História Primaveril - Único- Inverno eterno

Eu estive sozinho por tantos anos, que achava perturbadora a idéia de passar o resto da vida do lado de alguém, até te conhecer Tae. 

Ainda me lembro da noite em que minha mãe foi embora, era uma quinta- feira aparentemente normal. Meu pai havia chegado tarde, como sempre , os dois discutiram e eu ouvi de baixo dos meus cobertores de astronautas, como sempre. Mas naquela noite a briga não parou quinze minutos depois, eles continuaram gritando e gritando. Quando finalmente acabou, quase uma hora depois, ela subiu até o meu quarto, me deu um beijo na bochecha, enquanto eu fingia que dormia e não tinha ouvido nada. Ela sussurrou um “eu te amo” e saiu. 

Eu nunca mais a vi 

Depois daquele dia, eu sempre estive sozinho. 

Quis me tornar rapper, sai de casa com 17 anos, e o mundo dentro da mochila, comecei a fumar, me perdi dentro de mim mesmo, queimei os cobertores de astronautas, encarei Júpiter se corrompendo nas chamas. 

Não foi divertido 

Mas aí, você apareceu, com esse teu sorriso de criança levada, com os beijos roubados, os carinhos deliciosos no meu cabelo, e a risada suave. 

Você, que me fez comprar uma manta com estrelas estampadas, para que nos embrulhássemos nela, enquanto assistíamos Star Wars por horas seguidas. 

 
Eu não me sentia mais sozinho. 

Eu me arrependo todos os dias de ter te deixado 

Porque todas as minhas canções são sobre você, e sua mania irritante de invadir meus pensamentos. 

Que droga Taehyung, eu me arrependo todos os dias de não ter escolhido você 

Do que adianta se eu ter realizado meu sonho, se você não está aqui para comemorar comigo? 

E meu cabelo voltou a ser preto, não tenho mais vontade de pinta-lo de forma colorida e alegre , das cores que você tanto amava.

E tudo parece tão vazio e triste. 

É, eu sei que sou um bocado confuso, e completamente cara-de-pau de dizer tudo isso, sendo que eu sou o culpado. 

A verdade é que nem em um milhão de anos, Min Yoongi mereceria Kim TaeHyung. 

Porque eu sou fodidamente orgulhoso, tenho um peito claustrofóbico, alma estragada, punhos vermelhos e bolsas roxas abaixo dos olhos. 

E nosso conturbado amor de verão, aconteceu a cinco primaveras, e desde então o inverno se instalou e não quer mais ir embora. 

 
Sinto tanta falta sua, que esse sentimento já tomou conta do meu corpo e da minha cabeça. E sinto como se pudesse morrer.

Eu devia seguir em frente, mas não consigo, continuo sendo puxado pra nós dois, e como éramos infinitos. 

Infinitos e belos, Tae. Infinitos... 

Nos éramos verão e primavera, e tudo mais o que quisersemos ser.