História Pretty Face Ugly Attitude - Kagune

Minha cabeça estava girando, como isso foi acontecer!? Por que tinha que ser a Atsuko!? E como ela tinha descoberto nossas identidades!? 

- Surpreso demais para fazer alguma coisa Yuma-chan? - Ela me sorriu de forma sádica e ajeitou os cabelos.

- Quem diria que uma gamine como você.... - Tsukiyama sumiu de repente do meu lado - Seria uma dos doves!?

Quando eu olhei ele atacava Atsuko pelas costas com a sua kagune, porém ela defendia com a quinque, sem nem se mexer. Ela apenas o empurrou com a quinque que mais parecia um escudo e ele recuou. 

- Tsc... Tsc.... Que feio! Atacando pelas costas! - Sua quinque começou a mudar de forma, incorporando algo parecido com um chicote.

Ele respirou fundo. 

- Então isso aí muda de forma!? - Ele se referia a kagune. 

Eu cerrei meus punhos e e libertei minha kagune , atacando pelos lados, porém ela conseguia defender todos os meus ataques, a pequena abertura que eu consegui na sua defesa quase perfeita me rendeu apenas um arranhão em sua bochecha. Tsukiyama se juntou tentando atacá-la ao mesmo tempo que eu e ela pareceu ter mais dificuldades. Sua quinque mudava de escudo para chicote dependendo do momento, e quando menos esperamos o chicote nos acertou, nos fazendo recuar.

- Tsc! - Ela estalou o chicote no chão - Não tenho outra alternativa... - De repente o chicote pareceu ficar mole, e se dividiu em dois, eu não sabia que uma quinque era capaz de fazer isso. 

- Se não se importa gamine, como isso funciona!? - Tsukiyama a atacou por cima, cortando um pouco de seus cabelos e fazendo um arranhão na outra bochecha. Ela se virou rosnando e o acertou com força o suficiente para arremessá-lo do outro lado do balcão, ele se chocou com a parede, fazendo algumas rachaduras na mesma.

- Irritante! - Ela se aproximou dele, os chicotes se juntaram e se transformaram em uma arma de lanceiro. Antes que Tsukiyama conseguisse levantar ela a cravou no seu abdômen, o empurrando no chão e fazendo o sangue jorrar. - Irritante! Irritante! Irritante! Irritante! Isso é tudo culpa sua seu porco nojento! Ele deveria me amar! Isso é....Irritante! - Ela tirava e cravava repetidas vezes, fazendo-a ficar manchada com o sangue dele. Os gritos de agonia dele e o barulho de carne sendo rasgada eram enlouquecedores. Eu não aguentei.... Eu não queria ter que machucá-la de verdade, mas.... 

- Irritante! Irritante! Irritante! Irri- - Ela arregalou os olhos e cuspiu um pouco de sangue, olhando para baixo e vendo minha kagune atravessando seu abdômen. 

- Desgraçada.... - Falei baixinho, depois a encarei - DESGRAÇADA! - Minhas lágrimas escorriam, se misturando com o sangue dela que respingou em meu rosto. 

- Yu-Yuma.... - Ela balbuciou, sangue escorrendo pelos cantos da boca - Senpai.... 

- Sua.... - Eu enfiei a kagune mais fundo, vendo o rosto dela retorcer em dor - Desgraçada! 

Ela me olhou fazendo uma cara triste e depois..... Sorriu!?

- Idiota.... - Ela riu baixinho e me acertou com o um soco inglês, que outrora era a arma de lanceiro. Eu cambaleei para trás e a olhei, impossível! Como ela ainda está viva!?

Ela cuspiu um pouco de sangue no chão.

- Belo ataque.... Porém você errou.... - Ela riu - Você ainda é fraco... - Ela cuspiu sangue.

- Errei sua bunda! - Eu a fitei claramente irritado - Você mal se aguenta em pé!

Ela gargalhou, dessa vez engasgando com sangue e caindo de joelhos. Ela enfiou a mão no bolso da sua calça e pegou uma pílula vermelha, a engolindo em seguida e logo eu vi a ferida se fechar. 

- Isso... É uma pílula com um pouco de células RC.... Elas irão me curar não importa quantas vezes eu as tome! - Ela sorriu - A ciência não é incrível!?

Eu rosnei e voltei na direção dela, dessa vez com muita raiva, o que tornavam meus ataques dessincronizados e previsíveis. Ela desviava com facilidade enquanto ria, e quando percebi ela me socou novamente, me fazendo tropeçar e cair para trás. Novamente o chicote se formou na mão dela e ela me acertou no rosto, depois no abdômen, e em outras diversas partes.

- Ghh.... - A terceira voz não capturou só a minha atenção, mas a dela também, era Uta se levantando devagar - Yu-Yuma....- Ela mantinha a mão no abdômen - Deixe que eu cuido dela.... - Ele cuspiu muito sangue.

- Uta! - Eu tentei ir até ela, mas ela amarrou minha perna com o chicote e me puxou de volta.

- É inútil! - Ela riu - Eu coloquei algo dentro dele! Algo feito por mim que nenhum outro dove tem! 

Eu a olhei curioso.

- Ele está com uma faca de liquidificador feita do mesmo material da quinque, que quando entra em contato com o a carne regenerada gira sozinha! Isso não é fantástico!? Ele nunca vai morrer, mas vai ficar agonizando em dor! 

Meus olhos se arregalaram e eu senti a raiva me consumir.

- Posso fazer um último pedido...? - Falei, me aproveitando de sua atenção que não estava totalmente focada em mim.

- É claro.... O que é?

Eu fiz um sinal para que ela se aproximasse e ela o fez, confiante. 

- Não fode comigo... - Eu sussurrei em seu ouvido e ela arregalou os olhos caindo para o lado esquerdo, gritando em agonia. - Você não pode pegar as pílulas se não tiver um bolso certo? - Eu ri ao pegar a perna esquerda dela no ar, lambendo o sangue que escorria. 

- Vo-você... Quando.... - Ela tentava estancar o sangue que jorrava em vão. 

- Hey.... Você machucou muito o as pessoas que eu mais amo.... Será que tem problema se eu te contar um segredo? - Sorri psicótico e me agachei perto dela, que me olhou confusa - Atsuko-san.... Sabe mesmo o que aconteceu com seus pais? 

Ela arregalou os olhos.

- Você realmente acredita que eles foram atacados por um lobo? - Eu sorri, os dentes escorrendo vermelho.

- Vo-você.... Não... - Ela começou a chorar.

- Sim.... Fui eu.... Eu era o lobo.... - Eu ri e fui mordê-la quando escutei uma voz que me trouxe de volta para a realidade.

- Petit! - Tsukiyama falou com dificuldade - Não faça isso.... 

Eu voltei a mim e me afastei dela, soltando sua perna no chão. Algumas lágrimas involuntárias escorreram.

- Vou deixar você sangrar até a morte.... Não vou sujar minhas mãos tirando a sua vida... E só um detalhe... - Eu a olhei antes de ir embora - Eu menti... Eu não matei seus pais.... Eu os salvei....

Eu peguei Uta pela perna e Tsukiyama pelo braço e saí os arrastando, não era a melhor forma, mas eles são pesados pra porra! Antes de sair da loja eu escutei baixinho.

- Yuma.... - Era a voz de Atsuko - Eu te amo.... Obrigada.....

****

Alguns Dias depois....

Tsukiyama já estava quase recuperado, sua ferida já tinha quase sumido totalmente. Uta, porém ainda estava de cama, seus orgãos foram rasgados tantas vezes que ele mal se aguentava em pé. Deu um grande trabalho tirar aquilo de dentro dele, mas nós conseguimos. Agora eu e Tsukiyama estamos "morando" na casa dele para lhe dar os devidos cuidados. Eu levei para ele uma tigela, entregando-a e me sentando ao seu lado.

- É sopa de miúdos! Sua favorita! - Eu sorri e ele me sorriu de volta encarando a sopa vermelha com olhos boiando.

- Obrigado.... - Ele me olhou singelo e se aproximou... Mais um pouco.... E me deu um selinho. Eu entrei em estado de choque e corei como os infernos.

- Bonito, que bonito! - Era a voz de Tsukiyama - Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí!?

Eu me afastei de Uta o mais rápido que pude e olhei pasmo, como eu iria explicar isso pra ele!? E mais, ele ouve sertanejo!? Eu e Uta engolimos em seco.