História Pretty Little Liars - Segunda Geração - A Perda

POV HANNA

  Depois do sequestro das meninas, um mês se passou e como era aniversário de Alice, decidimos fazer uma festa, com os amigos da escola para descontrair um pouco. Entro no quarto e minha filha estava terminando de se arrumar.

– Filha foi a melhor coisa essa sua ideia de fazer festa, acho que estamos todos precisando pra esquecer tudo o que rolou. – Falo alisando seus cabelos com uma escova.

– Também acho mãe, quero que a Amie e a Sosô se sintam melhor! – Ela abre um sorriso.

– Elas vão se sentir filha, relaxa, vem cá deixa eu ajeitar seu vestido. – Eu ajeito e ela fica se admirando no espelho.

– Obrigada mãe, eu amei esse vestido, ele e tão lindo... – Seus olhos brilham.

– Que bom amor, fiz pra você. – Beijo sua testa. Eu te amo mais do que tudo Alice, não esquece disso tá filha?!  

– Também te amo muito mãe, muito mesmo. – Ela me abraça apertado mas se solta quando Caleb abre a porta.

– Não acredito que ainda não estão prontas! – Ela solta uma risada e se senta ao meu lado na cama.

– Estamos sim pai! – Alice me olha confusa.

– Cadê a roupa? Vão se vestir então! – Caleb e suas brincadeiras.

– Amor para de ser bobo. Levanto e ele me abraça pela cintura.

– Esses vestidos estão muito curtos Hanna! – Ele fala mas dou um selinho para que ele pare.

– Vamos descer? Seus convidados estão ai!

– Vamos pai!

– Vem aqui minha princesa, vou descer de mãos dadas com as mulheres da minha vida, amo vocês. – Ele segura na mão de nossa filha e a outra ele segura a minha.

– Também amamos você pai. – Trocamos sorrimos e começas a descer.

– A aniversariante chegou. – Escuto alguém gritar e então, todos começam a bater palma. Ela cumprimenta todos e se junta com as amigas.

POV ALICE

  Eu não poderia estar mais feliz. Essa vai ser a melhor festa de todas, quando chego perto das minhas amigas, todas me abraçam.

– Lembram da nossa promessa né?! – Pergunto e começamos a dar a mão uma para outra, formando um círculo.

– Hoje vamos nos divertir curtir e esquecer de todo o resto! – Carol fala e sorrimos.

– Então vamos. ­ Amie fala e vamos todas para a pista de dança.

POV ARIA

  Estávamos todos sentados, havia muita gente ali, amigos de escola que continuaram em Rosewood vieram para a festa também, todos os amigos da escola das meninas vieram, estava tudo tão lindo. Toby estava um pouco bravo pelo fato de Sophia não desgrudar de Eric nem um segundo. Mas ele prometeu que não iria se exaltar.

– Vamos dar um tempo nessa balada. – Caleb levanta e paga o microfone para anunciar uma homenagem que iria começar.

– Boa noite a todos, agora vamos passar uma pequena homenagem que fizemos para a nossa princesa, com os melhores momentos, desde seu nascimento, até hoje.

  O vídeo começa e é impossível conter as lágrimas, estava maravilhoso e impecável. Hanna e Caleb estavam abraçados com Alice e estávamos todos em volta.

– Ai Deus, olha só, vou me acabar de chorar. – Hanna pega o lenço que Caleb estava oferecendo e rimos.

– Amiga, nossas filhas estão crescendo. – Falo colocando a mão em seu ombro.

– Estamos ficando velhos, sem querer admitir, isso sim. – Ezra solta e começamos a rir alto.

O vídeo vai rolando e de repente, a tela escurece e no fundo começa uma mensagem.

  ‘’Agora é a minha vez de prestar homenagem, vamos assistir.’’

  Nisso começa a passar vídeos das meninas presas, vídeos meus e das meninas na dollhouse, as meninas sendo vigiadas em vários momentos, inclusive em casa. No final aparece outra mensagem.

   ‘’Eu estou em todo lugar. – A.’’

– Meu Deus! – Ali se desespera.

– Eu não estou bem! – Spencer fica tonta e Hanna a segura ela.

– Ei, senta aqui. – Hanna a coloca sentada em uma cadeira.

– Meu Deus, está todo mundo nos olhando sem entender nada. – Emily estava toda sem graça. E as meninas se aproximam, estavam todas com medo.

– O que a gente faz? – Olho para Ezra, segurando na mão de Carol.

– Amor, você está bem? – Toby estava agachado de frente para a esposa e Sophia segurava a mão de sua mãe.

– Eu acho que tô Toby. – Ela estava pálida.

– Meninos, acho melhor vocês irem conversar com os convidados e nós cuidamos da Spencer. – Ajudo Spencer se levantar para irmos pra dentro de casa, a festa estava sendo no jardim.

– Eu e Ali vamos ficar aqui em baixo com as meninas por enquanto, até os convidados irem embora.

– Ok, eu vou ajudar Aria com a Spencer. – Hanna me ajuda com Spence que estava com seu peso totalmente apoiado em mim. – Caleb, você resolve isso? Sem clima pra continuar.

– Claro meu amor, vamos?! – Caleb chama os meninos e as nossas filhas, junto com Ali e Emily para ajudar e eles vão.

– Spence, vamos pro quarto. – Digo a levando.

– Mas e as meninas? É perigoso. – Ela reluta.

– Spencer, elas estão bem, vamos. – Hanna a puxa e assim entramos.

– Aria, pega um copo de água pra mim, por favor? – A sentamos no sofá.

– Ela pega amiga, enquanto isso, pego o remédio, eu sei onde ele está. – Hanna põe uma mexa de cabelo da Spencer pra trás.

– Obrigada meninas, eu estou melhor então já vou subir, preciso deitar.

  Ela caminha em direção às escadas enquanto eu e Hanna fomos pra cozinha.

  POV SPENCER

  Nesse momento estou sentido uma dor percorrer por todo o meu corpo, subo as escadas devagar e me apoiando no corrimão, quando chego no topo dou de cara com uma pessoa de casaco preto, calça preta, sapato preto, e uma máscara, eu já sabia quem era.

– Eu falei que estava em todo lugar, sinto muito Spencer. – A voz feminina se aproxima.

– Não por favor... – Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, ela interrompe.

– Como eu disse, sinto muito. – Suas mãos me empurram com força que rolo escada a baixo. Tento ver pra onde ‘’A’’ está correndo mas a minha visão está toda embaçada. Começo a chamar pelas meninas, mas estou totalmente sem forças e sinto um corrimento entre minhas pernas, era sangue, meu bebê.

  POV HANNA

  Estávamos quase terminando de preparar algumas coisas pra Spencer comer quando escutamos um barulho.

– E esse grito? – Olho para Aria assustada.

– Spencer. – Ela fala e largamos tudo ali para irmos até ela.

  A cena que encontramos na sala foi devastadora, Spencer estava caída com sangue em sua volta.

– Meu Deus Spencer! – Falo e coloco a cabeça dela em meu colo. Ela tenta falar alguma coisa e me aproximo para ouvir.

– ‘’A’’. – Apenas isso sai de sua boa e Aria se desespera e sai em disparada para o jardim gritando pelos meninos.

  Spencer aperta minha mão e desmaia.

– Spencer. – A chamo mas é em vão. – Spencer, acorda agora, fica comigo.

  Nisso Aria volta com os meninos, Ali, Emily e as crianças não estavam juntos. Sophia não ia aguentar ver essa cena.

– Amor. – Toby se joga no chão. – Spencer, fala comigo, meu amor, por favor. – Ele chora, segurando a esposa em seus braços.

– Já chamei a ambulância. – Caleb desliga o celular e quando vai me abraçar percebe que estou completamente suja de sangue.

– Amor, vamos lá pra cima, dar uma olhada na casa, pra ver se achamos alguém ou alguma coisa. – Ezra pega na mão de Aria e os dois sobem.

– O que aconteceu Han? ­– Toby diz inconformado.

– Toby, foi ‘’A’’. – Deixo algumas lágrimas caírem. – Caleb, cadê as meninas?

– Emily e Ali estão com elas na casa dos pais da Spencer. Preferimos não contar.

– Desgraçada. – Toby chora e Spencer geme o nome do marido.

– Amor calma, você vai ficar bem. – Ele passa a mão em seus cabelos.

– Amor, salva o nosso bebê. – Ela chora e fecha os olhos novamente.

POV TOBY

  Passado algum tempo, finalmente a ambulância chega levando Spencer pro hospital, vou com ela como acompanhante o pessoal nos segue de carro.
  Tivemos que ficar aguardando na sala de espera e isso pra mim era agonizante.

– Eu não aguento mais esperar por notícias dela. – Falo andando de um lado para o outro.

– Toby, calma. Ficar desse jeito não vai adiantar. – Ezra tenta me consolar.

- Não me pede isso Ezra! Estou uma pilha de nervos e eu só quero uma notícia da minha... – Antes que eu pudesse terminar de falar o médico entra na sala.

– Familiares de Spencer Hastings Cavanaugh. – Ele olha para todos e fixa o olhar em mim quando o olho com piedade.

– Eu doutor, somos a família. – Todos se levantam.

– O senhor é o marido? – Ele pergunta e faço que sim com a cabeça. – Sua mulher acordou e está chamando pelo senhor e pela Sophia, ela está aqui?!

– Sophia é nossa filha doutor, mas ela está com os avós, e minha mulher doutor? Como ela está?

– Ela está razoavelmente bem, saímos dos últimos exames agora, o tombo não a afetou diretamente em nada, mas eu... – O interrompo.

– E o bebê doutor? – O olho apreensivo.

– Eu sinto muito, mas com o tanto de sangue que ela perdeu e o impacto do tombo, ele não resistiu, ela perdeu o bebê. – Ele fala e é como se meu mundo desmoronasse sob meus pés.

  Todos estão me dando apoio e conforto, o as lágrimas saiam involuntariamente no rosto de todos. Um silêncio domina a sala.

– Ela já sabe? – Pergunto para o médico.

– Não senhor, nessa situação o melhor é que alguém da família conte.

– Eu falo. Posso vê-la? – Enxugo as lágrimas e tento tirar forças de dentro de mim, não vai ser fácil.

– Claro, me acompanhe por favor... – Sigo o doutro hospital à dentro e entro no quarto de Spencer, ela está pálida, há vários fios nela que estão ligados à alguns aparelhos e uma bolsa de sangue que está descendo por um fio que está em um de seus braços. Ela me olha com os olhos fundos.

– Amor... – Ela tenta falar mas o choro a impede e corro para sua direção e à abraço.

– Toby, o nosso bebê, diz pra mim que ele está bem, eu perguntei para os enfermeiros e eles não me disseram nada. – Ela começa a perder o fôlego.

– Eu... – O choro estava entalado na garganta, mas ele sai e Spencer já sabe da resposta. – Eu sinto muito amor. – Ela soluça de tanto chorar e eu a acompanho.

  Depois de alguns minutos o médico entra no quarto, dizendo que daqui algumas horas Spencer teria alta. Ele só ia segurá-la por mais um tempo para ter certeza de que ela estava ‘’bem’’.
 Ele pede para conversar comigo em particular e me dá algumas receitas, com calmantes/tranquilizantes, sedativos e analgésicos.

– Eu sinto muito pelo acontecido, por enquanto sua mulher vai precisar ficar a base de remédios, é um momento doloroso e o emocional está bem fragilizado, pode até induzir à uma depressão. – O médico aperta minha mão e diz que eu preciso esperar lá fora para que eles a limpem.

  Então caminho lentamente para a sala de espera e ao chegar, caio de joelhos no meio de todos e eles me abraçam.

– Estamos todos juntos Toby, compartilhando da mesma dor, vamos superar isso. – Hanna fala tentando me acalmar.

– Eu sei que não deveria perguntar, mas como ela está? – Aria segura minha mão.

– Está destruída. Ela vai pra casa hoje mas vai viver a base de remédios. Como eu vou contar isso pra Sophia? – Pergunto e ela me abraça e sussurra em meu ouvido que vamos conseguir.

  O médico me chama novamente dizendo que Spencer estava pronta e uma enfermeira vem trazendo a minha mulher em uma cadeira de rodas. Ela não conseguia me olhar nos olhos, nos olhos de ninguém, todos a abraçam e no caminho pra casa ninguém disse uma palavra sequer. Estavam todos respeitando o nosso momento. É por isso que eles são os melhores.
  Emily e Ali estavam esperando na porta mas já sabiam do acontecido. Abraçaram a Spencer e quando entramos Sophia nos olhava com desespero e corre em nossa direção.
  Spencer, mesmo debilitada levanta e a abraça.

– Mãe, eu tava com tanto medo, o que aconteceu? Você está bem? E o meu irmãozinho? – Spencer abraça Sophia novamente e chora.

– Eu perdi o seu irmão filha. – O olhar de Sophia fica perdido, ela afunda a cabeça no colo da mãe e chora. Abraço as duas e tento ser forte.

  A levo pra cima para descansar e Sophia vai junto. Ela deita abraça nossa filha e as duas dormem. Depois de um tempo Soph sai do quarto e diz que quer ficar um pouco sozinha. Até que Spencer acorda. Ela se esforça pra me abraçar, percebo que ela sente dor ao se mexer.

 – Ei, o que pensa que está fazendo? - digo e me inclino para abraçá-la. – Você não pode fazer esforço, lembra?

  Ficamos olhando um para o outro por um tempo indeterminado, estou acariciando seu rosto e seu cabelo. Ela está fechando os olhos aos poucos, sei que ela está sob o efeito de remédios e, também acho que vai ser bom ela dormir e descansar...

– Como ela está? – Os pais dela perguntam entrando no quarto.

– Está melhor e mais calma. Acordou e acabou dormindo de novo. Acredito que do jeito que ela é agitada, vamos ter que mantê-la sob o efeito de remédios por um longo tempo.

  Eles ficam algumas horas e Spencer não acorda, então eles decidem ir e disseram que amanhã voltariam.
  Vou pra sala e estão todos lá, inclusive Sophia, ela vem até mim e fica abraçada comigo.

– Pessoal, eu estou preocupado, Spencer não pode ficar sozinha, mas eu não posso faltar do trabalho amanhã, eles não vão me liberar, estamos com alguns funcionários de férias. – Falo meio sem graça, o que eu mais queria era ficar com a minha mulher nesse momento tão delicado.

– Toby, não fica preocupado com isso, nós entendemos e Spencer também vai entender, vamos fazer assim, eu fico com ela amanhã, prometo não tirar os olhos dela. – Hanna diz e eu vou em sua direção para abraça-la.

– Obrigada mesmo, vocês são os melhores amigos que poderíamos ter. – Digo e eles confortam minha filha e eu.

  E a noite terminou assim, nós recebemos muito carinho de nossos amigos, Spencer dormia e acordava, ela chamou nossa filha pra dormir com a gente e a madrugada foi repleta de amor, apesar da tristeza que estávamos sentindo, nós três ficamos ali abraçados. Um dando força pro outro, eu amo a minha família.
  No dia seguinte, acordei e acordei Sophia, ela tinha aula e não iria faltar, mesmo ela querendo muito ficar com a mãe, ela não vai poder perder mais matéria do que perdeu. Ela consentiu e foi se arrumar, Spence acordo e corro até ela, com alguns remédios, ela toma e disse que queria a família dela ali, mas sabia que o tempo não para, a vida continua, fico fazendo carinho em seu rosto até que ela durma novamente.
  Desço, tomo café com meus amigos, levo as crianças pra escola e vamos todos trabalhar, exceto Hanna, que ficara para cuidar de Spencer.