1. Spirit Fanfics >
  2. Pressure >
  3. Revelations

História Pressure - Revelations


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


Antes de tudo, quero me desculpar caso eu tenha demorado a postar, mas, em compensação, o capítulo está enorme! E depois disso, quero dizer que a história está bem pertinho do fim. Faltam bem poucos capítulos para que o fim chegue. Mas, como escrevi essa história há um tempo, sempre pensei em uma segunda temporada, e garanto que ideias não me faltam, na verdade, já projetei toda a temporada em minha cabeça e fiz até uns rascunhos, está bem interessante e eu confesso que empolguei-me à beça, mas preciso saber de vocês, acompanhariam uma segunda temporada?
Deixem a resposta nos comentários e eu lerei. Não tenho nada mais a falar, exceto, BOA LEITURA!
xoxo

Capítulo 21 - Revelations


Fanfic / Fanfiction Pressure - Revelations

–O que está acontecendo aqui? –Chris perguntou, e eu fiz de suas palavras as minhas.

Retornei à minha posição anterior ficando de frente àquela cena surpreendente. Meus olhos carregavam lágrimas. Lágrimas de puro ódio.

–Vocês dois. –Indiquei a Emma e o Ryan com o dedo indicador. –Sabiam sobre ela o tempo inteiro! –Referi-me à Ruby.

–Mackenzie... –Emma tentou dizer com a voz embargada.

–Você é a minha maior decepção, Emma. Se você pretende se desculpar, poupe-se, porque eu não acredito em você, e nunca vou cometer o erro de acreditar outra vez. –Disse encarando-a e exalando raiva pelo olhar e palavras. Desejei que minhas palavras fizessem-na doer como eu permaneci doendo por tanto tempo, quando eu procurei refúgio nos braços dela ciente de que ela fora abandonada assim como eu, mas nunca foi, ela sempre soube de tudo.

–Emma não tem culpa, Mackenzie. Deixe-me explicar! –Ryan disse ao levantar-se da cadeira vindo em minha direção.

–Ah, faça-me o favor! Não tente defendê-la. Todos aqui carregam sua parcela de culpa.

–Me tira dessa lista de culpados! Eu não sabia de nada! –Atrás de mim, Chris disse em defesa própria. –Segui o Ryan por achar que ele escondia algo de nós. E quando digo nós, refiro-me à mim, Tyga e Justin.

Ryan aproximou-se de mim e tocou meu pulso, convidando-me em gestos a sentar e acalmar-me.

–Não toca em mim outra vez! –Puxei meu pulso com força.

–Eu preciso que você se acalme. Eu vou contar tudo a você. Todos nós vamos. –Ele tentou convencer-me.

Ruby sequer tentava me acalmar, pois me conhecia bem o suficiente para saber que nada resolveria. Ela apenas assistia a cena à metros de distância sentada em uma cadeira em frente à uma mesa onde antes, Ryan a fazia companhia.

Levei minhas mãos à cabeça e fechei os olhos. Tentei resgatar em mim um pingo de paciência.

–Vamos lá. –Eu disse, por fim.

Passei por Ryan e segui em direção à mesa onde Ruby estava. Todos acomodaram-se em uma cadeira em volta da mesa.

Pus minhas mãos entrelaçadas entre si sobre a mesa e aguardei começarem as revelações. Emma estava sentada na ponta da mesa no lado oposto ao meu, e julgando por sua aparência, estava brava. A pele ao redor dos seus olhos azuis recebeu um tom avermelhado, como costumava ficar quando ela sentia vontade de chorar ou raiva. Tampouco tentei ajudá-la, do contrário, lancei um olhar bravo para ela, bravo e decepcionado.

Ruby suspirou profundamente e apoiou o braço sobre a mesa. Ela quebrou o silêncio que pairava no ar com os dizeres:

–Talvez eu deva começar.

Chris encarava-a sem acreditar. Seus olhos nem piscavam. Faltava pouco para ele tocá-la e conferir se era mesmo real sua presença ali. Eu o entendia, afinal a ficha de que ela estava ao meu lado também custou a cair quando nos reencontramos.

–Há um tempo atrás, estava farta de trabalhar com vocês. –Ruby admitiu com sinceridade. –Estava cansada das brigas diárias com o Bieber, pois, como todos vocês sabem, estávamos sempre brigando pela liderança da gangue.

–Eu passei pelo mesmo depois que você foi embora. –Chris interrompeu-a para contar.

Ruby assentiu como se soubesse do ocorrido, e com certeza sabia, pois ela sempre esteve ao nosso redor observando-nos, mas eu nunca a enxerguei.

–Mas do contrário de você, resolvi tomar minhas próprias decisões. Eu queria acabar com ele, derrotá-lo da forma mais cruel. –Ela continuou a contar, referindo-se ao Justin com tanto ódio. –Algumas noites antes de ir embora, eu e Justin tivemos uma briga terrível, a qual vocês certamente recordam.

Flashback Mackenzie.

–Para, Ruby, por favor! –Eu suplicava aos prantos. Mas ela parecia não me ouvir, sua mente e alma estavam domadas pela sede de matar o Justin, ela estava fora de si. E eu gostaria muito de dizer que ele estava em sã consciência e contornaria a situação de uma forma madura, mas ele queria o mesmo que ela. Ambos queriam a morte um do outro.

–Me solta, porra! –Justin berrou na mesma hora em que lançou o Tyga contra a parede e avançou contra a Ruby.

Gostaria também de dizer que o movimento que o Chris e Ryan fizeram foi rápido o suficiente para impedi-los de travarem uma briga, mas não foi. Num rápido vulto, vi sangue molhar nosso tapete aveludado branco. Era difícil saber quem foi o dono do primeiro golpe, os dois sangravam. E os dois não estavam satisfeitos apenas com aquilo, eles queriam mais.

–Já chega dessa briga inútil! –Chris bateu forte no peito do Justin e o mesmo cambaleou para trás, ele estava tonto e tinha machucados no rosto.

Ryan e eu seguramos a Ruby, ela fora acertada por uma garrafada e sua testa sangrenta molhava parte do seu rosto, eu odiava vê-la ferida.

–EU COMANDO A GANGUE, EU SOU O DONO DE TUDO, SOU EU! –Justin aumentava o tom de voz a cada palavra proferida. A nossa sorte era que ele estava tão bêbado quanto ela, e não conseguia erguer-se direito quanto mais agredi-la seriamente.

E eu odiava mais que tudo vê-los brigar. Odiava o fato de que a briga deles sempre estaria incluída em nossa rotina. Odiava saber que nós nunca teríamos cem por cento de paz. E também odiava o quão bobo eles eram, pareciam duas crianças brigando por um brinquedo.

Enquanto eu estava perdida em meus devaneios pensando no quanto odiava a briga dos dois, um tiro soou ali. Meus olhos arregalaram-se e procuraram de imediato o ferido, mas ambos estavam sem seqüelas. O tiro foi apenas uma tentativa mal sucedida da Ruby de acertar o Bieber. E aquele era apenas o começo da noite, temia em silêncio o que estava por vir. Nunca sabia de quem seria o golpe final, nunca sabia quem seria o último a puxar o gatilho.

Flashback off.

–Sim. –Confirmei para que ela prosseguisse. Lembrava-me bem da briga dos dois.

–Naquela mesma noite, após a briga, saí de casa para recuperar minha mente, porque ela estava perdida num mar de maneiras diferentes para matar o Justin. E eu encontrei o Travis. Ele me fez uma proposta irrecusável.

–O que ele queria? –Chris mostrou interesse extremo nessa parte.

–Ele queria que eu me juntasse à ele. Disse que juntos derrotaríamos o Bieber e teríamos o poder. E cara, eu estava com tanta sede por acabar com o Bieber que sequer pensei duas vezes antes de aceitar. E depois disso, cometi um dos maiores erros da minha vida: contei a ele todos os planos da gangue. Contei datas de assaltos planejados, entregas de droga, esconderijos onde mantínhamos guardados armas e drogas. Eu contei tudo. Cada passo que pretendíamos dar para expandir os negócios, eu contei. –Ela admitiu.

 

–Contou a ele nossos planos para acabar com ele? –Chris questionou incrédulo. Ruby apenas assentiu em confirmação.                       

 

 –Fiz tudo isso por estar domada pela raiva. Eu estava de cabeça quente. –Ela fez uma pausa, suspirou, e continuou –Mas uma hora a raiva passou, e eu quis desfazer toda a merda que construí. Fui atrás do Travis e disse a ele que estava fora dos esquemas dele para acabar com a gangue. Mas ele não queria que eu saísse.

 

–Trabalhar com ele é caminho sem volta. Quando éramos mais novos e decidimos nos separar dele, ele jurou que não sossegaria até acabar com nossa gangue. –Ryan acrescentou.

 

 

–Exatamente. Ele disse a mim que tinha a vida de todos na mão graças à mim. Pois eu contei tudo o que ele precisava para nos levar à sepultura. E ele mencionou você, Mackenzie. –Ruby ergueu seus olhos para me encarar.

 

 

–O que ele disse sobre mim? –Questionei franzindo o cenho.

 

 

–Te usou para me ameaçar. Disse-me que sabia todos os seus passos e que você seria a primeira a sofrer as consequências caso eu recusasse juntar-me à ele. –Ela contou-me. Senti calafrios percorrerem meu corpo. Eu estava na lista negra do Travis e isso me assombra porque ninguém costuma sair dela com vida.

 

 

–Por que ele faz isso? –Perguntei. Estava horrorizada com tamanha crueldade da parte dele.

 

 

–Fomos a primeira gangue a passar a perna nele. Ninguém nunca ousou a fazer algo parecido pois todos têm medo dele. O cara está traficando há mais tempo que qualquer um. E depois de nós, seu reinado foi à falência. Ele perdeu tudo, inclusive, sua mulher. –Chris contou o que sabia.

 

–Vocês nunca mencionaram a mulher dele em nossas conversas. O que mesmo houve com ela? –Eu quis saber.

 

 

–Poucos dias após deixarmos o Travis, ele chegou embriagado em casa. Ele e sua mulher tiveram uma briga. Nunca soubemos muito a respeito, mas a casa foi incendiada na mesma noite. Travis, por sorte ou não, conseguiu sair vivo, mas sua mulher não. Ele convenceu a todos de que tudo não passara de um acidente, e ficou por isso mesmo. –Chris contou. –Desde então ele nos culpa por todas as desgraças que ocorreram na vida dele, e quer vingança.

 

–Isso não entra em minha cabeça, não quando sei que você é dificilmente influenciada, quanto mais pelo Travis! Você também o odiava! –Eu disse sem entender para Ruby.

–Mackenzie... A mulher morta após o incêndio na casa do Travis... –Ruby pareceu reunir forças para continuar, mas logo prosseguiu. –Era a minha mãe. –Meus olhos assim como os do Chris arregalaram-se. –Eu não sabia dessa história. Mas o Travis contou-me naquela noite.

–Como sabe que era a sua mãe? Você sempre contou que seu pai nunca falou nada sobre ela. –Chris questionou. E para respondê-lo, Ruby retirou do bolso de sua jaqueta uma foto amassada, após desdobrá-la, encarou-a dentre um suspiro e pôs sobre a mesa.

Curiosa, puxei o pedaço de papel e o analisei. De cara reconheci o rosto da Ruby quando ainda era apenas um bebê, sabia que era ela pois, já havia visto outras fotos de sua infância. Chris, bem ao meu lado, encostou-se à mim e analisou também a foto. Ao lado da criança na imagem uma mulher de longos cabelos negros sorria abertamente, certamente era a mãe dela.

–Minha mãe apaixonou-se por Travis quando ainda era casada com o meu pai, e isso foi o fim do relacionamento dos dois. Como Travis sempre esteve envolvido no crime, minha mãe resolveu que aquele não era o mundo para mim, mas sim, para ela, então deixou-me para trás. Mas ela nunca esteve cem por cento fora da minha vida, ela acompanhava cada passo meu de longe, e com isso, ela logo soube quando me envolvi com a gangue. Minha mãe não suportou saber que eu estava caminhando para ter uma vida que ela tanto esforçou-se para me livrar; a vida do crime. Achando que isso me manteria em segurança, ordenou que o Travis nos convidasse à juntar-se a ele, assim, Travis nos protegeria dos perigos, afinal, ele sempre foi o mais temido da região. E nós aceitamos porque éramos novos e inocentes. Mas essa história é velha e todos sabem, nós passamos a perna no Travis. De repente, estávamos indo tão bem quanto ele no comércio de drogas e assaltos. E isso o deixou assustado, ele temeu que aquilo se virasse contra ele, e aconteceu, nós decidimos nos separar. E nessa separação, todo o lucro nos acompanhou, conseguimos o auge, conseguimos o que ele tanto lutou para conseguir. E para ele, a culpada sempre foi a minha mãe. Pois se não fosse por ela, ele nunca teria nos acolhido, e ele nunca teria sido traído. Então matou-a. Ele matou a minha mãe.

–E você ainda consegue ajudá-lo? Ele matou a sua mãe, Ruby! Como pode ser tão idiota? –Fui indelicada. Ela olhou para os lados e torceu a boca, certamente estava controlando-se para não explodir. Ela sempre pensava duas vezes antes de me atingir. Mas sei que se fosse com qualquer outra pessoa, ela não deixaria aquilo passar em branco, mas era eu, e me deixava feliz saber que isso mudava as coisas.

–Mackenzie, ele contorceu toda essa história para me fazer acreditar que tudo isso era culpa da gangue. Eu não soube a verdadeira versão da história por ele. A história que acabei de contar, eu soube com o tempo, soube durante o tempo em que passei longe de vocês da gangue, eu soube porque investiguei bastante, mas não foi essa a versão do Travis, e foi na versão dele que acreditei logo de primeira, e era contra a gangue, isso só aumentou a minha raiva. –Ela suspirou– Nunca falei tanto à respeito, não quero falar mais sobre isso. A história não acaba aí.

–Prossiga. –Pedi para Ruby continuar.

–Como não tínhamos escolhas, decidi ajudá-lo. Afinal, ou eu ajudava, ou como já disse, ele matava um por um. E a primeira missão que ele ordenou para mim, foi ir embora com todo o dinheiro que a gangue possuía. –Ela continuou.

 

–É aí que eu entro... –Ryan incluiu-se à história.

 

Flashback Ruby Rose

 

A casa encontrava-se no mais profundo silêncio. Senão por mim, todos estavam em seus aposentos dormindo. Era hora de agir.

Percorri todo o caminho do meu quarto ao escritório sem fazer o mínimo barulho sequer. Cautelosamente, abri a porta que dava acesso ao escritório e adentrei o cômodo. Procurei ser rápida ao realizar a operação. Fui ao cofre e digitei a senha no teclado manual. Após um processo de verificação ao qual passei com facilidade, meu acesso ao dinheiro contido ali dentro foi liberado.

–Tudo pronto. Podem entrar. –Alertei aos capangas do Travis através da escuta posta em meu ouvido.

Em questão de poucos minutos eles entraram no escritório e fizeram a limpa no cofre. Enquanto eles roubavam o dinheiro, observei o jardim da casa através da janela de vidro do escritório. Todos os meus antigos seguranças estavam apagados e jogados no gramado, pois, os capangas do Travis os fizeram inalar o famoso boa noite Cinderela.

 

Quando retornei minha atenção ao trabalho sujo dos capangas no cofre, notei que eles já estavam na última remessa de dinheiro. E, do contrário que eu achava, eu não era a única acordada naquela casa. O Ryan também estava.

–Que porra tá pegando? –Ryan me fez dar um pulo de susto ao aparecer na porta do escritório. Ele encarava todos recolhendo o dinheiro sem entender o que se passava.

Subitamente, os capangas se armaram e apontaram as armas em direção ao Ryan que pôs as mãos na frente do corpo pedindo que abaixassem.

–Está tudo bem, abaixem! –Ordenei num sussurro.

Todos me obedeceram rapidamente e voltaram ao roubo do dinheiro.

–O que pensa que está fazendo, porra? –Ryan também sussurrou ao dizer.

–Mantendo vocês em segurança! –eu disse ao me aproximar do Ryan que estava totalmente sem entender.

–Diga para mim que não é o que estou pensando, diga! –Ele agarrou meu braço com força e o apertou.

–É exatamente o que vê, estou roubando o dinheiro! –empurrei as mãos dele com força.

–Não conversou com o Travis? Você disse que ia dar o fora dos esquemas loucos dele! –Ele sussurrava quase gritando.

–Eu conversei. Mas não deu certo, ele ameaçou de acabar com todos da gangue caso eu desse para trás.  E você sabe que ele tem as armas certas para nos destruir.

–Porque você entregou-as a ele! –Ryan me acusou.

–Não tente me culpar, eu já me sinto culpada, e não é por levar o dinheiro embora, é por deixar Mackenzie. –Meus olhos sentiram um ardor ao pronunciar essas palavras.

–Você vai embora? –Ele perguntou incrédulo.

–Sim, junto com o dinheiro, vocês vão perder duas coisas valiosas. –tentei soar cínica, mas tampouco isso eu consegui, a dor por deixar minha namorada me consumia.

–Não posso deixar você fazer isso. Não posso deixar você acabar com a gangue. Nós vamos falir! –Ryan estava desesperado.

–Você não só pode deixar como você vai. Falir vocês é exatamente o plano do Travis. E por mais que seja injusto, é a nossa única saída senão a morte. –tentei esclarecer nosso perigo a ele– Você sabe! Eu já te contei tudo! Ele está com nossa morte planejada, o cano de sua arma está direcionado às nossas cabeças e com um deslize meu ele puxará o gatilho. De um em um, ele mata todos. E eu não vou arriscar perder Mackenzie.

Ryan pôs as mãos na cabeça e esfregou-as no cabelo, estava nervoso, estava perdido.

–Não temos saída. –ele concluiu depois de pensar um pouco a respeito.

–Eu encontrarei uma saída, sabe que eu sempre dou um jeito em tudo. –Dei uma piscadela a ele.

Os capangas terminaram o serviço e dei a eles a permissão de saírem da mansão e irem para os seus carros, depois, ao encontro do chefe, Travis.

–Espera! –Ryan puxou meu pulso antes de ir. –O que eu digo para Mackenzie? Não pode fazer isso com ela. E você sabe como ela é, se souber de alguma coisa, não vai ficar parada, ela vai contar a todos da gangue, e quando o Justin souber, irá atrás do Travis. E então a guerra começará.

Um nó se formou em minha garganta. Porra.

–Cuida dela para mim. Mantenha-a em segurança. Eu vou voltar para ela. –assegurei, em seguida, fui embora.

Flashback

–A deixou ir embora? –perguntei ao Ryan, ele assentiu com tristeza.

–A deixou levar nosso dinheiro embora? –Chris perguntou ao Ryan de forma indignada.

–Chris! –o repreendi por só pensar no dinheiro com tantas informações mais importantes que nos contaram.

–Isso é um absurdo! –Chris disse enquanto fazia movimentos negativos com a cabeça.

–Onde você entra nisso? –Perguntei a Emma, mas sequer conseguia encará-la por muito tempo, a decepção era enorme.

–Ryan não conseguiu guardar só para si, então resolveu me contar. –ela disse, encarando-me intensamente, tão arrependida.

–Era um segredo que me fazia sentir culpado por saber e não dizer, não quis sentir o peso da culpa sozinho, então passei a bola para Emma segurar também. –Ele deu de ombros.

–E pelo visto estou carregando ela sozinha agora. –Ela jogou uma indireta para mim, que aparentava estar considerando as desculpas de todos menos a dela.

Mas eu estava certa. Nunca desconfiaria dela nem por mil anos. Do Ryan eu já desconfiava, pois, ele me dava motivos para tal coisa. Mas ela estava ao meu lado em meus choros, em minhas crises por falta da Ruby. E nada importou para ela.

 Decidi ignorá-la.

–Então, no dia do racha, o que realmente aconteceu? –perguntei curiosa. Estava claro que havia algo errado no racha.

–Mais uma brincadeira do Travis. –Ryan deu de ombros– Ele sabia que estávamos tentando nos reerguer, ele sabia que tinha uma quantia alta de dinheiro dentro do nosso carro e ordenou que explodisse ele.

–E mantiveram em segredo para os outros porque se  eles soubessem com certeza iriam atrás do Travis, e então a guerra começaria. –Chris assimilou as coisas, referindo-se ao Tyga, Justin e a si como os outros.

–Então vocês são controlados pelo Travis? –Perguntei desacreditada. –Se ele tem tanto ódio da gangue é por saber que somos melhores que ele, então por que deixamos com que ele nos subestime?

–Concordo com Mackenzie, esse jogo tem que acabar. Nós precisamos lembrar ao Travis o porquê dele ter tanto medo de estarmos todos juntos, porque basta isso para acabarmos com ele. –Ryan empolgou-se.

–Vai com calma, meu amigo. Sabemos que não é bem assim, precisamos pensar no que faremos, e depois disso, colocamos em prática. –Ruby alertou.

–Podemos marcar outra reunião dessa outro dia. –Chris comentou ao checar seu relógio de pulso– preciso estar em Los Angeles em duas horas, tenho compromisso.

Ele levantou-se da cadeira com pressa.

–O que vai fazer lá? –Ryan perguntou sem entender a pressa repentina.

–Mackenzie, me acompanha até a saída? –Ele passou por cima da pergunta do Ryan e me encarou.

Estava desnorteada, mas consegui assenti em resposta a ele.

–Vamos lá. –Levantei da cadeira e deixei a mesa, caminhando junto ao Chris até a saída da cafeteria.

Seu carro estava estacionado em frente ao estabelecimento, antes de entrar, ele perguntou:

–Você está bem aqui?

–Sim, um pouco desnorteada com tantas informações, mas sim, estou bem. –afirmei, ele assentiu.

–Era o que eu precisava saber. Quando não se sentir bem, ou quando precisar de qualquer coisa ligue para mim. Eu venho te buscar na mesma hora. –Ele disse, eu sorri agradecida e corri até ele para dar-lhe um abraço apertado.

–Eu senti sua falta. –disse em meio ao abraço de urso.

–As coisas não ficarão assim, ok? Esse caos vai acabar, vamos todos voltar a morar em Los Angeles, juntos, vou garantir que sua única preocupação seja que roupa vai usar para ir ao shopping com a Julie. –Ele prometeu enquanto nos abraçávamos.

Era tudo o que eu queria. Que tudo voltasse a ser como era. Que a paz voltasse a reinar. Que tudo ficasse bem de uma vez por todas.

–Tudo bem, eu confio em você. –Nos afastamos do abraço. –Como está o Justin?

Eu precisava saber sobre ele. Necessitava de informações sua.

–Acabado. Tudo o que ele faz é te procurar. –Chris contou, pelo menos, foi sincero e não me escondeu a verdade.

Uma dor tomou conta de mim por saber que ele estava tão mal e eu era culpada por aquilo.

–Eu vou voltar, não deixarei as coisas assim. –Eu disse, Chris assentiu, em seguida, entrou em seu carro e se foi.

Bom, as cartas já estavam sobre a mesa, restava agora saber o que eu faria com elas.

Voltei para dentro do estabelecimento.

Aproximei-me da mesa cafeteria. Sem o Chris ali, sentia-me em meio a traidores. Porque por mais que suas desculpas fossem plausíveis, não mudava o fato de me verem sofrer por tanto tempo e não me ajudarem. E eu sei que levaria aquele rancor comigo por muito tempo.

–Bom... Essa também é nossa deixa, precisamos voltar a Los Angeles. –Ryan disse ao se levantar da cadeira, em seguida, Emma fez o mesmo encarando-me. 

–Tchau. –Disse friamente.

–Não vai nos acompanhar até a saída também? –Ryan perguntou.

–Vocês sabem o caminho. –Abri um sorriso falso, Emma pareceu se destruir ainda mais por dentro ao vê-lo, porque sabia que grande parte da mágoa que resultava o tratamento frio, era culpa dela.

–Preciso falar com você, a sós. –Ryan disse, bufei e os acompanhei até a saída de braços cruzados.

Emma e Ryan despediram-se brevemente da Ruby antes de irmos.

–Desembucha logo! –mandei assim que pisamos o pé para fora da cafeteria.

–Desfaz essa cara! –Ele tocou a ponta do dedo em meu nariz, dei um tapa seguro em sua mão e ele riu.–Me perdoa. Não precisa responder agora, sei que não será nada amigável, mas pense em me perdoar mais tarde, quando esfriar a cabeça.

–Era só isso ou tem mais? –Perguntei, ainda com os braços cruzados.

–Mais. Eu sei que nunca fui o irmão que você queria que eu fosse. Eu fiz tudo errado, mas foi com a melhor das intenções, acredite. Eu queria proteger você, mas acabei te magoando. Então, para me redimir, vou dar um conselho sincero: se ama a Ruby, fique com ela, porque o sentimento é recíproco e eu sei que ele se esforça para te dar o melhor. E sei também que eu era o primeiro a mandar você esquecê-la, porque eu tinha em mente que era perigoso para você ficar com ela, mas agora eu sei que não há lugar melhor para você senão ao lado dela, perigoso mesmo é ficar longe. –Ryan desabafou. –Enfim, estou tentando ser um bom irmão, é difícil para mim, sou novo nesse ramo e você sabe.

Não houve barreiras de raiva suficientes para sustentar o meu drama. Abracei o Ryan com força e chorei em seu ombro. Eu precisava mesmo era saber que minha família ainda estava ali por mim, mesmo que todos separados.

–Obrigada, Ryan, eu amo você. –o apertei dentro do abraço.

–Te amo incontáveis vezes mais. –Ele disse ao pé do meu ouvido.

E eu fiquei tão, tão feliz por tê-lo ali, sendo sincero acima de tudo.

–Tudo vai se resolver. –assegurei– vai ficar tudo bem.

Afastei-me dele e enxuguei minhas lágrimas com a mão.

–Vai ficar tudo bem, pode confiar. –Ele deu uma piscadela e olhou para trás, procurando por Emma.

Ela estava de braços cruzados um pouco distante de nós. Seus olhos azuis encaravam os carros passarem, mas sua mente parecia estar em algum lugar distante dali.

–Outra que te ama... –Ryan referiu-se a ela.

–A Emma? –perguntei sem acreditar em tal coisa.

Era a segunda vez que terceiros notavam algum sentimento dela por mim. Julie notou que ela sentia ciúmes e, agora, o Ryan.

–Ela mesmob. –Ryan confirmou.

–Tudo bem, isso é demais para mim, eu preciso descansar e vocês precisam partir, tenha uma boa viagem! –abracei novamente o Ryan brevemente.

–Não ignore os sentimentos dela assim, Mackenzie. –Ryan me aconselhou– Se a ama deixe que ela saiba.

–Definitivamente não. Eu já tenho muitos problemas e não quero adicioná-la a lista, se bem que, ela já está inclusa por ter me escondido tanta coisa. –declarei. –Precisamos resolver o problema do Travis primeiro, depois, eu ajeito tudo em mim.

–Ótimo, resolvemos isso depois então. Só não a culpe por não ter te contado nada, porque ela quis, mas eu não deixei. –ele deu uma piscadela e se foi.

Quando o carro do Ryan se perdeu em meio aos outros na pista, retornei a parte interior da cafeteria. Ruby ainda estava sentada no mesmo lugar, seus olhos ergueram-se em minha direção assim que atravessei a porta de vidro do estabelecimento.

Caminhei até ela com certo pesar no olhar. Ela passou por tantas coisas ruins. Enfrentou tempestades terríveis, e tudo isso, em troca da minha segurança. Então eu devo admitir que, mesmo que parte de mim esteja magoada por ela ter ido, sua intenção foi a melhor. Nesse momento, o amor entre nós duas precisa falar mais alto que o rancor que guardo dentro de mim.

Sentei em seu colo e passei meu braço por seu ombro. Ela abriu um sorriso fraco com o gesto. Sorri também ao ver seu sorriso se formar.

–Me perdoa por te deixar. –ela desculpou-se.

–Eu perdoo você, mas me deve sexo de reconciliação. –sorri maliciosamente e ela também.

Travis—Ponto de vista.

Los Angeles.

Meus capangas estavam reunidos em meu escritório, todos em posição ouvindo minhas ordens, e caso falhassem ao executá-las, faria questão de matá-los eu mesmo.

–Vocês falharam duas vezes. O cassino era para ser o fim da linha! O FIM DA LINHA! –gritei na cara de um dos capangas– Mas tudo bem, eu serei bonzinho e darei outra chance a vocês.

–O que faremos dessa vez? –um deles perguntou.

Ri malignamente.

–Escolhi um de vocês para liderar a nossa nova operação. E creio que essa será a última. –virei para o meu garoto prodígio sentado de forma despojada na minha enorme poltrona de couro atrás da minha mesa. –Chris, é a sua hora de agir. Não me decepcione.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...