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História Pressure - All In One Night.


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


to muito empolgada para postar os capítulos seguintes!
espero que gostem desse aqui, beijão!
xoxo

Capítulo 34 - All In One Night.


Fanfic / Fanfiction Pressure - All In One Night.

Não seria a mesma Los Angeles sem alguma descoberta arrematadora.
Não seria a mesma Los Angeles se não me fizesse sentir perdida.
Se não roubasse de mim o controle das minhas próprias ações.
A menos, não seria a Los Angeles que conheço.

 

Minha fé está abalada. Eu mal posso respirar. A gravidade esqueceu-se de me pôr no chão. Minha mente cria paranóias convincentes das quais me mostram que todos ao redor escondem de mim uma verdade.

Esse é um dos problemas da humanidade. Crucificar uma pessoa, pelo erro de outra. Quer dizer, não posso condenar uma pessoa porque outra me magoou. É um erro. Mas todos cometem.

Você não pode odiar todas as rosas só porque uma te espetou.

Mas ainda que com esse ditado, não consigo desprender-me da ideia de que todos mentirão para mim. Sinto como se não estivesse segura. E esse trauma demorará a não fazer mais parte de mim.

E soa como fraqueza, mas é culpa de uma única pessoa. A quem dei tudo de mim, entreguei cada pedaço meu, e fui decepcionada ao fim. Ruby Rose é a culpada do tormento que me tornei.

Ela está viva. –Sussurrei. Uma névoa branca saía da minha boca a cada sopro. Estava frio.

A floresta estava úmida. Uma neblina tomava conta do solo. Eu encolhi-me o máximo que pude ao pé de uma árvore gigantesca, dentre suas raízes.

Meu vestido de noiva estava imundo, assim como o verdadeiro ficara no dia em que pretendia me casar. A saia branca do vestido estava suja de lama. E um pouco mais para cima, na parte do busto, manchas avermelhadas deixavam sua aparência assustadora; era o sangue dos seguranças.

Ainda segurava a chave do carro que ela me entregara para ir embora, eu não fui. Rodei a floresta. Corri para longe. Perdi-me, mas não foi como se nunca estivesse me perdido antes, há muito tempo estive perdida, dentro de mim.

Comecei a chorar baixinho quando a crise existencial passou. Meu corpo e alma estavam exaustos. Pensar em como tratei a Ruby de forma ruim piorava a situação, mas lembrar que em parte ela mereceu era reconfortante.

–Já chega. –Disse determinada. Enxuguei as lágrimas das bochechas com a mão suja de barro. Levantei-me daquele chão frio e sacudi as mãos na saia do vestido, deixando-o ainda mais sujo. –Já chorei por uma vida. Eu já passei por dor semelhante a essa antes e continuo viva. Não é hora de se esconder, é hora de mostrar o quão forte me fizeram as dores.

Olhei para os lados tentando me recordar a que caminho havia usado para chegar ali. Tentei ver minhas pegadas, mas a neblina no chão impedia-me de ver qualquer coisa. Optei por usar o caminho mais provável.

A escuridão da noite fazia da floresta um lugar sombrio. Comecei a correr feito louca. Mudei de rota ao menos quatro vezes por achar que o caminho não era o certo.

Quando o ar me faltou, diminuí a velocidade aos poucos. O som da minha respiração ofegante deixou de ser tão alto quando ouvi o barulho de um som em algum lugar por perto. Deixei aquele sonido me guiar e o segui.

Abri um sorriso enorme ao notar que o sonido vinha da casa onde a Ruby estava. Senti-me aliviada quando avistei a bela construção de madeira.

Corri até a escadaria e subi os degraus com pressa. Debrucei-me a porta de tão cansada que estava. Girei a maçaneta e adentrei a casa quase caindo ao chão. A música ficou ainda mais alta.

–Vamos lá, garotas! –Uma loura oxigenada estimulou mais três garotas a acompanharem ela tirando a única peça de roupa que faltava para ficarem nuas; a calcinha.

Prostitutas. Exatamente, foi a elas que a Ruby recorreu depois que deixei sua casa.

–O que está acontecendo aqui? –Disse em alto e bom som para todos ouvirem. Uma morena deu um pulo de susto ao me ver entrar, provavelmente por minha aparência.

–Mackenzie? –A voz de Ruby chamou por meu nome. Procurei-a pela sala e detive-me ao vê-la sentada numa poltrona com uma garota sentada em seu colo. –Você não foi embora?

–O que você acha? –Cruzei os braços ao perguntar.

–É a sua namorada? –A morena em seu colo perguntou.

–Não, ela é... –Ruby tentou respondê-la, mas eu a interrompi de imediato.

–Eu sou. Acabei de voltar de um enterro. –Fiz uma pausa. Troquei olhares com todas as prostituas e elas fizeram carinhas tristes. –O enterro de duas belas mulheres. Tinham um belo futuro a frente.

–Que triste. O que aconteceu com elas? –A loura perguntou.

–Elas deram em cima da minha namorada. Eu as matei. Eu acabo de cavar a cova delas e sinto-me disposta a cavar mais algumas. Vêem isso? –Apontei as manchas no meu vestido. –São manchas. Manchas de sangue. Vocês vão ter a oportunidade de deixar essas manchas no meu vestido caso não saiam dessa casa em cinco segundos.

As mulheres entreolharam-se assustadas.

–Cinco. Quatro. Três. –Comecei a contagem. Elas desesperaram-se. Buscaram por suas bolsas e roupas e deixaram a casa às pressas.

–Uau. –Ruby estava boquiaberta.

–Eu não sabia que você estava viva. –Comecei meu discurso.

–O que? –Ela não entendeu a conversa repentina.

–Eu não sabia que você estava viva. Por todos esses anos, não sabia que você estava viva. –na medida em que falava, dava passos aproximando-me dela. – Se eu soubesse, certamente teria procurado por você. Não teria evitado por tanto tempo pensar no seu nome e nas memórias que ele me recordava. Não teria tido o trabalho de reconstruir uma vida fora daqui. Eu não teria precisado fugir de Los Angeles. Mas eu não sabia. Eu sabia que não suportaria ficar em Los Angeles com tanta dor, com tantas coisas ruins. Pensei que recomeçar em outro lugar faria de mim uma nova pessoa, e isso realmente ajudou apesar de não ter sido ao pé da letra. –A esse ponto, já estava em sua frente, e ela, sentada na poltrona– Mas eu deveria mesmo ter procurado por você. Depois de tantas controversas, de tantas enganações, deveria considerar a ideia de que você estava viva. Seria só mais uma loucura no mundo em que vivemos, não me faria mal algum. Mas eu não acreditei.

–Bem eu... Não sei ao certo o que te dizer. Não esperava que voltasse aqui. –Ela disse após ouvir-me dizer tudo.

–É. Eu percebi. –Me referi às prostitutas que estavam ali agora a pouco. Consegui fazer com que ela risse.

–Estou tão apavorada quanto você. Também acreditei que nunca mais fosse ver seu rosto outra vez, e cada dia que se passava reforçava essa crença. –Ruby disse. Ela levantou-se da poltrona e encostou-se a mim. Ficamos de frente para a outra. Encarei seus olhos desfrutando a boa sensação que aquilo me dava.–Não tem noção de como procurei por você feito uma alucinada. Mas não te encontrei em lugar algum, e isso me desesperou. Sinto muito quando percebo que já se passaram anos. Acabou o tempo. Tudo está acabado. Você provavelmente... Está casada?

–Não. –Deixei uma gargalhada alta escapar. –Eu não cheguei nem perto disso. Encontrei um emprego para ocupar minha mente e deixei com que ele me dominasse. Acho que enganei minha mente para fugir dos pensamentos obscuros.

–É bom que tenha conseguido uma distração. Comigo não foi tão fácil assim. Minha mente foi esperta demais para se concentrar em qualquer bobagem. Nunca consegui fugir dos pensamentos obscuros. –Ela disse.

–É mais forte do que eu pensei que era. Eu não sei se agüentaria todos esses anos enfrentando minha dor, enganar a mim mesma foi uma forma de sobrevivência que eu encontrei. –Disse a ela.

–É forte por ter conseguido sustentar essa enganação. –Ela balançou a cabeça positivamente.

–Não acredito que você está bem aqui na minha frente. –Deixei escapar que parte de mim ainda estava em choque por isso.

–Não acredito que você está bem aqui na minha frente. –Ela repetiu. Também sentia o mesmo que eu.

Ficamos um tempinho no mais profundo silêncio. Um tempo onde nossos olhares pareciam conversar. E teu sorriso foi a porta para que o meu se abrisse. Era como se a presença de uma a outra bastasse. Como se nada mais precisasse ser dito quando ainda haviam tantas coisas a conversar.

–Nós provavelmente estamos metidas em encrenca. –Quebrei o silêncio.

–Com toda a certeza, estamos. –Ela afirmou.

–Já estive nesse jogo antes. Conheço tudo. E, com isso, posso dizer que você estava a todo o tempo escondendo-se atrás do Ryan e Emma. É você o grande porquê dos negócios terem dado certo para eles. –Juntei as peças na minha cabeça. –Se alguém parasse para analisar. Era impossível não saber de onde vinham todas as jogadas estratégicas. Você sempre sabe como jogar. Eu deveria ter te enxergado por trás deles. Deveria ter visto que Emma e Ryan tornaram-se rascunhos seu.

–Rascunhos? –Ela franziu o cenho.

–Sim. Eles nunca conseguiriam fazer metade de tudo o que fizeram sem que você estivesse bem ao lado. Para serem suas cópias, como aposto que eles queriam, precisariam ter a ousadia de fazer as coisas do jeito deles. Ryan e Emma estão a todo o tempo querendo ser como você, mas você nunca faria isso por outra pessoa, automaticamente eles não são como você. –Eu disse. Ruby pareceu pensar sobre aquilo.

–Talvez tenha razão. –Ela deu de ombros.

–O Justin é a sua cópia. Ele acredita nos próprios instintos. Jamais se deixaria tentar ser como alguém. Ele quer que tentem ser como ele. –Disse enquanto também pensava sobre isso.

–Justin e eu temos muitas coisas em comum. –Ruby disse. Demorei um pouco para captar o duplo sentido da frase. Ela olhou-me dos pés a cabeça e eu soube que ela também se referia a mim.

–Tudo bem. Eu quero dizer que conheço o jogo. Sei que há uma confusão crescendo do lado de fora dessa casa. Justin provavelmente irá atrás do Ryan, achando que é ele o culpado do meu desaparecimento, depois descobrirá que você ainda está viva. Eu enfrentarei uma confusão. Mas temos esse momento. Nós temos um momento para parar o tempo e recobrar a paz interior. –Sugeri.

–O que você sugere, Mackenzie Foster? –Ruby perguntou num tom engraçado de se ouvir.

–Vinho. –Respondi.

–É o seu dia de sorte. –Ela disse. Virou-se de costas para mim e abaixou-se para pegar uma garrafa de vinho ao pé de sua poltrona.

–Deixe-me adivinhar... Ia beber enquanto via todas aquelas prostitutas se oferecerem para você? –Perguntei.

–Era a intenção. –Ela deu de ombros. –Mas fico feliz que os planos tenham mudado.

–Vá buscar as taças. Estarei esperando por você no quarto que preparou para mim. –Disse. Retirei a garrafa de vinho das suas mãos e caminhei em direção às escadas. –A propósito... –Interrompi meus passos e os dela. Ruby estava a um passo de entrar na cozinha e eu, de pisar nos degraus que davam ao segundo andar da casa. –Por que o vestido de noiva? –Eu quis saber.

–Comprei um ano atrás. Guardei-o para lembrar com mais clareza o momento em que te vi no dia do seu quase casamento, quando você decidiu fugir comigo. A questão é que imaginei você por tantas vezes vestindo ele que quis vê-la de verdade vestindo-o mais uma vez. –Contou-me. Senti uma grande emoção dentro do peito.

–E o momento foi tão emocionante quanto esperava? –Questionei. Ela riu pelo nariz me fazendo rir também.

–Tão emocionante quanto. –Confirmou assentindo.

Abri um sorriso ao ouvi-la, em seguida, segui meu caminho em direção ao quarto preparado para mim. Usei o caminho que me recordava, logo estava na varanda daquele belíssimo quarto.

Pus a garrafa de vinho sobre a mesa de madeira e sentei-me numa cadeira. A noite estava bela. A floresta parecia um lugar bonito visto dali, porém, estar do outro lado não é tão bonito assim, era tudo o que eu sabia.

Esperei a Ruby por alguns minutos. Logo, ela chegou ali segurando duas taças de vidro. Encostou-se a mim, sentando-se numa cadeira próxima, e encheu as taças com o vinho. Entregou-me uma das taças e ficou com a outra para si.

A vida não para por um segundo sequer. Não sabemos quando que não teremos mais tempo para viver. Não sabemos quando será o nosso último dia. Não sabemos se estaremos aqui para o futuro. Mas, ainda que não saibamos, planejamos o futuro. Não digo que não devemos fazer isso, pois é essencial. Porém, viver o agora é ainda mais essencial. Aproveitar as coisas que se tem agora é uma forma de viver. Ficar parado esperando planejamentos futuros não é uma forma inteligente de passar a vida.

Naquele momento, deixei todas as minhas preocupações de lado. É, eu não pensei em nada. Estávamos ali, bebendo um bom vinho e contemplando a noite. Por que estragar aquilo com problemas que vivenciaríamos depois?

–E essa aqui foi a mais recente. –Ruby disse apontando uma de suas novas tatuagens. Seu corpo estava cheio de desenhos desconhecidos por mim.

–Suas tatuagens são tudo menos comuns. –Conclui.

–Isso é um elogio. –Ela disse aparentemente satisfeita por ouvir aquilo. –Ser comum não é bom. Não para mim.

–Ser comum é chato. –Concordei.

–Preferível ser uma traficante que foge com o dinheiro da própria gangue para dar ao seu inimigo sob pressão de ameaças. Depois participar de um jogo maníaco e ser dada como morta. –Ela brincou.

–Preferível morar com tios problemáticos após a morte dos seus pais e fugir do único abrigo para as ruas. Depois disso sobreviver por furtos e ser resgatada das ruas por uma traficante. Viver anos com essa traficante e sua gangue e descobrir um elo de família que achou que nunca mais fosse encontrar após a morte dos seus pais. Numa bela manhã, acordar com a notícia de que essa traficante fugiu com todo o dinheiro da gangue. E falir. E dar a volta por cima. E falir mais algumas vezes. Se apaixonar por um dos traficantes da gangue. Planejar morar junto. Planejar casar. Planejar filhos. De repente aquela traficante do começo da história volta e coloca tudo isso a perder. Então, fugir com ela no dia do seu casamento parece uma opção boa e você aceita. Depois, todos se reencontram num jogo suicida. A traficante morre. Todos ficam feridos. Você vai embora querendo pôr fim em tudo. Quatro anos depois, de volta a Los Angeles. A traficante estava a todo tempo viva. Você questiona tudo ao seu redor. –Suspirei fundo para prosseguir.– Prefiro isso a ser comum.

–Pegou pesado. –Ruby disse após minha pronunciação.

–Eu sei. –Dei de ombros. Levei a taça a minha boca e beberiquei o vinho.

–Continua tão linda quanto era quatro anos atrás. –Ela disse. Surpresa, engasguei. Tossi algumas vezes antes de encará-la sem acreditar no que ouvi.

–O que disse? –Pedi para repetir.

–Você continua tão linda quanto era quatro anos atrás. –Ela repetiu. Dessa vez pude olhar seus olhos enquanto sua boca falava, e a julgar pelo que conhecia dela alguns anos atrás, foi sincera.

–Obrigada. –Agradeci timidamente. Ah, por que ficamos tímidos com elogios? –Preciso tirar uma dúvida.

–Pergunte o que quiser.

–Não ia atrás de mim? Quer dizer, você certamente deve ter sido informada de que eu estava de volta a Los Angeles. Mas, por que não foi atrás de mim? E se eu não a tivesse encontrado aqui, quanto tempo esperaria para que eu soubesse sobre você? –Perguntei, curiosa.

–Eu fui. –Ele disse após um suspiro.

–Não, você não foi. –Neguei. –Eu acho que eu saberia. –Fui irônica.

–Soube que você estava aqui através do Ryan. E eu não acreditei. Ele contou-me que você tirou-os da prisão, e Emma afirmou tudo. –Ela contou-me. –Então decidi ir atrás de você na manhã seguinte. Mas eu não consegui esperar nem mais um segundo. Fui atrás de você na mesma noite.

Flashback on Ruby Rose.

As ruas estavam desertas. Sozinha, andava por elas. Seguia caminho em direção ao hotel em que Mackenzie estava hospedada. Soube seu endereço através do Ryan, que ouviu-a informar a um tal de Nicholas onde passaria a noite.

Minhas mãos suavam frio. Meu coração batia forte. A veria em questão de minutos, isso era demais para mim.

Usei um atalho para chegar à rua em que ficava o hotel. Um beco estreito com uma pista em seu fim.

A cada passo que dava aproximando-me do lugar, ouvia vozes.

–Você, Mackenzie Foster, é a pior desgraça que já me aconteceu. Eu carrego a porra da dor que você me causou durante todos esses anos. –Tudo isso vinha do Justin. Ele estava parado em frente ao hotel e Mackenzie o escutava da sacada. Ele pôs a mão na cabeça, aparentemente perdido. –MERECE MORRER! –Gritou. –Merece viver o pior inferno. Merece procurar saída nas drogas e bebidas e sentir que elas só aumentam a vontade de ter alguém que você nunca terá. Foi como eu me senti. E você merece a porra dessa dor, não eu. EU SINTO ÓDIO DE VOCÊ! EU VOU ME CERTIFICAR QUE VOCÊ SINTA TANTA DOR QUANTO EU SENTI!

–Justin, pare! –Mackenzie pediu.

–POR QUE ME MANDA PARAR? –Perguntou num grito. –ESTÁ COM MEDO QUE OUÇAM? BEM, EU NÃO ESTOU!

Então a chuva começou a cair, e ficou cada vez mais forte. Mackenzie mandou-o ir embora, mas ele recusava sair dali. Uma garota loura surgiu e ajudou Mackenzie a colocá-lo para dentro.

Não podia atrapalhar aquele momento.

Flashback off.

–Então voltei para casa. –Ela disse ao terminar de contar.

–Podia jurar que as ruas estavam vazias. –Disse ao lembrar a noite em que ela mencionou.

–Eu estava escondida. Conseguia ver vocês, mas vocês não conseguiam me ver. A menos que se concentrassem bem, eu não estava ali. –Ruby disse.

–Pensei em você naquela noite. –Contei. Ela arregalou os olhos.

–Pensou em mim? –Ela perguntou. Eu assenti. –Uau. Pensou em mim. –Ela voltou a relaxar o corpo na cadeira como se aquilo fosse demais. Nós duas rimos juntas.

–Pensei. Lembrei os pesadelos que tive ao longo dos anos. Os pesadelos onde você aparecia. Em parte, eu gostava de tê-los, porque você estava lá, em parte, odiava tê-los porque sabia que sua presença não era real e nunca mais seria. –Confessei.

–Me perdoe por ter feito tudo o que fiz com você. Por não ter te procurado em...  Onde mesmo você estava? –Perguntou.

–Eu estava em Londres. –Respondi rindo. Achei aquilo engraçado e fofo.

–Londres! Droga. Eu devia ter pensado em Londres. Devia tê-la procurado lá. –Ela disse decepcionada.

–Boba. –A empurrei brincando.

–Espero mesmo que um dia consiga me perdoar. –Ela disse quando recuperou a seriedade.

–Somos vítimas de tudo o que acontece. Você sofreu tanto quanto eu com tudo isso. Eu não posso mais culpar você. –Admiti.

–O.k. Você tem razão. –Ela concordou. –Mas sinto raiva do universo por ter nos afastado.

–O universo é um grande babaca! –Bufei.

–É. –Concordou. –OUVIU ISSO UNIVERSO? –Gritou para o céu com as mãos ao lado da boca para ficar ainda mais alto. –VOCÊ É UM BABACA!

–É. –Gargalhei. –NÃO PODE INTERFERIR NA VIDA DAS PESSOAS! –Gritei para o céu também. –PRINCIPALMENTE QUANDO ELAS SÃO MACKENZIE FOSTER E RUBY ROSE!

Ruby gargalhava alto ao meu lado e eu acompanhava cada riso seu. Chegamos ao ponto de rir sem deixar nenhum sonido escapar. Rimos daquela bobagem até a barriga doer. Chegamos também ao ponto de esquecermos porque estávamos rindo.

E quando a graça foi ficando perdida, os risos foram cessando aos poucos, mas ainda ríamos como loucas. Então, nos beijamos. É. Aconteceu assim, sem previsão. Num minuto estávamos distantes, no outro, tão perto.

O beijo foi intenso. Suas mãos frias seguraram meu rosto e seus lábios foram pressionados contra os meus. Eu não a afastei. Não impedi que ela me beijasse. E quando pediu espaço para que sua língua invadisse minha boca, eu cedi.

Em compasso, levantamos juntas. A temperatura pareceu cair, talvez fosse uma reação química dos nossos corpos juntos; o calor.

Sem cessar o beijo, andamos em direção ao quarto. Em direção a cama, para ser mais exata. As únicas interrupções eram as paradas que dávamos entre o beijo para tirar uma peça de roupa.

Ruby era ágil, sua mão encontrou com facilidade o zíper do meu vestido e após abri-lo, a peça de roupa foi ao chão. Ficamos somente com roupas íntimas de frente para a outra.

Fui jogada em meio aos lençóis da cama. Ela tomou sua posição sobre mim sem demora. E demos continuidade ao beijo quente. A cada mordida que me dava no lóbulo da orelha ou lábio inferior, respondia com arranhões em suas costas ou apertos no quadril.

Tudo aquilo estava extremamente excitante. Ela me tocou com dois dedos e pressionou meu clitóris ainda sob a calcinha. Deixei gemidos escaparem quando começou a fazer movimentos circulares ali.

–Gosta disso? –Ela perguntou. Penetrou dois dedos em mim e os movimentou lentamente para dentro e fora.

–Mais rápido, por favor. –Implorei.

–Chefe? –A voz de um homem soou atrás da porta. Ruby revirou os olhos.

–Estou ocupada! –Respondeu sem parar de fazer seu serviço.

–É uma ligação do Ryan. Ele diz que é urgente! –Avisou o segurança.

–Diga que atendo depois! –Ela gritou. Tentei concentrar-me no quão gostosos eram seus movimentos em minha vagina e não naquela maldita interrupção.

–Ele está com problemas! –Aquele segurança babaca persistiu.

–Eu vou atirar nesse cara! –Eu disse com raiva. –Por favor, não para! –Pedi.

–Algo sobre o desaparecimento do filho do Justin Bieber. –O segurança repassou. Meu coração gelou. Tudo em mim parou. Empurrei a Ruby, ela caiu deitada ao meu lado. Sentei-me na cama e encarei-a assustada.

–Desaparecimento do filho do Justin? –Perguntei apavorada. –É do meu filho que estão falando!



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