História Princess Warriors - Capítulo 3 - P.O.V. Maxon

Não sei onde estou com a cabeça. Agora só consigo pensar naquela cena de America com o guarda. Não sei se estou fazendo o certo escolhendo Kriss. Olho para o lado e vejo America de cabeça baixa. Posso ver que está tentando segurar suas lágrimas e até repenso na ideia de deixar meu orgulho para trás, casar com o amor da minha vida. Não! Não posso me esquecer de que ela me traiu em minha própria casa! Mas... e se eu a escutasse antes, alguma coisa teria mudado? Tenho que acabar logo com isso!

Finalmente, Gavril veio até nossos lugares para que eu anuncie a ganhadora.

-Então príncipe Maxon, depois de meses eu e toda Illéa quer saber qual dessas duas maravilhosas garotas será nossa futura rainha e a dona de seu coração. Por favor, não fique nervoso, nos diga quem ela é! - Disse muito animado.

Percebi que ele estava olhando para America, torcendo para que seja a escolhida. Na verdade, todos querem que ela seja a escolhida. E eu concordo com eles, ela seria uma ótima rainha, mas não vou voltar atrás na minha decisão!

-A garota que será minha princesa, é aquela que ganhou meu coração desde o início. Aquela que eu me apaixonei a cada segundo que estava com ela e que toda vez que estava sozinho, pensava em como queria que ela estivesse ao meu lado. - Nunca menti tanto ou fiquei tão nervoso para falar. - E é com ela que eu vou me casar. Povo de Illéa, lhes-apresento a escolhida, Kriss Ambers!

Todos aplaudem, mesmo estando com cara de confusos. Vejo meus pais. Minha mãe força um sorriso, mas da para perceber que está triste e confusa por eu não ter escolhido América. Ela sabe que eu a amo e sei que era sua favorita, mas ela irá gostar de Kriss também. Olho para meu pai e vejo que está com um grande sorriso no rosto. Não posso deixar de sentir nojo. Como ele poderia estar nem aí para minha felicidade? Já devia saber que a reação dele seria assim. Ponho o anel caríssimo que comprei de última hora em Kriss e nos beijamos. E mais uma vez, como todas as outras, não sinto nada. A verdade é que não sinto nada por Kriss, somente afeição. Mas amor... somente America me faz sentir isso. Falando nela, America se levanta e começa a falar:

-Quero agradecer à familia real pela oportunidade e ao casal real desejo toda a felicidade e amor no seu casamento. Tenho certeza que vão ser ótimos reis. Parabéns pelo casamento.

Ela termina de falar e todos a aplaudiram. Claro, ela é a favorita no final das contas... Assim, America faz  uma reverência perfeita para todos e vai para seu quarto. Isso parece tão errado, mas quero ir atrás dela. Somente para ver-la uma última vez antes de que vá embora para sempre.

Agora , vamos fazer o banquete para celebrar meu noivado. Conhecendo America como conheço, ela não perderia sua última refeição. Procuro entre o povo seus cabelos em chamas, mas não a encontro. Nem sei o porquê de estar procurando por ela. Acho que é meu orgulho falando mais alto, querendo que ela me veja com Kriss. Ao invés de America, vejo entre as ex-selecionadas, Celeste. Da para ver em seu rosto as marcas de suas lágrimas e que está muito triste, mas logo sua expressão muda e ela volta a ser a Celeste de sempre. Quando virou o rosto e me viu, fechou aquele sorriso sedutor que sempre tinha, que se substituiu por uma cara de pura raiva. Ela não vê que estou sofrendo também? Porque não entende meu lado?

Depois que acabou o banquete, começou o baile, no qual America também não apareceu. Decidi que iria ao seu quarto quando todos já tivessem recolhidos e, assim esperei. Acabando o baile, Kriss e os convidados se retiraram enquanto subia as escadas ao segundo andar. Parei na frente da porta de America, imaginando como tudo iria mudar pela minha simples decisão. Nunca a veria grávida de um filho meu e nem iriamos envelhecer juntos. Mas infelizmente isso não é possível de acontecer depois do que ela fez. Bato em sua porta, esperando ver seu rosto logo quando a abrisse, como sempre fazia, mas ao invés disso não foi ela que abriu, e sim...Leger.

-O que você está fazendo aqui? - Disse com raiva e deixando todo o protocolo de lado. Percebi que não estava só ele no quarto. Estavam Marlee, Carter, Celeste e Lucy, uma de suas criadas.

-O que vocês estão fazendo aqui? - Repliquei, temendo a resposta.

-O que você acha seu imbecil? - Perguntou Celeste com sarcasmo - Se vossa alteza quer saber se ela já foi embora porque queria falar com America, perdeu seu tempo. Ela já foi à umas duas horas. - Completou com raiva.

-Como ela foi à duas horas se eu mandei o motorista leva-la só amanhã?! E para onde ela foi?! - Perguntei desesperado.

-Você acha mesmo, que depois do que você fez para América, ela ia continuar aqui? E que tipo de pessoa você é para perguntar "Onde ela foi" ? - Nesse ponto, Celeste estava vermelha. Não aguentei e explodi.

-Como assim depois de tudo que eu fiz para ela? Você sabia que a sua amiga me traia na minha própria casa? - Gritei nervoso com a situação. Será que ninguém entendia meu lado?

Nessa hora, Aspen partiu para cima de mim, quase me batendo, mas Carter o segurou.

-Calma Aspen! - Carter suplicou.

-Você... - Apontou um dedo para mim - VOCÊ NUNCA MAIS FALE DELA COMO SE FOSSE UMA VAGABUNDA! Idiota...depois fala que a ama... 

-É claro que a amo, mas é verdade que ela me traiu!

-Aconteceu coisas com a gente quando estávamos aqui no palacio, eu admito. Mas ela foi se apaixonando por você naturalmente e eu também me apaixonei, mas não foi por ela e, sim por Lucy. O senhor devia ter escutado América antes de fazer essa burrada. Agora ela está sozinha, sem familia e só Deus sabe onde ela pode estar.

Não! O que eu fiz? Mandei o amor da minha embora por meu orgulho. Estou com tanto medo que aconteça alguma coisa com ela, que o assassino a pegue. E é tudo culpa minha. Não sou de chorar na frente dos outros, mas não aguentei dessa vez. Desabei na cadeira e minhas lágrimas caíram copiosamente.

-Maxon - Marlee, a mais calma de todos ali me chamou, tocando no meu ombro. - América deixou uma carta para você e acho que algumas joias que deviam ser importantes para ela. Vamos deixar você à sós para pensar. Tudo bem?- Perguntou com um sorriso triste.

Assenti e eles sairam do quarto. Celeste foi a primeira. Devia estar com repulsa de mim.

Já sozinho, olhei todo o quarto me lembrando de tudo pelo que passamos. Levantei e fui até aquela mesa onde estava aquela jarra. Cheguei mais perto e vi uma carta manchada de lágrimas, o anel de noivado que dei à América uma noite antes e o colar de pássaro de seu pai. Não entendi porque deixa-lo para trás, mas agarrei aquilo como se fosse minha única fonte de sobrevivência. Deitei na cama sentindo seu perfume, sonhando que isso nunca aconteceu e que ela estaria ao meu lado, no altar da igreja.