História Princeps Proditor - Lagrimas caem.

Depois de uma semana tomando banho de rios gelados, ter tido apenas três refeições (contando as frutas de Trevor), com as roupas sujas e rasgadas, Lyanna não estava achando a viajem tão prazerosa assim, e se sentiria ofendida se Trevor comparasse mais uma vez a sua ilustre companhia com aquele inferno na floresta que parecia não ter fim. Agora lá estava ela, seguindo Trevor e Oberon desde os primeiros raios de sol, que a esta altura pareciam dois amigos de infância, pregando peças um no outro, pegando objetos do outro (os poucos que cada um levava), jogando um no formigueiro, atiçando uma colmeia de abelhas e culpando o outro, em fim brincadeira totalmente saldáveis e que resultavam a grandes socos e cascudos de Lyanna, que no caso eram bem merecidos, francamente ela era a mais nova de todos ali e era a mais madura.
-Trevor-Ela disse- Falta muito para chegarmos a Natsu?
-Pela enésima vez hoje Lyanna, não estamos chegando.
Mesmo conversando com aquele garoto, Lyanna ainda estava incomodada de não sabe absolutamente nada daquele garoto, nem mesmo o sobrenome, quando Lyanna perguntou sobre ele foi o dia do incidente da Colmeia. Natsu era o meio mais fácil de entrar em Segregatorum, e com sorte já estaria fora do alcance do reino de Oblitus.
-Trevor você acha que esse tal de Triste Avany vai nos incomodar depois de passarmos para Segregatorum?-Questionou Oberon.
-O nome é Tristan Albany, e não, cruzando a fronteira ele não tem nenhuma influencia.
Naquela semana ficou claro o conhecimento politico de Trevor, em Merreck as pessoas só conheciam no máximo as famílias reais dos seus respectivos reinos, Trevor já conhecia dos três.
-Como era mesmo o nome do rei de Segregatorum?-Perguntou Lyanna.
-Messoren Bellec em Segregatorum; Tristan Albany em Oblitus e Cadmo Vale em Sad.
-Só perguntei sobre o primeiro, exibido.
Trevor olhou para ela e deu um sorriso, o que deixou a garota mais irritada. Ao ficarem em silencio, eles puderam ouvir vozes de longe, um sorriso foi estampado na cara dos três enquanto corriam, aos palcos a mata ficava menos densa e o chão uniforme ficava cada vez mais plano até que saltaram para fora da mata. Oberon e Lyanna ficaram embasbacados, Natsu era totalmente diferente de Gaah, enquanto Gaah era um vilarejo de pessoas humildes, Natsu já parecia uma capital de reino, homens vestindo roupas extravagantes com capas lustrosos e mulheres vestindo vestidos de seda com cores vibrantes e grossos por causa do frio do norte. Um homem passou pelos três, olhou diretamente para Lyanna e jogou uma moeda de ouro aos seus pés e continuou segundo com o nariz em pé.
Ela olhou para Trevor.
-Eu estou me segurando muito para não cravar essa espada no peito daquele cara.
Oberon riu e pegou a moeda.
-Irmã, olhe como estamos vestidos, realmente parecemos que não temos lar.
-E não tem. –Disse Trevor, ele olhou para os irmãos que olhavam para ele com cara feia-Desculpem.
Eles andaram um pouco até ver o que seria uma estalagem.
-Acho que uma moeda de ouro pode pagar por uma noite, vamos. -Perguntou Oberon.
-Oberon, aqui se usa um sistema monetário diferente do de Oblitus onde só existe um tipo de moeda, aqui e em Sad existe três: Ouro e Platina, cem moedas de ouro é o mesmo que uma única de Platina. Aqui ouro não vale tanto como no Norte, foi uma forma do governo de Oblitus trazer mais seguidores. Duvido que uma moeda de ouro possa pagar uma hora numa cidade fronteira.
-Nossa e você simplesmente vai entrar na estalagem e pedir um quarto? Você sabe quantas vezes meu pai chutou pra fora pessoas que pedia isso?
-Sim e não me importo. –Ele disse indo em direção da porta.
Os irmãos entraram logo depois dele, a estalagem fazia a do pai deles parecer uma casa modesta, porém em ruinas, era feita de madeira clara, com detalhes em ouro e prata.
Trevor foi falar com o homem na recepção.
-Gostaria de um quarto com três camas, pretendemos ficar aqui por alguns dias.
O Homem olhou e com um sorriso disse.
-Tem dinheiro para pagar?
Lyanna já estava sentindo o impacto do chute quando Trevor mostrou alguma coisa para o homem que o fez ficar branco, não pálido, branco como com neve.
-Como o senhor desejar, Daves, leve os jovens senhores e a senhorita ao quarto deles sem demora.
Ele entregou uma chave ao jovem rapaz que nos levou ao quarto, que era simplesmente um luxo, três camas gigantes, no chão havia tapetes grossos para impedir que o frio entrasse no quarto, a lareira já estava acesa.
Trevor jogou a chave para Oberon.
-Volto em algumas horas, podem pedir o que quiserem para comer.
Ele saio do quarto deixando apenas o barulho do crepitar da fogueira prevalecer no espaço.
-Acha que o pai aceitaria isso?-Perguntou Lyanna.
-Aceitaria o que?
-Sabe desde criança o pai sempre falava para mim “Um Fey nunca dome em outra estalagem que não seja a estalagem Fey em Gaah”
Oberon riu.
-Sabe Ron, me sinto horrível, nem tive tempo de ficar triste por eles. –Ela disse com a voz chorosa- Nem me importei nesta ultima semana, sabe não dei a mínima para a morte dele.
Ela a esta altura já estava e esvaindo em lagrimas.
-Ly, não eh sua culpa, uma coisa que aprendi com a morte de meus pais é que é melhor mascarar uma dor com um sorriso, do que deixa-la tomar conta de você.
-Um dia a dor passa?
Ela olhou diretamente para Oberon que também tinha lagrimas em seu rosto.
-Não, até hoje sinto a falta deles, o que você pode fazer é viver de um jeito que daria orgulho a eles e passar o que você aprendeu com eles a diante. Eu particularmente não gostaria que de esquecer deles, tenho muito a agradecer a meus pais biológicos e os Feys, afinal todos eles fizeram parte de momentos importantes da minha vida e esquece-los não seria um gesto a altura para agradece-los.
-Sabe Ron. -Disse ela enxugando as lagrimas com a manga do vestido esfarrapado- Você não é tão ignorante quanto eu pensava.
Oberon abraçou a irmã.
-E você Ly, não é tão insensível quanto eu pensava.
Oberon conseguia ouvir Lyanna soluçar enquanto ela chorava sem parar, ela havia passado por muita coisa naquela semana, mas parece que finalmente estava se livrando de algo que a consumia por dentro, o mesmo valia para Oberon, ele que não havia derramado uma única lagrima por Carter e Vivian naquela semana, e como Lyanna se sentia péssimo, mas não queria demonstras isso, mas com as lembrando dos momentos em família com os Feys, as lagrimas era impossíveis de segurar, logo pareciam duas crianças chorando.
Ele a soltou e foi em direção ao banheiro.
-Ron, eu quero que saiba que nosso pai não o via como um estranho na família, ele o via como um filho, o mesmo para mim, sei que seu passado foi trágico, mas fico feliz de no final você ter se tornado o meu irmão mais velho.
Oberon seguiu ficando de costas para Lyanna para que ela não visse as novas lagrimas que ele derramava, porém estas eram de alegria.