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História Pressure - Living A Nightmare


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


Queridos, tudo bom?
Esse capítulo aqui tem uma bomba, e no próximo outra ainda maior.

Capítulo 22 - Living A Nightmare


Contivemos-nos até chegar ao elevador do hotel. Minha sede por foder com ela falava mais alto que tudo. Meu corpo estava quente, um fervor de desejo me consumia.

E eu não peço a ela água para apagar o meu fogo, peço que queime junto à mim.

Ruby prensou meu corpo contra a parede fria do elevador e me deu impulso para carregar-me no colo. Sua boca carnuda chupava meus lábios de maneira intensa. Nossas línguas namoravam-se a cada encontro. Seu beijo me arrancava o fôlego.

Enlacei minhas pernas ao redor de sua cintura. Ela segurava minhas coxas num aperto excitante. Estava prestes a implorar para que ela me penetrasse quando o elevador chegou ao nosso andar.

Paramos rapidamente de fazer o que estávamos fazendo. Um casal com dois prováveis filhos nos encarava boquiabertos. Eles estavam esperando o elevador.

Ajeitei meu vestido no corpo e passei a mão sobre os fios assanhados do meu cabelo, eu estava nitidamente envergonhada. E Ruby claramente estava se prendendo para não cair na risada.

Ela me deu sua mão e eu a segurei. Saí do elevador com o rosto enterrado em seu ombro, morta de vergonha. Não podia me ver, mas sabia que estava com as bochechas absurdamente vermelhas.

Quando a família que nos pegou no flagra entrou no elevador, ficamos sozinhas no corredor dos quartos extenso.

Após me certificar que não havia mais ninguém ali, interrompi os passos da Ruby me colocando em sua frente. Ela me lançou um sorriso malicioso antes de voltarmos a nos beijar. Agarrei sua nuca e satisfiz meu desejo enlouquecedor. E dessa vez, o beijo foi ainda mais feroz.

Seu beijon me deixava com um puta tesão incontrolável. Mordi o seu lábio levemente entre nosso beijo e ouvi-la arfar. Puta que pariu, que arfada gostosa!

Suas mãos apertaram com força minha cintura. Sem controle, despi-me ali mesmo no corredor.

–Ficou louca, porra? –Ruby olhou para todo canto certificando-se de que ninguém estava olhando para mim.

–Louca para foder você! –Eu disse eufórica ao terminar de me despir por completo.

Fiquei nua em espaço público. Porque as regras só servem para serem quebradas.

Empurrei o corpo da Ruby com força e ela caiu de costas sobre o tapete vermelho aveludado do chão. Agachei no chão ficando de pernas abertas em sua direção.

–Puta merda, Mackenzie! –Ruby balançou a cabeça negativamente.

Ela mordeu o lábio inferior com força ao ver que eu estava completamente molhada. Levei dois dedos a minha entrada e após molhá-los com meu líquido quente e gostoso, levei-os ao meu clitóris. Estimulei-me enquanto a encarava e gemia, isso surtiu nela um tesão incontrolável.

Quando senti que estava próximo a atingir o clímax, parei de trabalhar com meus dedos e engatinhei até ela. Depositei beijos por todo o seu corpo ainda coberto com roupas inúteis até chegar ao seu rosto.

–Me chupa! –disse ao agachar em seu rosto.

Ruby apertou minha bunda com força enquanto me chupava. Sua língua fazia movimentos gostosos e enlouquecedores no meu ponto H. Levei minhas mãos aos meus seios e os apertei fortemente, em seguida, senti minhas pernas se desequilibrarem e atingi o orgasmo. Puta sensação boa. Senti vontade de gritar, mas essa reação atrairia a atenção dos outros hospedes do hotel, então tentei me controlar ao máximo. Mas cara, era difícil quando tratava-se de alguém que era extremamente bom em qualquer coisa que fazia.

–Minha vez de te fazer gozar. –disse assim que retornei a ficar de quarto sobre ela. Seus lábios ainda estavam melados de gozo, passei a língua por eles e mordi o lábio inferior me deliciando com meu próprio gosto. Ruby sorriu maliciosamente para mim.

Posicionei-me no meio de suas pernas e abaixei sua calça e calcinha box. Joguei suas vestimentas para longe, elas não serviam para nada senão esconder seu corpo maravilhoso. Abaixei meu rosto na altura na sua intimidade e respirei ofegante no local, tal ato fez com que ela se arrepiasse por inteira.

Movimentei circularmente a ponta da minha língua em seu clitóris, ela se contorceu de prazer. Alternei para cima e para baixo por toda a extensão de sua vagina, aquilo a levou a loucura. Seus dedos logo se entrelaçaram aos fios louros do meu cabelo e empurraram meu rosto contra sua intimidade. Apertei suas coxas com força e a chupei com vontade. Tudo nela era tão gostoso.

Senti seus gemidos se intensificarem e notei que ela atingiria o orgasmo em questão de segundos. Larguei minha mão direita de sua perna e penetrei dois dedos nela. Enquanto saía e entrava lentamente, concentrei-me em fazer movimentos prazerosos com a língua. Ela contorcia-se no chão. Suas costas arqueavam-se em excitação, e seus movimentos me deixavam louca.

Aumentei a freqüência das minhas estocadas. Senti sua intimidade contrair-se e ela liberou seu gozo quente molhando meus dedos.

Afastei meus dedos de sua intimidade e os coloquei inteiros na boca, ela observava meus movimentos mordendo o lábio inferior. Devagar, retirei da boca meus dedos, chupando-os como se fosse o meu doce preferido.

Passei a língua por entre os lábios e joguei meu corpo ao lado do seu deitado sobre o chão.

Ambas estávamos ofegantes.

–Você está perdoada! –Eu disse. Rimos juntas.

–Ok. Vamos sair daqui antes que nos encontrem nuas! –Ruby disse ao levantar-se com pressa e recolheu nossas peças de roupa.

Ainda sem roupa, corremos para dentro do nosso quarto ao fim do corredor.

–Vou preparar um banho para nós duas. Liga para a recepção e avisa que vamos comer no quarto hoje. –eu pedi.

Fui até o banheiro e pus a banheira para encher, joguei alguns sais na água e aguardei ficar pronta.

Ouvi vozes vindas do quarto. Puxei um roupão branco que estava sobre a bancada do balcão e o vesti rapidamente, curiosa por saber quem era. Ajeitei o meu cabelo brevemente em frente ao espelho e saí do banheiro voltando para o nosso quarto. Era o Ed.

–Olá, Mackenzie! –Ed cumprimentou-me de longe enquanto coçava seu olho esquerdo.

–Olá, Ed! –Sorri alegremente ao respondê-lo.

–Hum. E esse sorriso de orelha a orelha? Vocês transaram?! –Ed perguntou e acertou na lata.

Ruby soltou uma gargalhada gostosa. Eu corri até a nossa cama e escondi meu rosto entre os travesseiros. Ao perceber que estava envergonhada, Ed juntou-se a Ruby e soltou uma gargalhada também. Os dois se divertiram com minha reação.

–Tudo bem. –Ed disse ao parar de rir– Vamos?

–Vamos! –Respondeu a Ruby– vou tomar um banho rápido.

–Aonde vocês vão? –perguntei afastando meu rosto das almofadas e encarando-os.

–Explica a ela enquanto me arrumo. –Ruby disse enquanto pegava uma muda de roupas limpas dentro de uma mochila preta que o Ed trouxe consigo e levou-a para o banheiro.

–Estamos montando o nosso próprio exército. Contratamos novos seguranças para garantir nossa proteção e firmamos alianças com traficantes aqui em Vegas. Estamos indo encontrá-los, bolaremos planos contra o Travis. –Ed me explicou o motivo da saída deles.

–E onde vocês se encontrarão? –perguntei curiosa.

–Já faz uns meses que Ruby mandou construírem uma espécie de escritório subterrâneo aqui, o usaremos para as reuniões.

–Ah. Tomem cuidado! –Pedi.

–Relaxa. Está tudo sob o nosso controle! –ele deu uma piscadela.

–É exatamente por isso que peço para tomarem cuidado. –mandei outra piscadela para ele. Ed pareceu entender o que quis dizer e assentiu.

Liguei para a recepção e avisei que almoçaria no quarto. Ainda na ligação, me despedi brevemente da Ruby com um selinho, acenei para o Ed e eles se foram.

Ao finalizar a ligação, me dei conta que aquele era o único momento em que estava de fato sozinha desde toda essa reviravolta após o casamento, ou melhor, o quase casamento.

Eu precisava pensar. E a primeira coisa que me veio em mente foi: Emma. De acordo com a teoria do Ryan, ela me amava. Como pode ser verdade? Nunca percebi seu afeto sobre mim. Talvez eu tenha sido burra demais para não ler as entrelinhas.

 Mas em relação ao que eu sinto, sempre esteve explícito que sentia desejo por ela. E não me arrependo nem um pouco por tê-la beijado em minha despedida de solteira. Se eu pudesse, faria outra vez, mas o Justin acabou com a nossa festinha.

E agora eu tenho a Ruby. E não consigo pensar em nada além dessa mulher. Ela me fascina. Talvez tenhamos nascido uma para outra. Algo em nós duas sempre atrairá uma à outra. Somos coligadas.

Não percebi quanto tempo havia passado desde que Ed e Ruby saíram até que o serviço de quarto chamou-me, atendi-o rapidamente, pois estava faminta. Gostaria que Ruby estivesse ali comigo, mas como não estava, eu ia comer sozinha.

Assim que destampei o prato de comida senti um enjôo enorme. E não era por nada no prato, a comida estava belíssima, mas senti-me enjoada. O vômito chegou a minha boca. Corri com toda a pressa para dentro do banheiro. Ajoelhei-me em frente ao vaso sanitário e pus para fora o vômito preso em mim.

Após pôr tudo para fora, fechei a tampa do vaso sanitário e sentei sobre ele. Apertei o botão da descarga e prendi meu cabelo num coque alto. Inspira, expira, inspira, expira. Aos poucos, minha respiração voltou ao normal, meu corpo reabilitou-se.

Por que o enjôo repentino?

Voltei ao meu quarto. Ainda sentia-me mal, mas agora, estava ao menos sem o enjôo. Sentei-me a beirada da cama e pus a mão na barriga sobre o grosso tecido do roupão branco.

Devo ter comido algo que me fez mal, pensei. Minha cabeça voou longe em outras possibilidades que resultaram o meu enjôo. Nenhuma delas me amedrontou mais que essa: gravidez.

–Não. Não. Não. –balancei a cabeça negativamente, espantando todos os pensamentos acerca da possível gravidez.

Isso não pode acontecer. Eu não posso ser castigada dessa forma. Os céus não estão ao meu favor?

Liguei para a recepção. Lembrei-me que eles também entregavam medicamentos e solicitei um teste de gravidez, logo, alguém bateu a minha porta a entregou-me o maldito teste.

Encarei a caixinha rosa. Ainda negava mentalmente aquela possibilidade idiota, mas precisava de confirmações exatas. Abri a caixinha e retirei dela uma bula e um aparelho eletrônico que me ajudaria a descobrir se era positivo, o que eu não queria, ou era negativo, e tinha que ser.

Li por alto as instruções contidas no papel. Eu precisava urinar em um pequeno recipiente que vinha na caixinha também, em seguida, devia mergulhar a ponta do aparelho no xixi e aguardar uns instantes. Era nojento, mas precisava ser feito, e eu fiz direitinho cada passo.

E uma das piores partes, esperar. Um montão de coisas me vinha à cabeça. Aborto. Não pode ser positivo. Existe uma pílula para o mês seguinte, talvez?

Sem querer amarrotar minha cabeça de pensamentos, retirei o aparelho do pequeno copo com urina e procurei nele alguma informação. Em uma pequena, minúscula telinha mostrava dois traços.

Ótimo, mas o que isso significa?

Fui ler a bula outra vez. Era simples e destruidor para mim: um traço; negativo, dois traços; positivo.

Não pode ser. Testes de farmácia tendem a dar errado. Está errado. Não pode estar correto. Alguma coisa está errada.

Larguei o teste na bancada do balcão e saí do banheiro correndo. Joguei-me na cama e enfiei meu rosto em uma almofada. Gritei. Tentei pôr para fora todas as coisas ruins que sentia. Meu grito soou abafado, mas quem dera se a dor dentro de mim decidisse se abafar também. Mas não, a dor gritava, gritava usando um megafone.

Eu precisava de ajuda. Precisava que alguém me ajudasse a lidar com essa situação. Ruby não pode saber que carrego um filho da pessoa que ela tanto odeia; do seu inimigo.

Com quem eu podia contar para compartilhar aquele segredo? Chris! Ele disse que eu poderia ligar para ele na presença de qualquer problema, e bem, isso é um problema, dos grandes.

Levantei-me da cama e fui ao criado-mudo, peguei o telefone e disquei o número do Chris. Pus para chamar e aguardei ele atender. Chamou. Chamou. Chamou. E nada.

Tentei o Ryan. Ele atenderia.

Olá, aqui é a Julie, o Ryan está ocupado demais comigo e não pode atender sua ligação, por favor, tente mais tarde ou deixe seu recado após o sinal.

Quando o sinal soou, desliguei rapidamente. Sua voz soou tão feliz na gravação. Fiquei feliz por saber que ela havia por fim encontrado o seu amor. E feliz pelo Ryan, pois ela é a melhor pessoa para ele e vice-versa.

Quem mais eu podia confiar se sequer podia ligar para alguém que não soubesse o meu paradeiro? Pensei e pensei. Emma estaria muito zangada para me atender? Ignorar-me-ia ou me mandaria procurar outro ombro amigo para chorar e pedir ajuda?

Qualquer que fosse sua reação, ela era a minha única saída. E para ser sincera, a única pessoa quem podia estar zangada sou eu, pois fui eu quem saiu machucada, não fui eu quem errou.

Resolvi ligar. Ela atendeu em uma das últimas chamadas, quando já tinha perdido minhas esperanças. Ela não disse nada, mas podia ouvir sua respiração serena soar através da escuta do telefone. Suspirei. Ela não diria nada, então resolvi quebrar o silêncio.

Mackenzie: Eu preciso da sua ajuda.

Emma: Eu sei.

Mackenzie: Como sabe?

Emma: Do contrário, não me ligaria.

Suspirei fundo. Ela tinha razão.

Mackenzie: O quão provável é que os testes de gravidez dêem errado?

Emma: Não sei, suponho que seja bem pouco provável. Por quê?

Mackenzie: E dois traços... Significam mesmo positivo?

Emma: Sim, Mackenzie. O que quer me dizer com isso?

Senti um nó formar-se em minha garganta. Como confirmaria aquilo para ela sendo que nem ingeri para mim mesma?

Emma: Não me diga que...

Mackenzie: Tudo bem, não direi. Mas espero que tenha entendido o recado.

Emma: Caralho! 

Mackenzie: As coisas já estão bem difíceis, não faça parecer que acabei de foder com tudo.

Emma: Me espera, o.k.? A viagem de Los Angeles para Vegas só demora alguns minutos de jatinho.

Mackenzie: Você vem para Vegas por minha causa?

Emma: Conheço a amiga que tenho, não acho que você vá querer enfrentar a Ruby sozinha.

Mackenzie: Estou no hotel Plaza. Venha rápido!

E desliguei a ligação.

...

 

As horas passaram voando. Estava nervosa. Andava de um lado para o outro no quarto. De repente, ligam-me da recepção. Atendi depressa, pois estava bem próximo ao telefone. Disseram-me que uma garota chamada Emma me faria uma visita e eles precisavam saber se tinham a minha permissão, afirmei e desliguei o telefone.

A porta já estava aberta quando Emma chegou. Meu coração bateu forte, mas não soube decifrá-lo, podia ser por desespero ou qualquer outra coisa.

Seus cabelos azuis me encantavam, mas não tive tempo para afagá-los como gostaria, estava desesperada.

–Vim o mais rápido que pude.

–Obrigada! –Agradeci da forma mais sincera. –Eu não sei o que fazer. Não sei qual será o meu próximo passo.

–Talvez deva começar me mostrando o teste. Você está tão nervosa que pode ter visto um traço onde não há nada. –ela disse, eu ri em meio ao caos.

–Vou buscá-lo. –Disse seguindo em direção ao banheiro e voltei de lá com o aparelho desgraçado. Entreguei-o a Emma. Pela cara que ela fez, estava mais que afirmado a minha gravidez.

–Precisa contar a Ruby. –ela disse, em seguida, pôs o aparelho sobre o criado mudo.

–Não sei como dizer, não caiu a ficha ainda. –fiz cara de choro e sentei-me a beirada da cama puxando uma almofada para pôr em meu colo e apoiei meus cotovelos nela.

–Segundo o teste de gravidez, você carrega um feto dentro de si. Caiu a ficha agora? –ela perguntou.

–Pegue leve comigo, eu não consigo lidar com essa realidade.

–Você lidou com realidades piores, Mackenzie.

–Mas todas foram passageiras. Essa que carrego dentro de mim vai permanecer por uma vida inteira. –pisquei os olhos e as lágrimas desceram de imediato. –Droga, por que faço tudo errado?

–Isso é um erro?

–É. O pior que já cometi. –disse com raiva. Emma riu. –Do que você está rindo?

–De você. –respondeu. Joguei contra ela a almofada em meu colo e ela agarrou-a no ar– Desculpa. –se redimiu ainda rindo.

–Venha cá. –bati a palma da mão num espaço vazio da cama bem ao meu lado a convidando para se sentar, e ela o fez.

Deitei minha cabeça sobre o seu ombro e suspirei profundamente.

–As coisas acabarão bem. –ela conseguiu dizer. – não enxergo isso como um erro. E talvez você se arrependa de enxergar assim daqui a alguns anos.

–Ruby não vai gostar nem um pouco... –falei com a voz de choro.

–É uma notícia forte para qualquer um, mas vocês se entenderão.

–Eu espero que... –Não conclui a frase, Ruby adentrou o nosso quarto com o Ed logo atrás de si.

Ao ver a Emma ali, Ruby franziu o cenho.

–Emma? Achei que já tinha voltado para Los Angeles. –Ruby disse.

Levantei rapidamente a cabeça deitada sobre o ombro da Emma e suspirei nervosa.

–Eu voltei, há coisas aqui que ainda não foram resolvidas. –Emma respondeu.

–Por exemplo? –Ruby quis que ela fosse direta.

Emma me encarou. Seu olhar soava como um “devo contar agora?”

–NÃO! –gritei no ato. Ed e Ruby me encararam sem entender.

–Não o que? –Ruby cruzou os braços ao perguntar.

Sua expressão facial demonstrava sentimentos de nervosismo e preocupação. Droga. Eu não queria fazê-la magoar-se. Por que eu só erro? Quando eu acho que tudo está indo bem, me acontece uma desgraça, é tão injusto.

Meus olhos arregalaram-se ao ver o que estava sobre o criado-mudo. O teste de gravidez. Meu interior gelou. Senti meu corpo inteiro se paralisar.

–Mack, você está pálida! –Ed alertou-me.

Emma levantou-se rapidamente e agachou-se em minha frente, tomou meu pulso em sua mão e chegou se estava tudo o.k. com a minha pulsação.

Ruby, estranhando a minha reação, acompanhou meu olhar até o teste de gravidez. Droga, droga, droga, mil vezes DROGA.

Emma ainda checava minha pulsação quando lhe dei um beliscão.

–AI! –exclamou, em seguida, me encarou sem entender.

Apontei a Ruby com o queixo e Emma olhou para ela. Ela estava em êxtase, em passos lentos, se aproximou do teste e tomou-o nas mãos. Ed, Emma e eu a encarávamos atônitos enquanto esperávamos uma reação de sua parte. Eu não soube o que fazer. E pelo visto, ela também não soube.

–É seu? –Ruby ergueu seus olhos em minha direção. Senti calafrios correrem por meu corpo.

Seu olhar era indecifrável, e eu temia àqueles olhares.

Suspirei profundamente e desviei nossos olhares. Olhei para Emma, ela fez sinal positivo com a cabeça querendo dizer por telepatia que aquela era a minha deixa, era o momento de dizer a verdade.

–Sim. –afirmei voltando a encará-la. Não consegui sustentar nossos olhares por muito tempo, pois, ela parecia me condenar através deles.

–Você só pode estar me sacaneando. –Ruby alterou um pouco o tom de voz.

Meus olhos encheram-se de lágrimas.

–Pega leve, Ruby. –Ed tentou me ajudar, ele pôs o braço na frente da Ruby que tentou avançar em minha direção. Emma levantou-se e segurou minha mão, me colocando atrás dela.

Tudo ocorreu muito rápido, meu caos surgiu em um piscar de cílios.

Ruby recuou e pôs a mão na cabeça, agindo como se tudo estivesse perdido, e realmente, estava. Pela primeira vez em mil anos, vi uma lágrima lhe escapar. Ela respirava de forma ofegante, estava nervosa. Olhava para o teto na intenção de que aquele movimento contivesse as lágrimas prestes a cair.

E meu coração doeu tanto.

–Está chorando? –perguntei, comovida. Ela me encarou com os olhos marejados e vermelhos.

Ruby era forte o suficiente para suportar todas as suas dores sem derramar lágrimas como eu fazia. E se ela não soube controlar, significava que aquilo a afetou seriamente.

Ela não me respondeu, e nem precisou, seu olhar disse o que sua boca não foi capaz de proferir. Ela estava com raiva. Estava com raiva de mim. Ela balançava a cabeça em negação enquanto me encarava. Seu olhar desceu até a minha barriga e voltou rapidamente.

–Vai embora, Mackenzie. Não vou deixar você me machucar mais que isso. –ela disse com toda segurança, ódio, tristeza e decepção. –Não faça como eu fiz, não volte mais.

–Não, Ruby, por favor! –segurei suas mãos, mas não segurei minhas lágrimas, elas rolaram por meu rosto como uma cachoeira. –Você não pode fazer isso comigo!

–VOCÊ não pode fazer isso comigo! –ela disse puxando sua mão de forma brusca.

Emma percebeu que a aquilo estava se agravando cada vez mais e se colocou entre nós duas, como se quisesse impedir uma briga. Ed não sabia o que fazer, apenas aproximou-se da Ruby, pronto para segurá-la caso perdesse o controle.

–Ruby, não pode fazer isso com ela. –Emma disse encarando-a e ficando de costas para mim.

–E quanto a mim? Como eu fico em meio a toda essa situação? Ignoro minha dor para que ela fique bem? –Ruby tremia, estava abalada– Eu cansei de priorizar você, Mackenzie. –ela afastou Emma de sua frente e me encarou– Porque tudo o que eu sofri longe de você não significa nada. Você é egoísta, só sabe dizer o quanto sofreu com minha ausência, mas você sabe o quanto eu sofri?

Emma e Ed abaixaram o olhar. Engoli em seco, não lhe respondi nada, deixei com que ela continuasse.

–O que quer que tenhamos juntas, acaba hoje e aqui. Esse filho só serviu para mostrar o quanto estava errada em pensar que poderíamos reatar. –ela fez uma pausa para enxugar as lágrimas com as mãos– Você está livre para voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído. E sim, esse é o adeus definitivo.

Após dizer tudo, ela deixou o quarto e bateu a porta com força. Ela levou tudo de mim consigo, minhas estruturas, esperanças, felicidade, e amor.

Corri até a cama e me joguei sobre ela. Escondi meu rosto entre as almofadas e chorei.

–Mackenzie! –Emma me sacudiu. –PARA DE CHORAR!

–ME DEIXA CHORAR EM PAZ, EMMA! VÁ EMBORA, NÃO HÁ MAIS NADA QUE POSSA FAZER! –gritei enquanto chorava mais e mais. Minha cabeça já doía incondicionalmente.

–É claro que há! –ela falou como se tal coisa fosse óbvia– Eu disse a você que ela ia pirar com a notícia, e isso aconteceu. Você está grávida do inimigo dela, ela não tem que ficar de sorrisinho para você não! E cá entre nós, ela já ouviu tantas coisas ruins da sua parte e mesmo com isso nunca desistiu de você, por que não pode fazer o mesmo por ela agora?

Tentei me acalmar. Meus soluços atrapalhavam a minha fala.

–Eu não queria magoá-la. E não estou desistindo dela, mas ela foi tão segura em suas palavras... –comprimi o choro. –eu não quero perdê-la, Emma, mas sinto que já perdi.

Emma suspirou.

–Eu disse que te ajudaria, e eu farei isso, mas preciso que se acalme. –ela pôs uma mecha loura e molhada por lágrimas atrás da minha orelha e acariciou minha bochecha vermelha com o polegar.

–Tudo bem. –respirei fundo tentando me acalmar.

–Ed, você fica aqui com ela, eu vou passar um tempo com a Ruby, não faço isso faz um tempo. –ela disse para o Ed, ele assentiu.

E quando Emma se foi, desejei que ela conseguisse ajeitar as coisas, pois ela era minha única esperança.



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