POV HANNA
O despertador toca indicando que já são sete horas da manhã, hora de acordar a Alice, vou em direção ao seu quarto e quando entro, não acredito no que vejo, roupas tanto limpas quanto sujar espalhadas pelo quarto, Alice sempre foi organizada, acordo a mesma que resmunga.
– Mãe, não vou pra escola hoje. – Ela vira de costas e volta a dormir.
– Anda logo filha, você vai acabar se atrasando.
– Eu estou falando sério, eu não irei a escola hoje, será que a você poderia sair do meu quarto? – Sempre me esforcei pra ser uma mãe legal, mas acho que exagerei e acabei perdendo o controle e a autoridade sob a minha filha.
Saio do quarto e conto para Caleb o que aconteceu, entro no banheiro e começo a me despir para tomar um banho, quando termino, coloco uma roupa e desço para tomar café e dou de cara com a Alice, que por sinal, estava com uniforme e com sua mochila nas costas, não falei nada, estava magoada com ela então apenas ignorei.
Estavam todos na cozinha, olhando assim parece até que somos aquelas famílias antigas que estavam sempre reunidos na hora da refeição e pensando bem, nós somos uma família e eu amo cada um deles.
Ezra se levanta e chama as meninas para fora, ele as levaria para escola hoje. Todas se despedem e Alice sussurra em meu ouvido:
– Eu fui uma idiota, me desculpa? Eu te amo. – Meu coração amoleceu.
– Desculpo, mas depois vamos conversar sobre isso tá?! – A pequena dona do meu coração balança a cabeça. – Eu te amo, agora vai pra não se atrasar.
POV TOBY
Acabo de tomar o café da manhã e me despeço de todos, preciso estar na delegacia o quanto antes, fizeram uma denúncia anonimamente de um furto que aconteceu na igreja e preciso verificar. Spencer me acompanha até a porta e me despeço dela com um beijo.
No caminho passo pela escola e reconheço a menina que deveria estar dentro da sala de aula estudando, mas está ali fora, no jardim com um menino, aos beijos, minha filha, minha Sophia. Paro o carro no meio da rua e vou em direção à eles.
– Que pouca vergonha é essa?! Será que vocês podem me explicar. – Os dois ficam paralisados e não dizem nada. – Eu estou esperando uma resposta Sophia Hastings Cavanaugh.
– Pai não precisa disso. Por favor, isso não vai mais acontecer.
– E você?! Quem é?! – Pergunto pro menino com chance de perdoá-los.
– Eu me chamo Eric, oficial. Eric Marshall Kahn. – Eu não estou acreditando no que acabei de ouvir, minha filha está beijando o filho da minha irmã.
Pego Sophia pelo braço e sem dizer nada à levo em direção ao carro.
– Pai, o que você tá fazendo? – Continuo sem dizer nada, até que o menino vem atrás.
– Por favor, não brigue com ela, a culpa foi toda minha.
– Olha só, me faz um favor, entre nessa escola e de um recado a sua mãe, ela precisa me encontrar no Brew AGORA. – O menino se assusta mas logo pega seu celular, dá o recado e vai para dentro da escola.
Antes de me encontrar com Jenna, decido levar Sophia pra casa e contar para o pessoal, pois acabei de descobrir quem é ‘’A’’.
Chegando em casa, Spence olha pra mim sem entender nada.
– Bom, eu nem sei por onde começar... – Respiro fundo e continuo. – Encontrei a minha filha matando aula com um menino, eles estavam se agarrando no jardim e o pior, ele é filho da minha irmã. – Todos se espantam com a minha revelação e Sophia abaixa a cabeça envergonhada.
– Como assim, desde quando a Jenna mora em Rosewood com o Noel e porque nunca cruzamos com ela? – Emily questiona.
– Acho que sei o motivo. – Afirmo e todos sabem o que eu quis dizer.
– Então quer dizer que Jenna é... – Antes que Alison pudesse terminar a frase, Spencer interrompe.
– Isso não é um assunto para se discutir agora. – Ela olha para Sophia que estava atenta.
– Tem razão, por isso marquei com ela e com Noel no Brew, estou indo pra lá.
– Vamos todos. – Aria levanta e todos concordam de ir.
– Eu vou ficar, Sophia e eu temos muito o que conversar. Além do mais, não quero me encontrar com Jenna e Noal Kahn. – Spencer está com os olhos cheios de água.
POV SPENCER
Vejo minha família sair pela porta para ir encontrar uma cobra e com o marido, venhamos e convenhamos que eles não prestam nem um pouco, tenho certeza que a Jenna é ‘’A’’ e Noel está ajudando, eles viviam infernizando nossas vidas e pelo visto, ainda continuam, mesmo com todos esses anos... E pra completar, a megera é minha cunhada eu não mereço.
Agora estou aqui, sentada na mesa de jantar encarando minha filha, não consigo descrever o quanto estou magoada com ela. Sophia vai se levantar mas eu a seguro.
– Continua sentadinha bem ai! – Ela volta a se sentar.
– Vamos ficar assim mesmo? Uma encarando a outra sem falar nada?
– Olha como você fala comigo Sophia, eu estou falando sério, eu sou sua mãe!
– Eu sei mamãe. – A ironia domina sua fala.
– Não me testa garota. Eu não te dei limite a vida toda mais ainda posso mudar isso! – Sophia continua me menosprezando. – Você e minha filha, sempre tivemos total liberdade uma com a outra, sempre te apoiei e estive com você, sempre tentei ser sua amiga, eu soube do seu primeiro beijo, briguei feio com seu pai pra ele não te por de castigo, lembra?! E tanto seu pai quanto eu, sempre fomos abertos com você e a favor da verdade, você sempre me contou tudo. Porque agora não sei de nada que acontecendo, você não me falou nada sobre isso ontem, porque você está se escondendo de mim filha? Porque está usando essa armadura de adolescente rebelde? Cadê a minha filha doce, carinhosa e que confia em mim pra tudo? Hein Sophia, o que está acontecendo? – Já não impeço as lágrimas de caírem.
– Mãe pelo amor de Deus, porque esse drama todo?! Eu não estou usando armadura nenhuma, eu só estou reagindo ao que eu estou sentido, sua filha permanece aqui eu estou confusa, já falamos sobre isso mãe, casa, escola, cidade, tudo isso é novo e como se não fosse o bastante, tem essa tal de ‘’A’’ nos perseguindo. Eu preciso da minha vida de antes, dos meus amigos, do meu quarto, das minhas coisas, não que não goste daqui e nem de estar com as meninas e todos juntos, mas eu sinto falta, consegue entender?
– Claro que consigo entender, já conversamos sobre isso e eu já te falei... Filha isso tudo é muito complicado e a melhor maneira de nos protegermos é ficando aqui, todos juntos, até descobrirmos quem está por trás disso e pormos um fim nessa história, depois disso vamos voltar pra nossa vida, até lá vamos ter que ficar, você vai ver como vai se adaptar!
– Eu não quero me adaptar. – Sophia estava prestes a se explicar novamente mas eu a interrompo, fugimos total do assunto.
– Isso a gente resolve depois, gora me fala desse menino, o que está acontecendo entre vocês? A quanto tempo?
– Mãe isso não é um assunto que eu queira falar com você! – Meu coração dói ao ouvir essas palavras. – Isso é assunto pra eu conversar com as minhas amigas.
– Eu não sou sua amiga? – Eu costumava ser.
– Não pra eu contar sobre isso.
– Mas eu sou sua mãe e exijo saber. Você vai me contar.
– Não vou não, eu estou cansada de você e desse jeito mãe, eu tô cansada de você pagar de boazinha pra mim só pro meu pai não ficar bravo com algo que fiz e brigar com você, você tá me sufocando...
– Sophia você escutou o que você acabou de falar pra mim?! Logo pra mim que sempre te apoiei e outra coisa, isso não tem nada a ver comigo e com o seu pai, para de tentar mudar de assunto! – Péssima ideia ter começado essa conversa. Estou descobrindo um lado da minha filha que eu jamais pensei que existia.
– Você que não sabe escutar a verdade mãe! – Mais uma vez meus olhos se enchem de lágrima, mas dessa vez, elas não irão cair, não na frente dela.
– Já que não você não quer mais cultivar a relação de mãe e filha que tínhamos e ser companheira uma da outra como sempre fomos, eu vou pro meu quarto, com licença.
Me levanto, dou às costas pra Sophia e apresso meus passos até meu quarto, eu não conseguia mais conter as lágrimas que caiam insensivelmente. Me jogo na cama e choro ainda mais ao lembrar dos bons momentos que já tive com Sophia e o que nos tornamos hoje, será que eu sou mesmo uma péssima mãe? Será que tudo o que eu fiz foi errado? Adormeci mas acordo com alguém abrindo a porta do quarto, devia ser o Toby que voltara do encontro com Jenna e Noel, preciso encontrar forças pra contar sobre a conversa que tive com Sophia. Quando abro os olhos vejo que não é o meu marido que está me olhando, é a minha filha que ao me ver acordada se aproxima deitando do meu lado.
– Mãe, me abraça igual quando eu era pequena? – Percebo que ela se afaga ao dizer. Mas eu não penso nem por um segundo em ignorá-la.
– Vem aqui. – Então a puxo pra perto de mim e a protejo em meus braços, e entrelaço uma das minhas pernas com a dela, quando Sophia era pequena, ela só dormia assim, ela se sentia segura. Nesse momento percebo que estou recuperando minha filha e que tinha mesmo algo de errado.
– Mãe me desculpa? – Ela me olha com algumas lágrimas em seu rosto.
– Você sabe que sim filha! – Estou chorando feito criança.
– Tudo aquilo que falei é mentira, eu não quis te deixar triste, eu só estava tentando te deixar longe, mas foi a pior decisão que eu tomei, me desculpa, de verdade?! Tudo que eu mais quero é ter você bem pertinho de mim. Você e minha melhor amiga mãe!
– Sophia eu te amo, você é a minha vida, lembra? A coisa mais importante que tenho, eu sei que você só estava tentando me atingir, eu já tive sua idade, você é minha melhor amiga também, amo você meu mundo. – Deposito um beijo em sua testa.
– Eu vou te falar tudo o que eu tô sentindo e o que está acontecendo com o Eric, só me dá um espaço? Preciso de coragem pra falar disso, nunca falaria com alguém que não fosse com você mãe, não contei pra ninguém, você só pode esperar um pouquinho? – Me sinto tão aliviada.
– Então é Eric o nome do paquera? – Vejo Sophia corar, começamos a rir e a abraço forte. – Tudo bem, não vou perguntar mais nada, claro que eu respeito seu espaço e seu momento, vou estar aqui pronta pra te ouvir quando quiser falar, pelo resto da sua vida estarei aqui.
– Eu te amo mãe!
– Te amo minha pequena. – Depois de alguns minutos abraçadas Sophia me pergunta sobre Jenna.
– Mãe o que o meu pai e meus tios foram fazer no Brew? Porque eles querem conversar com a mãe do Eric e pra quê? Vocês conhecem a família dele? – Penso que podia muito bem responder todas essas perguntas à ela, mas prefiro que Toby esteja junto.
– Podemos curtir mais um pouco desse momento maravilhoso que quase não temos e depois te conto tudo, me dá esse tempo também? – A pequena ri.
– Claro mãe, respeito seu tempo!
– Então vem aqui. – A puxo contra o meu peito para um abraço e ali ficamos, sentindo a presença e o carinho de uma com a outra, conversando sobre coisas bobas e pegamos no sono.
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