1. Spirit Fanfics >
  2. Prescindível >
  3. Puro Instinto

História Prescindível - Puro Instinto


Escrita por: Frelsi

Notas do Autor


Eu sempre quis escrever uma ABO e Prescindível surgiu muito rápido. Eu acabei escrevendo em uma noite e deixei um monte de fanfic do lado...
Espero que gostem <3

Capítulo 1 - Puro Instinto


 

 

 

Sehun dizia que ele e Kyungsoo eram amigos desde o útero de suas mães e isso não era tanta mentira assim. Eles não eram amigos desde o útero uma vez que Kyungsoo tinha dois anos a mais e, quando perguntado sobre isso, Sehun dizia que só considerava o útero da própria mãe, soltando uma risada gostosa ao ver o amigo revirar os olhos. Eles também não eram exatamente vizinhos de apartamento - Sehun morava um andar acima e era possível ouvir os passos arrastados quando ele dançava do quarto de Kyungsoo. Também era possível ouvir quando Kyungsoo estava chorando pela milésima vez ao ver Forrest Gump se você ficasse com o ouvido no chão entre a escrivaninha e a cama eternamente sem arrumar no quarto de Sehun - mas para facilitar as coisas, ambos explicavam assim. 

Os dois tinham muito em comum e tinham vivido muita coisa juntos. Não só frequentavam a mesma escola como também tinham conseguido a primeira detenção juntos - e pelo mesmo motivo: colocar uma aranha de brinquedo na sala do diretor que teve um ataque de pânico ao ver o bicho. Eles não tinham culpa, ninguém imaginou que o homem se mijaria nas calças. E ninguém além de Sehun acreditava na inocência deles. Também haviam dado o primeiro beijo na mesma garota: Kim Haneul, que estudava na mesma sala e tinha uma paixonite em Kyungsoo. O outro, naquela época somente um moleque catarrento de oito anos que queria ser igual ao amigo ficou atazanando a pobre Haneul até que ela lhe desse um selinho cheio de nojo. Eles gostavam de pop e as vezes discutiam se Timberlake era melhor que Michael Jackson; e claro que chegavam sempre à mesma conclusão de os dois eram bons demais e ocupavam a mesma posição no rank dos melhores do pop. Sehun dançava - e dançava incrivelmente bem, na opinião de Kyungsoo - e o outro o ajudava em suas coreografias. Kyungsoo tinha um irmão mais velho: Do Seungsoo, um beta como os outros da família, sem nada muito extraordinário ou fora do comum. Sehun não tinha irmãos, mas tinha uma prima distante que todo mundo dizia ser muito parecida com ele. Porém, a despeito disso e se não fosse a clara diferença física, diria-se que Kyungsoo e Sehun eram irmãos por conta da relação que tinham. E no fundo, eles próprios se consideravam assim. 

Até o primeiro cio de Kyungsoo. 
 

 

 

 

Ele tinha catorze anos e claro, sua família, que apenas desconfiava até então que ele pudesse ser um ômega, ficou espantada. A dor dentro de si era horrível - ele contara para o amigo, logo que o cio terminara e seu pai tivera que ter com ele aquela conversa - e todo seu corpo agia de uma maneira estranha. Sehun tinha doze anos na época e foi proibido de se aproximar do amigo, que ficou trancado no quarto por uma longa semana e alguns dias. Do lado de fora da porta do outro na maior parte do tempo, ele podia ouvir Kyungsoo implorando para seu corpo ser tomado, chorando enquanto arranhava a porta e sobretudo o cheiro. Era um cheiro suave e adocicado que ficou impregnado no quarto do outro por dias. Um cheiro que, por mais que Sehun negasse em todo cio do menor, mexia consigo ainda que levemente e, que naquele dia, fez com que o garoto de doze anos tivesse a súbita vontade de ter o mais velho para si, encostado na porta com uma discreta ereção na bermuda, ouvindo os ganidos do outro. Desde então, ainda que fosse algo que mantivesse escondido e esquecido no fundo de seu inconsciente - e que aparecia a cada três  meses durante aquela fatídica semana - Sehun não conseguia mais enxergar Kyungsoo como seu irmão tanto assim. 

- E eu quase não tinha controle do meu corpo, Sehunnie... Eu odiei me sentir assim... - o recém-descoberto ômega dissera, sentado na cama do amigo e soltando um suspiro baixo. 

- Deve ter sido muito ruim, hyung... - ele o acompanhou no suspiro. 

- Odeio ser um ômega! Odeio entrar no cio e papai disse que eu vou ter que arranjar um maldito alfa pra resolver! - ele quase rosnou, soltando um bufo irritado e cruzando os braços. 

- Yah, Soo... - Sehun lhe tocou o braço e murmurou com a voz mansa. - Eu sinto muito.

Ele podia ver como o amigo estava frustrado com toda aquela situação e sentia que nada podia fazer.

- Eu não quero nenhum alfa nojento me fo... tocando... - ele evitou a palavra foder na frente do mais novo. - Eu prometo que nunca mais vou me entregar assim a esses instintos... 

O mais novo arregalou os olhinhos admirado, com súbito orgulho do mais baixo. Seu hyung era tão corajoso!

- Eu também prometo isso! - ele se apressou em dizer e ambos entrelaçaram os dedinhos para que o juramento tivesse validade.

E, dentre irem se aventurar na floresta Amazônica juntos até abrirem em sociedade uma empresa de investigação criminal, Sehun tinha a impressão de que aquela promessa era pra valer. 

O herdeiro dos Oh nunca tivera aquela conversa com sua família e nem precisaria ter. Ele era um beta, graças a Deus, e estava muito bem com isso, obrigado. Era muito satisfatório saber que, da mesma forma que seu cheiro não era tão atrativo para alfas e ômegas, os deles também não eram tão atrativos assim para si. Sentia-se em pleno controle de si e, quando houve um surto de cios de ômegas em sua escola - Kyungsoo ficou trancado em casa naquela semana - ele não perdeu nenhuma aula e não ficou nenhum pouco abalado, ao contrário de certos alfas por aí. Apesar de seu corpo ser magro demais, haviam músculos nos lugares certos e ele era alto o suficiente para se passar por alfa se necessário, o que era útil quando tinha que ficar do lado de fora do quarto de Kyungsoo para garantir que ninguém iria entrar, ou pior, para garantir que o amigo não iria sair. Mas o jovem Do era incrivelmente controlado e conseguia manter longas conversas com Sehun - mesmo que desse um gemido ocasional ou outro, ou então confessasse que seu interior doía. - ele acreditava que talvez quando fizesse 18 já seria possível manter a porta aberta e ele seria um ômega absolutamente domado e que se fodesse o sistema e todos os alfas!

E nada poderia dar errado.
 

 

 

 

Foi quando Kyungsoo ergueu os olhos anormalmente grandes para si e, antes que ele falasse Sehun - e todos os alfas naquele bar - sentisse o cheiro adocicado que o jovem Oh percebeu que tudo poderia dar errado. 

- S-Sehun... - ele choramingou aflito e cruzou as pernas.

Era sempre tão cuidadoso e sempre contara os dias tão bem para que estivesse trancado em seu quarto quando aquilo acontecesse que nenhum dos dois conseguiu realmente acreditar que o cio tinha chegado justo naquele momento. Sehun se emperdigou no sofá ao lado de Kyungsoo, tentando parecer maior do que seus dezessete anos deixava transparecer e passou uma das mãos pelos ombros do mais velho instintivamente. Não poderia deixar que os alfas se aproximassem dele. O cheiro ficou ainda mais intenso e presente e aquilo fez Sehun se lembrar da promessa de anos atrás, coisa que dificilmente passava por sua cabeça já que ele não precisava se esforçar pra se controlar. Não como agora. 

- Por favor, segura aí... - ele pediu baixo e meio aflito, procurando o celular no bolso. - Eu vou chamar um táxi...

Não era um bar muito movimentado, mas numa sexta feira em uma cidade pequena qualquer local que vendesse cervejas a menor de idade já possuía um tanto considerável de pessoas. Eles estavam em uma mesa mais afastada para caso o pai de Sehun ou algum conhecido dele passasse por ali e mesmo com a iluminação fraca era possível ver que alguns rapazes mais altos tinham seus olhos maliciosos voltados com interesse para Kyungsoo. 

- S-Sehun... Por favor, me tira daqui... - ele choramingou e sua voz arrastada causou alguns arrepios no mais novo que tremia ao discar o número da companhia de táxi. Ele aguardou minutos que pareceram intermináveis enquanto tentava fingir não ver os olhares insistentes voltados para a mesa em que estava e nem os murmúrios baixos cujas palavras ele tinha medo de entender até que do outro lado da linha alguém atendeu. 

- O-Olá, meu nome é Oh Sehun e eu gostaria de um táxi o mais rápido possível para a frente do bar Massaya. - ele falou de forma rápida demais. A mulher do outro lado pediu para que ele repetisse e, tentando manter a voz calma, ele o fez. Aguardando a confirmação do endereço, notou que Kyungsoo segurava o copo com água, gelo e limão com tanta força que ele achou que iria quebrar a qualquer momento. Agradeceu educadamente a moça, com a atmosfera dentro do bar o sufocando. 

- Vamos sair... - disse, aflito, deixando meia duzia de notas em cima do balcão e saindo sem nem esperar o troco. 

E não precisou ouvir a voz rouca para saber que havia sido seguido. Aquele rapaz era o que tinha os olhares mais incisivos e o que mais parecia cochichar com os colegas, mas só agora à luz do poste que Sehun finalmente conseguia reconhecer seu rosto e o que viu não o agradou. 

Park Chanyeol era o estereótipo de rockeiro valentão e o beta já imaginara várias vezes de que revista ele havia tirado que jaquetas de couro com uma caveira bordada atrás ainda estavam na moda. Ele era alto e sua magreza era disfarçada por roupas largas demais e, claro, a maldita jaqueta. Sehun não o conhecia bem - ele era o tipo de pessoa cujo nome e a fisionomia eram conhecidos, mas era difícil juntar qualquer outra informação a respeito além disso - mas não tinha nenhum interesse em conhecer. Sabia apenas que ele era mais velho, que era assumidamente um garanhão e um Alfa com A maiúsculo. E que Kyungsoo tinha um tipo de atração secreta por ele, o que mais o irritava. 

Percebeu que ele tinha os dedos ao redor do pulso de seu amigo e, percebeu também que Kyungsoo não fizera nada para se soltar. 

- Larga ele... - de sua garganta saiu um rosnado baixo que, se não fosse a situação, o teria deixado surpreso. 

- Ele pode se soltar, se quiser - parecia que o maior também tinha o poder de ler mentes. E voltando-se para Kyungsoo - Mas você vai querer vir comigo, não vai, meu doce?

Sehun tentou puxar o amigo devagarinho e esse o olhou com uma expressão suplicante. O que suplicava, exatamente, ele tinha medo de descobrir. 

- Kyungsoo... por favor, vamos pra casa... - pediu com a voz aflita e viu o amigo se contorcendo. 

O cheiro adocicado se intensificou e Kyungsoo gemeu bem baixinho, murmurando.

- A-Ah não... 

Aquilo pareceu ser a deixa para as investidas de Chanyeol. 

- Eu sei o que ele precisa... - insistiu; a ereção na calça justa era indiscreta e aquilo fez a raiva borbulhar no estômago de Sehun, que permaneceu quieto com o maxilar travado. Ele esperava que Kyungsoo fizesse algo, meu Deus, não fora ele que fizera aquela promessa de sempre se controlar? Ele desejava, com todo seu coração, que o menor negasse. Mas ele parecia ser incapaz disso. 

O táxi chegou e parou na frente dos três rapazes na calçada.

- Vamos, Soo... por favor... - pediu já quase sem forças, com os olhos fixos para qualquer movimento suspeito do mais velho. 

Chanyeol deu uma risada baixa que fez reluzir dentes alvos e retos.

- Você não consegue dar a ele o que ele quer, beta... E nós três sabemos disso.

E aquela constatação o atingiu como um soco no estômago e seus olhos buscaram quase implorando para que Kyungsoo falasse algo, mas tudo que encontraram foi o amigo parecendo fora de si. Soltou o pulso do outro; parecia ter entrado em um aquário e todos os sons da rua estavam abafados. Ele não olhou para trás quando entrou no táxi e sequer viu quando Chanyeol levou Kyungsoo para dentro do bar novamente.
 

 

 

 

Era quase meio dia quando a Sra. Oh bateu à porta do quarto do filho e este acordou mau humorado. Ela avisou que a comida estava pronta e que ele deveria arrumar aquele pulgueiro que ele chamava de quarto enquanto ela estava fora. Sehun respondeu tudo no modo automático e, quando ela saiu, se jogou na cama novamente. Seus cabelos negros despontavam em muitas direções e os olhos tinham como moldura discretas olheiras. Ele estava sem camisa, deixando o corpo alvo quase translúcido à mostra, com seus músculos discretos que ele demorara muito para conseguir e a tez macilenta. O moletom que lhe cobria as pernas estava amarrado com um cadarço velho e escorregava por seu quadril deixando boa parte da cueca visível. Estava com um gosto ruim na boca e voltou a sair da cama apenas para fazer um bochecho com enxaguante bucal. Sua capacidade de se importar com certos assuntos - e principalmente o que tinha a ver com Kyungsoo - ficara caída em algum local no caminho entre o bar e o prédio que morava. Quando estava prestes a cair na cama, a campainha soou.

Kyungsoo estava a sua porta e suas roupas fizeram Sehun lembrar que já era tarde. Ele não se surpreendeu. Apesar de inesperado, o amigo parecia ser desses que apareceria para dar alguma satisfação. Abriu espaço para que ele entrasse e fechou a porta atrás dele. Ambos foram para o quarto, em silêncio. 

- Sehunnie, eu... - ele começou e sua voz era doce. O cheiro ainda era presente e era forte, mas não tão forte quanto no dia anterior. O próprio ômega parecia mais controlado do que já estivera durante qualquer cio. - Eu queria pedir desculpas por ontem...

- Você transou com Chanyeol? 

Ele corou. Sehun soltou uma risada pelo nariz mas sua expressão não demonstrava achar graça nenhuma.

- Não era você que dizia que deveríamos nos controlar? - suas palavras saíram num tom cortante e cheio de mágoa. 

- E-Eu sei que não deveria... - ele tentou remediar, mas agora que toda a raiva de Sehun estava dando vazão, ele não iria parar.

- Você disse que iria se controlar! Ou esqueceu disso, Kyungsoo? Esqueceu toda aquela história de "fora aos alfas nojentos"? - ele se jogou na cama e de repente, Sehun parecia dez anos mais velho. - Eu não... esperava isso de você...

- Sehun... - Kyungsoo o chamou com a voz mansa. - Aquela foi uma promessa idiota...

Aquilo fez despertar uma raiva descomunal no mais novo, que travou o maxilar. 

- Talvez nós... só devemos admitir que não dá pra controlar... - o mais velho continuou, falando baixinho.

Sehun levantou, tão rápido que a cama rangeu em protesto e seus pés se arrastaram com um som alto no chão. 

- Ah é? Não dá pra controlar, Kyungsoo? - praticamente rosnou entredentes. 
Seus ombros estavam tesos e era possível ver as veias saltando em seus braços. O cheiro de Kyungsoo ficou mais forte e ele arregalou os olhos quando o mais novo trancou a porta do quarto e começou a andar em sua direção. A parte mais racional ele havia feito questão de desligar. 

- S-Sehun... - ele choramingou e aquilo soou tão manhoso aos ouvidos de Sehun que o fez se arrepiar em expectativa, segurando os fios curtos da nuca do menor e os puxando devagar, com certa possessividade. - O que... está fazendo?

Sehun sorriu e deixou que a mão livre escorregasse pela cintura o outro até chegar ao seu quadril, apertando bem devagarinho. Ele podia sentir o outro ficando tenso e também o cheiro ficando mais forte antes de responder. 

- Estou não me controlando... 

Se inclinou devagar sob o outro; os olhos acinzentados estavam fixos nos lábios cheinhos do mais velho, adoravelmente entreabertos como se implorassem por um beijo. E Sehun não o negou. Deixou que sua boca tomasse a do outro, cheia de posse, ao mesmo tempo que o braço se fechava ao redor dele acabando num tranco com a distância que havia entre os dois. Kyungsoo deu um tímido gemido contra os lábios do mais alto e o cheiro adocicado se intensificou - ele estava ficando lubrificado. Retribuiu o beijo de forma tão entregue e submissa que causou em Sehun uma sensação de poder sobre ele, a despeito de ser um beta ou não. E ah, ele provaria como um beta era capaz de satisfazer aquele ômega no cio.

O mais novo não sabia dizer se era porque Kyungsoo estava no cio ou se era simplesmente porque era Kyungsoo, mas aquele era de longe o melhor beijo que já tivera. Ele podia sentir a pressa do outro conforme deixava seus dedos deslizarem pela cintura esguia. Deixou que sua língua roçasse nos lábios do outro, pedindo para aprofundar o contato e sorriu quando ele cedeu quase de imediato. Os dedinhos do outro eram curiosos e um pouco hesitantes quando finalmente encontraram seu corpo; eles subiram de seus antebraços até a nuca e seguraram ali devagarinho. Com um impulso, Sehun o ergueu e ele, mais leve do que imaginara, entrelaçou as pernas em seu quadril. O sentiu, ereto, em seu estômago. E não podia, não conseguia parar de beijá-lo enquanto dava alguns passos cambaleantes até a cama e se ajoelhava nela, prendendo o menor entre si e a parede. Ergueu o tronco e, da mesma forma que viu os olhos grandes percorrendo todo seu corpo desnudo, aproveitou para olhar o menor com toda sua atenção. Ele tinha os cabelos um pouco bagunçados e seus lábios vermelhos e entreabertos estavam brilhantes; ofegante, tinha as pernas abertas para que o maior se acomodasse entre elas e uma ereção indiscreta ali. 

- H-Hunnie... - ele praticamente implorou, se remexendo um pouco incomodado ao que o beta se inclinou sobre ele com um sorriso de lado disposto a torturá-lo o máximo possível. Ele era quem tinha controle sobre si mesmo - ainda que só o ato de beijar o melhor amigo já exigisse que tivesse deixado os instintos dominarem seu corpo como nunca deixara antes. 

- Está doendo, hyung? - provocou baixinho, enfiando uma das mãos por dentro da camiseta dele e tocando-lhe diretamente o abdômen. O viu tremer e se contorcer inteiro. Sorriu. 

- S-Sim... - ele insinuou o quadril na direção do maior, tentando conseguir mais contato. - Por favor, Hunnie... E-Eu preciso... 

Sehun estava ofegante como se tivesse corrido e, por um breve instante, ele hesitou. Os dois estavam tão descontrolados, principalmente Kyungsoo, seria justo com ambos? Mas o menor chamou por si novamente e qualquer resquício de sanidade que ele ainda tinha desapareceu.

Ele o agarrou pelos quadris e fez com que os corpos se chocassem, o cheiro dele invadiu suas narinas e o deixou atordoado antes que tomasse os lábios dele em um beijo sedento. Se moveu na cama até que tivesse o menor deitado sob seu corpo; puxou as pernas dele e encaixou o quadril ao do pequeno; o atrito fazia Kyungsoo gemer de forma manhosa e tímida. Sehun estava cada vez mais excitado e por baixo do moletom largo seu membro rijo doía. 

As unhas do menor deixaram marcas claras em sua costas e denunciaram a urgência. Sehun não conseguia imaginar como o menor se sentia, mas não pretendia deixá-lo esperando muito mais. Deixou que as mãos fossem a camiseta dele, o desnudando rapidamente. O tronco dele era alvo e magro, pedindo por beijos e chupões que logo o mais novo passou a distribuir, arrancando sons deleitosos do menor que se contorcia sob seu tronco. 

- Sehunnie... - gemeu, expondo mais o pescoço para que o beta pudesse deixar mais marcas em si. - M-Me fode, por favor... - ele choramingou de forma urgente e suas mãos delicadas enroscaram no moletom do maior, tentando retirar a peça. 

Sehun o auxiliou, ficando completamente sem roupa e não demorou para que fizesse o mesmo com o menor, o cheiro adocidado do cio agora o atingindo completamente. Fez com que Kyungsoo flexionasse as pernas, expondo sua entradinha e o falo pequeno, tão duro que chegava a estar melado; o menor corou fortemente sob seu olhar e tentou esconder sua intimidade. 

- Eu quero te ver... - Sehun disse com a voz firme e o outro, submisso, se entregou a ele. A entrada rosada estava toda lubrificada e o beta não resistiu a vontade de tocá-lo bem ali, melecando seus dedos e os levando aos lábios para provar. O gosto era bom. Kyungsoo deu um ganido baixo, cheio de vergonha e excitação e se contraiu.

- Meu Deus, Kyungsoo... - rosnou entredentes, deslizando os dedos por sua intimidade e forçando devagarinho dois dedos para dentro dele, o fazendo apoiar os tornozelos em seus ombros. Os gemidos de Kyungsoo aumentaram e ele começou a tentar mover o quadril em direção ao maior, cheio de uma necessidade incontrolável e instintiva se contraindo ao redor dos dedos que invadiam seu interior macio. 

- Rápido... P-Por favor... - gemeu angustiado e Sehun logo o atendeu, estocando os dois dedos mais rapidamente no interior macio. Com a mão livre, começou a se masturbar preguiçosamente, as pupilas dilatadas incapazes de desviar um centímetro que fosse daquele Kyungsoo que gemia todo entregue de olhos fechados em sua cama.

Seus sons ficaram mais altos e seu corpo todo tremia; o lubrificante melava e escorria pelos dedos de um Sehun que gemia rouco apenas pelo prazer de olhar para o outro. E, cada vez mais rápido, ele sentiu o menor se contraindo com força ao redor de si e gozando sem nem ao menos ter sido tocado. Será que era só assim que ômegas tinham prazer? Sehun não sabia responder aquela pergunta, mas achava adorável as bochechas afogueadas do outro pela vergonha e pelo prazer.

Só que não era o suficiente. Nem para Sehun e muito menos para Kyungsoo que ainda estava duro mesmo após o orgasmo. O maior se debruçou sobre ele, liberando antes suas pernas. Deixou que sua glande melada roçasse contra a entradinha violada do menor e passou a língua do pescoço do outro até o lóbulo de sua orelha, sussurrando ali. 

- Você ainda quer mais, hyung? - perguntou com a voz maliciosa. 

- S-Sim, Sehunnie... Tá doendo...

- Vou fazer parar de doer... - sussurrou, dando espaço para que ele pudesse se mover. - Fica de quatro, Soo... 

E ele o obedeceu de pronto, virando-se sob o corpo do beta e se empinando um pouco. O mais novo se aproximou e deu beijos suaves por suas nádegas firmes, então encaixando todo o corpo ao dele e deixando leves mordidas em seus ombros tesos. Encaixou a glande na entradinha rosada e forçou cada vez mais para dentro, até estar por completo no interior de ômega. Ele rebolou em sua direção, empurrando-se para trás como se tentasse ficar mais próximo. 

- A-Ah, Hunnie... - ele gemeu, de forma arrastada e levemente dolorida - M-Mais...

Sehun segurou nos quadris dele e pressionou contra sua virilha, começando a estocar devagarinho. Fechou os olhos e deixou que o aroma doce que vinha do outro o embriagasse; o corpo movia-se por conta própria e sua consciência se recolhera para algum canto distante de sua mente. Era puro instinto. 

E ainda que Sehun não fosse um alfa como Chanyeol, havia algo nele. Algo meio implícito na forma como ele apertava os dedos ao redor da cintura do outro, que não era tão dominante assim mas não deixava a desejar. Era discreto, uma autoridade fria que mesmo instintiva parecia tão calculada. E meu Deus, como era bom o sexo. Como ele sabia onde tocar e onde estocar, como ele sabia a maneira certa de beijar e morder. Como conseguia arrancar de Kyungsoo seus gemidos mais manhosos. Cada vez mais e mais altos a medida que ele aumentava a velocidade e a força da penetração no corpo pequeno, com uma fina camada de suor o cobrindo. 

Puxou os cabelos do ômega e afundou o rosto em sua nuca, seus dentes se fecharam ao redor da pele macia. Se fosse um alva, aquilo seria irreversível. Kyungsoo deu um gemido mais arrastado, seus braços perdendo a força de forma que ele tombou para frente e apenas deixou o quadril erguido, mais exposto. Aquilo foi suficiente para que o maior começasse a estocar de forma mais rápida e constante, mirando sempre no ponto mais doce do outro e o apertando com toda possessividade. De sua garganta rompiam rosnados baixinhos e em seus olhos as íris foram engolidas pelo breu de suas pupilas. 

- D-Dentro não, por favor... - o menor pediu, escondendo o rosto nas mãos e Sehun assentiu, o abraçando enquanto continuava estocando forte. - S-Sehunnie... - gemeu arrastado, o corpo pequeno sofrendo deliciosos espasmos enquanto atingia o segundo orgasmo.

Os olhos do maior reviraram enquanto sentia o outro se contraindo de forma tão gostosa ao redor de si e quase que não teve tempo de se retirar de dentro do menor antes de gozar sobre ele abundantemente, tomando o próprio falo entre os dedos e se tocando até que o último espasmo tomasse seu corpo.

Sehun sentou sobre os próprios joelhos e fitou por alguns segundos a visão de Kyungsoo com o quadril erguido, largado na cama.

- S-Sehun? - ele o chamou e sua voz estava manhosa e fraquinha. 

Mas o beta apenas se levantou da cama, deixando-o para trás e se trancando no banheiro do quarto. Kyungsoo sentou-se na cama. Estava com sono, seu quadril doía um pouco e a realidade do que fizera começou a atingi-lo. Ele se levantou e foi até a porta do banheiro, batendo devagarinho. 

- Sehun? Eu... - parou. O que poderia dizer? Que sentia muito? Que não se controlara? Duvidava que aquilo fosse ajudar.

E, sem nenhuma resposta do mais novo, ele se vestiu e foi embora.
 

 

 

 

Àquela foi a única semana, com exceção talvez a vez que Sehun pegou catapora e ficou no hospital longe do amigo quando tinha 5 anos, que eles passaram o maior período de tempo longe um do outro. E por longe, isso queria dizer a distância de um teto, enquanto Sehun ficava em sua cama fingindo que não estava tentando ouvir qualquer mínimo ruído de Kyungsoo e seu cio no andar de baixo. E ele estava estranhamente silencioso, sem nenhum de seus gemidos chorosos ou o som ritmado que a cama fazia quando o menor se esfregava nela e aquilo preocupou o maior. Mas ele se recusava a ir até a casa do amigo.

Na verdade, Sehun estava com medo de qual seria sua relação ao vê-lo ainda no cio. O cheiro do lubrificante natural ainda estava impregnado em seus lençóis - ele tivera que dar umas boas desculpas para que a mãe não ficasse mais desconfiada do que já estava - e aquilo lhe rendera várias ereções e sonhos molhados naqueles dias. 

E quanto o sexto dia chegou e o aroma já se havia ido, o jovem Oh decidiu que estava preparado para encarar o menor e resolver o que deveriam resolver, se é que havia algo. Bater na porta do outro fora uma das coisas mais difíceis e suas pernas ameaçaram ceder quando quem abriu a porta foi o outro, lhe encarando com aqueles enormes olhos castanhos. Ambos coraram.

- Sehunnie... Eu... achei que não queria mais me ver... - ele falou, dando espaço para que o maior entrasse e fechando a porta. Sehun passou por ele e ficou aliviado em sentir o cheiro de ervas do sabonete do menor, seguindo direto para o quarto. 

- Me desculpa por... - o mais novo começou, dando um suspiro baixo e Kyungsoo apenas chacoalhou as mãos em frente ao rosto dele. 

- Y-Yah! Você não tem o que se desculpar... Eu... eu pedi... - ele sentou-se ao lado do maior e cruzou as pernas sobre a cama.

O silêncio se abateu sobre eles. E depois de alguns segundos, Do Kyungsoo falou.

- Eu queria... pedir desculpas... por não ter entrado no táxi... - ele murmurou e Sehun sentiu algo desagradável no estômago, mas mesmo assim se forçou a murmurar.

- Tudo bem... Ele é um alfa e como você disse... não dá pra controlar... - havia algo amargo em sua voz que não passou despercebido ao outro. - Ei, hyung... Você lembra do.. seu primeiro cio? - perguntou.

- Uhum...

- Eu... Eu fiquei do lado de fora do seu quarto e... Seu cheiro era bom... Eu não entendia muito bem na época mas eu meio que quis ser um alfa... Não porque eu queria transar com você e sim porque... era você... - ele deu um sorriso meio sem graça. - E quando a gente fez aquela promessa, eu fiquei feliz... eu não sei explicar, mas era como se não importasse se eu era um beta ou se você fosse um ômega... parecia certo. Eu nunca imaginei que isso pudesse afetar a gente... Até aquele dia... - ele deu um suspiro e brincou com os próprios dedos, então fitando o menor.

- Sehun... Me desculpa... - ele sussurrou culpado.

- Já faz um tempo que... eu ando alimentando algumas esperanças de... sabe, falar para o hyung que eu me sinto atraído por ele... mas um alfa sempre vai ser melhor... 

Kyungsoo corou até a raiz dos cabelos e de início gaguejou tanto que não era possível entender nenhuma de suas palavras. Quando falou, foi com a voz baixa e carregada de vergonha.

- E-Eu... Eu gostei de... ter feito com você, Sehunnie... - aquilo fez o outro corar também. - E... eu acho que você é melhor do que um alfa...

- Sério?! - o jovem Oh parecia desconfiado.

- Sim... - Kyungsoo se aproximou dele devagarinho até conseguir segurar seus dedos. - E se... Sei lá, você quisesse... Tentar de novo algum dia desses... Eu iria gostar...

Sehun sentiu algo esquentar em seu corpo e se aproximou do outro, inclinando-se sobre ele. 

- Hyung... Eu posso te beijar?

E quando os lábios se tocaram novamente após um leve aceno de cabeça do outro, Sehun teve certeza de que não importava o cio, não importava a raça, não importava se ele não era um alfa. E antes que deitasse seu hyung na cama e o tomasse para si, percebeu que, quando se tratava de Kyungsoo, tudo aquilo era absolutamente prescindível.

 


Notas Finais


Eu prometo que a próxima ABO (de muitas, espero) será mais elaboradinha <3
Espero que tenham gostado <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...