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História Presa na Mala de Newt Scamander - O mais precioso de tudo


Escrita por: missdalek

Notas do Autor


Muito bom dia potters e beasties (acabei de inventar isso, kkk) 😊😊
Menu do dia:
-Doçura;
-Fofura;
-Desejo Incontrolável (ui).
Segura a mala aê...

Capítulo 12 - O mais precioso de tudo


Fanfic / Fanfiction Presa na Mala de Newt Scamander - O mais precioso de tudo

- Memê! Memê!
          De repente parei o que fazia e e ergui a cabecinha assim que ouvi o meu nome: Newt havia acordado e dava pela minha falta. Corri e voltei para o quarto, não sem antes colocar uma pequena colher de chá para dentro da bolsa marsupial, e fui encontrá-lo deitado de lado na cama, meio erguido sobre um dos cotovelos, o cabelo bagunçado, os olhos ainda um pouco sonolentos, e saltei para ela, onde ele deixou-se novamente cair de costas para pôr-se a brincar comigo.
          - Onde estava, hein, sua sapeca? Aprontando, com certeza! -  e fazia-me carícias e cócegas pelo dorso e pela barriga, fazendo com que eu rolasse ao seu lado como uma bolinha de pêlos, muito contente, e ele, vendo minha alegria, sorria. Passei para cima de seu peito e rolei por sua barriga até dar de cabeça em seu bolso, e notei que havia algo duro lá dentro. Estiquei-lhe o bolso com as patinhas e meti dentro dele a cabeça, muito curiosa, fazendo com que Newt risse e, pegando o relógio de lá de dentro, puxei-o pela alça para fora, encaçapando-o sem perder tempo, que desapareceu - Ei! Devolva o meu relógio, sua ladrazinha! - e pegou-me por ambas as axilas, erguendo-me, e fiquei com as patinhas jogando no ar - Puxa, eu dormi com o relógio no bolso? Nem tinha-me dado conta - e pensou por um instante - Depois que te encontrei não largo mais esse relógio - e riu um momento, observando-me por um longo tempo bem nos meus olhinhos ainda erguendo-me por sobre o seu peito, admirando-me.
          Demorou até que sorrisse piscando os olhos e, segurando-me pelas patinhas de cabeça para baixo  com a mão esquerda, com a direita começou a fazer-me cócegas na barriga, e logo tudo o que eu havia pêgo começou a cair de dentro de mim para cima de seu estômago nu, e rindo, ele observava as moedas, colheres, tampinhas de metal e, por fim, o seu relógio de bolso que caíram e, tomando tudo e colocando de lado, ele desvirou-me e levou-me bem próximo ao seu rosto, falando então para mim com seus lábios grandes bem próximos ao meu focinho, de forma que eu sentia o seu hálito morno no meu nariz:
          - O mais importante de tudo quanto você roubou-me você ainda não me devolveu, e na verdade eu mem quero que devolva... Sabe o que é, Memê? Sabe o que foi que você me roubou de mais precioso? - e riu, balançando-me no ar, fazendo-me erguer e baixar repetidas vezes sobre o seu peito diante de seu rosto com ambos os braços - Sabe, estou começando a achar que meu coração deva ser de ouro, porque você o viu brilhando e tomou-o para si. Mas fique com ele, não quero devolução, ele é seu agora - e beijou-me a ponta do focinho, baixando-me depois para o seu peito, e eu estiquei-me, enfiando a cabecinha na curva de seu pescoço - Ele é seu e prometo que será para sempre.
          Aninhei-me ainda mais em seu pescoço e ele reclinou de leve a cabeça em minha direção enquanto erguia o ombro, apertando-me assim muito delicadamente alí onde eu me enfiara, enquanto me apalpava com as mãos o tempo todo, e ficamos assim por vários minutos, até que ele enfim suspirasse.
          - Bem, eu bem que gostaria de ficar assim aqui desse jeito para sempre, mas infelizmente isso não é possível. Há muito trabalho a ser feito. E além do mais - e então riu-se - Imagine a enrascada se eu por um acaso me distraísse das horas e você se transformasse, não sei, num tubarão ou algo parecido...em minha própria cama... Eu não gostaria de virar o seu almoço; vamos - e assim falando ergueu-se e pôs-se sentado, colocando-me de lado, que fiquei alí deitadinha a observá-lo enquanto colocava o relógio de volta no bolso e começou a calçar as meias e vestir a camisa - Está com fome? Vamos ver o que temos para o nosso primeiro café da manhã juntos - e assim que acabou de vestir-se e calçar-se, levantou-se, pegando-me de sobre a cama para levar-me consigo para a cozinha, mas somente então eu dei-me conta do quanto gostaria de ficar alí com ele...para sempre.
*
          - Bem, Memêzinha - ele disse-me à mesa do café, assim que terminou de comer - eu preciso prosseguir com minhas viagens. Já ficamos aqui tempo demais. Como eu acho que você finalmente compreendeu minhas boas intenções e aceita ficar comigo, acho que não há problema em partirmos. Farei isso hoje. Ainda há muito trabalho de pesquisa antes que eu possa concluir o livro que me foi encomendado e preciso adiantar o máximo que conseguir, porque, afinal de contas, eu não serei patrocinado pelo resto da vida - e sorriu, erguendo-se, esticando uma das mãos - Venha, temos muito o que fazer antes de partirmos.
          Em silêncio, olhei-o por um momento antes de aceitar-lhe a mão e agarrar-me a ela, porque dava-me conta de que agora, verdadeiramente, era o momento decisivo: Eu estaria realmente aceitando ficar dentro de sua mala com ele para sempre caso aceitasse partir. Partir do local que fôra o meu lar pelos últimos 500 anos, que fôra o meu refúgio, que me garantira chegar viva até esse dia, até esse momento... Seria um voto de confiança, um voto de aquiescência, uma decisão importante, e eu dei-me conta disso, embora fosse um animalzinho tão pequeno e aparentemente inconseqüente como me encontrava então. Olhei-o bem fixamente no rosto sincero e sardento, que sorria de muito leve para mim, seus grandes olhos azuis muito límpidos e seu cabelo bagunçado caindo à testa, antes de descer o olhar para sua mão estendida, e decidi: Estiquei as patinhas e agarrei-me a ele, que rindo colocou-me sobre o ombro, saindo de casa a passos largos.
          Eu decidira permanecer presa na mala de Newt Scamander.
          Para todo o sempre. Por que esse era agora o meu único desejo. Agarrei-me a seu pescoço, ao mesmo tempo feliz e temerosa de que um dia minha "prisão" terminasse, porque, na verdade, eu jamais havia me sentido tão livre antes em toda minha longa existência. Na verdade, jamais antes havia-me sentido tão viva.

*

          Não sei bem para onde fomos em seguida. Newt sempre falava-me os nomes dos lugares por onde estávamos passando mas eu nunca sabia o que significavam, bem como sempre me contava todas as novidades e tudo o que havia visto e feito, contava-me sobre as novas criaturas que havia encontrado e que estava caçando ou que havia capturado, mas o que me importava na verdade era apenas a sua companhia, da qual eu me agradava tanto, e à qual esperava ansiosamente quando ele se ausentava. Agora que havia retomado a viagem ficávamos menos tempo juntos, mas ele fazia o esforço de estar presente comigo todos os dias na hora de minha metamorfose e ainda costumava brincar que ela sucedia-se num bom horário, porque era fácil para ele ausentar-se do mundo lá fora por volta do meio-dia com a desculpa de que era a hora do almoço e ele gostava de almoçar sozinho, em seu quarto ou cabine, dependendo de onde se encontrasse, se hospedado num hotel ou a bordo de de um navio ou trem. Mas às vezes nem sempre era possível, e às vezes ele se atrasava. Mas quando podíamos, passávamos a maior parte do tempo juntos, quando isso era possível, e muitas vezes presenciei enquanto ele, sentado à sua escrivaninha, redigia o livro que o havia feito encontrar-me e ao qual por isso mesmo eu criara um afeto incomum. Paralelamente a este ele continuava a escrever o livro sobre mim mesma, que ficava sempre guardado apartado dos demais estudos, num local numa estante alta que ele denominava de "local especial". E assim os dias, as semanas e os meses iam-se passando.

*

          Naquele dia ele atrasou-se; especialmente atrasou-se. E eu começava a sentir-me já um pouco desesperada, porque precisava dele, mas ele não vinha.
          Precisava mergulhar o mais rápido possível, porque minha cauda começava a ressecar, mas seria-me inútil arrastar-me até a lagoa, porque eu precisava de água salgada, e essa era doce, então fiquei exatamente alí onde estava, deitada sobre a grama, sob o sol, mas começava a sentir-me mal. Levei ambas as mãos ao rosto e o esfreguei, pensando comigo que ele precisava voltar logo, e não sei se cochilei ou desmaiei, mas não me lembro de mais nada depois de fracamente chamar o seu nome por duas vezes seguidas.
          De repente despertei com uma voz doce e preocupada, chamando-me muito longínqua, e abri os olhos, piscando, dando com o rosto de Newt diante de mim, sobre o qual estava debruçado:
          - Memê, você está bem? O que posso fazer por você?
          - Àgua - murmurei - Preciso de água.
          - Água, claro! - ele exclamou - É uma sereia, mas é claro que precisa de água, como eu sou estúpido! - e tomou-me nos braços, erguendo-me do chão, carregando-me apressadamente para minha lagoa.
          - Água salgada - murmurei fracamente, fechando os olhos, com a cabeça em seu peito, sobre o casaco azul que vestia.
          Sem dizer palavra, ele depositou-me à borda da lagoa com muito cuidado antes de retirar a varinha do bolso e lançar um encantamento à água antes de tornar a erguer-me do chão, enquanto falava:
          - Memê, me perdoe pelo atraso, mas eu tive um problema na alfândega e, bem... Demorei até conseguir esquivar-me da polícia de imigração e depois foi difícil achar um quarto de hotel... Parece que a cidade está lotada...
          Abri os olhos e olhei-o no rosto, conseguindo sorrir - Está tudo bem. Agora você está aqui. Esqueça o resto.
          Erguendo-me no colo, ele olhou-me e sorriu, anuindo:
          - Sim, é isso o que importa. Eu agora estou aqui, com você. Você tem razão - olhou-me longamente no rosto enquanto eu lhe sorria, e parecia realmente maravilhado - E há esperança para mim - disse então, mais para si mesmo, e abaixou-se, colocando-me na água, onde mergulhei e desapareci por alguns minutos, refazendo-me, antes de enfim retornar à superfície.
          - Venha nadar comigo! - pedi, boiando na margem.
          - Não - ele respondeu, meio sem jeito - eu não nado muito bem.
          - Mas venha, faça-me companhia! Eu te esperei tanto! Mereço isso, não mereço? - e sorria para ele, mergulhando e tornando à tona, muito contente.
          Tomando novamente da varinha, ele fez surgir um pequeno pier e, enquanto eu o observava, retirou o casaco e o paletó, seguidos pela gravata e as botas, colocando tudo cuidadosamente de lado, e aceitou fazer-me companhia sentando-se no pier, arregaçando as calças para pôr os pés na água, de onde ficou a olhar-me com expressão extremamente feliz. Sentindo um incontrolável desejo de brincar com ele, mergulhei, desaparecendo de suas vistas, e surgi de surpresa bem diante de suas pernas, erguendo-me com as mãos em seus joelhos, assustando-no um pouco, que em seguida disse-me meio sem jeito, passando uma das mãos pelo cabelo:
          - Memê, não seja bagunceira - ele sorriu, meio tímido - Você está me molhando as calças.
          Sorri para ele e, sem aviso, tomei-o rapidamente por ambos os braços, puxando-no para dentro da água, onde ele caiu debatendo-se por alguns instantes até que se recuperasse do susto, retirando os cabelos molhados da frente dos olhos e cuspindo água, enquanto eu simplesmente ria, e logo ele começou a rir também, olhando-me muito divertido e eu segurava-lhe os braços para que ele se mantivesse à superfície.
           Muito aos poucos ele deixou de rir e, olhando-me bem no rosto, comentou:
          - Seu rosto está totalmente diferente das outras duas vezes... Mas continua linda. A cada vez está mais linda.
          Olhei-o e dei de ombros, pronta para dizer que não tinha controle algum sobre isso, mas não tive tempo de fazê-lo, porque, de repente, Newt simplesmente avançou para cima de mim, muito sério, e colou a boca à minha com força, fechando os olhos, e eu fiquei paralisada com a surpresa e porque não sabia o que aquilo significava. E ficamos os dois assim por alguns segundos, de bocas unidas, com água pelo peito, até que ele de repente se afastasse tão rapidamente quanto havia se aproximado e, de cabeça baixa, apressado e sem jeito, saiu da lagoa e assim que viu-se em chão firme correu na direção de sua casinha sem olhar para trás, respingando água por todo o caminho, seguido pelo meu olhar indeciso.


Notas Finais


MDS... Aaah, o amor... Amor transcendente, como diria a sister...
Gente, dizem que eu sou a rainha do Love Wins... Mas, será que nessa história o amor vai vencer?

Porque, Newt já não consegue mais controlar os seus afetos mas, ao mesmo tempo, está muito confuso com toda a situação porque, né, eu compreendo... Esse amor não é nada usual.

No próximo cap, Newt vai estar tentando entender o que se passa com ele próprio.


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