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História Presságio - Marés e fúria


Escrita por: DakeN

Notas do Autor


E ai galerinha, depois de um recesso de fim de ano (dado por mim mesmo) e um pouco de preguiça, finalmente está ai o capitulo 5 de presságio.

Espero que gostem do desenvolvimento da relação de Kaleo e Raga e os planos mirabolantes dos dois para conquistarem seus sonhos.

Capítulo 5 - Marés e fúria


Fanfic / Fanfiction Presságio - Marés e fúria

Kaleo tinha passado as ultimas horas tentando assimilar a quantidade enorme de novas informações que estava recebendo. Enquanto juntavam tudo que precisavam para a pequena jornada até a ilhota vizinha no dia seguinte ao roubo, ele e Raga revisaram o plano várias vezes: “vamos até lá, capturamos um Pokémon, treinamos, devolvemos o bote, você ganha o torneio, saímos da ilha, compramos nossas identidades de treinador com a recompensa.”, já tinha ouvido isso no mínimo umas dez vezes, e nem passara do meio dia ainda.

 

Nesse curto espaço de tempo, tinha conhecido um pouco mais do jeito de Raga, o companheiro era extremamente sarcástico e brincalhão, mas muito pouco sobre seu passado ou que fazia na ilha. Todas as poucas vezes que o assunto poderia entrar em pauta, Raga mudava o rumo da conversa disfarçadamente. Provavelmente não era coisa boa.

 

Kal tinha mais o que se preocupar do que o passado de seu parceiro. Nos poucos segundos que não tinha o que fazer, sua mente invariavelmente se perguntava se o que ele pretendia era certo. Roubara um barco, usaria dinheiro roubado de mafiosos assassinos, fugiria da ilha sem falar para ninguém e iria para uma ilhota selvagem sem nenhum adulto. Por mais que a parte lógica insistisse que era loucura, uma outra parte mais profunda gritava com excitação.

 

Se sentia vivo, como poucas vezes sentiu na vida.

 

– Quando nós chegarmos na ilha temos que ser sagazes. Vai ter um monte de pokemons selvagens querendo nos fuder, mano. – Raga não era de falar muito, a não ser que pudesse fazer alguma piada infame ou comentar sobre algo que estava empolgado. Kaleo apreciava o fato do companheiro não ficar tentando preencher o silêncio com papo furado. – A gente só tem essas duas pokebolas velhas e enferrujadas, puta merda...

 

Por causa do Charizard furioso, não tinha conseguido pegar uma pokebola no armazém, o que os forçou a usar as que Raga tinha guardado. Devia ser de seu pai ou avô, pois já estavam desbotadas e com vários arranhões, kal até duvidou se iriam funcionar.

 

Se perguntava também se a parceria em si iria funcionar, ainda não sabia se podia confiar em Raga, mas era sua única opção no momento.

 

 

Por algumas horas ainda ficaram reunindo cordas, roupas, comida e tudo mais que precisariam para a pequena viagem. A tarefa repetitiva e mecânica fez Kal ficar um pouco anestesiado e parar de pensar em tantas questões complicadas.

 

– Vamos focar no que é mais importante – Raga declarou enquanto levavam o bote até a praia depois de arrumar tudo. – Seu treinamento. Nosso plano não adianta de nada se você não ganhar esse torneio.

 

Kal e mienfoo assentiram. Os dois estavam prestando bastante atenção no que Raga pudesse ensinar, era uma oportunidade que talvez nunca mais tivessem. O companheiro tinha elogiado a sincronia de Kaleo e seu Pokémon, provavelmente todos os anos em que viveu com o mienfoo fora da pokebola tinham ajudado a criar essa naturalidade entre os dois.

 

– Lá na ilha talvez seja um pouco diferente de tudo que você já fez até agora – Raga continuou falando – Os pokemons selvagens são imprevisíveis, ainda mais se estiverem protegendo um ninho ou com medo, ai que ficam mais perigosos.

 

Cubone também estava fora da pokebola, segundo Raga, se eles queriam melhorar como treinadores tinham que ficar o máximo de tempo e dividir a maior quantidade de tarefas com seus pokemons. O que gerava situações bem cômicas, cubone tinha medo de água e não desgrudava da perna do seu dono impaciente.

 

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Ao cair da noite e na virada da maré, os dois empurraram o bote até o mar, subiram nele rapidamente e começaram a remar. Cubone estava desesperado escondendo a cara no peito de Raga e mienfoo olhava para todos os lados compulsivamente, excitado com a perspectiva de estar em cima d’água sem afundar.

 

– Vamos começar do básico. Precisamos descobrir as capacidades do mienfoo. O quão rápido ele consegue ser, o quão forte, o quão resistente. – Raga foi falando enquanto remavam mar adentro. – O primeiro erro de todo treinador modinha é não conhecer direito suas armas.

 

– E como nós vamos fazer isso na ilha?

 

– Você acertou quando fez o mienfoo ajudar nas tarefas do restaurante. – Kaleo tinha contado a Raga todo o treinamento improvisado que ele e Lou tinham feito desde que o amigo tinha conseguido seu charmander. – Mas não é o bastante, vamos forçar muito mais o treino físico dele. Ouviu pivete?

 

mienfoo balançou as orelhas em reconhecimento quando Raga o chamou, já tinha se acostumado ao apelido que tinha recebido, mas estava excitado demais com o mar para dar alguma atenção.

 

– Vai aproveitando ai malandro, tu vai penar na ilha. – Raga falou bem alto, rindo da própria piada com um tom sarcástico peculiar.

 

Talvez o companheiro estivesse se divertindo com tudo aquilo tanto quanto Kaleo, não pode evitar sorrir pensando nisso.

 

– Mas então, aonde você aprendeu a capturar e batalhar? Imagino que você já estava planejando virar treinador a um tempo.

 

– Na verdade não, eu nunca quis ser treinador.

 

– Sério? Mas você me pareceu ser muito bom em batalhas e sabe um monte sobre pokemons. Quem te ensinou isso?

 

– Ninguém, eu só faço o óbvio. O máximo que ensinaram a mim e ao cubone foi como ser um bom marinheiro. – Raga respondeu simplesmente, ainda remando o bote e ignorando a cara de incredulidade que Kaleo fazia.

 

– Ta, mas se você era um marinheiro já deve ter batalhado muito e capturado vários pokemons né?

 

– Não... – Raga deu de ombros, com a cara mais “tanto faz” que Kaleo já tinha visto – Na verdade eu nunca tive que batalhar de verdade usando o cubone até aquele dia na floresta e nunca nem usei uma pokebola antes, essas dai foram as que sobraram do meu velho.

 

Kaleo não podia acreditar no que estava ouvindo, por alguns momentos só ficou olhando pasmo com a boca aberta, até  Raga perceber que ele tinha esquecido de remar.

 

– Por que tu parou de remar, mano? Quer molezinha? Meu braço é grande mas não sou teu escravo não.

 

– TU TA DE SACANAGEM, CARALHO? – Kaleo explodiu, gritando bem alto em desespero pela perspectiva de ir para uma ilha selvagem com alguém tão inexperiente quanto ele.

 

– Calma cara, “ce” ta muito nervoso mano. Eu nunca fiz nenhuma dessas coisas mas elas são muito óbvias. Não é que sejam difíceis, a maioria das pessoas só são burras mesmo. – tentou acalmar Kaleo e fez a sua cara de “tanto faz” novamente, Ao notar que o outro continuava agitado, declarou: – Eu já vi alguns dos marinheiros fazerem essas coisas cara, relaxa, tem que confiar no Guru-Raga. Eu sei das coisas.

 

E sorriu de orelha a orelha, de um jeito que misturava sarcasmo e genuína empolgação.

 

Kaleo continuava desconfiado, preocupado e pensando em milhares de possibilidades de catástrofe: um charizard queimando-o vivo, um ônix soterreando-o, um dragonite engolindo-o e muito mais. Respirou forte e decidiu que não adiantava ficar de neurose, já estava comprometido demais com aquele plano, voltou a remar sem reclamar mais.

 

O resto do caminho até a ilha foi bem tranquilo, depois que se afastaram da ilha principal e entraram em “mar aberto”, as águas ficaram bem calmas e sem ondas, foi um trabalho bem fácil e repetitivo remar por algumas horas com intervalos até a ilha destino. Nenhum gyarados surgiu das profundezas pra comer o bote e os dois vivos também, e Kal estava extremamente grato por isso.

 

Chegando lá, encontraram um ambiente bem parecido com as partes menos civilizadas da ilha principal, diversas árvores, areia pra todos os lados e vegetação baixa logo na praia. Mais adentro da ilha, floresta tropical como todas que Kal já estava mais que acostumado, talvez não fosse uma experiência tão ruim afinal.

 

A dupla teve que procurar por pouco tempo uma clareira boa o suficiente para montar acampamento, deram sorte e logo acharam uma que ficava perto de um rio e de algumas árvores com berrys. Kal notou que em questão de sobrevivência Raga realmente tinha aprendido muito no seu navio, soube montar o acampamento extremamente rápido, acender o fogo de modo eficiente usando cipó seco e ainda montou uma pequena armadilha com corda e duas colheres de metal ao redor da área para que não fossem pegos de surpresa.

 

Depois de tudo pronto, comeram algumas berrys assadas com carne de magikarp. Algumas pessoas costumavam achar que comer carne de Pokémon era desumano e maldade, mas Kaleo nunca se importou muito com isso e ficou feliz que Raga também não. Foram dormir logo depois, já era tarde da noite e estavam exaustos de tanto remar e de preparar todo o acampamento.

 

Kal pegou no sono olhando as estrelas, tinha esse costume desde pequeno, mas ultimamente tinha negligenciado o hábito em detrimento do trabalho e do foco em outras coisas. Sonhou com uma vitória esmagadora sobre todos os adversários do torneio, Malí vinha correndo e se atirava no seu colo e todas as pessoas da ilha comemoravam como se ele fosse uma espécie de astro. Logo depois o sonho ficou bizarro, Malí se transformou num houdoom furioso e arrancava uma perna dele.

 

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Pela manha Kaleo sentiu uma cutucada na cara.

 

Ainda dormindo, balançou o braço instintivamente para espantar o que quer que fosse que o estivesse incomodando. O sonho tinha voltado a ser agradável e não queria acordar de jeito nenhum.

 

Sentiu o incomodo novamente e balançou o braço de novo. Dessa vez tomou um forte tapa na cara em resposta.

 

– CARALHO QUE PORRA É ESSA?! – Levantou gritando no susto, certo de que o próprio Giratina tinha saído das profundezas do inferno para levar sua alma. Raga acordou assustado também com o grito do parceiro.

 

Kal se debateu e rolou para o lado, se pôs de pé com um salto e levantou os punhos, pronto para exorcizar qualquer demônio que tivesse vindo atormentá-lo. Tudo isso para descobrir que uma pequena Jigglypuff rosada encarava-o curiosa.

 

Raga riu ruidosamente da situação, enquanto mienfoo levantava sonolento e reclamão e o cubone se escondia atrás do dono com medo.

 

– Devia ter visto tua cara, mano! Parecia que tu tinha sido atacado pelo próprio giratina. – Kaleo concordou de má vontade, Raga mal sabia da ironia do que tinha acabado de dizer.

 

Bufou meio irritado e começou a ajeitar seu saco de dormir que estava todo embolado enquanto olhava o jigglypuff de cara feia – Não acredito que essa merdinha rosa me fez perder o sono...

 

O Pokémon selvagem inchou e fez uma cara de descontentamento ao ouvir aquilo, mas Kaleo não se importou e virou de costas para terminar de dobrar o saco de dormir. Assim que virou as costas distraído, tomou um tapa tão forte na nuca que rolou pra frente e quase desmaiou.

 

Kal levantou ainda com mais raiva do que estava, viu o jigglypuff correndo até o mienfoo que tinha vindo protege-lo e usar o golpe ‘’Attract” nele. Mienfoo foi afetado pelo golpe, se distraiu com o encanto do jigglypuff e esqueceu de defender seu dono. Por sua vez, o Pokémon selvagem aproveitou o ataque e cobriu o mienfoo de tapa até ele ficar tonto.

 

Raga ria até não aguentar mais.

 

– Seu desgraçado! – Kaleo praguejou e avançou contra o jigglypuff com uma pedra na mão.

 

– Calma, calma, calma... Relaxa mano, relaxa – Raga, que já estava de pé, impediu Kaleo – Fica tranquilo mano, não precisa exagerar, larga essa pedra.

 

– Eu vou espancar ele cara, viu como ele é escroto?

 

– Vi sim, por isso mesmo que eu to dizendo pra você ter calma. Não ta vendo o potencial? – respondeu, e acrescentou ao ver a cara de confusão de Kal – Olha essa pequena bola de maldade cara! Já viu tanta malícia assim em um Pokémon só? Perfeito!

 

Os dois olharam ao mesmo tempo para o jigglypuff, que no momento estava distraindo cubone com uma mão enquanto dava um tapa com a outra, Kaleo perplexo e Raga deslumbrado.

 

– Pensa só no que você pode fazer com um bicho maldoso desses, ninguém vai dar nada por ele.  – Raga continuou e acrescentou “ele é pura maldade!”, apontando com as duas mãos a criatura que estava sacaneando seu cubone, quase como um comercial de televisão.

 

– Não cara... Eu me recuso, não quero esse bicho escroto no meu time.

 

Raga fez uma cara de decepção com a resposta de Kal. Abandonou a postura de vendedor de comercial barato e colocou a mão no queixo, pensativo.

 

– Ta, não tem problema, eu pego.

 

– Tem certeza? A gente só tem uma pokebola pra cada... Você vai mesmo desperdiçar com essa merda ai? – E ao ouvir isso, o jigglypuff mirou Kal com um dos olhares mais sinistros que ele já tinha visto.

 

– Tenho. Vê se aprende com o Guru-Raga – Declarou confiante – Aí jigglypuff, você ta mexendo com meu cubone, mano. Vou ter que te passar.

 

Raga declarou toscamente, tentando parecer algum membro de gangue ou algo assim, claramente tentando impressionar o jigglypuff ou desafiá-lo. Kal achou meio ridículo, mas funcionou, a criatura largou o cubone choroso e se inchou, colocou os braços na cintura e encarou Raga com um olhar orgulhoso.

 

Raga encarou o jigglypuff de volta e pôs os braços do lado do corpo. Kal imaginou uma disputa de pistolas como nos filmes de velho oeste. A situação já estava passando dos limites do bizarro e do ridículo.

 

– Cubone, Headbutt! – Raga ordenou de repente, e fez com a mão como se realmente tivesse sacado uma pistola. Kal deu um tapa de incredulidade na testa.

 

O cubone ainda choroso não tardou a obedecer o dono. Veio correndo desenfreado e baixou a cabeça, na intenção de acertar direto no meio das costas do jigglypuff. O pokemon selvagem foi mais esperto, se inchou o máximo que conseguia e deu impulso para trás. Cubone passou direto e deu com a cara no chão.

 

Jigglypuff soltou o ar rápido e correu até o adversário antes que este se recuperasse. Agarrou-o pelo crânio com uma mão e com a outra desferiu uma série de tapas violentos.

 

Kal já ia fazer um comentário sarcástico quando reparou que Raga tinha saído correndo da onde estava e desferiu um violento chute no jigglypuff. A criatura rosada saiu voando e bateu numa árvore com as costas, bem machucado.

 

Raga riu bem alto e gritou para provocar o jigglypuff, “Você é muito fraco” ou algo do tipo, Kal não ouviu direito.

 

O pokemon contrariado levantou cheio de raiva, começou a bater com o pé no chão como se fosse uma criança mimada e a espalhar poeira, juntou um pouco de ar e fez força como se fosse começar a cantar. Raga reagiu rápido – Bonemerang. – Ordenou, e seu cubone varejou seu osso na direção do Jigglypuff.

 

Acertou em cheio, o pokemon rosado perdeu todo o ar e não conseguiu cantar.

 

Raga correu rápido até a mochila e pegou uma das pokebolas velhas. Varejou no jigglypuff que já estava bem cansado e machucado.

 

– Você é maldoso e tem potencial, mas eu sou mais. Nunca duvide do Guru-Raga – Disse antes que a pokebola absorvesse o alvo.

 

Por ser velha e suja, a pokebola sacudiu muitas vezes antes de sossegar e concluir a captura, provavelmente só funcionou por que o jigglypuff tinha tomado muito dano dos ataques que sofreu.

 

– Aprendeu, mano? – Raga perguntou com seu sorriso largo habitual enquanto pegava a pokebola – Isso se chama estratégia e sagacidade.

 

– A é? E sair correndo para dar uma bicuda no pokemon se chama o que?

 

– Improviso – E fez um positivo com a mão perto do rosto ainda sorrindo.

 

– Pqp, ainda bem que eu que vou competir no torneio...

 

Os dois riram honestamente depois disso.

 

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Passaram o resto do dia explorando a ilha e repassando alguns conceitos sobre batalha básica. Nesse tempo, Raga encorajou o mienfoo a fazer todas as tarefas possíveis para testar sua disposição e fôlego. O pequeno pokemon enérgico já não estava tão enérgico e explosivo como habitual no final do dia.

 

– To falando cara, você tem que confiar mais no Guru-Raga, eu sou puro talento – disse durante um dos pontos de discordância numa discussão sobre treinamento. – Você viu minha malícia pra pegar o jigglypuff né? Isso não é pra qualqu...

 

A frase foi interrompida no meio, Raga pisou num amontoado de folhas no chão e afundou imediatamente, bateu com o tórax numa pedra e tentou por alguns segundos se segurar sem sucesso. Caiu gritando pelo buraco escuro.

 

– Meu deus! – Kaleo exclamou. Raga tinha caído numa espécie de armadilha improvisada. Nem teve tempo de estranhar aquilo, estava desesperado com a situação.

 

Olhou o buraco, era bem escuro, nem dava para ver o fundo, provavelmente levava até uma caverna subterrânea.

Imediatamente começou a procurar ao redor a entrada da caverna, mas não viu nem sinal dela. Gritou algumas vezes por Raga, mas não teve resposta.

 

– Puta que pariu. – Frustrado e sem saber o que fazer, colocou as mãos na testa e bufou de raiva.

 

-– foo! Foo! –mienfoo exclamou apontando pro buraco e fez como se quisesse descer.

 

– Não tem como descer cara... o buraco é muito fundo – Kaleo respondeu, mas viu que seu pokemon fez que não e continuou insistindo – Você consegue enxergar?

 

Mienfoo confirmou com a cabeça.

 

Kal suspirou forte e se acalmou, sempre confiava no seu parceiro desde que eram novos, não seria hoje que faria diferente. Lembrou-se que tinha trazido um isqueiro em caso de emergências, resolveu acender um punhado de gravetos amarrados e jogar no buraco para ver o que tinha lá.

 

A luz da tocha improvisada revelou que o buraco era bem fundo, mas não muito depois da borda se curvava para o lado fazendo uma espécie de escorrega natural.

 

– Excelente! – Kaleo exclamou, e avisou ao mienfoo que desceria com cuidado primeiro e depois esperaria ele lá embaixo. O pokemon concordou.

 

Kal pulou no buraco e escorregou a toda velocidade, arranhou um pouco as costas e o braço, aterrissou num punhado de folhas acumuladas no final do longo escorrega.

 

– Ra.... – Levou as mãos a boca para gritar por seu amigo, quando foi surpreendido por um par de mãos que taparam sua boca.

 

– Cala a boca, cala a boca! – Raga falou sussurrando com um tom de voz desesperado e apontou para um ponto mais a frente da grande câmara subterrânea em que estavam. Kaleo tirou as mãos do parceiro da própria boca e tentou forçar a visão para enxergar o que Raga tinha apontado. Demorou alguns segundos ainda até sua visão se acostumar e finalmente ver: Um corpo enorme de pedras que quase se misturavam com a parede da caverna respirava profundamente. Era um ônix selvagem, enorme, muito maior do que Kaleo já tinha visto, seu corpo gigantesco quase envolvia a caverna toda.

 

Kal olhou para o parceiro e acenou como um sinal de entendimento, apontou para o escorrega natural e fez com a mão para que tentassem subir.

 

Antes que os dois pudessem fazer qualquer coisa, um barulho estridente veio do escorrega, seu mienfoo desceu a toda velocidade esperneando de empolgação.

 

Kaleo sentiu um gelo forte na barriga quando ouviu o barulho gutural vindo de suas costas, o ônix estava acordando.

 

– Puta que pariu, eu sabia que a gente ia morrer aqui – Kaleo declarou com a voz soturna.

 

Os dois se encararam, Raga com a mão no queixo, pela primeira vez sem um pingo de escárnio ou graça na face.


Notas Finais


Como sempre, peço que comentem o que acharam para dar uma força a fic. Recomendem aos amigos e conhecidos.

Até semana que vem se tudo der certo, flw.


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