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História Príncipe de Gelo - Capítulo 9


Escrita por: LollipopChu

Notas do Autor


Mil perdões pela demora excessiva, fui diagnosticada com depressão há uns meses e tô sem um pingo de inspiração. Não sei quando volto, sinto muito.

Capítulo 10 - Capítulo 9


O beijo de Daniel era algo tão incrível que não tem como descrever. Seus lábios macios nos meus, sua língua quente tocando a minha em contraste com toda aquela chuva caindo em nós era algo quase mágico.

Parecia uma cena de filme clichê: O mocinho chega e abraça a mocinha, eles conversam e quando o mocinho vai para beijar a mocinha começa a chover. Devo dizer que eu odeio esse tipo de filme "água com açúcar", mas agora que a cena estava acontecendo comigo eu entendia o porque dos risinhos após o término do beijo.

Lenta e relutantemente ele se afastou de mim e me olhou com olhos intensos, nunca tinha visto este tipo de olhar em Daniel e gostei.

-Obrigado.- disse ele, sem se afastar.

-Pelo que? Eu não fiz nada.

-Por existir, por estar aqui conversando de baixo de chuva e por me deixar beijá-la.- disse sorridente.

-Daniel.. Eu..- O que eu deveria falar?

Meu coração estava tão confuso que eu não conseguia raciocinar e com a boca de Daniel ali tão perto, eu não conseguia nem raciocinar lentamente, quanto mais pensar logicamente. Era como se toda vez que eu chegasse perto de Daniel, minha lógica se retraísse e ficasse lá, em algum canto escondida.

-Eu não espero que você corra para os meus braços agora, nem que diga que me ama, nem que ignore o seu coração que com certeza está confuso, mas eu espero que possa ao menos, não mudar comigo.- disse me olhando diretamente.

-Daniel, eu não sei o que dizer. Não consigo pensar em nada agora.- disse

-Não fala meu nome assim que eu fraquejo, Elle.- Disse colando seus lábios nos meus em um selinho, depois se afastou.

-Tudo bem. Agora, nós deveríamos entrar?- perguntei.

-Vocês tem que sair da chuva! Vão ficar gripados!- Gritou Connor da grande janela da sala de televisão.

-Sim , mamãe! - gritou Daniel, me fazendo rir.

-Vamos?- perguntei.

-Vamos- disse colocando o braço em torno do meu pescoço e começamos a andar.

Levei Daniel para a entrada lateral e logo passamos pelas portas da sala de televisão e sala de informática, então passamos pela porta da sala de leitura e finalmente chegamos ao corredor principal. Assim que cruzamos a casa, chegamos ao meu quarto e entramos. Peguei algumas toalhas e dei a Daniel, mas quando fui buscar algumas para mim, ele pegou uma das dele e enrolou no meu corpo, me abraçando por trás e eu entrei em pânico.

-Você primeiro. Você está bem?- perguntou preocupado. -Foi uma péssima ideia deixar uma mulher grávida na chuva. Desculpe.

-Tudo bem. Não tem problema.- Tentei não encara-lo muito - Eu estou bem, Daniel. - disse saindo abruptamente do seu abraço e entrando no banheiro. Ele cuidava de mim, Connor não.

Meu coração nunca batera tanto. O que estava acontecendo? Eu gostava de Daniel? Claro que sim, mas porque meu coração idiota estava desenfreado assim? Tirei minhas roupas molhadas e entrei na banheira, quase que imediatamente lembrei das coisas que Connor havia me dito.

Ele não queria o bebê? Era o filho que ele não queria. Ele só queria o da Alessa. Chorei alguns minutos antes de sair do banheiro e passar igual uma bala por Daniel que logo entrou no banheiro confuso. Peguei algumas roupas de Connor que eu achava que daria em Daniel. Connor era mais musculoso, mas Daniel era mais alto. Acho que dá , disse a mim mesma e saí do quarto.

Fui em direção a cozinha comer alguma coisa, e encontrei a família apostos para jantar. Vó Alice, Margô, Alessa, Connor, Dragon e Sunny. Sunny?

-Sunny?- perguntei confusa, franzindo o cenho.

-Amiga! Eu estava com tanta saudade!- Sunny era minha amiga desde que me conheço por gente, e eu a amava mais do que tudo, e me sentia super culpada por não tê-la visto por tantas semanas.

-Desculpe, Sunny. É tudo culpa minha.- Falei cabisbaixa.

-Claro que não. Você tem a família nova, a velha, os amigos mais chegados e o bebê para se preocupar agora, eu não sou importante.

-Claro que é! Você é minha irmã, Sunny, minha família não é completa sem você.- Choraminguei e a abracei de novo.- Mas o que faz aqui?

-Eu .. Tenho algo para te dizer.- Pareceu apreensiva e correu para o lado de Dragon.

-Estamos juntos.- Eles disseram e ele pareceu nervoso. Margô olhava com cara de nojo. Vaca.

-Quando aconteceu?- falei animadamente e me sentei na mesa, eufórica.

-Logo depois de você vir para NY, nós nos conhecemos numa sessão de fotos- Achei fofo, eles se conheceram no trabalho. Ela fotógrafa, e ele modelo.- Então ele me chamou para sair e cá estamos nós!- disse Sunny rindo.

-Faço muito gosto desse namoro. Mas Dragon vou logo avisando: Se ela chorar você morre.- E passei o dedo indicador na horizontal no pescoço , como quem diz "Você morre mesmo.", e eles sorriram. Pareciam tão felizes que até eu fiquei feliz.

-Elle.. - Ouvi a voz de Daniel e levantei olhando para trás imediatamente.

-O que foi?- ele me olhava nervoso.

-Hmm.. Eu devo ir embora? Não quero atrapalhar o jantar em família.- Pareceu culpado.

-Tudo bem, Daniel. Venha- disse vó Alice. - Você faz parte da família.

-Faço? - Disse sorrindo e me olhou ao passar por mim.

-Claro que faz.- digo rindo. Então ele se inclinou e me deu um selinho na frente de todo mundo. O que ele estava fazendo agora? fiquei completamente sem reação.

-Que bom. - riu da minha cara chocada e se sentou.

Me sentei logo depois dele, completamente chocada e sem entender aquele selinho ali na frente de todos.

-Cunhada, você já sabe o sexo do bebê?- Dragon perguntou.

-Menina. Eu te disse ontem.- Disse Alessa rindo para ele - Você já esqueceu, Elliot?

-Não, Alessa. Eu sei, será uma linda menina. Mas eu estava perguntando à minha cunhada- apontou para mim, depois riu sem graça. Fingido.

-Ainda não. Vamos descobrir amanhã, Dragon. - Respondi sorrindo para ele.

-Assim que souber me fale, hum? Se for menino vou comprar um pokémon para ele e já preparar umas dancinhas e uns cartazes! Já pensou o que eu poderia fazer com ele? E se as primeiras palavras dele fosse Pikachu? - E caímos todos- menos Alessa- na gargalhada. Dragon parecia eufórico.

-Não se preocupe! Se for menina, você também pode fazer tudo isso. Ela será uma menina K-popper como a mãe- olhei para Daniel que me olhava orgulhoso. Ele adorava quando eu assumia que amava as bandas e dramas do seu país acolhedor- E Gamer como o tio.- disse por fim.

-Muito bom!- e começaram a rir, enquanto Dragon dava palminhas de alegria.

-Você está orgulhoso, não é?- perguntei à um Daniel estritamente sorridente.

-Está tão evidente assim? - Disse rindo.

-Sim- Sussurei- Muito.

-Eu me orgulho de não ter me casado com um coreana. Porque agora, tenho a chance de casar com você. -Soltou essa e eu engasguei. Não só eu, mas Connor também.

-Ca-casar?- perguntou Connor.

-Sim. Por que não? Daqui à alguns anos, quando ela admitir que me acha bonitinho e que me ama, quem sabe?-Olhou minha expressão e com certeza minha vermelhidão e sorriu.

-Quem sabe? E só para constar, eu te acho lindo.- Disse rindo. O Daniel tinha essa mania de fazer umas brincadeiras que parecem de verdade, e algumas me assustam.

-Você está bem?- perguntou.

-Estou. Vamos ver um filme?-tentei mudar de assunto.

- Daniel vai dormir aqui?- perguntou vó Alice.

-Sim. Uma vez que Alessa praticamente mora nessa casa, não tem problema Daniel dormir aqui uma noite, certo?- perguntei.

-Claro, filha. Eu vou indo primeiro, bom filme. - ela parecia cansada e eu me senti uma vaca por ter sido rude, mas era a verdade.

Terminamos de comer e saímos da mesa, vi os empregados começarem a arrumar tudo imediatamente e achei aquilo meio bárbaro, mas saí de perto e fui para a sala de TV junto com os outros quatro.

-Uma vez que estamos em três casais, devemos sair em um encontro de madrugada triplo?- disse Dragon.

-Como assim?- perguntou Alessa.

-Eu sei que é complicado para vocês-gravidas- saírem a noite, mas já que queremos ver um filme, e aproveitar a noite, por que não vemos a sessão corujão do cinema? Está aberto mesmo!

-Por mim, tudo bem. O que acha? Parece bom, não é?- perguntei à Daniel, que balançou a cabeça dizendo sim.

-Ok. Nós estamos dentro.- Disse Sunny.

-E nós também.- Disse eu

-Nós .. Também.- Disse Alessa sorrindo.

Nós trocamos nossas roupas para mais confortáveis, Dragon que era mais alto que Connor, emprestou uma roupa para Daniel, e eu emprestei uma para Sunny, afinal sempre fomos duas Olivias palito.

Assim que estávamos os seis arrumados, saímos e fomos em direção a rua, desceriamos andando para alegrar os ânimos. O caminho até o shopping foi tranquilo, mas devo dizer que estava meio agitada.

Depois o beijo perfeito de Daniel, eu não conseguia pensar em muito, mas os olhos julgadores de Connor me faziam ficar mal. Era como se ele fosse de verdade meu marido, e tivesse me pego na cama com outro homem.

-Ok. Temos uma hora antes do filme- Disse Dragon, vindo com nossas entradas em mãos.

Dividimo-nos em 3 equipes: 1- refrigerante, 2- pipoca, 3- Entradas.

-Obrigada.- Dizemos ao pegaálas de suas mãos. Pipoca quentinha.

-Agora, que tal um jogo da garrafa diferente? Ao invés de beijo na boca, um verdade ou consequência só com verdades?- disse Dragon.

-Vamos lá! - dissemos animados, eu nem tanto.

Sentamos no chão da praça de alimentação vazia e compramos uma garrafa d'água numa máquina, então Dragon a bebeu e começamos o jogo.

Para quem caísse com o lado da boca da garrafa perguntava, e para quem caísse o fundo respondia.

Primeira rodada, jogamos pedra, papel e tesoura e Connor ganhou. Após girar, ele era quem perguntava e Daniel quem respondia. Por algum motivo, eu fiquei nervosa.

-Semeando a discórdia!- Disse Dragon animado e todos rimos.

-Você gosta da Elle?- perguntou de uma vez.

-Eu a amo.- disse e olhou para mim, e eu me derreti. Mesmo sem saber se ele falava sério.

Então Daniel girou e Alessa perguntava e Sunny respondia.

-Você vai a minha exposição amanhã a noite? - sorriu.

-Claro que vou. Não perderia por nada. - respondeu educada.

Então Sunny girou e Dragon perguntava para mim.

-Cunhada, você gosta mais de mim, de Daniel ou de Connor?- que porra de pergunta era aquela?

-Hmm.. Dragon você sabe que eu te amo, não é? Mas dentre os três, como homem prefiro Daniel.- Daniel parecia orgulhoso e eu ri disso.

Então eu girei e meu pesadelo ganhou vida. Eu respondo, Connor pergunta.

-Elle..- Começou.- Como você se sente, tendo o seu marido namorando outra?

-Que marido?- respondi segura. A cara que ele fez de "Como assim?" me deixou satisfeita.

Então eu novamente Girei e eu perguntava e Connor respondia. Qual era a probabilidade daquilo acontecer?

-Você prefere o bebê da Alessa ou o meu? Se só podesse ter um, qual seria?- olhei fixo para ele, que me olhou seguro.

-Te respondi a essa pergunta mais cedo no jardim.- respondeu.

-Então, nada mudaria sua resposta? Se ele se fosse, não faria diferença? - ele era um bruto rude. Odiava esse lado dele.

-Diferença alguma. Seria a mesma sensação.- Olhei para ele sem saber o que falar e o pessoal nos olhava com cara de paisagem e eu me segurava para não chorar.

Connor girou e Sunny perguntou para Connor.

-Qual a sensação de ser o maior babaca inútil da terra?- Boa Sunny!

-Não sei, pergunta para o Elliot. Com certeza ele é esse cara.- e deu uma piscadela, enquanto Sunny olhava para ele o assassinando mentalmente

-Gente, última rodada, hein?- Disse Dragon numa tentativa frustrada de apaziguar as coisas.

Ele mesmo girou, e a última rodada? Eu perguntava à Connor.

-É isso que você pensa? O que me disse mais cedo? Não quer ele? - perguntei uma última vez, precisava ter certeza.

-Deixa eu explicar, Elle.- Respirou fundo e sem mudar a expressão disse- Não o quero. Nunca o quis. Não é importante.

-Então é isso? É isso que você vale, Connor?- me levantei e saí de lá. Mas Daniel veio atrás de mim.

-O que foi aquilo lá?- perguntou, então notou minhas lágrimas e me abraçou.- Porque você continua chorando por ele?

-Não sei. Só.. Não sei como parar. - admito.

-Me use Elle. Mesmo que tenha que ser assim, me use.- e olhou para mim.- Eu não estava brincando quando disse que te amo.

-Já Daniel? Como alguém pode se apaixonar assim?- perguntei.

-O amor é como um grito no vazio, por isso me apaixonei por você tão rápido quanto adormecer.

-Augustus! -Disse rindo, a sua citação à ACEDE.

-Sorriso fica melhor em você. - Disse rindo e me deu um selinho.

-Se você se atrever a morrer no final, eu te mato.- E fiquei na ponta dos pés para beijá-lo. O pessoal riu atrás de nós. Connor não.

O filme foi rápido e nem um pouco marcante, afinal eu não lembrava o nome. Só me lembro de uma parte em que a garota corre por uma clareira e alguém vem atrás dela. Não pude prestar a atenção porque Daniel não parava de me beijar. Quando o beijo parava, ele bebia alguma coisa, tentava prestar a atenção e então do nada, voltava a me beijar. Foi uma noite incrível.

Voltamos para casa e Daniel dormiu na minha cama improvisada, ele simplesmente se recusou a dormir longe de mim, e como estava cansada, não briguei por muito tempo.

A manhã foi lenta e preguiçosa. Acordamos, tomamos café, fomos ver minha mãe e minha irmã na exuberância de seu corpo perfeito, somente 2 meses após o Heitor, seu filhinho lindo ter nascido e claro mamãe perguntou o tempo todo se Daniel era meu namorado e no final, pediu para que ele a considerasse uma mãe.

Voltando para casa e ele me deixou na porta da mansão com um beijo e disse que nos veríamos na exposição.

Me arrumei o mais linda que pude, sapatos pretos e super altos, um vestido longo e um pouco justo azul marinho, com aplicações e todo em seda e cetim, eu amava aquele vestido e me sentia linda nele, mas a minha grande barriga impedia a exuberância das minhas curvas. Saí e fui com um dos motoristas da casa para o evento. Assim que entrei no carro me lembrei da consulta de mais cedo.

**

-Parabéns papais! Vocês vão ter um lindo menininho.- disse o médico à mim e à Daniel, que riu na falta do que fazer.

-Obrigada, doutor.- Disse rindo e olhei para Daniel.

-Que nome devemos dar à ele? - e ao fazer essa pergunta, entramos em um jogo eterno. Toda vez que nos víamos, sugeriamos um nome diferente.

******

 

Um menino! Dragon ia surtar quando soubesse, ele estava louco por um sobrinho homem. Fui sorrindo por todo o caminho até chegar a galeria de arte. Ela era linda devo dizer, e todos os convidados estavam impecavelmente arrumados. Entrei após confirmarem meu nome na lista e assim que entrei vi várias fotos espalhadas por toda a galeria.

Tinham fotos de casais brigando, rindo, se beijando, brincando, rindo enquanto comiam, brincando com um bebê, brincando com um cachorro entre inúmeras outras posições espontâneas. Não tinha uma foto ruim, ela era mesmo muito boa.

-Querida!- disse Alessa ao me ver. Já havia me acostumado a esse jeito estranho dela, por isso nem ligava mais. - Que vestido lindo! Vem ver suas fotos, elas estão por aqui.

Me levou com ela por algumas fotos fazendo questão de passar pelas fotos dela com Connor antes, é claro e então chegamos até as minhas fotos com Daniel. Tinha uma parede cheia de fotos nossas, e eu não me lembrava de termos tirado tantas.

-Alessa, são tantas fotos. Como?- perguntei olhando para as fotos maravilhada.

-Tirei a maioria enquanto vocês não estavam vendo. Delicie-se que eu já volto.- e saiu para falar com outras pessoas.

Observei de perto cada foto. Bem lá em cima da parede tinha uma enorme placa que dizia "Casal do século 19" e então bem embaixo a foto do elevador, então a foto que tiramos em que quase Daniel me beija, então uma foto em que estamos sentados na grama com as roupas de ontem sorrindo, e uma outra onde ele abre a porta do carro para mim, e outra em que ele brincava com a minha barriga e riamos, outra quando nós fizemos guerra de água com as mangueiras, outra quando nós começamos a brincar de pega-pega dentro da sala, em outra - e a que mais gostei- eu lia A arte da guerra e ele me olhava com um olhar tão fofo e apaixonado que eu quase acreditei que ele me ama mesmo, outra enquanto comiamos e ele se sujou, então eu o limpei, outra em que estavamos rindo enquanto liamos, outra flertando e rindo e a última e maior de todas, a foto de nós nos beijando na chuva ontem a noite. Aquelas fotos estavam lindas e eu não fazia ideia que existiam.

Ria ao olha-las quando alguém chegou atrás de mim, tinha esperanças que fosse Daniel, mas era Mary.

-Ali é você na foto? Grande coisa.- Ria e girava seu copo de água na mão.

-Olá Mary. - sorrio, cumprimentando-a com um sorrido forçado.

-Você pode - esticou abruptamente a mão bem em frente a meu rosto e me assustou, então riu e todos começaram a prestar atenção em nós duas- Jogar isso fora para mim? - E jogou o copo de água de uma vez no meu rosto.

Pensei que alguém ia me ajudar, mas todos só riam e dizia "Não é ela que enganou o CEO?"enganei? Um lenço apareceu bem em frente ao meu rosto e olhei na esperança dos braços de Daniel, mas novamente não era ele, e sim Fernando. já estava ótimo mesmo.

-Olha só quem está aqui! Elle Cameron! - Disse debochando.- Bebe comigo?

Eu não conseguia abrir a boca, tinha medo que se o fizesse, minhas lágrimas comessem a rolar, por isso me mantive quieta.

-Ela não fala mais? - gritou e todos voltaram a prestar a atenção em mim.- Querem saber umas coisas engraçadas dela? Da senhora Cameron?- gritou. E as pessoas ao redor pediam que ele falasse. Eu estava petrificada no meu lugar.

Ele saiu de perto de mim, e foi até o mini palco improvisado que fizeram e começou a falar já bêbado.

-Essa mulher, senhoras e senhores, seduziu o nosso querido CEO!- Todos me olhavam rindo.- O dopou e dormiu com ele! - Todos me olharam agora horrizados.- Enganou o CEO, dopou ele e casou com ele. Um caminho fácil, certo? O melhor? Ele era noivo da anfitriã de hoje, nossa amada Alessa Terrier.

Por que diabos ele estava fazendo isso? Não consegui mais segurar minhas lágrimas, não quando era humilhada daquele jeito, não quando tudo o que eles diziam, ao menos a parte da Alessa era verdade.- Uma salva de palmas para a Sra. Cameron pessoal!- disse rindo e o silêncio se dissipou pela galeria.

Minhas lágrimas involuntariamente começaram a cair todas de uma vez, mas eu não conseguia me mover. Então alguém começou a bater palmas e meu coração pesou. palmas de pena? Olhei para ver quem era e me assutei ao ver Daniel com aquele olhar de monstro para Fernando.

-Palmas! Você é muito criativo! - E então subiu no palco.- Já que ele falou sobre a Elle, eu deveria tentar também?

-Você não pode ficar aqui! - Disse Fernando fervendo de ódio.

-Saia daí seu inseto, Daniel por favor continue.- Disse Alessa.

-Essa mulher! O que dizer sobre ela?- Disse Connor subindo ao palco ao lado de Daniel. Eu me assutei no momento em que o vi ao lado de Daniel, ele iria fazer Daniel passar vergonha?

-Ela é péssima em matemática- disse Connor olhando para Daniel, quase como se eles tivessem em uma conversa.

-Ela não é muito bonita- Disse Daniel e as pessoas caíram na risada.

-Ela não tem um bom corpo, nem é calculista.- Disse Connor.

-Ela não pode mentir, e se casou pelo seu filho.- disse Daniel olhando para Connor e rindo.

-Ela é péssima dançarina e até que canta bem.- disse Connor.

-Ela é amável e não sabe dizer não as pessoas, independente de se as conhece ou não.- Disse Daniel sorrindo.

-Ela é intensa e nem um pouco esperta.

-Ela tem aquela mania chata de mexer no cabelo enquanto fala sobre assuntos sérios.

-Ela é linda. - Disse Connor.

-Ela vai ser uma mãe incrível. - Daniel sorria para mim, tal como Connor.

-Ela é a mulher que se casou comigo porque uma noite de bebedeiras e um elevador quebrado resultou no bebê em seu ventre, e só por isso. Eu estava bem acordado e me lembro de tudo.

-Mas no meio do processo se apaixonou por mim, por mais que não admita, e eu por ela. - Daniel ria.

-E então, eu descobri que seria pai novamente, e estou super feliz.- Minhas lágrimas não acabavam. Eles se entreolharam e Daniel desceu e veio andando até mim.

-Ela é a a mulher mais linda que eu já vi na vida. Ela é Elle Rebeka Cameron! Palmas por favor! - começou a rir, todos a nossa volta explodiram em palmas e risinhos e Connor e Alessa vieram até mim.

-Você está bem?- perguntou Alessa.

-Estou. Não se preocupe. É só água- Vi seus olhos se pousarem em meus cabelos e rosto molhados.

-Eu vou ajudá-la. Venha- Disse Alessa me arrastando para o banheiro.

Assim que chegamos, ela secou meu cabelo com o secador de mãos e arrumou com a mini prancha que ela disse sempre ter dentro da bolsa. Então, refez minha maquiagem e quando estava quase acabando eu resolvi lhe pedir perdão.

-Me perdoe, Alessa.- Disse.

-Pelo que? - pergunta confusa.

-Eu não gostava de você. Mas agora vejo que você é uma pessoa diferente. - confesso.

-Obrigada, querida. Eu sou legal.

Nos abraçamos, saímos do banheiro e o burburinho sobre o que Connor havia dito já começou a se agitar quando eu cheguei de volta a sala.

-Obrigada, Connor.- Disse firme.

-Não fiz por você, foi pelo bebê.- Disse sem olhar para mim, e isso me magoou um pouco.

-E eu? Eu falei mais! Não ganho nem um beijo?- falou rindo.

-Mais tarde. Se você se comportar.. - Disse rindo até ver sua expressão chocada.

-Agora que você tem o gato, não vão mais alimentá-lo com peixe, não é?- Disse rindo.

-Na verdade, eu pretendo alimentá-lo com a melhor ração para gato do mundo: Lasanha.

-Opa! Virei Garfield.- e nós caímos na risada.

-Com licença pessoas, preciso mostrar as fotos para ele.

-Stay Strong! - Disse Alessa. E eu sorri de volta .

-Você e Alessa são amigas agora? - pergunta um Daniel surpreso.

-Acho que sim. Isso te irrita ou te cheteia? - questiono e ele nega com a cabeça.

-Não. Ela só me parece meio estranha. Boa demais. - sorri sem graça.

-Vamos deixar para lá a sua loucura e ver nossas fotos. Ali! - Apontei para a parede.

-Uma parede só nossa? - pergunta surpreso.

-Sim! Veja! - digo animada.

Ele olhou atentamente todas as fotos e sorriu ao ver a última, mais do que as outras. Riu e se divertiu, nós brindamos depois fugimos e eu esqueci o começo da noite.

Acabei dormido no sofá do apartamento do Daniel e fui embora de manhã antes dele acordar. Cheguei em casa sem fazer barulho e corri para o quarto, depois de contar à Dragon sobre o bebê. Me troquei e então fui para a cozinha.

-Minha neta! - Vó Alice me abraçou.- Como foi ontem?

-Foi incrível. Alessa é ótima. - sorrio mordendo a maçã verde em minhas mãos.

-Só isso? Nada demais? - perguntou com cara de quem já sabia de tudo.

-Nada. Foi incrível e perfeito. - rio.

- Ah, Alessa me deu uma das fotos da exposição, está ali na sala.- Fui até o novo porta-retratos e vi na grande foto, eu, Connor, Alessa, Daniel, Vó Alice, Dragon e Margô sorridentes e nós -grávidas- passávamos a mão pela barriga. Estava perfeita. Como tudo ali era.

[ 6 SEMANAS DEPOIS ]

Acordei do meu sono da tarde ouvindo o barulho de coisas se quebrando e corri para o "Esconderijo" de Connor. Ele estava quebrando tudo o que via pela frente.

-Connor!- tentei falar, e ele não ouviu- Connor! Se acalme!

-Sai de perto de mim, Elle. Ou eu juro que mato você. - O que eu fiz?

-Que diabos eu fiz agora?!- gritei.

-Por que você fez isso? Por que você me traiu e traiu esta família? - ele estava descontrolado.

-Como? Eu estava dormindo! - digo o óbvio.

-Alessa te viu saindo de um quarto de hotel, várias vezes! Tem fotos Elle. - jogou para mim o envelope- Abra!- Abri e realmente tinham várias fotos minhas indo e vindo do quarto de hotel onde a irmã de Daniel estava.

-É o quarto da irmã de Daniel! - explico.

-É o quarto do maldito repórter que fez a publicação da matéria sobre a ruína da família! - Gritou ele.- Você se lembra do quanto esse cara desgraçou a nossa família?

Há alguns meses um repórter havia publicado uma matéria falando sobre o fim da linhagem Cameron e sobre a ruína de uma das maiores e mais famosas famílias do mundo.

-Não fui eu Connor. Acredite em mim!- gritei mais alto.

-Não importa! Maldito momento que eu deixei que entrasse naquele elevador! Se isso não tivesse acontecido, você e essa criança estúpida não estariam aqui infernizando minha vida!- Gritou ao me dar um tapa no rosto.

Eu ia gritar de volta para ele, mas a dor que eu senti no pé da minha barriga me fez parar. Nunca havia sentido tanta dor, mas não era normal. Só era para ele nascer daqui á um mês e meio. O que estava errado?

-Co-Connor.. O bebê.. O bebê- tentei suplicar, mas ele saiu batendo o pé. Peguei o celular e liguei o mais rápido que pude para Daniel, antes de desmaiar.

~ X ~

Acordei em uma cama se hospital, no começo tudo começou a girar e sacudir, me senti uma leitoa e muito pesada. Olhei para a minha barriga imediatamente, mas ela pareceu um pouco murcha. A dor infernal que eu sentira a um tempo atrás.. Eu perdi meu bebê? Não!

-Daniel! - Gritei desesperada.

-Aqui, minha flor. Estou aqui.- Veio triste ao meu lado.

-E o meu bebê? - Ele fez uma cara estranha.- Daniel não se atreva!

~ X ~

Connor entrou no quarto a meu pedido, ele parecia outra pessoa, parecia o mesmo cara do dia em que eu dormi a primeira vez na casa do Daniel e não dei notícias. Maltrapilho, sujo, com uma cara amassada e barba por fazer. Se sentou ao meu lado e olhou para a minha barriga murcha.

-Elle.. O bebê.. Ele..?- Não conseguia formar a frase, assim como eu também não.

-Sim. Ele morreu Connor.- digo com os olhos cheios de lágrimas.

-Não! Não pode ser. - ele aprecia triste.

-O médico tinha me avisado antes que eu não deveria me irritar tanto. Que fazia mal para o meu bebê, mas é claro que você não sabia disso. E por isso continuava a brigar comigo. Mas agora ele se foi.. E eu estou tão perdida... Só tenho uma coisa à te dizer Connor- Ele me olhou apreensivo.

-O que?- sua voz falhou quando viu eu tirar o Contrato de Divórcio da bolsa e assina-lo em sua frente.

-Agora não tem mais o bebê, então por que continuarmos casados?

Tirei a minha aliança do bolso e dei à ele, junto com o envelope do papel do divórcio e virei meu rosto para o outro lado cruzando os braços. Ele pareceu momentaneamente triste.

Daniel entrou no quarto e viu a sua expressão e depois a minha, então ele soube que ele sabia o que eu acabara de fazer.

-Bom- disse se levantando.- Te vejo por aí.- tentou pegar minha mão, mas eu não deixei.

-Não nos vemos não. - digo meio birrenta, e ele apenas sorri.

Ele saiu triste do quarto, mais triste estavámos eu e o Daniel que nos livramos da carga de duas pessoas que nos deixavam mal para trás e agora curtiamos a solidão.

-Vamos? Você teve alta.- disse.

Troquei de roupa e saímos do quarto em direção ao lado de fora do hospital, andávamos devagar e eu me pegava olhando para a minha barriga murcha as vezes e lágrimas rolaram pelo meu rosto cansado.

Passamos por Connor e Alessa sentados juntos na sala de espera e ele chorava muito. Nunca tinha visto ele chorar tanto.

-Connor- chamei-o e ele me olhou tentando segurar o choro.- Era um menino, você sabia?- e saí andando da sala sem ao menos ouvir sua resposta.

Fomos do hospital para a mansão Cameron onde arrumei todos os meus pertences e tentei apagar da mente todas as lembranças vividas aqui. Liguei para mamãe a caminho do aeroporto e disse a ela que voltaria logo.

-Vamos?- disse Daniel na fila, para entregar o passaporte antes de entrar ao avião.

Acho que uma parte de mim, uma parte bem grande queria que o Connor chegasse lá e me tirasse daquele lugar, mas ele não apareceu e eu acabei embarcando no avião, com o maior peso da minha vida no meu coração. Qual as consequências da mentira que contei? Quais as pessoas ela atingiria? E com esse pensamento entrei no avião para bem longe do homem que eu amava odiar.


Notas Finais


Se tiver algum erro, eu sinto muito.


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