1. Spirit Fanfics >
  2. Presságio >
  3. Fantasmas

História Presságio - Fantasmas


Escrita por: DakeN

Notas do Autor


Alô criançada, 3 capitulo saindo num prazo bem razoável hein?
Parece que eu estou tomando jeito na vida :DDDDDDDDDDDDDDDD

Brinks, ainda sou um preguiçoso do caralho.

Espero que gostem e muito, não esqueçam de comentar o que acharam, é muito importante.

Se divirtam ai com o primeiro capitulo narrado na perspectiva de Lou, espero que gostem dele : )

Capítulo 3 - Fantasmas


Fanfic / Fanfiction Presságio - Fantasmas

Em qualquer época do ano, o sol brilhava forte na ilha Moena, de Janeiro a dezembro, até durante o inverno a ilha ainda era quente. Isso combinado com as praias, os ventos refrescantes e as diversas arvores criavam um clima de descontração sem igual. Era extremamente difícil pensar em coisas ruins, ficar deprimido ou ter medo num lugar como aquele, principalmente para quem é de fora.

Curiosamente, o povo de Moena sempre fora extremamente supersticioso.  Era comum para os mais velhos andarem com bigodes de roedores trançados em forma de colar, dizia-se que afastava os maus espíritos e trazia bons ventos.

Lou nunca acreditou em nada disso durante sua vida, sempre viu as tradições mais supersticiosas como bobagem e não conseguia entender como alguém  podia ter medo de fantasmas num lugar como aquele. Talvez se os velhos dali passassem alguns dias na sua cidade natal, veriam o que é ter medo de verdade.

Crescera numa cidade cinza e sem vida, nos subúrbios das regiões mais pobres de johto, só foi conhecer a ilha com uns 8 anos de idade quando seu pai se separou de sua mãe e pediu demissão do emprego. “Vida nova filho, novas oportunidades” Era o que o pai dizia, e Lou sempre tomou aquilo como lema para a vida.

Ultimamente porém, Lou começava a sentir um pouco das tradições na pele. De repente sentia a ilha mais sombria, o festival mais apagado e seu melhor amigo mais soturno. Não sabia bem o que estava acontecendo com Kal, mas sabia que tinha alguma coisa, o amigo não era do tipo que desabafava com frequência.

Aliado a isso, sentia um vazio existencial que não sabia explicar. Pensava que não sabia muito bem o que estava fazendo da vida, que não gostava do jeito que as coisas estavam e que estava farto de depender do pai para tudo. Imaginava constantemente o fatídico dia após o ritual final da ilha em que poderia partir finalmente em viagem, e ficava triste por saber que Kal não estaria com ele.

Um medo agudo das coisas não darem certo também o assolava, achava que estava melhorando como treinador a cada luta com Kaleo, mas olhando os outros garotos da sua escola, parecia que estava a quilômetros de distancia de suas habilidades.

Pensava em tudo isso enquanto ajudava uma velhinha a atravessar a rua, a terceira nos últimos vinte minutos, o pai tinha pedido para que achasse Kaleo, que estava bem atrasado para o trabalho hoje; No caminho para a casa do amigo, já tinha ajudado meia cidade e falado com umas cinco pessoas. Lou sempre gostou de ajudar quem quer que fosse, mas as vezes sentia que alguma força invisível praticamente o obrigava a faze-lo. Kal sempre dizia que ele era o “profeta de nossa era”.


           – Kaaaaal! – Gritou assim que chegou perto da casa do amigo, mas estranhamento não teve resposta. Intrigado pelo silêncio incomum, resolveu dar a volta e ir checar o pequeno pedaço de terra que Kal gostava de chamar de quintal.

Antes de chegar lá, Kaleo apareceu meio correndo e respirando rápido, sujo de terra nas mãos, camisa e rosto.

– Oi, coe cara. – Kaleo disse simplesmente, e ficou parado esperando Lou falar alguma coisa.

– Ta todo imundo hein, que merda. Tava fazendo o que? – Implicou com o amigo como de costume

– Aaahn, nada demais, só tava plantando umas mudas...

– Você plantando? Não acredito... – Lou disse em tom de brincadeira, e Kaleo só balançou a cabeça e foi se afastando do jardim. Lou achou que ele estava ligeiramente estranho mas lembrou para que veio – tu ta atrasado pro trabalho, bora logo porra, to fazendo tudo sozinho lá!

– É, é mesmo... Desculpa, eu dormi demais e não reparei na hora. – Kal disse e correu pra dentro de casa – Deixa eu só trocar de camisa e lavar as mãos.

– Depois do trabalho vai rolar um evento de um dos compradores do meu pai, vai ficar bom. Ta afim de ir? – Lou foi falando enquanto Kal se arrumava dentro de casa. Ao sair, Lou reparou que Kal parecia meio sem jeito e sem saber o que dizer. “Ta, eu vou” foi a resposta.

Os dois seguiram para o trabalho sem falar muito, Kal estava estranhamente quieto e Lou não encontrou nenhuma piada padrão pra aliviar o clima. Ainda parou para ajudar algumas velhinhas no caminho, mas sem muita vontade de faze-lo.

 

 

_______________________________________________________________________________

 

O dia passou devagar, arrastado, deprimente. Lou chegou no evento com uma disposição extra para se divertir, queria tirar o clima ruim da mente e beber um pouco.

O evento era perto da grandiosa arena de madeira no pé do vulcão mais famoso da ilha, lá a tradicional luta pelo escolhido era feita perto da finalização do festival. O comprador do pai – uma das pessoas mais distintas que Lou já vira: tinha longos cabelos vermelhos e uma mecha bem branca perto do olho direito – alugou uma das plataformas elevadas que rodeavam o local, destinadas aos turistas com mais dinheiro. Dali, Lou conseguia ver todas as pessoas dançando dentro da arena, que acabava virando um grande palco antes do dia da competição. A tradicional fantasia compartilhada de gyarados se agitava ao redor das pessoas, com vários pés ágeis gerando seu movimento e vida, estava particularmente bem grande esse ano, os turistas sempre se encantavam com isso.

Lou respirou aliviado, adorava esse tipo de lugar.

Várias musicas tradicionais da ilha tocavam ao fundo, Lou bebia um copo generoso de uma bebida alcoolica caríssima enquanto ria e fazia piada com alguns dos gerentes da empresa, todos falando de mulheres, rugby e de situações engraçadas que aconteceram nos últimos negócios. Seu pai estava se divertindo também, muito bem recebido por aqueles homens que eram imprescindíveis para os negócios.

Kaleo porém, estava parado em uma das pontas da plataforma elevada olhando atentamente para algum ponto lá embaixo.

– Ta tranquilo ai? – Lou perguntou ao chegar perto do amigo, deixando de lado por um tempo a pequena roda de executivos.

– Ahn? Sim, tranquilo – Respondeu simplesmente, e bebericou um pouco do copo que trazia na mão.

– Por que você ta parado ai sem falar com ninguém? Geral ta ali na roda, chega junto, eu não me arrumei todo e fiquei todo gostosinho atoa. – Lou fez uma ligeira dancinha simulando sua “gostosice”, queria animar o amigo de leve.

Kal riu a contra gosto e fez a cara que sempre fazia quando Lou falava alguma coisa estranha – Por que você é desse jeito cara? – Kal disse e deu as costas ao que estava vendo, foi até a mesa e pegou um pão torrado com molho – Eu estava olhando os funcionários da empresa se preparando para a apresentação daqui a pouco, eles parecem ser treinadores experientes.

– Que isso cara, relaxa um pouco. Amanha nós voltamos a treinar. – Lou disse com um ligeiro tom de impaciência, Kal conseguia irrita-lo as vezes com seu jeito obsessivo de pensar nas coisas. – Pega uma cerveja, fala um pouco ali com os executivos, quem sabe a gente não consegue algum favor deles no futuro? – A ultima parte sendo dita mais baixo, perto do ouvido de Kal.

Kaleo assentiu e foi seguindo Lou até a roda de executivos, todos ainda conversando sobre os mesmos assuntos, um deles contanto uma estória que conseguia misturar rugby, mulheres e negócios ao mesmo tempo. Lou riu várias vezes, mas Kal continuava só bebendo quieto e olhando para trás disfarçadamente.

A noite seguiu assim até que o dono da companhia resolveu falar, foi até um dos extremos da plataforma e todos se calaram.

– Amigos, sócios, companheiros – Começou, com uma voz tranquila, quase melódica – Fico muito feliz de receber vocês aqui hoje no coquetel de comemoração ao mais novo produto SmartTec. Se todos tiverem interesse, poderão ver os nossos mais habilidosos treinadores usando agora mesmo os aparelhos de treino modelo V5.

A maioria foi se aproximando da sacada, e todos passaram a observar o ponto onde Kal estava olhando mais cedo.

– A nova tecnologia vai facilitar e potencializar o desenvolvimento de vários aspectos no trato dos pokemons, inclusive a federação internacional já entrou em contato conosco. – Vários murmúrios de surpresa e aprovação. A federação era responsável pela supervisão geral das ligas, da elite dos 4 e da organização formal do torneio mundial. Só os melhores eram contratados por ela. – Daqui a poucos minutos o resultado será demonstrado no palco. Obrigado pela presença.

Ao finalizar o discurso, virou-se de costas e foi observar seus treinadores como os demais.

Lou colou na sacada perto de Kaleo e foi curioso ver o que seria esse novo aparelho. Viu diversos treinadores de camisas pretas com o logo da SmartTec usando aparelhos mega sofisticados grudados ao corpo dos pokemons, a maioria fazendo uma série de exercícios básicos.

Seguiu o olhar de Kaleo e encontrou um rapaz bem alto e corpulento, com o cabelo castanho e um olhar severo. Na frente dele, um growlithe com quatro aparelhos presos nas patas corria de um lado para o outro, desviando de alguns cones e pulando alguns aros.

– Aquele maluco ali parece mauzão – Lou comentou e apontou pro sujeito.

– Ele tem mania de mexer muito as mãos quando da uma ordem – Kal respondeu

– Porra... Então deve ser mais ruim ainda, imagina um troglodita desses gesticulando enquanto grita com você – E riu acompanhado pelo amigo.

Lou olhou para o lado de leve e notou que o pai cochichava com o dono da empresa, o ruivo deu uma olhada rápida na direção de Lou e Kal, fez um semblante de reconhecimento e respondeu ao pai. 

– Não olha agora, mas acho que meu pai está fazendo propaganda da gente pro Jacques – Lou falou de canto de boca, e se inclinou pra frente na sacada da plataforma.

– Quem é Jacques? – Kal respondeu, se inclinando pra frente igual.

– O dono da empresa, o cara ruivo com uma porra branca no cabelo. Não olha! – Disse rispidamente dando uma cotovelada quando Kal ameaçou olhar, recebeu uma cara sínica de impaciência em resposta.

Antes que pudessem falar mais, uma salva de palmas e barulhos de agitação chamaram a atenção de todos. Os funcionários começaram a se dirigir ao palco aos poucos, e as pessoas iam saindo e sentando nas arquibancadas feitas para assistir o espetáculo.

Uma modelo genérica foi até o meio do palco e começou o discurso padrão de como a SmartTec era a melhor empresa de tecnologia e como eles faziam os melhores produtos, Lou achava isso um saco. Pensou em gritar “Vocês estão cagando pro meio ambiente!”, mas decidiu que não ia adiantar em nada. Sempre se importou muito com a questão ambiental e a exploração de recursos, mas não tinha quem pudesse compartilhar essas ideias.

As demonstrações prosseguiram e até Lou teve que admitir, eram realmente impressionantes. Apesar da apresentadora avisar que eram apenas protótipos, o que prometiam parecia incrível.

A maioria dos produtos era uma espécie de prótese que ao ser colocada nos pokemons, estimulava ao máxima suas capacidades musculares ou genéticas. Em teoria, o treino com pokemons usando aquilo seria absurdamente mais proveitoso e com menos riscos.

Growlithes, machops, um Onix e até mesmo um Blaziken faziam várias acrobacias usando as próteses que eram colocadas em pontos estratégicos. Alguns aparelhos de treino convencionais com uma cara mais moderna também eram mostrados: Balões com um material incrivelmente resistente e elástico, sacos de areia mecanizados que tentavam acertar o pokemon na plataforma e uma espécie de pilão mecânico que testava a força bruta do pokemon que o empurrasse de vários ângulos ajustáveis.

Após alguns aplausos moderados, a apresentadora retomou o microfone e todos os treinadores e aparelhos foram retirados do palco, menos o troglodita e o dono do machop.

– E para mostrar na pratica os resultados dos treinos intensivos, dois dos nossos melhores treinadores vão dar um pequeno gosto a vocês de como será o torneio do escolhido daqui a alguns dias. Segurem-se nos assentos e aproveitem! – A modelo genérica anunciou e apontou para os dois desafiantes.

– Finalmente. – Kal declarou, empolgado pela primeira vez no dia.

Os dois treinadores se afastaram para seus respectivos lugares, growlithe e machop se posicionaram a frente deles, visivelmente ansiosos para lutar.

A modelo foi para um dos lados da arena – Preparados? – Perguntou olhando de um lado para o outro e depois para a plateia – Comecem!

E com o grito da anunciante, o growlithe partiu desenfreado fazendo zigue zague na direção do oponente. Machop por sua vez, se preparou numa pose de batalha e esperou as ordens do dono.

– Ember – O dono do growlithe falou calmamente, mas a voz dele soou alta mesmo assim. 

O humilde jato de fogo foi cuspido durante a corrida, nenhuma das chamas pegou no oponente. “Que ruim” Lou pensou e sorriu sozinho. Um pouco depois, reparou que as chamas pegaram na madeira da arena e praticamente cercavam o machop, tornando difícil a movimentação deste.

– Malandrão você né? – O outro treinador gritou irônico – Focus Energy!

O macho recuou dois passos, juntou as mãos e respirou fundo várias vezes, uma luz alaranjada começou a surgir em volta dele.

– Muito óbvio – O outro respondeu  – Roar.

O pokemon quadrupede começou a correr em círculos em volta do outro, latindo estridentemente. O barulho absurdo desconcentrou o machop que não conseguiu aplicar a concentração da melhor maneira possível.

De repente, o machop partiu desenfreado correndo na direção do growlithe, passando por vários pequenos focos de incêndio deixados pelo ember e se queimando. Seu dono gritou algo ininteligível e o pokemon respondeu saltando quase dois metros em arco, descendo com o punho esticado.

O growlithe pego de surpresa, não conseguiu desviar a tempo e foi acertado em cheio no tronco. O chão de madeira abriu uma grande rachadura fazendo um barulho terrível como de um osso quebrando.

– Caralho, ele deve ter morrido depois dessa. – Lou falou rindo e batendo com a palma da mão na sacada.

Machop foi jogado para trás depois do impacto, se recompôs e começou a correr na direção do growlithe caído. O pokemon se levantou de súbito e começou a recuar com dificuldade desviando das rachaduras do chão de madeira. Machop perseguia-o, aplicando uma série de golpes com as mãos e os pés a esmo.

Um pouco depois o growlithe tentou desviar de um soco e de uma rachadura ao mesmo tempo, tendo que pular no ar.

– Rolling Kick! – O dono do machop reagiu rápido e ordenou o ataque assim que o growlithe saiu do chão.

O pokemon humanoide rodou no próprio eixo e destacou a perna direita, desferindo um poderoso chute na boca do oponente, que caiu alguns metros para trás.

A plateia era um misto de vibração e choque pela violência dos impactos.

Lou procurou com o olhar o treinador mauzão, imaginando se ele ainda estaria com o semblante calmo. Para sua surpresa, o mesmo estava rindo discretamente.

– Morning Sun. – Ordenou. O growlithe caído levantou se tremendo de raiva, latindo muito, uma luz dourada emanou do corpo dele, e os sinais de cansaço e dor desapareceram quando esta se apagou.

– Caralho, que golpe era aquele? – Lou perguntou para Kal, impressionado com a demonstração. “Também não sei” ouviu o amigo responder empolgado.

A situação tinha se invertido: agora o machop parecia apresentar sinais de cansaço, provavelmente por causa das queimaduras que teve que aguentar desde e o começo da luta. E pior, agora estava do lado da arena que tinha mais rachaduras, teria que esperar o growlithe agir primeiro ou estaria em desvantagem.

Surpreendentemente, o dono do machop ordenou outro focus energy, “que burro, o growlithe simplesmente vai usar roar de novo” Lou pensou, mas se enganou, o troglodita ordenou algo que Lou não conseguiu ouvir direito e o growlithe começou a correr pra frente raivoso.

Chamas começaram a cercar o corpo do quadrupede, até que ficaram tão violentas que cobriram o corpo todo dele.

– Karate Chop, rápido! – O treinador oposto ordenou ligeiramente desesperado assim que o machop terminou a meditação.

Os dois pokemons correram na direção um do outro, o machop pulou contra a bola de fogo com os dois braços em formato de X, aplicando dois karate chop juntos.

Uma explosão de luz e fumaça feriu os olhos de Lou, que piscou várias vezes. “Que luta foda” foi o que pensou enquanto protegia o rosto.

Após a fumaça baixar, todos puderem ver estarrecidos que o machop se encontrava caído a metros de distancia e o growlithe permanecia em pé no meio da arena arfando de cansado.

Uma explosão ensurdecedora de gritos e aplausos tomou conta do espetáculo, os executivos elogiando com vontade enquanto acompanhavam a torcida.

– Caralho, mas que luta foda. Nunca vi uma tão disputada – Lou gritou cutucando Kal

– Foi muito foda mesmo, mas não foi disputada não.

– Que, ta maluco? Tu viu a mesma luta que eu? Os dois tomaram um sufoco! – Lou respondeu indignado e notou como o treinador do growlithe tinha ido até o centro da plataforma e agora levantava o próprio pokemon fazendo carinho e brincando com ele. Não pode evitar de pensar o quão bizarro era a cena, parecia até mais assustador pensar num cara desses assim do que se estivesse irritado.

– O mamoswine ali tinha tudo sobre controle... Cada vez que o pokemon dele era atingido, foi uma oportunidade de usar um ataque que diminuía a defesa do machop. – Kal disse, ainda olhando para a arena e fazendo a mesma cara de estranhamento que Lou fizera ao ver o tratamento do treinador com seu growlithe – Provavelmente ele já sabia que o machop ia se cansar, e estava contando com aquele golpe estranho que recuperou a energia do pokemon dele... Fez tudo isso de propósito querendo dar um show ao publico, muito esperto.

Lou achou um pouco improvável que realmente tivesse acontecido tudo isso, prestes a responder, foi interrompido por uma voz melodiosa vindo de trás dele. – Tem um olho bom garoto – Disse Jacques, que aparentemente estava ali a um tempo.

Kal pareceu surpreso e não soube bem o que responder, só agradeceu sem jeito.

– O que você acha de ir visitar nossa filial aqui na ilha antes do campeonato?  Se estiver planejando entrar na competição pode te ajudar muito.

Lou viu os olhos de Kal se encherem de brilho, e não pode deixar de se sentir magoado por Jacques não ter falado com ele também. Mas antes que o amigo pudesse responder, viu as feições dele mudarem do nada, parecia que Kaleo tinha visto um fantasma.

– Desculpa senhor, provavelmente não tenho tempo pra isso, tenho que visitar minha irmã e fazer meu trabalho. Com licença, não estou me sentindo bem. – Kal respondeu e foi meio correndo em direção a escada de saída da plataforma.

Surpreso, Lou seguiu o amigo com o olhar e percebeu que o que tinha gerado aquela reação era um homem branco, alto e careca que chegava no recinto.

– Seu amigo não pareceu gostar muito da sugestão – Jacques se dirigiu a ele, mas sem tirar os olhos de Kal que descia as escadas – Talvez ele fique mais interessado se souber que nossa empresa pretende dar uma recompensa simbólica em dinheiro ao vencedor do torneio desse ano... Acho que ele pode gostar disso – E riu divertido.

Lou pediu desculpas meio enrolado e foi ao encalço do amigo enquanto o recém chegado, Jacques e seu pai se sentavam em um dos bancos para conversarem sobre negócios. Reparou que o desconhecido tinha uma marca preta no pescoço, provavelmente de uma tatuagem que tomava boa parte das costas.

– Que isso cara? O que ta acontecendo contigo – Lou falou meio alto, depois de ter descido as escadas correndo e alcançado Kal – Como tu sai correndo assim e dispensa um convite desses?!

Kal viu o amigo e diminuiu o passo, mas continuou seguindo para longe do evento. – Eu tive meus motivos – disse simplesmente.

O estresse de Lou atingiu seu auge – Você sempre tem seus motivos pra fazer o que quer, isso já está enchendo o saco. – Gritou – Você não pensou que recusar esse convite talvez pegasse mal pro meu pai? Depois de tudo que ele faz por você, que tal pensar um pouco nele?!

Kaleo parou de andar e virou para encarar Lou. Visivelmente muito irritado.

– Tudo que ele fez por mim? Tipo mentir pra mim todos esses anos? Dizendo que comprar a merda da licença de treinador e me deixando sem nada agora? – Kal gritou de volta – Me diz exatamente... Exatamente pelo que eu deveria ser grato? Por que ele teve o minimo de pena de dois órfãos abandonados pelos pais?

Lou não sabia o que responder, ficou chocado pelo fato de Kaleo saber disso. Como poderia? Pensou no que falar mas sentiu que ia começar a gaguejar, sempre gaguejava quando ficava nervoso.

Antes que pudesse dizer alguma coisa, Kal deu as costas e começou a correr desenfreado.

Lou ficou algum tempo parado olhando a direção que o amigo tinha corrido, sem saber como diabos as coisas tinham ficado daquele jeito.


Notas Finais


Está ai, espero que gostem muito.

Criticas são sempre bem vindas : )


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...