Me levantei da cama, olhei para o relógio que estava em cima do criado mudo que ficava ao lado da minha cama, era 11h da manhã, fui até a sala ainda sonolento esfregando minhas mãos em meus olhos.
Namjoon não estava lá, como previsto, o plano deve ter dado certo.
Fui em direção ao sofá e me sentei, fiquei olhando para um ponto inexistente da sala, distraido, sem pensar em absolutamente nada.
- Bom dia lindo dia! Bom dia sol, bom dia sofá, bom dia televisão! - Gritou Jin saindo de seu quarto, aparentemente feliz.
- O que aconteceu princesinha da Disney? - Indaguei ainda olhando para o nada.
- Mas que elogio fantástico! Bom dia para você também ChimChim! - Ele falou correndo em minha direção e me dando um abraço apertado.
- Jin-Hyung, você esta estranho, anda passando muito tempo com o Namjoon. - Falei rindo e retribuindo o abraço.
- Ele fez um café da manhã só pra mim, uma coisa que acontece uma vez a cada um ano. - Disse ele me soltando e indo para a cozinha.
- Talvez foi uma forma de pedir desculpas por ontem. - Falei me virando e o encarando.
- Pode ser. Mas que eu adorei, adorei. - Disse pegando uma xícara e colocando café.
- Hyung. - Falei com uma voz de manha. - Quando vai me levar para visitar meus amigos?
- Hm. - Ele ficou pensando por uns minutos. - Jimin, infelizmente eu não tenho muito tempo.
- Ah. - Murmurei decepcionado. - Já era de se esperar.
- Mas acredito que Nam tenha.
- Sério? Então... Ele vai me levar para ver o Tae? - Falei animado.
- Vocês estão falando de minha belíssima pessoa? - Pronunciou Namjoon saindo do quarto, e passando a mão pelos cabelos.
- Sim. Jiminnie quer visitar seu amigo, mas eu não tenho tempo, então você poderia leva-lo. - Meu irmão falou indo em direção a ele e o abraçando. Depois de longos segundos ele respondeu.
- Me desculpem, o trabalho esta exigindo muito de mim, um funcionário pediu demissão essa semana e eu estou trabalhando dobrado.
- Então eu não verei o Tae? - Murmurei decepcionado mais uma vez.
- Pelo menos não agora, mas não desanime, podemos ver ano que vem! - Jin tentou me animar.
- Não! Não podemos! Eu nem sei se ele vai estar vivo ano que vem, eu quero vê-lo hoje, eu estou com saudades dele. - Algumas lágrimas desceram involuntariamente pelo meu rosto.
- ChimChim, não exagere, você vai vê-lo, tem que aprender esperar. - Meu irmão falou vindo em minha direção.
- Hyung você não entende. - Falei correndo em direção ao meu quarto fechando a porta e me jogando na cama.
Comecei a chorar sem parar, lágrimas molhavam meu travesseiro. E se acontecesse algo com ele? E se eu nunca mais fosse o ver? Nem sentir seu cheiro? Seu abraço? Escutar sua voz que tantas vezes me acalmou? Por que a vida faz essas coisas comigo? Coloca pessoas em minha vida e depois as tira sem piedade.
- Min? - Uma voz familiar me tira de meus pensamentos. Imediatamente olho para o lado.
- T-Taehyung? - Pergunto assustado, meu coração estava pulsando cada vez mais rápido.
- Sim, esse é o meu nome! - Ele falou sorrindo. Aquele sorriso, o melhor sorriso.
- Tae! - Gritei correndo em direção a ele para abraça-lo mas ele desapareceu, era apenas uma ilusão minha. Eu tinha que me conformar que eu nunca mais o verei. Voltei a chorar, agora falando seu nome repetidamente.
- Jiminnie. - Jin entrou no quarto, respirando ofegante, correu em minha direção e me abraçou. - Não chore meu pequeno, eu estou aqui com você. - Agora ele acariciava meus cabelos.
Namjoon entrou no quarto e veio em nossa direção.
- O que houve? - Ele sussurrou para meu irmão.
- Ele só esta muito frágil e precisa de carinho. - Jin sussurrou de volta colocando sua cabeça sobre a minha. - Vai ficar tudo bem meu pequeno.
Me perdoe por não cumprir a nossa promessa Tae.
8 anos depois.
Eu estava voltando para casa, em passo longos, pois o céu estava nublado e a qualquer momento iria chover.
As ruas estavam vazias, e isso facilitou bastante para mim. De repente aconteceu o que eu mais temia, a chuva desabou.
Puta merda eu só me fodo.
Comecei a correr o mais rápido que podia, até que me aproximei de um playground, o mesmo que eu conheci Taehyung, andei em direção a ele e parei em frente. Rapidamente me veio as lembranças de nossas brincadeiras. Soltei um leve sorriso. Até que algo me protege da chuva, alguem havia cedido um guarda-chuva pra mim.
- Desse jeito você pegará um resfriado. - Falou uma voz masculina. - Você ainda se lembra desse parque? - Me virei rapidamente para ver quem é e me deparo com um homem mais alto que eu, ele tinha cabelos castanhos escuros, e me encarava com um leve sorriso.
- Como vai Jimin? - Ele pergunta soltando um sorriso retangular. Imediatamente se formou um nó na minha garganta, minha barriga doía, minha expressão era de espanto. - O que aconteceu? Ficou mudo com um tempo? - Ele se aproximou.
- T-Tae? É-é você? - Balbuciei esperando ansiosamente pela resposta.
- S-sim s-sou eu. - Ele falou me imitando.
Meu olhos se encheram de água, minha expressão agora era de felicidade, um sorriso tomou conta do meu rosto.
- Que saudades! - Falei me jogando em cima dele e o abraçando fazendo nós dois cairmos.
- Eu também senti. - Ele riu e retribuiu o abraço.
- Tae. - Me afastei um pouco o largando.
- O que foi? - Ele perguntou parecendo preocupado.
- Você... Tem cabelos. - Falei apontando para eles.
- Sim, agora eu tenho. - Ele falou mexendo nos mesmos.
- Você se recuperou! - Me levantei e o puxei pela mão o levando para os balanços as pressas. Antes de chegarmos lá, sinto um punhado de areia ser acertado em minhas costas sujando meu casaco novo.
- Você não fez isso Taehyung, de novo não! Esse casaco é novo seu idiota. - Falei tentando limpar. Pude ouvir uma gargalhada vindo dele, isso me deixou com mais raiva ainda, então enchi minhas duas mãos de areia e joguei nos cabelos dele. Imediatamente ele parou de rir e me encarou.
- D-Desc... - Ah, eu sugiro que você corra. - Ele me interrompe.
A expressão dele me deu medo, parecia que eu estava em uma cena de filme de terror, onde eu era o personagem que sempre morria e ele o vilão, e eu não pensei duas vezes, comecei a correr, mas eu peguei tanto impulso que minhas pernas falharam e eu cai de cara na areia, e como ele estava logo atrás, caiu em cima de mim. Minha respiração estava ofegante diferente da dele, ele parecia calmo, ele se aproximou do meu rosto e o acariciou.
- Seus olhos continuam lindos. - Ele falou olhando fixamente em meus olhos. Nesse momento pude sentir a mesma sensação que senti há oito anos atrás. Mas dessa vez, eu não fugi.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.