1. Spirit Fanfics >
  2. Presságio >
  3. Vivo

História Presságio - Vivo


Escrita por: DakeN

Notas do Autor


Capitulo 4 chegando quentinho. Particularmente esse foi um dos meus favoritos, espero que vocês gostem muito.

Estou conseguindo manter uma frequência razoável, YO!

Tenho um pedido a vocês que leem a fic, divulguem para seus amigos que gostam de fics ou pokemon, tenho certeza que eles vão gostar e vocês vão ter sobre o que conversar! Obrigado : D

Capítulo 4 - Vivo


Fanfic / Fanfiction Presságio - Vivo

– Então eu joguei na cara dele que sabia de tudo isso e sai correndo. – Kal terminou de contar o que tinha acontecido na noite anterior e olhava cabisbaixo na direção da irmã. Resolveu que não tinha mais como fugir, tinha que dizer a ela tudo que estava acontecendo e o que estava preocupando-o.

Moana ficou olhando para ele, até que estendeu os braços pra frente oferecendo um abraço. Kaleo aceitou, e se colocou entre os braços da irmã delicadamente por cima do leito e dos fios.

– Rimão, tenho certeza que você vai conseguir de algum jeito, e sei que o Sr Lou não fez de propósito. –Disse, abraçando-o com o máximo de força que conseguia – Mas de que adianta você ficar preocupado agora? Vai te fazer ser melhor no que gosta? Vai fazer surgir dinheiro pra licença? O que o Sr Lou sempre dizia?

Kaleo disfarçou a reação involuntária ao ouvir o nome do pai de Lou, sabia o que a irmã queria dizer, “Cada problema é uma oportunidade de se superar filho”, era o que ele dizia, mas estava magoado demais agora.

– Que tal você ter um pouco de fé, continuar trabalhando e treinando? As coisas vão melhorar. – Moana disse de forma carinhosa, e sentiu um pouco de dor no corpo.

Kaleo soltou a irmã, ainda frustrado com tudo aquilo que tinha ido lá contar a ela, mas refletiu e pensou o quanto estava sendo egoísta se importando tanto com algo tão pequeno enquanto ela estava numa cama de hospital. No minimo, deveria saber controlar suas emoções, afinal ele que era o irmão mais velho.

– Obrigado Moana. – Disse simplesmente, e os dois continuaram falando sobre a rotina dela no hospital e coisas triviais pelo resto da tarde. Kaleo pegou o Mienfoo de volta, tinha deixado ele lá para fazer companhia a irmã desde a ultima visita, a criatura pulava de empolgação na saída.

Enquanto caminhava pelo hospital, refletia no que a irmã tinha dito, as vezes sentia que ele era o caçula dos dois de tão estupido que era. Moana tinha razão, não era hora pra pensar em problemas pequenos, e sim em soluções.

– Até a próxima enfermeira. – Se despediu como costumava fazer quando chegou a recepção do hospital, mal desviando o rosto para olhar o balcão.

– Kal, não esquece que a próxima visita é só depois do fim do ritual por causa do recesso – A enfermeira gritou avisando e Kaleo virou na direção dela pensando em tirar uma duvida.

Um moleque negro mais ou menos de sua altura estava de costas para ele, parado falando com a enfermeira baixinho. Kal achou a figura estranhamente familiar e se distraiu tentando lembrar de onde conhecia.

– E qual seria o nome do paciente? – Perguntou. O moleque respondeu muito baixo, mas a enfermeira repetiu o nome em voz alta – Brady? Hmmm... Sala 301, qual seria o seu nome e parentesco com o paciente?

Notou que o estranho parecia ligeiramente sem jeito com a pergunta, começou a revirar os bolsos tentando ganhar tempo, claramente nervoso. Foi quando o moleque virou para trás para ver se tinha alguém perto que Kal reconheceu em choque. Era o dono do Cubone que tinha presenciado o assassinato na floresta.

Por alguns segundos Kal ficou sem reação, foi o tempo necessário para que o outro reparasse nele e reconhece-o também. Os dois se olharam paralisados.

– Então, vai me responder ou não? – O tom de impaciência da enfermeira cortou o silêncio e o torpor dos dois. Kal deu um passo pra frente, levantou a mão e começou a articular o que iria dizer, mas foi surpreendido. O moleque empurrou o balcão, deslizou pelo chão da recepção e começou a correr desenfreado em direção ao corredor da esquerda.

– Ei... EI... EI! Sem correr dentro do prédio! SEGURANÇAS! – A enfermeira gritou ao entender o que estava acontecendo. Kal reagiu mais rápido, se pôs ao encalço do contraventor hospital a dentro.

Bateu os pés o máximo que conseguia, todo o sentimento acumulado daquela noite voltaram enquanto tentava alcançar o moleque, sabia que não tinha como ele fugir, não tinha saída desse lado do prédio. Enquanto passavam de corredor a corredor dentro do hospital, vários doentes saíram do caminho assustados, viu um dos seguranças aparecer, mas sem muitas chances de alcançá-los.

Reparou durante a perseguição que o outro corria com um gingado próprio de quem era criado na rua. O fugitivo olhou para trás algumas vezes e chegou a derrubar um amontoado de tigelas de alumínio que estavam empilhadas em um dos corredores, Kaleo simplesmente pulou por cima e continuou correndo.

– VOCÊ NÃO TEM PRA ONDE FUGIR! – Gritou furioso, e pensou em usar o Mienfoo. O pokemon corria ao seu lado, mas sabia que se quisesse passaria os dois com facilidade.

Prestes a dar a ordem, viu que o moleque virou a esquerda na direção das escadas do segundo andar; "Deve estar desesperado", pensou, não tinha como fugir por la, só queria ganhar tempo. Os dois subiram a escada, já bem mais próximos um do outro, deram de cara no corredor principal do segundo andar, cheio de elevadores e uma janela bem no final.

“Não pode ser”, mas sabia que era exatamente isso que ele queria. O fugitivo pretendia pular do segundo andar para a liberdade.

Pouco tempo para raciocinar separou Kaleo do momento decisivo, conforme se aproximavam da janela sua mente trabalhava furiosamente tentando decidir o que faria. O desconhecido não hesitou, continuou correndo a toda velocidade e pulou usando o braço de apoio. Kaleo ainda ficou um segundo surpreso, não acreditando que ele tinha feito isso mesmo.

– Mienfoo, Pound! – A ordem veio assim que se recuperou, seu pokemon se adiantou e  pulou a janela com tudo estendendo a perna numa voadora violenta. Kal parou derrapando a tempo de ver o moleque negro aterrissando numa moita bem grande que tinha logo a baixo e um pouco depois mienfoo acertando em cheio o peito dele, fazendo-o afundar na grama e perder o ar.

Passou devagar as pernas pela janela, segurou-se com o braço pelo lado de fora e pulou com mais cuidado, ainda impressionado pela coragem do fugitivo. Foi andando até a moita, onde o Mienfoo se engalfinhava contra o estranho. Seu pokemon foi jogado para trás reclamando, e o fugitivo recomeçou a corrida, dessa vez claramente machucado e mais devagar.

– Desiste cara... – Kal falou tranquilo, já contando com a vitória, recomeçando a perseguição.

O hospital ficava em um dos extremos cantos da cidade principal da ilha, atrás dele, só haviam arvores, riachos e vegetação rasteira antes de chegar nos pequenos morros que precediam o mar.  Os dois continuaram correndo chegando cada vez mais perto do limite, até que subiram e desceram um dos morros e deram num pequeno bosque. O fugitivo corria como se soubesse muito bem para onde estava indo, e quando Kaleo tinha acabado de pensar nisso, um borrão branco no limite da sua visão o fez virar a cabeça de súbito.

Kaleo reagiu por instinto, se jogou para frente tentando fazer uma espécie de rolamento improvisado, o osso passou voando e acertou uma arvore a sua esquerda com violência. Se levantou do chão rápido e identificou o atacante, o pequeno Cubone do moleque negro vinha correndo tentando pegar o osso de volta.

Não teve pena, correu e desferiu um chute com todas as suas forças no pokemon, que voou para trás choramingando. “O chute que eu estava te devendo, cuzão. Essa é pelo meu braço” Kaleo pensou, realizado, mas por pouco tempo. Sentiu uma porrada violentíssima na lateral da cabeça, perto da orelha, desabou no chão tonto.

O mundo girou para Kaleo, o soco pegou em cheio, ficou alguns segundos tentando se levantar tonto e sem enxergar nada. Quando conseguiu recuperar um pouco do equilíbrio, levantou a cabeça de leve e se arrastou para ver o que tinha acontecido. O fugitivo tinha acertado um soco aproveitando o momento de distração que Kal teve ao atacar o Cubone, agora, este apanhava severamente do Mienfoo no chão, sem chances de revidar.

– Você é um filho da puta mesmsss né... – Balbuciou enrolado, ainda confuso pelo nocaute recebido – Primeiro rouba a porra do dinheiro que eu catei do cara e depois causa esse alvoroço no hospital. Quem é você moleque? Onde está o dinheiro?

Mienfoo parou de agredir o estranho, que gemeu de dor um pouco e se pôs sentado apoiado num tronco de arvore, olhou para Kal misturando raiva e desconfiança.

– E quem é você, mano? Também estava na floresta de noite, também ganhou a corrida de ratatas naquele dia, também queria o dinheiro do mafioso. – Acusou – Se eu sou um filho da puta, o que você é?

Kal se sentiu ofendido e não conseguiu evitar de responder – Eu tenho meus motivos, minha irmã está naquele hospital morrendo. Preciso do dinheiro.

– E o que te faz achar que eu não tenho os meus motivos? – O estranho gritou de volta, claramente irritado.

Kaleo lembrou que o estranho estava no hospital também, querendo visitar um tal de Brady. Por um momento não soube muito bem por que estavam brigando.

Os dois ficaram um tempo em silêncio, Kal com a mão na testa andando de um lado para o outro pensando.

– O que tinha na carta? O que você fez com ela? – Rompeu o silêncio, já mais calmo.

– Ahn? – A pergunta fez Kal voltar a realidade – Eu escondi, pensei que se viessem procurar na minha casa poderia negar e fingir que não sabia de nada se ela não estivesse comigo. Nem li.

– Eu fiz igual. – Respondeu, e fez uma cara como quem pensa, “até que você não é tão burro”, ou pelo menos foi assim que Kaleo interpretou.

– Parece que estamos num impasse, eu tenho a carta e você o dinheiro. Você deve ser esperto suficiente pra saber que se sair gastando vai ser morto rápido. A informação é mais valiosa.

– E dai? Assim como você não vai conseguir vantagem nenhuma com aquela carta na situação de merda que está. – Declarou, sabia jogar o mesmo jogo.

– Sim, verdade. – Kal admitiu – Eu tenho a informação, você o dinheiro, nenhum dos dois é muito valioso agora. Mais importante ainda, eu sei quem são esses caras.

O moleque ficou visivelmente surpreso, depois fez cara de pensativo por um tempo.

Já não sentia tanta raiva assim, os dois tinham apanhado o suficiente. "Ele só estava acuado igual a mim, é burrice brigar", agora, pensava em como tirar proveito da situação.

– Da forma que vejo, precisamos sair daqui. – Continuou – Longe da ilha, podemos usar o dinheiro melhor e dar um jeito de lucrar com a informação. É a unica solução, o problema é que sair da ilha é caro por si só.

– Gosto do seu jeito de pensar, mano. – O estranho respondeu, abrindo um grande sorriso cínico – Mas o que me impede de te encher de porrada e roubar a carta pra mim?

Kal não sabia muito bem ler as emoções do estranho, a cara de bobo e o jeito dele falar confundiam facilmente. Era difícil saber se ele estava brincando ou não, resolveu bancar.

– Por que você não conhece nada da ilha, é óbvio que é estrangeiro; Por que não sabe onde está a carta; Por que seu Cubone está desmaiado e você está fudido. O que me impede de chamar a policia e te prender? – Tentou parecer confiante, mas não soube se convenceu ou não. De qualquer forma, o estranho levantou as poucos ainda com o sorriso esquisito no rosto, foi andando até Kal e estendeu a mão.

– Tanga, Raga. – O estranho falou – Sem ressentimentos sobre as porradas né? Não sabia se podia confiar em você.

– De boa cara... Mas me diz, tu ta de sacanagem que teu nome é Raga Tanga né?!

– Não, é só Raga, mas eu sempre achei foda falar desse jeito.

Kaleo não aguentou e desatou a rir, talvez gostasse mais do moleque do que previra.

 

 

________________________________________________________________________________ 

 

Kal se escondia entre arbustos atrás de um dos mais famosos armazéns de Moena, seu coração batia rápido e as mãos já estavam pegajosas de suor. Uma parte dele dizia insistentemente que aquilo era errado, que ele ia ser preso ou morrer tentando; Outra parte, gritava com toda força: “Ninguém nunca se importou com você! Por que você deveria se importar?!”.

De qualquer modo, teria que se decidir dentro de cinco minutos, tempo combinado com Raga para que o parceiro começasse a confusão e o plano se desenrolasse.

Nas horas seguintes ao incidente do hospital, os dois confabularam incessantemente sobre o plano de ação. Discutiram sobre como poderiam sair da ilha do melhor jeito possível, o fator decisivo foi Raga contar que uma empresa anonima ia doar uma grande quantia em dinheiro para o vencedor de “alguma merda de evento da ilha”. Kaleo sabia muito bem do que se tratava, era perfeito, iriam lavar dinheiro bem na cara dos donos.

O problema era: Raga não podia participar por que estava ilegal na ilha, não quis entrar em detalhes, mas foi categórico nesse ponto. Kaleo poderia, mas ainda era novato demais e não se garantia em batalhas formais.

Depois de chegar nesse novo impasse, Raga sugeriu que treinassem intensivamente até o dia da competição. “Quando é?” perguntou, e declarou que poderia ensinar muito bem Kaleo em uma semana o suficiente para ser melhor do que a maioria dos outros treinadores da ilha. “Ainda tem um problema, você só tem esse Mienfoo, e pelo que me contou, nem capturou ele de verdade”, Kal concordou, nunca tinha capturado nenhum pokemon e muito menos lutado pela sua sobrevivência, como um treinador de verdade deveria fazer.

“Sem caô, a ilha em que eu naufraguei...” E quando disse isso, rapidamente cortou a frase desconcertado, “Podemos ir lá e capturar outro pokemon pra você, só precisamos de um barco pequeno e uma pokebola”.

 

E ali estava, prestes a roubar um pequeno bote inflável de quatro lugares do “Joia do pacifico”, esperando Raga e seu Cubone começaram uma confusão em pleno festival para que o publico se distraísse.

A noite estava escura e as pessoas alegres, hoje era o dia da luz, a cidade estava triplamente iluminada com lanternas de variados formatos e desenhos de essência de Ledyba. Tradicionalmente era esse o dia em que a sacerdotisa seria escolhida para prestigiar o ganhador do torneio do escolhido e realizar o ritual final na fogueira lá no pé do vulcão. Várias pessoas tinham rastros de essência de Ledyba na cara e no corpo, era a ultima moda, o que fazia o ambiente ficar um pouco surreal e fantástico.

Viu o sinal, Raga foi andando até perto da barraca dos ratatas com o Cubone andando junto. O plano era o Cubone destruir as baias libertando os ratatas, causando alvoroço e forçando o dono do armazém a sair para ajudar os parceiros de vendas. Kal não podia deixar de se sentir um pouco traíra de contar essas coisas para um forasteiro, ainda mais com o objetivo que tinham.

Não teve tempo de se arrepender, o Cubone começou a correr com o osso na mão e se preparou para destruir a baia. No meio da corrida, tropeçou com toda a força e bateu com o cranio na entrada do evento, começou a chorar escandalosamente.

Uma multidão de gente foi amparar o pequeno pokemon, com várias meninas exclamando “Tadinho!” em alto e bom som. A expressão de Raga era impagável, nunca tinha visto uma cara de “não acredito nisso mano” tão perfeita na vida.

Raga aproveitou a comoção, e ainda com a expressão de descrença, foi até o inicio da corrida dos ratatas e deu um chute nas baias, fazendo-as desmoronar e os ratatas correrem igual loucos.

– Mas o que é isso?! – Kal ouviu o dono do Joia do pacifico gritar apavorado e correr junto com a esposa para conter a multidão de turistas, moradores, vendedores e pokemons confusos. Era sua chance.

Partiu a todo vapor da moita que estava, com Mienfoo logo atrás, pulou a cerca de ferro com facilidade e escalou a parede de madeira que dava para os fundos do armazém. Lá, os dois começaram a procurar rápido uma caixa dos botes infláveis.

Dezenas de tralhas e produtos inúteis que obviamente só turistas otários comprariam lotavam os fundos do armazém, Kal e Mienfoo procuraram um pouco desesperados, mas sem querer bagunçar muito o armazém.

Continuou atento ao barulho da rua, não podia ser descoberto e contava com o parco tempo da confusão generalizada para conseguir pegar o bote, a pokebola e correr de lá.

– Cade essa merda, cade essa merda?! – Falou pra si mesmo revirando algumas caixas.

– fooo!

Mienfoo saltitou no lugar e apontou para uma caixa um pouco a direita, Kaleo foi até lá derrapando e conferiu. Era mesmo o bote.

– Muito bem! – Deu dois tapinhas na cabeça de seu pokemon e se abaixou para retirar a caixa. Quando puxou porém, uma pilha de outras coisas que estavam apoiadas na caixa caíram em sequencia. Kal apertou o rosto, “fiz merda”, pensou.

A pilha terminou de desmoronar e Kal ficou apreensivo, aprumou os ouvidos para verificar sua situação. O barulho da rua continuava intenso, tudo sobre controle.

– Beleza Mienfoo, vamos sair daqui rápido. – Deus as costas e colocou a caixa do bote dentro da mochila que tinha trazido, começou a olhar a esmo para encontrar alguma pokebola. Foi quando um som cavernoso, parecendo um ruido sonolento, se elevou lá do meio das tralhas.

Kaleo virou o rosto devagar, sentindo o gelo na barriga e quase rezando para não morrer.

Um Charizard enorme se erguia do meio das caixas de papelão vazias, um pouco desnorteado de sono. A criatura começou a farejar o ar e andar devagar de um lado pro outro, Kal congelou no lugar, “vou morrer”.

Mienfoo cutucou a perna do dono com força, fazendo-o acordar. Os dois começaram a recuar devagar tentando não fazer barulho enquanto o monstro de fogo ainda não tinha percebido a presença da dupla.

Um rugido colossal quase ensurdeceu Kaleo, o charizard tinha notado os dois invasores e começava a levantar voo, furioso.

– CORRE MIENFOO!!! – Os dois deram as costas e abandonaram a cautela, correram como nunca na vida sentindo o ar atrás deles se agitar e esquentar, o lagarto de fogo estava ganhando terreno rapidamente com sua velocidade aérea.

Kaleo deu impulso na parede de madeira e pulou com uma disposição que nem tinha, quase tropeçando, foi catando cavaco e arrancando pedaços de grama no chão de tanto desespero.

O charizard passou voando bem no meio da parede de madeira e uma explosão de pedaços e farpas voou para todos os lados. Kaleo caiu no chão tamanha violência do impacto, teve certeza que morreria.

Por alguma espécie de milagre ou algo do tipo, o Charizard de repente tomou um puxão em pleno ar e caiu para trás. Kaleo não tinha percebido, mas a criatura era presa ao galpão com uma coleira no pescoço ligada a uma corrente bem firme.

– HAAAAAAAAAAAAA! Não acreditooooo, chupa otário! – Levantou ainda tremendo, mas aliviado e satisfeito que não morreria ali. Mienfoo acompanhava a dancinha da vitória, satisfeito igual.

O lagarto lutou contra as correntes com força, encarando os invasores e bufando. Kaleo estava com um sorriso gigante na cara, como poucas vezes tinha experimentado na vida, “eu te ganhei, Charizard de merda!”, era o que pensava.

Enquanto ainda estava comemorando sua vitória, reparou que o bicho se apoiou nas quatro patas e fez força com o peito e a garganta.

– Ah não... – Lamentou. Pegou rapidamente o Mienfoo no colo e correu sem nem lembrar de respirar, pulou a grade de alumínio com a mesma força do desespero recém descoberta. Quando aterrissou do outro lado, sentiu a pancada de ar absurda e a quentura da bola de fogo que o Charizard tinha cuspido.

Kaleo foi jogado metros no ar, sentindo algumas partes da pele queimando. Bateu com violência com a perna numa arvore durante o voo forçado e aterrissou rolando com o mienfoo abraçado nele. Por sorte, boa parte do ataque tinha sido parado pela grade de metal.

Foi arfando ar se arrastando para longe, sentindo várias partes do corpo ardendo e outras doendo, mas vivo. Ouviu o pokemon lamentar ao longe por não ter matado os invasores, ouviu também a confusão na rua ainda acontecendo.

Rolou de costas para o chão e se permitiu descansar um momento. Nunca tinha se machucado tanto na vida, mas nunca tinha se sentido tão vivo e feliz também.

Começou a rir descontrolado por longos segundos, até que virou-se e voltou a rastejar pra longe dali.


Notas Finais


Como sempre, críticas são super bem vindas, comentem sem pena, nem que seja só: "legal".

Abraços e até fds que vem.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...