História Princeps Proditor - Salazar Verse.

Lyanna não gostava de ser carregada. Nem mesmo quando ela precisava ser carregada, ela não permitia. Quando ela era pequena, uma vez ela teve  brilhante ideia de subir em um arvore, subir até o topo do pinheiro ela conseguiu, mas na hora de descer ela caiu da arvore e quebrou o pé, mesmo chorando de dor ela insistiu que o pai não a carregasse. Não importava o quanto ela batesse nas costas do homem que  ]carregava, o máximo que ela conseguia era machucar sua mãos por causa da armadura que ela insistia em bater.
Eles estavam no meio da floresta, a luz do sol quase não chegava o chão por causa da mata densa, eles não estavam seguindo uma trilha, mas os soldados pareciam saber para onde estavam indo.
Não passara nem meia hora até que chegaram a uma clareira  onde tinha uma casa tão luxuosa quanto sinistra. Eram três andares toda preta com varandas e tudo mais, tinham gárgulas do telhado o que a deixava mais assustadora. Eles se aproximaram de uma porta dupla, um S grande estava gravado na porta da esquerda e na da direita um S invertido. Para alivio de Lyanna, o soldado a desceu e se afastou voltando para a formação do pelotão.
-Lorde Verse esta a espera de vocês na sala.
Oberon correu e segurou na mão de Lyanna, ele parecia com mais medo do que ela.
-Ly, vai ficar tudo bem, não se preocupe.
Ele estava tremendo, segurava firme a mão da irmã e estava suando frio feito um sapo.
-Esta com medo irmão?
-Claro que não.
Ele tentou forçar a voz para ficar mais grave, Hunter vinha logo atrás, um soldado tentou ajuda-lo a andar por causa da perna.
-Não preciso de sua ajuda, você e seus amigos já me “ajudaram” muito por um dia.
Lyanna empurrou a porta que abriu com um rangido, pronto Oberon nesse momento entrou em estado de pavor total, mas continuou adentrando a casa.
-Eu não conheço esse homem, falem o menos possível, vou tentar nos tirar daqui o mais cedo possível. -Disse Hunter.
Por dentro a mansão era um tanto normal, era toda branca, com vários quadros de pessoas e paisagens distribuídos nas paredes, além de castiçais de velas iluminando a casa. No primeiro ambiente era uma sala gigante com uma escada na extremidade oposta a que eles estavam, perto da lareira, um homem de cabelo platinado estava sentado em uma poltrona lendo um livro, ele era jovem, parecia ter uns 25 anos.
Ele olhou para os três, Lyanna pode ver que ele tinha um olho azul e o outro vermelho, mas decidiu não comentar. O homem sorriu e se levantou indo em direção de Hunter.
-Se eu ver aguem brincando com minha espada ou as armas de meus amigos, eu mato o desgraçado.
O Homem riu.
-Se parece tanto com ele, é com enorme prazer que dou as boas vindas a minha casa, príncipe Hunter. -Ele disse fazendo uma reverencia.
-Por acaso eu lhe conheço?
-Não, mas conheço seu pai, e nem precisaria conhecer você para saber que é filho do Messoren, vocês são muito parecidos.
Hunter ficou pálido ao ouvir falar do pai.
-Me chamo Salazar Verse, eu sou um grande amigo de infância de seu pai.
-Prazer em conhecê-lo, agora eu e meus amigos temos que chegar a Tenebris e...
-Por favor, sentem-se, vamos conversar, tenho algumas perguntas para você.
Mesmo hesitante Hunter se aproximou de uma cadeira e se sentou, assim fizeram também os outros dois irmãos, nesse momento Lyanna ficou tão assustada quanto Oberon, a partir de agora a vida dela e do irmão estavam nas mãos daquele homem.
-O que aconteceu com sua perna?-Perguntou o duque.
-Um soldado seu airou no meu cavalo, quando ele caiu, quebrou minha perna.
-Peço desculpas por isso.
Ele pontou com o indicador e o dedo médio, seus olhos brilharam um pouco e pode se ouvir o barulho do que parece um galho se quebrando, e pela expressão de Hunter com certeza era sua perna.
-Consegue usar magia também?-Perguntou Oberon.
-Sim, sou bom especialmente nas magias de aprimoração, sua perna esta novinha em folha, agora me diga quem são esses dois jovens que sabem sobre a magia?
Hunter suspirou.
-Antes de meu pai declarar guerra ao outros reinos, eu e minha irmã éramos amigos dos outros dois príncipes, Eleonora de Sad e Tristan de Oblitus, e mesmo depois de meu pai começar os ataques, eu sempre ia visita-los. Em minha ultima viajem ao norte, fui emboscado por um grupo de soldados e esses dois pobre órfãos me ajudaram, como prova de minha admiração, eu estou levando eles para Tenebris onde é seguro, no percurso tive de usar magia algumas vezes por isso eles sabem.
-Compreendo, sue pai mencionou suas saídas do reino em uma carta, ele era totalmente contra.
-Eu sei, mais algum pergunta? Realmente estamos com muita pressa.
-Por que a pressa? Estão sendo seguidos?
-Não, só estou sentindo muita falta de casa, faz muito tempo que não vejo minha irmã nem meu pai.
-Isso é bom, diga-me Hunter, por que não usou teletransporte ou abriu um portal quando estava no norte, pela idade já deve ter aprendido o básico pelo menos.
-Não é da sua conta.
-Só estava preocupado com você, uma viajem de Gaah até Tenebris na situação que se encontra a guerra atualmente não é algo fácil .
Hunter sorriu pra Salazar.
-Perdoe-me lorde Verse, mas não me recordo em ter lhe contado que estava em Gaah.
Ele ficou vermelho de raiva, por um momento Lyanna ficou feliz em nçao estar participando da conversa.
-Eu avisei sua irmã que minha vocação não era interrogatórios. -Ele se levantou. -Sejamos honestos um com o outro, sua irmã me pediu pra reforçar a patrulha em meus domínios, qualquer um que não fosse você eu deveria matar, antes tinha que saber se tinha descoberto algo.
Hunter ficou curioso.
-Sobre o que? Sobre minha irmã? Realmente desconheço as motivações dela. Sobre as vezes que eu saia escondido de Tenebris no passado? Realmente não tinha nada relacionado ao golpe.
-Por favor, garoto, sua irmã já havia contado para seu pais sobre isso, sabemos que ficava fugindo de Tenebris toda hora para ver seus amiguinhos, era assim até a princesinha sulista morrer, então você não aguentou não foi? Sabe, quando sua irmã me contou sobre como você não deixou escolha a não ser matar Eleonora, bom ela virou uma heroína de estado para mim e sobre seu pai, isso não tem perdão, você tentou matar ele e...
-É MENTIRA! -Hunter berrou.
-Então me convença disse, eu realmente não esperava que ainda estivesse vivo, sua irmã sentia isso, ela mesma vem procurando você desde aquele dia, até que alguém deu um sinal. -Ele olhou para Lyanna-Quer que eu simplesmente acredite que você foi vitima de todos? Diga-me porque não aproveito vida que ainda tinha quando deixou Tenebris?
-Como poderia sabendo que milhares de pessoas iriam continuar sofrendo por uma falha minha?
-Sabe o que tenho que fazer não sabe?
Hunter abaixou a cabeça, por um momento Lyanna pensou que ele tinha desistido de negociar com Salazar. O garoto levantou a cabeça com os olhos brilhando.
-Ignis pugionibus.
Salazar sorriu como se esperasse por isso, a chama da mais próxima vela foi disparada contra Salazar como se fosse uma flecha. Com um sorriso de desprezo, Salazar levantou a mão e magia foi repelida indo em direção de Hunter.
-Disicedite. –Disse o garoto em desespero.
A chama mudou de direção atingindo a lareira se misturando com o resto das chamas.
-Garoto tolo, acha que uma magia tão fraca como essa ira me atingir? Vejo que seu pai não lhe disse nada sobre o real motivo da guerra.
-Não há motivos!
-Será mesmo? Sabe quando éramos pequenos, eu e seu pie ramos fascinados pela magia, queríamos ser os mais fortes de todos os usuários de energia celestial, mas com o tempo percebemos que ela não era a única fonte para a utilização de magia.
-E qual é? E o que tem haver com a guerra?
Salazar gargalhou enquanto dois soldados entraram na sala.
-E aqui termina nossa conversa, só espero que morra com mais duvidas ainda. -Ele deu as costas para Hunter e ordenou aos soldados- Entreguem-nos ao magistrado Xander em Colditz ainda hoje, preparem minha carruagem o mais rápido possivel, eu quero dar a noticia pessoalmente a princesa o mais cedo possível.
Hunter se levantou, Lyanna pode o ver retirando uma faca da manga, Salazar se virou e Hunter deu um soco em seu rosto, Salazar se virou e Hunter colocou o fio da lamina contra o pescoço dele, os soldados apenas olharam e nada mais fizeram.
-Vocês dois, devolvam nossas armas agora ou eu juro que o mato esse desgraçado.
Eles continuaram olhando para o trio, Lyanna e Oberon já haviam se levantado.
-Rápido Hunter, vamos sair daqui e leva-lo como refém. -Disse Oberon.
-Você é um tolo mesmo, espero que façam uma boa viajem até Colditz, afflante mentis: somnum.
E foi a ultima coisa que Lyanna ouviu antes de perder a consciência.