Annyeong. -Ire disse animada.

-Olá, Irene. -ele olhava fixamente pra mim com a sua famosa cara fechada*.

-Bae, eu vou ter que desligar. -ela riu. -até depois.

-Até depois.

-Você já está reclamando logo no primeiro dia? -se encostou na parede, cruzando os braços e continuando sério. Revirei os olhos. -Não revire os olhos pra mim ou eu faço ficar pior. -sorriu de canto. Jogo sujo. Olhei meu relógio de pulso.

-Já posso ir embora? -perguntei sem vontade. Ele apontou para a porta. -Os documentos estão em cima da sua mesa.

Saí pela porta.