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História Presente de Natal - Rumo a um obstáculo


Escrita por: Bryhanny

Capítulo 25 - Rumo a um obstáculo


Por mais que Nathaniel quisesse fazer Kentin sofrer mais um pouco, não seria justo com Bryhanny. Sabia muito bem que de certa forma a moça só estava nessa situação por causa da sua família. Esse imenso jogo de intrigas na busca pelo poder havia transformado sua família numa das mais ricas de toda a Inglaterra, mas a que preço? Todos os dias nos últimos três anos teve que ver o resultado da ganância do seu pai no rosto de Bryhanny e Rosalya. O pai dela melhor amigo do seu, responsável pela supervisão das minas de jade na Índia morrera gravemente doente deixando duas filhas pequenas sem qualquer proteção, mas isso não era mais problema para ele. Pelo contrário, era a oportunidade perfeita para subir mais um degrau em direção ao trono. Agora só faltava casar sua irmã com algum parente do rei. Ou com o próprio rei, se possível fosse.

Esse foi o principal motivo por Nathaniel ter resolvido cortar laços com sua família, por não concordar com toda essa trama maligna. Por causa deles as meninas nunca mais poderiam ter uma vida normal com o que lhes era de direito. 

-Vamos abrir o jogo. Você não gosta de mim e nem eu de você, mas temos algo em comum. Ambos queremos proteger a Bryhanny e a Rosa.

-Isso é bastante óbvio, mas ainda não entendo a casa incendiada nem essa viagem enfadonha ao seu  lado a que me submeti.

-Permita-me explicar-lhe. Quando você foi embora seu fiel amigo deu algum dinheiro à Bryhanny para que ela recomeçasse. Uma espécie de recompensa por ela ter sido tão solícita com Vossa Alteza.

Uma nota de desprezo foi sentida por Kentin na voz de Nathaniel. Mas o que mais lhe preocupou foi a informação de que Armin havia pago Bryhanny. Do jeito que a moça era orgulhosa, não era difícil imaginar a reação dela. E como Armin já havia mentido antes, ficou a imaginar o que mais ele havia feito para manter a moça à distância. Como odiava essas tramas elitistas que o faziam ficar sempre longe das coisas que gostava! O primo do rei não pode fazer isso, não pode fazer aquilo, não pode sair para onde quiser, não pode andar com quem quiser, não pode amar quem quiser.

Raiva encheu seu peito enquanto olhava para a construção escurecida que caçoava da candura do ambiente.

-Ela comprou esta casa, mas antes que pudesse mudar-se criminosos a incendiaram. -Nathaniel completou tristemente. -Eu consegui um emprego para ela em uma das casas da minha família. Não pude fazer muito mais.

Kentin o encarou esperançoso.

-Qual?

-A residência de verão. Aquela onde a Ambre costuma dar bailes.

Essa informação foi como um soco no estômago de Kentin. Para encontrar Bryhanny ele teria que enfrentar Ambre. Não que a moça lhe nutrisse algum sentimento bom. E a recíproca era verdadeira, no entanto, os interesses políticos estavam acima de quaisquer sentimentos. Mas se para reencontrar sua amada tivesse que passar por esse constrangimento, então que seja. Não seria agora que teria medo daquele lobo em pele de cordeiro.

À frente da igreja, um moço de cabelos grisalhos entregou-lhe as rédeas de seu cavalo. Kentin não dissera uma palavra sequer na viagem de volta, mas antes de montar encarou mais uma vez o moço em hábitos religiosos:

-Obrigado. -falou baixinho meio sem vontade. -Por tudo.

-Apenas diga-lhe que sinto muito.

Kentin sabia a que ele se referia. Na época não se encontrava na Inglaterra, mas ouvira comentários sobre a morte de um dos antigos conselheiros do rei, mas nada mais se ouvira falar do sucedido a sua família.

A residência de verão não ficava muito longe, mas o maior desafio nem era esse. A irmã gêmea de Nathaniel era uma das mais acirradas pretendentes suas. Não que se considerasse um conquistador, mas sua posição social era como mel para abelhas.

A tarde já ia alta quando ele percebeu que não conseguiria chegar a tempo mesmo que continuasse cavalgando a toda velocidade. Deveria torcer para não ser noite muito avançada quando precisasse enfrentar seu destino final.

Lady Manon nunca imaginaria que seu filho cavalgava naquela direção, caso contrário teria lhe oferecido uma carona em sua charrete, ou quem sabe lhe pedido uma em sua sela, mas acreditava que não seria bem vista pela sociedade por ser quem era apesar de sempre ter tido vontade de saber como era cavalgar velozmente um corcel negro sentindo os cabelos ao vento. Talvez se agisse assim não teria que lidar com encontros indesejáveis como esse que acabara aceitando. Logo à sua frente estavam os portões da mansão do Lorde Francis onde lhe aguardava uma linda moça de cabelos loiros com o mais sofisticado aparelho de chá que o dinheiro podia comprar.

-Lady Ambre a aguarda, Vossa Alteza. -falou um dos serviçais a postos no portão de entrada.

Foi recepcionada como uma rainha apesar de ter se atrasado alguns minutos propositalmente só para caçoar com os bons modos da nobreza londrina.

-Lady Manon. Que bom enfim encontra-la! -falou a anfitriã toda sorrisos caminhando em sua direção.

-Ouvi dizer que o seu chá é o mais saboroso de toda a Inglaterra. -Manon respondeu cumprimentando-a.

Isso encheu ainda mais a moça de alegria. Nada podia dar errado, afinal, conquistar a mãe era o primeiro passo para conquistar o filho. Sacudiu uma vez o sininho a fim de solicitar a presença de uma das empregadas. Quem apareceu foi a novata de cabelos escuros a quem antipatizou logo no primeiro momento mas só a aceitava por causa do seu irmão teimoso que insistira em lhe dar um emprego. Não sabia qual a relação entre os dois mas não era da sua conta quantos mendigos seu irmão pretendia alimentar desde que não sujasse sua reputação.



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